quarta-feira, 6 de abril de 2016

São Marcelino de Cartago


São Marcelino era um alto funcionário do Império Romano no século quinto, muito amigo de Santo Agostinho. Inclusive, algumas obras escritas pelo grande teólogo bispo Agostinho, partiram de consultas feitas por Marcelino.

Vivia em Cartago, onde acumulava dois cargos: tabelião e tribuno. Bom pai de família e homem de notável honradez, Marcelino era conhecido pela sua bondade, sendo estimado por todos. Era muito religioso, reconhecido realmente como homem de muita fé e dedicação à Igreja, mas acabou sendo acusado por hereges donatistas.

O bispo Donato considerava inválido os sacramentos ministrados por religiosos em pecado. Ele defendia que os sacramentos só podiam ser ministrados por santos, e não por pecadores. Os seguidores do bispo Donato, portanto, se tornaram os donatistas e a Igreja se dividiu.

Quando Marcelino se opôs ao movimento donatista foi denunciado e caluniado como cúmplice do usurpador Heracliano e condenado à morte. Apenas um ano depois da execução da pena é que o erro da justiça romana foi reconhecido pelo próprio imperador Honório. Assim, a acusação foi anulada e a Igreja passou a reverenciar São Marcelino como mártir.

Seus últimos minutos de vida foram relatados por São Dâmaso, o qual afirma que, quando menino, ouviu do próprio carrasco o relato da morte dos dois mártires: “O perseguidor furioso ordenara que lhe fosse cortada a cabeça no meio de um bosque, para que ninguém soubesse onde estava o corpo. Esta é a história de seu triunfo”.  


Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Marcelino governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Absurdo: Lúficer na TV, só que inofensivo

 
E se Lúcifer também tivesse um lado bonzinho? Na nova série da Fox, que estreou no dia 25 de janeiro de 2016, o telespectador é levado a acreditar em um diabo que tirou férias do inferno. Sem os tradicionais chifres e caudas, em Lúcifer, o inimigo de Deus é apresentado como um galã sedutor e inteligente – os ingredientes necessários para atrair audiência, principalmente a feminina.

Lúcifer repete uma fórmula aparentemente já consagrada na dramaturgia americana: a exaltação dos vilões. Com uma dose de ironia e sagacidade, os pilantras da vez têm agradado mais ao público que os mocinhos, habitualmente apresentados como figuras ingênuas e frágeis. Até a Disney cedeu à tentação do mal. Na nova versão de A Bela Adormecida, por exemplo, a bruxa Malévola (que dá nome ao filme) é retratada como heroína e as três fadas não passam de velhas atrapalhadas e burras.

Mas não é só nos Estados Unidos que as coisas estão assim. No Brasil, as redes sociais vibram a cada nova maldade ou frase impiedosa dita pelos antagonistas das principais novelas do país. Apesar do sucesso, há quem enxergue nisso tudo um problema grave. “O universo que as novelas abordam no meu modo de ver é um tanto quanto doentio demais, há muita glamourização do vilão, da maldade”, criticou recentemente José Mayer, ele mesmo um conhecido ator global.

De fato, a dramaturgia tem o poder de ditar pensamentos, hábitos, maneiras de se vestir e de se comportar. É assim desde as tragédias gregas. E embora muitos insistam na chamada separação entre o “real e o fictício”, a verdade é que essa distinção nem sempre acontece. Mais: o número de pessoas que tende a reproduzir o que vê na televisão é muito maior que o das que dizem fazer o tal discernimento. Prova disso é o mercado publicitário. As grandes marcas não hesitam em pagar cachês milionários para terem os artistas desses seriados em suas propagandas.

Homilética: 3º Domingo da Páscoa - Ano C: "A criação inteira louva o Cordeiro que esteve morto e agora vive".



Hoje, a Palavra de Deus nos apresenta o testemunho de Pedro em Cristo ressuscitado, diante do Sinédrio.

