CRIAÇÃO,
NATUREZA E MISSÃO
O Catecismo da Igreja Católica constitui para nós:
o que cremos, o que celebramos, o que vivemos e o que rezamos. A existência dos
Anjos é para nós uma verdade de fé (CAT 238): isto é, somos chamados a acolher
essa verdade tantas vezes afirmada pelo Magistério da Igreja e pela sã Teologia.
Portanto, nós católicos cremos na existência de
Deus como também na existência dos Anjos; não porque sempre é possível através
da nossa inteligência humana provar matematicamente o que cremos, uma vez que a
lógica humana não é a lógica de Deus. Ter fé é aderir e acolher o pensamento de
Deus que chega até nós mediante a Sagrada Escritura, o Magistério, a Tradição,
a Teologia e a experiência dos místicos e dos santos.
Os Anjos foram criados à imagem e semelhança de
Deus para servi-lo com a sua inteligência e vontade. Santo Agostinho nos
ensina: O Anjo é espírito pelo que é, e Anjo pelo que faz.
O nome Anjo significa mensageiro e não identifica a
natureza do ser espiritual que ele é, mas a sua função. Desse modo o seu ser é
espírito e o seu ofício é Anjo. Mas então quem são essas criaturas amigas dos
homens, mensageiros de Deus em nossa vida?
O Santo Anjo do Senhor serve a Deus, contempla a
Sua glória, testemunha, guarda, anuncia e executa a Sua Palavra no governo e
conservação do universo. Serve a Deus também servindo ao Homem.
Um Anjo fiel foi deixado para cada homem, do
nascimento à morte, como guardião e núncio dos mistérios para a sua salvação
(São Basílio).
“Eles aí estão, desde a criação, e ao longo de toda
História da Salvação, anunciando de longe ou de perto essa salvação e servindo
ao desígnio divino da sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot,
salvam Agar e seu filho, seguram a mão de Abraão, a lei é comunicada por
ministério deles, conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações,
assistem os profetas. Finalmente é o Anjo Gabriel que anuncia o nascimento do
João Batista e do Próprio Jesus” (CIC, 332). “Desde a Encarnação até a
Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da adoração e do serviço dos
anjos. (…) Protegem a infância de Jesus, servem Jesus no deserto,
reconfortam-no na agonia, embora tivesse podido ser salvo por eles da mão dos
inimigos, como outrora Israel. São ainda os anjos que evangelizam, anunciando a
Boa Nova da Encarnação e da Ressurreição de Cristo. Estarão presentes no
retorno de Cristo, que eles anunciam, a serviço do juízo que o próprio Cristo
pronunciará” (CIC, 333).
Deus é, portanto, o centro da existência dos Anjos
e dos Homens, porque por Ele e para Ele todas as coisas foram feitas, as
visíveis e as invisíveis.
NEM
TODOS OS ANJOS FORAM FIÉIS
Os Anjos são criaturas de Deus, nossos irmãos
invisíveis, que por amor do Altíssimo velam por nós; cuidam de nós.
Guardando-nos de todo mal, levando-nos sempre para o bem e conduzindo-nos nas
veredas que nos levam ao encontro com Deus, na experiência profunda da Salvação
em Jesus Cristo.
Mas nem todos os Anjos foram fiéis. Tiveram uma
prova e optaram pelo orgulho que leva a divisão. A soberba de querer igualar-se
a Deus e a inveja do amor de Deus pelos homens fizeram com que alguns deles
livremente e aderindo à rebeldia de Lúcifer, se desviassem do amor divino e se
opusessem a Cristo e, por consequência, à Maria, Mãe do Filho de Deus e aos
homens que são Seus irmãos.
Conhecemos a história: esses são os anjos rebeldes
ou demônios, aqueles que se revoltaram contra Deus e perderam seu brilho, a
beleza de sua natureza. Eram perfeitos e de visão de beatitude enquanto
estiveram na presença do Deus Altíssimo, mas quando se afastaram de Deus
perderam a beleza do Criador e se tornaram demônios precipitados no inferno que
sob a liderança de Satanás vivem por fazer perder almas, levando-as ao pecado e
a eternidade sem Deus.
