quarta-feira, 27 de abril de 2016

Como a arca de Noé poderia ter contido todos os animais?


Uma questão que muitas vezes é levantada contra o cristianismo é a Arca de Noé e o dilúvio. Será que isso realmente aconteceu? Será que o dilúvio realmente cobriu o mundo inteiro? Há água suficiente na terra para cobrir toda a terra? Poderia a arca realmente suportar dois de cada espécie de animal no mundo? Embora estas perguntas possam ser intimidantes, a resposta para cada uma é um sonoro “sim”.

Deus disse a Noé em Gênesis 6,14-16. “Faze para ti uma arca da madeira duma árvore resinosa. Farás compartimentos na arca e terás de cobri-la com alcatrão por dentro e por fora. E é assim que a farás: trezentos côvados [será] o comprimento da arca, cinqüenta côvados a sua largura e trinta côvados a sua altura. Farás um tsoar [teto; ou: janela] para a arca e a acabarás até um côvado para cima, e porás a entrada da arca no lado dela; far-lhe-ás um [pavimento] inferior, um segundo e um terceiro”. De acordo com a Palavra de Deus, Noé construiu a arca. Oito pessoas entraram nela e toda a humanidade morreu no dilúvio que se seguiu.

Será que o dilúvio realmente aconteceu? Sim. Jesus disse em Mateus. 24,37-39 que o dilúvio aconteceu. Se você não pode confiar em Jesus, você não pode confiar em ninguém. Na medida em que examinamos a evidência física vemos que existem inúmeros depósitos sedimentares que sugerem um dilúvio universal em todo o mundo. Há inúmeros depósitos fósseis mundiais (a fossilização ocorre quando os organismos são enterrados rapidamente dentro de sedimentos.). Cada cultura maior tem uma lenda de dilúvio. Das mais de 200 lendas de inundação, 95% dizem que o dilúvio foi universal; 70% dizem que a sobrevivência dependeu de um barco; 66% dizem que a maldade do homem foi a causa; 88% dizem que havia uma família favorecida; 66% dizem que o remanescente foi avisado; 67% dizem que os animais também foram salvos; 57% dizem que os sobreviventes acabaram em uma montanha; 35% dizem que as aves foram enviadas; 9% dizem que oito pessoas foram salvas; e 7% mencionam um arco-íris.

Há água suficiente para inundar toda a terra? Absolutamente! Se a Terra fosse perfeitamente esférica os oceanos cobririam toda a terra por mais de um quilômetro de profundidade. O relato bíblico é que choveu por 40 dias e noites em que as comportas dos céus se abriram, bem como as fontes da terra (Gn 7,11; 8,2). Há uma teoria conhecida como a teoria da copa que afirma que nunca havia chovido sobre a terra até a época de Noé e que uma névoa regava as plantas (Gn 2,6). A teoria passa a afirmar que pode ter havido uma nuvem pesada ou camada de vapor de água sobre toda a terra e que foi esta copa de água que se tornou chuvas torrenciais durante o período de inundação. 

Santa Zita


Zita, nasceu em 1218, perto da cidade de Luca e como tantas outras meninas ela foi colocada para trabalhar em casa de nobres ricos. Era a única forma de uma moça não se tornar um peso para a família, pobre e numerosa. Ela não ganharia salário, trabalharia praticamente como uma escrava, mas teria comida, roupa e, quem sabe, até um dote para conseguir um bom casamento, se a família que lhe desse acolhida se afeiçoasse a ela. Zita foi empregada doméstica durante trinta anos.

A família onde trabalhava não costumava tratar bem seus criados. Era maltratada pelos patrões e pelos demais empregados. Porém, agüentou tudo com humildade e fé, rezando muito e praticando muita caridade. Aliás, foi o que tornou Zita famosa entre os pobres: a caridade cristã. Tudo que ganhava dos patrões, um pouco de dinheiro, alimentos extras e roupas, dava aos necessitados. Aos poucos, Zita conquistou a simpatia e a confiança dos patrões e a inveja de outros criados.

Certa vez, Zita foi acusada de estar dando pertences da despensa da casa para os mendigos. Assim, quando o patriarca da casa perguntou o que levava escondido no avental, ela respondeu: "são flores" e soltando o avental uma chuva delas cobriu os seus pés. Esta é uma de suas tradições mais antigas citadas pelos seus fervorosos devotos.