Proibido de dar testemunho de Jesus ressuscitado, Pedro repete novamente, com toda a franqueza, o anúncio da Ressurreição: “O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-O numa Cruz” (At 5,30). Acaba de sair da prisão com os outros apóstolos, sabe que poderá ter que enfrentar piores dificuldades; mas não tem medo porque colocou já toda a sua confiança no Ressuscitado e compreendeu que tem de seguí-Lo nas tribulações. As suas palavras são reforçadas com uma notável afirmação: “Somos testemunhas destes fatos, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem” (At 5,32). É como se afirmasse que o Espírito Santo fala pela boca daqueles que, obedecendo a Deus, pregam o Evangelho enfrentando todos os riscos. Para os Apóstolos, este risco converte-se imediatamente em realidade ao serem submetidos à flagelação, mas tudo suportou com alegria, “por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus” (At 5,41). “Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens” (At 5,29). É este o testemunho que Jesus espera de cada um de nós, um testemunho livre de respeitos humanos e também do medo aos riscos e perigos. A fé intrépida dos que creem convence o mundo, mais do que qualquer outra apologia.

O Evangelho (Jo 21, 1-19) narra a terceira aparição de Cristo ressuscitado aos apóstolos. Trata-se de uma aparição marcada por gestos de carinho e ternura, mas também de envio, de missão: a pesca milagrosa, a refeição preparada pelo próprio Ressuscitado e a entrega do primado a Pedro. Dá para perceber que a missão terrena de Jesus terminou! O ANÚNCIO do Evangelho, agora, é missão dos discípulos; são os discípulos que espalharão a Boa-Nova pelos caminhos da humanidade.

Aquele discípulo que Jesus amava percebeu e disse: “É o Senhor!” (Jo 21,7). Além dessa vez, a palavra “Senhor” aparece cinco vezes mais no Evangelho de hoje. Esta palavra nos lembra do nome de Deus no Antigo Testamento. O livro do Êxodo nos relata que Deus apareceu a Moisés e lhe disse: “EU SOU AQUELE QUE SOU” (Ex 3,14). Deus é!

Deus é! Ao contrário, a criatura não é! Apresenta-se assim à nossa inteligência cristã uma doutrina básica, uma distinção de primeira ordem: Deus é, a criatura não é. Deus é tudo, nós não somos nada! Deus é criador, nós somos criaturas e, por tanto, a nossa existência depende totalmente dele. É muito sadio saber quem somos, dessa maneira não iremos por aí vangloriando-nos, cheios de soberba e vaidade. É verdade: nós não somos! Somente depois, num segundo momento, podemos afirmar: e o que somos vem de Deus! A nossa dependência de Deus é tal que se por algum momento ele deixasse de pensar em nós e de nos amar, deixaríamos de existir imediatamente. Isso é muito importante: Deus não me ama porque eu sou bom, mas eu sou bom e eu posso ser melhor porque Deus me ama, a minha existência e tudo o que eu tenho depende radicalmente do amor de Deus. Aquele que permanece no mais além se fez presente no mais aquém.

Ele é o Senhor! São João o reconheceu e avisou a Pedro. Depois dessa afirmação, a atitude dos discípulos vai mudando: Pedro se oculta, os discípulos se calam e não ousam perguntar nada a Jesus, ao mesmo tempo a confiança deles no Senhor vai aumentando. Quando nós tivermos mais consciência do senhorio de Deus nas nossas vidas, quando reconhecermos a transcendência de Deus, quando percebermos que ele nos ama com amor eterno, a nossa atitude também será outra. A força do Ressuscitado está se manifestando durante esses dias na Igreja. É uma realidade! Observe um pouco ao seu redor e verá na vida dos seus irmãos as maravilhas da graça. Mas, é verdade, para ver essas coisas, é preciso amar a Deus. Você percebeu que somente S. João, esse discípulo apaixonado por Deus, percebeu que era o Senhor? Como não reconhecer a Deus no nosso quotidiano se nós o amamos? Como não viver em sua presença se tudo o que existe nos fala dele? Meu Deus do céu, como ainda somos cegos! Vivemos frequentemente como se Deus não existisse. Estou pensando em tantos cristãos que muitas vezes atuam como se Deus não os visse, como se Deus não se importasse com eles, como se pudessem fugir da sua face adorável.

