sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Palavra de Vida: “Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus” (1Cor 3,22-23).


Estamos na comunidade dos cristãos de Corinto, muito viva, cheia de iniciativas, animada internamente por grupos ligados a diversos líderes carismáticos. Daí também a existência de tensões entre pessoas e grupos, divisões, culto de personalidade, vontade de aparecer. Paulo intervém com decisão, lembrando a todos que, em meio à riqueza e variedade de dons e lideranças da comunidade, algo de muito mais profundo liga seus membros em unidade: o fato de pertencerem a Deus.

Ressoa, mais uma vez, o grande anúncio cristão: Deus está conosco. Não estamos desnorteados, órfãos, abandonados a nós mesmos. Mas, sendo filhos Dele, pertencemos a Ele. Como verdadeiro pai, Ele cuida de cada um, sem deixar-nos faltar nada daquilo que precisamos para o nosso bem. Mais ainda, Ele é superabundante no amor e nas dádivas: “Tudo vos pertence – como afirma Paulo: o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro, tudo é vosso!”. Ele nos deu até mesmo o seu Filho, Jesus.

Como é imensa a confiança da parte de Deus ao colocar tudo em nossas mãos! Por outro lado, quantas vezes abusamos dos seus dons: arrogamo-nos a donos da criação até o ponto de saqueá-la e degradá-la; donos dos nossos irmãos e irmãs até o ponto de escravizá-los e massacrá- los; donos das nossas vidas até o ponto de arruiná-las no narcisismo e na degeneração.

O imenso dom de Deus – “Tudo é vosso” – exige gratidão. Muitas vezes nos lamentamos por aquilo que nos falta, ou nos dirigimos a Deus somente para pedir. Por que não olhamos ao nosso redor e descobrimos as coisas boas e bonitas que nos rodeiam? Por que não mostramos a Deus a nossa gratidão por tudo o que Ele nos doa, dia após dia?

“Tudo é vosso” é também uma responsabilidade. Ela exige de nós solicitude, ternura, zelo por aquilo que nos foi confiado: o mundo inteiro e cada ser humano; o mesmo zelo que Jesus tem por nós (“vós sois de Cristo”), o mesmo zelo que o Pai tem por Jesus (“Cristo é de Deus”).

Deveríamos saber alegrar-nos com quem está na alegria e chorar com quem chora, prontos a recolher cada gemido, divisão, dor, violência, como algo que nos pertence. E compartilhar tudo até que seja transformado em amor. Tudo nos é dado para que possamos levá- lo a Cristo, ou seja, até a plenitude de vida, e a Deus, ou seja, até a sua meta final, restabelecendo assim em cada coisa e em cada pessoa sua dignidade e seu significado mais profundo.

Pedagogia Litúrgica - Setembro de 2016: "Função da Palavra na Liturgia".


Neste mês temático dedicado à Bíblia sempre é importante refletir sobre a presença da Bíblia na Liturgia. Desta vez, a reflexão ilumina-se na função da Palavra na Liturgia, a partir das celebrações que celebraremos neste setembro de 2016. Trata-se de uma função essencial, considerando que é a Palavra que dinamiza cada celebração de modo diferenciado. Assim, se a Palavra proclama o chamamento ao discipulado (23DTC-C), toda a celebração será iluminada com a luz da proposta do discipulado. É a Palavra que irá propor as condições para se ingressar no discipulado, assumindo o projeto de Jesus, isto é, tomando a Cruz de Jesus Cristo para se colocar no seu seguimento.

É a Palavra que movimenta os diversos momentos da celebração, propondo sentimentos divinos para divinizar cada um dos celebrantes. Assim, neste Ano Santo da Misericórdia, a Palavra mostra o coração misericordioso de Deus (24DTC-C) incentivando-nos a ter um coração semelhante, capaz de acolher até mesmo quem partiu de nossa família, mas volta arrependido, como narrado na bela parábola do Pai Misericordioso (E do 24DTC-C). É a Palavra que demonstra que Deus ama de modo misericordioso, propondo amar do mesmo modo.

Brasil muda a cor do mapa político da América Latina


A batalha pelo impeachment de Dilma Rousseff não só põe fim a 13 anos de governo do PT, como também representa um grande retrocesso para a “maré vermelha” da esquerda na América Latina.

Passaram quase duas décadas desde que a esquerda avançou e tomou o poder na América Latina com a promessa de uma nova política para um novo século.

A chamada “maré rosa” – por ser mais moderada do que os vermelhos comunistas revolucionários da Guerra Fria – alcançou 15 países, a começar pela Venezuela com a eleição do falecido Hugo Chávez, em 1998.