A sua vida foi uma obra de dedicação total aos pobres e doentes que durou até sua morte. O seu túmulo, na basílica de São Frediano, conserva até hoje o seu corpo que repousa intacto.

Santa Zita é a padroeira das empregadas domésticas.  


Concedei-nos, ó Deus, a sabedoria e o amor que inspirastes à vossa filha Santa Zita, para que, seguindo seu exemplo de fidelidade, nos dediquemos ao vosso serviço, e vos agrademos pela fé e pelas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

terça-feira, 26 de abril de 2016

O uso do nome de Deus

 
No processo de Impeachment da presidente Dilma Rousseff, após a votação de domingo passado, acrescentou-se mais um tema nos debates da atual crise. Na hora da votação, cada deputado federal, quando foi votar, também justificou as razões do seu sim ou não. As justificativas geraram as mais diferentes reações nos brasileiros: perplexidade, decepção, desânimo, inquietações, insatisfação, etc. Faço a minha reflexão sobre o uso do nome de Deus, que foi invocado 59 vezes pelos deputados.

Na tradição judaico-cristã o uso do nome de Deus está incluído nos mandamentos: “Não pronunciarás o nome do Senhor teu Deus em vão” (Ex 20, 7). Isso significa respeitar o nome de Deus pelo fato do nome pertencer a ordem da confiança e da intimidade.  O nome do Senhor é santo, por isso merece reverência, e o seu uso se fará somente para louvá-lo, bendizê-lo e glorificá-lo. 

O segundo mandamento proíbe o abuso do nome de Deus, isto é, o seu uso inconveniente, em situações que possam gerar várias interpretações e para coisas fúteis. Apelando-se para o nome de Deus para dar credibilidade aquilo que é dito ou à posição tomada, na verdade está-se empenhando a honra, a fidelidade, a veracidade e a autoridade divinas. Ao invocar o nome de Deus, Ele está sendo colocando como testemunha. Ser infiel ao que foi dito é abusar do nome de Deus, e de certo modo, fazer de Dele um mentiroso.

Homilética: 6º Domingo da Páscoa - Ano C: "A Promessa de Jesus".





Estamos no último domingo antes da Ascensão, que encerra a presença humana de Cristo na terra.A Igreja celebra nos próximos dias duas grandes festas: Ascensão e Pentecostes; convida-nos a ter os olhos postos no Céu, a Pátria definitiva a que o Senhor nos chama.

O Evangelho (Jo 14, 23-29) apresenta o final do discurso da despedida. Cristo promete aos seus discípulos enviar o Espírito Santo: “Ele vos ensinará e recordará tudo o que vos tenho dito.”

O Senhor prometera aos seus discípulos que, passado um pouco de tempo, estaria com eles para sempre. “Ainda um pouco de tempo e o mundo já não me verá. Vós, porém, tornareis a ver-me…” (Jo 14,19-20). O Senhor cumpriu a sua promessa nos dias em que permaneceu junto dos seus após a Ressurreição, mas essa presença não terminará quando subir com o seu Corpo glorioso ao Pai, pois pela sua Paixão e Morte nos preparou um lugar na casa do Pai, “onde há muitas moradas. Voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14,2-3).

Os Apóstolos, que se tinham entristecido com a predição das negações de Pedro, são confortados com a esperança do Céu. A volta a que Jesus se refere inclui a sua segunda vinda no fim do mundo e o encontro com cada alma quando se separar do corpo. A nossa morte será precisamente o encontro com Cristo, a quem procuramos servir nesta vida e que nos levará à plenitude da glória. Será o encontro com Aquele com quem falamos na nossa oração, com quem dialogamos tantas vezes ao longo do dia.

Da Oração, do trato habitual com Jesus Cristo, nasce o desejo de nos encontrarmos com Ele. A fé purifica muitas das asperezas da morte. O amor ao Senhor muda completamente o sentido desse momento final que chegará para todos. O pensamento do Céu nos ajudará a superar os momentos difíceis.

Jesus promete aos discípulos o envio de um defensor (Jo 14, 16-17), de um intercessor, que irá animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua história. Trata-se do Paráclito que é o nosso Consolador enquanto caminhamos neste mundo no meio de dificuldades e sob a tentação da tristeza. “Por maiores que sejam as nossas limitações, nós, homens, podemos olhar com confiança para os Céus e sentir-nos cheios de alegria: Deus ama-nos e liberta-nos dos nossos pecados. A presença e a ação do Espírito Santo na Igreja são o penhor e a antecipação da felicidade eterna, dessa alegria e dessa paz que Deus nos prepara” (Cristo que passa, nº 128). Invoquemos sempre o Espírito Santo! Ele é a força que nos anima e sustenta na caminhada cotidiana e nos revela a verdade do Pai.