É o Senhor! Nós o temos também, e principalmente, no Sacramento da Eucaristia. Jesus é Deus, o Criador, o Senhor. Quando os sacerdotes e os leigos perceberem de verdade que é o Senhor, muita coisa mudará: as nossas celebrações eucarísticas estarão repletas desse sentimento de presença de Deus, de transcendência de Deus, e da sua proximidade amorosa. Quando isso acontecer, as paróquias serão lugares de adoração de Jesus na Eucaristia, de silencio, de respeito. Quando percebermos de verdade que Jesus está presente na Eucaristia verdadeiramente, realmente e substancialmente com o seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade, participaremos da Santa Missa e da Adoração eucarística cuidando também dos detalhes do culto católico, não por escrúpulo, mas por amor: não teremos problema nenhum em adornar dignamente as nossas igrejas, em dourar ou pratear os cálices utilizados na celebração eucarística, em dar ao Senhor um sacrário fisicamente digno dele, em comportar-nos com a “urbanidade da piedade” sabendo que somos filhos amados de Deus e que, por tanto, podemos aproximar-nos com confiança do trono da graça. É o Senhor!

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMG) promove a Ideologia de Gênero Radical

 
A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMG) realiza nesta cidade um ciclo de debates do Grupo Interdisciplinar de Pesquisas Feministas que promovem abertamente a ideologia de gênero em uma de suas versões mais radicais.

O 3º Ciclo de Debates do Grupo Interdisciplinar de Pesquisas Feministas da PUCMG aborda o tema "feminismo descolonial", e a abertura da conferência está a cargo de Rita Laura Segato, Ph.D. em antropologia pela Universidade de Brasília (UNB), uma militante abertamente a favor do aborto e contra o que ela chama de "heterossexualidade forçada".

A doutora Segato participou em 2010 de um seminário internacional sobre o Senado brasileiro para assegurar que a criminalização do aborto era uma forma de "violação dos direitos humanos das mulheres", e isto numa altura em que o governo socialista do Partido dos Trabalhadores (PT) buscava, de todos os meios, descriminalizar o aborto no país. a tentativa falhou e custou-lhe perder o primeiro turno da eleição de Dilma Rousseff.

Doutora Segato também é promotora e signatária de um manifesto que defende a aprovação do projeto de lei nº 882/15 que legaliza o assassinato de nascituros, porque "é necessário o direito ao aborto para garantir a integridade física e mental das mulheres [...] e que como cidadãos de pleno direito, decidir de forma autônoma sobre seus próprios corpos".

A professora da UnB, como antropóloga, é uma dos expoentes principais no Brasil do "feminismo descolonial", de forma que, entre outras coisas, valorizar a heterossexualidade como um fator natural e universal é uma forma de "colonização" contra o qual devemos lutar pois gera "violência".

O feminismo descolonizado é uma das versões mais radicais do feminismo pois incorpora a bagagem de estudos marxistas iberoamericanos sobre a "colonização ibérica" e o feminismo "de gênero". O resultado é um feminismo "vermelho", que considera a família natural, a complementaridade do homem e da mulher e a vinda dos filhos, por exemplo, são instrumentos de poder a serviço do sistema capitalista moderno.

A principal ideóloga desta vertente é a argentina Maria Lugones, que escreveu o termo. Para ela, a luta contra o tal sistema capitalista, patriarcal e opressor, herdado da conquista ibérica da América Latina, começa por "desconstruir a heteronormatividade", tecendo novas formas de convivência e estrutura social (leia "formas de família") e segue por revalidar a "sabedoria" pré-moderna dos povos "originários" da região.

Em carta aos bispos movimento católico pede posição frente aos "danos do PT à sociedade".

 
O Movimento Legislação e Vida apresenta esta CARTA ABERTA AOS BISPOS DO BRASIL, com o objetivo de que os bispos do Brasil se posicionem sobre a influência do Partido dos Trabalhadores na sociedade brasileira, e também no seio da Igreja (especialmente através da Teologia da Libertação), partido este de ideário revolucionário marxista e socialista, que vem buscando, desde que assumiu o governo federal, implantar uma agenda anticristã (agenda abortista e de gênero, entre outros), e que os católicos esperam da Igreja uma voz profética na denúncia desta agenda antivida e antifamília, que contradiz a doutrina social da Igreja. Faz-se necessária uma posição da Igreja, nesse sentido, para melhor orientar o povo católico sobre os danos sociais que tal Partido tem ocasionado, e que os fatos da atualidade tem evidenciado.