De acordo com a Palavra de Deus e segundo os ricos
ensinamentos deixados por São Tomás de Aquino podemos afirmar que os anjos
caídos vieram das ordens dos Querubins, Potestades e Principados. Mas mesmo
assim “em tudo somos mais que vencedores em Cristo Jesus”.
Os Anjos de Deus caminham conosco, defendendo-nos
no combate de cada dia para saborearmos já aqui na terra a vitória conquistada
por Jesus Cristo. Os que estão conosco, são maiores, são melhores e mais
numerosos dos que estão com eles, diz a Escritura.
QUEM
SÃO OS ANJOS?
Natureza: Segundo São Tomás de Aquino, Anjo é uma
criatura espiritual única diante de Deus, dotada de dons naturais que recebeu
em sua criação. Mas ainda assim é um ser criado, portanto limitado, apesar de
ser imaterial, incorpóreo, imortal e incorruptível.
Assim, tudo que é inerente ou dependa de um corpo,
não faz parte natureza de um Anjo, tal como: nutrir-se (Tb 12, 15-19), respirar,
locomover, descansar e gerar sexualmente, unindo-se a outro corpo. Dessa
maneira, o Anjo, além de ser uma criatura puramente espiritual é também um ser
pessoal, bom por natureza, nominalmente conhecido por Deus.
Um espírito subsistente que possui intelecto,
vontade, liberdade, capaz de comunicar seu pensamento a outro Anjo, por meio da
sua vontade.
Comunicação com outro Anjo: A distância local em
nada intervém na comunicação dos Anjos. Comunica-se com outro, quando, por
exemplo, um Anjo superior fala ao inferior e o ilumina, ou quando um inferior
fala ao superior e aprende dele o que precisa. Um anjo comunica-se com Deus
para consultá-Lo ou admirá-Lo.
Faculdade – Amar: O amor pela criatura produz nela
um amor semelhante ao do Criador. Com o seu “sim” o Anjo converteu todo seu
entender, querer e agir para este amor. Com o seu “não” ironizou o ódio e
tornou-se o maior adversário do amor. Todo Anjo, seja bom ou mal, tem a
capacidade de entender, querer, decidir e escolher simultânea, direta de
sentir, uma única vez definitiva e perfeitamente uma ou muitas coisas como elas
são, sem sentir, emocionar-se, abstrair ou raciocinar.
O que diferencia a alma humana do espírito angélico
(anjo mal) é que a alma humana tem o estado de corrupção pelo pecado que poderá
ser revertido sempre que há arrependimento e contrição através do sacramento da
confissão. Enquanto os anjos decaídos pelo seu não livre diante de Deus possuem
sua natureza corrompida, sem volta, sem que possam fazer qualquer coisa para
reverter essa situação. O demônio não escolheu sem conhecer o amor de Deus, mas
ao contrário teve em si a experiência desse amor em sua criação.
A
HIERARQUIA CELESTIAL DOS ANJOS
A
Hierarquia é o governo sagrado
São Tomás de Aquino nos ensina que: “A própria
razão de hierarquia requer a diversidade de ordens de acordo com os diferentes
ofícios e atividades de cada natureza pertencente a uma hierarquia, e que uma é
superior, outra é média e outra inferior.”
Uma Ordem Angélica é uma multidão de Anjos que se
assemelham em virtude de alguma perfeição, graça recebida e a comum
participação nos dons naturais. Cada ordem é denominada de acordo com as suas
propriedades, ou seja, em razão das suas perfeições próprias. Estes graus de
perfeição que distinguem as ordens entre si, dentro de cada hierarquia, estão
suficientemente justificados se sempre tiverem em conta a ordem Trinitária
expressa em toda a criação.