Eu sou a videira, vós os ramos


Querendo mostrar a necessidade de estarmos unidos a ele pelo amor, e a grande vantagem que nos vem desta união, o Senhor afirma que é a videira. Os ramos são os que, já se tornaram participantes da sua natureza pela comunicação do Espírito Santo. De fato, é o Espírito de Cristo que nos une a ele.

A adesão a esta videira nasce da boa vontade; a união da videira conosco procede do seu afeto e natureza. Foi, de fato, pela boa vontade que nos aproximamos de Cristo, mediante a fé; mas participamos da sua natureza por termos recebido dele a dignidade da adoção filial. Pois, segundo São Paulo, quem adere ao Senhor torna-se com ele um só espírito (1Cor 6,17).

Do mesmo modo, o autor sagrado, noutro lugar da Escritura, dá ao Senhor o nome de alicerce e fundamento. Sobre ele somos edificados como pedras vivas e espirituais, para nos tornarmos, pelo Espírito Santo, habitação de Deus e formarmos um sacerdócio santo. Entretanto, isto só será possível se Cristo for nosso fundamento. A mesma coisa vem expressa na analogia da videira: Cristo afirma ser ele próprio a videira e, por assim dizer, a mãe e a educadora dos ramos que dela brotam.

Nele e por ele fomos regenerados no Espírito Santo, para produzirmos frutos de vida, não da vida antiga e envelhecida, mas daquela vida nova que procede do amor para com ele. Esta vida nova, porém, só poderemos conservá-la se nos mantivermos perfeitamente inseridos em Cristo, se aderirmos fielmente aos santos mandamentos que nos foram dados, se guardarmos com solicitude este título de nobreza adquirida e se não permitirmos que se entristeça o Espírito que habita em nós, quer dizer, Deus que por ele mora em nós.

O evangelista João nos ensina sabiamente de que modo estamos em Cristo e ele em nós, quando diz: A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito(1Jo 4,13).

Assim como a raiz faz chegar aos ramos a sua seiva natural, também o Unigênito de Deus concede aos homens, sobretudo aos que lhe estão unidos pela fé, o seu Espírito. Ele os conduz à santidade perfeita, comunica-lhes a afinidade e parentesco com sua natureza e a do Pai, alimenta-os na piedade e dá-lhes a sabedoria de toda virtude e bondade.



Do Comentário sobre o Evangelho de São João, de São Cirilo de Alexandria, bispo (Lib. 10,2: PG 74,331-334)         (Séc.V)

Um pouco sobre os Anjos


CRIAÇÃO, NATUREZA E MISSÃO

O Catecismo da Igreja Católica constitui para nós: o que cremos, o que celebramos, o que vivemos e o que rezamos. A existência dos Anjos é para nós uma verdade de fé (CAT 238): isto é, somos chamados a acolher essa verdade tantas vezes afirmada pelo Magistério da Igreja e pela sã Teologia.

Portanto, nós católicos cremos na existência de Deus como também na existência dos Anjos; não porque sempre é possível através da nossa inteligência humana provar matematicamente o que cremos, uma vez que a lógica humana não é a lógica de Deus. Ter fé é aderir e acolher o pensamento de Deus que chega até nós mediante a Sagrada Escritura, o Magistério, a Tradição, a Teologia e a experiência dos místicos e dos santos.

Os Anjos foram criados à imagem e semelhança de Deus para servi-lo com a sua inteligência e vontade. Santo Agostinho nos ensina: O Anjo é espírito pelo que é, e Anjo pelo que faz.

O nome Anjo significa mensageiro e não identifica a natureza do ser espiritual que ele é, mas a sua função. Desse modo o seu ser é espírito e o seu ofício é Anjo. Mas então quem são essas criaturas amigas dos homens, mensageiros de Deus em nossa vida?

O Santo Anjo do Senhor serve a Deus, contempla a Sua glória, testemunha, guarda, anuncia e executa a Sua Palavra no governo e conservação do universo. Serve a Deus também servindo ao Homem.

Um Anjo fiel foi deixado para cada homem, do nascimento à morte, como guardião e núncio dos mistérios para a sua salvação (São Basílio).