A TODOS OS BISPOS DO BRASIL

Em meio à grave crise política, econômica, institucional e, acima de tudo profundamente moral, nós católicos recorremos a cada membro do episcopado brasileiro, para que em cada Diocese haja uma posição clara e firme em relação aos graves danos que o Partido dos Trabalhadores (PT) causou à Igreja Católica e à nação brasileira nestas últimas décadas, especialmente nos últimos treze anos à frente do governo. Um partido que chegou aonde chegou com a conivência, a cumplicidade, a omissão (e até o favorecimento) de muitos bispos, seduzidos pela retórica do populismo e pela demagogia.

Desde o início, era preciso ter havido coragem para denunciar o PT como um partido revolucionário, de ideário socialista, aliado de governos comunistas e ditatoriais (especialmente Cuba), que emergiu com a bandeira da ética para chegar ao poder e depois dilapidar o estado brasileiro, aparelhando as instituições e implementando a agenda anti-vida e anti-família das fundações internacionais, a agenda abortista, etc. E tudo isso com a complacência do clero progressista da CNBB, e através de ONGs e pastorais atuando no seio da igreja, dos teólogos da libertação, e de toda sorte de infiltrados.

Faltou coragem a muitos bispos do Brasil, firmeza, e fidelidade ao Magistério: ao não alertarem os fiéis do risco de excomunhão — e do risco à própria salvação — aos que apoiavam o PT (Catecismo, n. 2246: "Faz parte da missão da Igreja emitir o seu juízo moral também sobre as realidades que dizem respeito à ordem política, quando o exijam os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas"); ao não denunciarem o projeto de poder totalitário do Foro de São Paulo (que Lula fundou e implantou com Fidel Castro); e, ainda, ao não rejeitarem o projeto utópico da Pátria Grande socialista sendo construído pela UNASUL com a simpatia e apoio de vários bispos.

Apresentador Marcos Mion fala de sua conversão à fé católica




No domingo de Páscoa o ator e apresentador Marcos Mion fez uma publicação em sua página do facebook, falando sobre o seu processo de conversão à fé católica. Confira na íntegra:

Durante anos da minha vida fui somente à missa de Natal e Páscoa. .

Fiz o sinal da cruz somente antes do avião levantar e esqueci inúmeras vezes de fazer de novo ao pousar. Usava a fé e a religião de acordo com minha necessidade e comodidade. Sempre que fazia algo errado eu mesmo tratava de me perdoar e “explicar pra Deus” que tava beleza por tantas coisas boas que faço, criando uma balança onde eu era meu próprio Deus, capaz de ditar como era essa minha própria religião!!! Sempre baseada na fé, ok, em colocar a família acima de tudo e em fazer o bem, mas um pouco distante do que é realmente a religião católica. .

Com a imersão que minha mulher @suzanagullo teve na busca pela fé, paz de espírito e sentido do bem fazer, ou seja, na religião católica, acabei indo junto e finalmente entendi que comemorar somente Páscoa e Natal é como ir de bico numa festa de fim de ano de uma grande empresa: vc pode até tirar alguns benefícios, mas não vai entender e nem aproveitar da mesma forma que as pessoas que trabalharam o ano inteiro, que deram o sangue e se dedicaram à empresa! Essas pessoas, sim, sabem o que todos ali passaram e os sacrifícios que já foram feitos para que hoje nós possamos comemorar e sermos pessoas melhores! Deu p entender a diferença?. .

O sacramento da unidade e da caridade


A edificação espiritual do corpo de Cristo realiza-se na caridade, segundo as palavras de São Pedro: Como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo (1Pd 2,5). Esta edificação espiritual atinge sua maior eficácia no momento em que o próprio Corpo do Senhor, que é a Igreja, no sacramento do pão e do cálice, oferece o corpo e o sangue de Cristo: o cálice que bebemos é a comunhão com o sangue de Cristo; e o pão que partimos, é a comunhão como corpo de Cristo. Porque há um só pão, nós todos participamos desse único pão (cf. 1Cor 10,16-17).