A Hierarquia Celeste assim estabelece que os Coros
Angélicos (ou Ordens) encontram-se agrupados em três hierarquias:
Primeira
Hierarquia – se divide em três ordens:
1ª –
Serafins (ardor caritativo: imagem do amor divino)
2ª –
Querubins (plenitude de ciência: imagem da sabedoria divina)
3ª – Tronos
(assento de Deus: compreende o juízo de divino)
Segunda Hierarquia – se divide em três ordens:
1ª –
Dominação (governo dos próprios anjos: domina e distingue o que fazer)
2ª – Virtude
(executa a ordem da dominação com relação à natureza física)
3ª –
Potestade (ocupa-se do combate aos anjos caídos)
Terceira
Hierarquia – se divide em três ordens:
1ª –
Principado (guia na execução dos atos e dirige os destinos das nações)
2ª – Arcanjo
(anuncia importantes missões aos homens e guarda as pessoas que desempenham
importantes funções para a glória de Deus, como o papa, os bispos, os sacerdotes
e os líderes leigos)
3ª – Anjo
(anuncia, comunica e protege individualmente cada homem)
SANTOS
ARCANJOS: MIGUEL, GABRIEL E RAFAEL
A Comunidade SANTOS ANJOS caminha na adoção
espiritual de seus patronos, seguindo como exemplo de ministério e ainda como
guardas e especiais intercessores, os Anjos de Deus, com particular atenção aos
méritos dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.
São Miguel
Arcanjo: A expressão “Quem como Deus” mostra a grandeza de seu envio e
estabelece seu testemunho de fidelidade e reconhecimento da Majestade Divina, o
Deus inigualável, amor infinito e misericordioso – Deus único, onipotente,
Senhor e Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis. Honrando o glorioso
patrono São Miguel Arcanjo, a Comunidade celebra solenemente com a Igreja a
Festa dos Arcanjos no dia 29 de setembro, data de grande importância que desde
o início foi reservada à consagração de seus membros. Por conta disso é
realizado desde os primeiros tempos da Fundação um período de preparação e
reflexão que se manifesta através da “Quaresma de São Miguel Arcanjo”, onde a
Comunidade unida e distribuída em grupos de partilha vive durante quarenta dias,
a experiência de um verdadeiro reavivamento da vocação, através de reuniões
semanais de formação e de exercícios espirituais diários. Iniciamos essa
quaresma no dia 21 de agosto e percorremos esse período de oração numa
constante e fervorosa invocação dos nove coros dos Anjos de Deus.
São Gabriel
Arcanjo: Assim chamado como Poder de Deus e considerado como o Anjo
da Redenção, Gabriel é o Anjo do Anúncio por excelência. Através dele chegou a
humanidade a mais sublime dentre todas as notícias: o Anúncio da Encarnação do
Verbo de Deus – Jesus Cristo, o Filho de Deus feito Homem – o Emanuel! A
devoção ao Arcanjo Gabriel que é celebrada durante todo ano, tem como ponto de
maior intensidade o dia 25 de março, Festa da Anunciação do Senhor – página do
Evangelho que Deus nos concedeu para que seja constantemente atualizada na
Igreja e no mundo, pelo exercício da espiritualidade do nosso carisma. Apesar
dessa particular consideração que se manifesta durante todo o ano, a Comunidade
é especialmente convocada no dia 17 de março a rezar uma Novena em Honra do
Arcanjo do Anúncio, intercedendo pelos necessitados de conversão, buscando
levá-los ao conhecimento e a prática da Palavra de Deus.
São Rafael
Arcanjo: A medicina de Deus, o Senhor que cura e que liberta: “Tem ânimo,
porque é fácil a Deus curar-te!” (Tb 5, 13) – Aquele que conduz o povo de Deus,
que zela por suas necessidades – “Eu o levarei até lá e to reconduzirei” (Tb
5,15). Nesse contexto a Comunidade busca os favores do Arcanjo Rafael nas
intenções daqueles que são atendidos pelos nossos ministérios de oração e
celebra sua intercessão entre os dias 10 e 18 de outubro, através de uma novena
que promove um tempo especial de oração e reflexão para cura e libertação, na
constante busca de superarmos, também com a ajuda desses exercícios de piedade,
os obstáculos que dificultam uma total entrega a Jesus Cristo. Os ofícios de
São Rafael que estão amplamente ilustrados no livro de Tobias inspiram a
Comunidade para no seu apostolado: anunciar e testemunhar a verdade; conduzir à
reconciliação, a cura e a libertação; realizar a intercessão pelos casais e
pelos jovens que buscam o matrimônio; e através da oração apresentar a Deus, em
suas necessidades e aflições, todas as pessoas acolhidas pelo nosso ministério.
PAULO ROBERTO
B. DINIZ
Fundador e
Moderador Geral
Comunidade
Católica SANTOS ANJOS
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Comunidade
Católica Santos Anjos
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