“Eles aí estão, desde a criação, e ao longo de toda História da Salvação, anunciando de longe ou de perto essa salvação e servindo ao desígnio divino da sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu filho, seguram a mão de Abraão, a lei é comunicada por ministério deles, conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações, assistem os profetas. Finalmente é o Anjo Gabriel que anuncia o nascimento do João Batista e do Próprio Jesus” (CIC, 332). “Desde a Encarnação até a Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da adoração e do serviço dos anjos. (…) Protegem a infância de Jesus, servem Jesus no deserto, reconfortam-no na agonia, embora tivesse podido ser salvo por eles da mão dos inimigos, como outrora Israel. São ainda os anjos que evangelizam, anunciando a Boa Nova da Encarnação e da Ressurreição de Cristo. Estarão presentes no retorno de Cristo, que eles anunciam, a serviço do juízo que o próprio Cristo pronunciará” (CIC, 333).

Deus é, portanto, o centro da existência dos Anjos e dos Homens, porque por Ele e para Ele todas as coisas foram feitas, as visíveis e as invisíveis. 

Santo Anacleto (Cleto)


São Anacleto era grego. Seu nome significa “aquele que é chamado”.

Anacleto foi ordenado diácono por São Pedro. Discípulo fiel, Anacleto seguia Pedro por todo parte, desbravando a cidade de Roma e conhecendo a realidade das diversas igrejas cristãs.

Foi eleito papa em Roma e aproveitou um tempo de paz concedida aos cristãos sob o reinado do imperador Vespasiano para organizar a Igreja que crescia rapidamente. Chegou a ordenar vinte e cinco sacerdotes em Roma. Também foi dele a estranha ordem de que os homens cristãos não deveriam ter cabelos compridos.

Anacleto foi o segundo sucessor de São Pedro e foi o terceiro Papa da Igreja de Roma, governando-a entre os anos 76 e 88.

Ele mandou construir um pequeno templo na tumba de São Pedro. Morreu mártir no ano 88 e foi sepultado ao lado de São Pedro.

Com o passar dos anos, a vida de Santo Anacleto confundiu-se em duas: durante muito tempo a Igreja celebrou Santo Anacleto e santo Cleto como dois santos diferentes. No fim, os dois eram a mesma pessoa.  



Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que Santo Anacleto governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

A pregação da verdade


A Igreja, espalhada pelo mundo inteiro até os confins da terra, recebeu dos apóstolos e de seus discípulos a fé em um só Deus, Pai todo-poderoso, que criou o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe (cf. At 4,24); em um só Jesus Cristo Filho de Deus, que se fez homem para nossa salvação; e no Espírito Santo, que, pela boca dos profetas, anunciou antecipadamente os desígnios de Deus: a vinda de Jesus Cristo, nosso amado Senhor, o seu nascimento de uma Virgem, a sua paixão e ressurreição de entre os mortos, a ascensão corporal aos céus, a sua futura vinda do céu na glória do Pai. Então ele virá para recapitular o universo inteiro (cf. Ef 1,10) e ressuscitar todos os homens, a fim de que, segundo a vontade do Pai invisível, diante de Cristo Jesus nosso Senhor, Deus, Salvador e Rei, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua o proclame (cf. Fl 2,10-11), e ele julgue todos os homens com justiça.

A Igreja recebeu, como dissemos, e guarda com todo cuidado esta pregação e esta fé; apesar de espalhada pelo mundo inteiro, guarda-a como se morasse em uma só casa. Acredita nela como quem possui uma só alma e um só coração; e a proclama, ensina e transmite, como se tivesse uma só boca. Porque, embora através do mundo haja línguas muito diferentes, a força da Tradição é uma só e a mesma para todos.

As Igrejas fundadas na Germânia, as que se encontram na Ibéria e nas terras celtas, as do Oriente, do Egito e Líbia, ou as do centro do mundo, não creem nem ensinam de modo diferente. Assim como o sol, criatura de Deus, é um só e o mesmo para todo o universo, igualmente a pregação da verdade brilha em toda parte e ilumina todos os homens que querem chegar ao conhecimento da verdade.

E dos que presidem às Igrejas, nem mesmo o mais eloquente, dirá coisas diferentes das que afirmamos, pois ninguém está acima do divino Mestre; nem o orador menos hábil enfraquecerá a Tradição. Sendo uma só e mesma a fé, nem aquele que muito diz sobre ela a aumenta, nem aquele que diz menos a diminui.



Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo
(Lib. 1,10,1-3:PG 7,550-554)        (Séc.II)