Por isso pedimos que a mesma graça que faz da Igreja o Corpo de Cristo, faça com que todos os membros, unidos pelos laços da caridade, perseverem firmemente na unidade do corpo.

E com razão suplicamos que isto se realize em nós pelo dom daquele Espírito que é ao mesmo tempo o Espírito do Pai e do Filho; porque sendo a Santíssima Trindade, na unidade de natureza, igualdade e amor, o único e verdadeiro Deus, é unânime a ação das três Pessoas divinas na obra santificadora daqueles que adota como filhos.

Eis por que está escrito: O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5,5).

O Espírito Santo, que é unidade do Pai e do Filho, realiza agora naqueles a quem concedeu a graça da adoção divina, transformação idêntica à que realizou naqueles que receberam o mesmo Espírito, conforme lemos no livro dos Atos dos Apóstolos: A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma (At 4,32). Quem fez dessa multidão dos que creram em Deus um só coração e uma só alma, foi aquele Espírito que é unidade do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é um só Deus.

Por isso, o Apóstolo exorta a conservarmos com toda a solicitude esta unidade do espírito no vínculo da paz, quando diz aos efésios: Eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: com toda a humildade e mansidão, suportando-vos uns aos outros com paciência, no amor. Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito (Ef 3,1-4).

Deus, com efeito, enquanto conserva na Igreja o amor que ela recebeu pelo Espírito Santo, transforma-a num sacrifício agradável a seus olhos. De modo, que, recebendo continuamente esse dom da caridade espiritual, a Igreja possa sempre se apresentar como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.



Dos “Livros a Monimo”, de São Fulgêncio, bispo de Ruspe
(Lib. 2,11-12: CCL 91,46-48)     (Séc.VI)

Testemunhos Primitivos: A unidade da Igreja


Muitas vezes ouvimos que toda igreja que professa Jesus como seu Salvador é cristã. Tal afirmativa, porém, tem como objetivo desviar a verdade pois Cristo fundou apenas uma única Igreja.

Para nos desviar dessa verdade, argumentam que Cristo estabeleceu uma Igreja invisível (espiritual) e não uma instituição visível, motivo pelo qual não há problemas em adotar-se doutrinas diferentes. Além dessas afirmações carecerem de bases bíblicas, também os primeiros cristãos sabiam que Jesus estabeleceu uma Igreja visível e una sob a autoridade de Pedro e seus legítimos sucessores:

· "Já que seria demasiado longo enumerar os sucessores dos Apóstolos em todas as comunidades, nos ocuparemos somente com uma destas: a maior e a mais antiga, conhecida por todos, fundada e constituída pelos dois gloriosíssimos apóstolos Pedro e Paulo. Mostraremos que a tradição apostólica que ela guarda e a fé que ela comunicou aos homens chegaram até nós através da sucessão regular dos bispos, confundindo assim todos aqueles que querem procurar a verdade onde ela não pode ser encontrada. Com esta comunidade, de fato, dada a sua autoridade superior, é necessário que esteja de acordo toda comunidade, isto é, os fiéis do mundo inteiro; nela sempre foi conservada a tradição dos apóstolos" (Ireneu de Lião, +202, Contra as Heresias III,3,2).

· "Depois da ressurreição, diz o Senhor: 'Apascenta as minhas ovelhas'. Assim o Senhor edifica sobre Pedro a Igreja e lhe confia as suas ovelhas para apascentá-las. Se bem que dê igual poder a todos os Apóstolos, constitui uma só cátedra e dispõe, por sua autoridade, a origem e o motivo da unidade. Por certo os demais Apóstolos eram como Pedro, mas o primado é dado a Pedro e a unidade da Igreja e da cátedra é assim demonstrada. Todos são pastores mas, como se vê, um só é o rebanho apascentado pelo consenso unânime de todos os Apóstolos. Julga conservar a fé aquele que não conserva esta unidade recomendada por Paulo? Confia estar na Igreja aquele que abandona a cátedra de Pedro sobre a qual está fundada a Igreja?" (Cipriano, +258, Sobre a Unidade da Igreja cap. 4)