Mas foi o Brasil que verdadeiramente tingiu de vermelho o contingente com o carismático e popular Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, sua afilhada política, quando o PT chegou ao poder em 2010.

Lula – um metalúrgico e ex-líder sindical – e Dilma – uma ex-guerrilheira que foi presa e torturada durante o regime militar (1964-1985) – mudaram e revitalizaram a imagem da velha esquerda latino-americana e seu modelo foi admirado em boa parte do planeta.

Combinando políticas ortodoxas e amigáveis ao mercado com programas sociais revolucionários, Lula sonhou com um Brasil de classe média impulsionado pelo consumo. Este sonho, no entanto, foi frustrado.

‘Boom’Lula teve a sorte de chegar ao poder com o ‘boom’ dos mercados emergentes nos anos 2000, quando a demanda voraz da China impulsionou os preços das matérias-primas, cortando a dependência do crédito externo.

Quando passou o poder a Dilma após dois mandatos, o Brasil registrava um crescimento de 7,5% e mais de 40 milhões de brasileiros haviam saído da pobreza.

Na América Latina, os que superaram a linha da pobreza somaram 75 milhões em uma década.

“Havia essa sensação de que a América Latina finalmente estava emergindo”, disse à AFP William LeoGrande, cientista político da American University de Washington.

Mas tudo desmoronou, não só para o Brasil, mas para toda a região, que amarga seu segundo ano de recessão.

“A ilusão era que seria fácil”, disse LeoGrande à AFP. “Mas claramente a dependência das matérias-primas é maior do que alguns pensavam”.

Fiéis rezarão por 40 dias em frente a hospital que realiza abortos em SP


A iniciativa 40 dias pela vida, uma campanha internacional de quarenta dias de oração, jejum e vigília pacífica contra o aborto, acontecerá pela primeira vez no Brasil neste ano. Serão doze horas diárias de vigília, oração e informação, em frente ao Hospital Pérola Byington, um hospital de referência para o aborto pós-estupro e de anencéfalos, em São Paulo.

Em 2016, a campanha acontecerá em 636 cidades de 36 países. Desde o seu início, já foram salvas 11.796 crianças do aborto; mais de 700.000 pessoas já participaram da campanha; 73 clínicas de aborto foram fechadas; e 133 pessoas envolvidas no negócio do aborto deixaram seus postos para buscar outro trabalho.

A campanha baseia-se numa ação pacífica que visa chamar a atenção da comunidade para as consequências do aborto. Os participantes são convidados a portar faixas e cartazes e a dialogar com as pessoas, incentivando-as a desistirem do aborto ou a colaborar com ele.

Reino Unido: Pedem a sacerdotes que não usem camisa clerical por medo de ataque jihadista


Não são boas as notícias que os sacerdotes do Reino Unido receberam: cuidado ao andar com clesma pelas ruas, por motivos de segurança. Especialmente para prevenir um possível ataque jihadista, agora que estão por toda a Europa.

A mensagem foi feita por um perito em segurança que assessora o Ministério do Interior britânico, Nick Tolson, que elaborou um documento de 12 páginas no qual recomenda, entre outras coisas, que cada paróquia mantenha um guarda na porta, a fim de prevenir qualquer ataque islamista, conforme publica ‘The Daily Mail’.

Trata-se de uma recomendação impactante para a opinião pública britânica, pois o fato de vigiar as igrejas é uma situação mais comum de países em guerra ou com um alto grau de perseguição religiosa, como é o caso do Iraque ou da Síria.

 Há alguns dias um sacerdote confessou que foi advertido para que não usasse o clesma nas ruas, pois há um certo temor que pudesse ser vítima de um ataque terrorista. Até esse ponto chegou o Reino Unido. Este mesmo pároco admitiu que inclusive as autoridades lhe aconselharam nunca ficar sozinho na igreja, embora assinalasse que contratar alguém para lhe ajudar a abrir a igreja a cada dia seria muito caro.

Bem-aventurados os pobres em espírito


Não há dúvida de que os pobres alcançam o dom da humildade com mais facilidade que os ricos, na medida em que aqueles, no meio das suas privações, se familiarizam facilmente com a mansidão, ao passo que estes, no meio das riquezas, se habituam facilmente à arrogância. Todavia, também não faltam ricos que usam da abundância, não para sua orgulhosa ostentação mas para obras de caridade, considerando que o melhor lucro é o que se gasta para aliviar a miséria do próximo.
 
O dom desta virtude pode encontrar-se, portanto, em todo o genéro e categoria de homens, porque podem ser iguais na disposição interior, embora diferentes nos bens da fortuna; e pouco importam as diferenças nos bens terrenos, quando há igualdade nos valores do espírito. bem-aventurada aquela pobreza que não se deixa dominar pelo amor dos bens temporais, nem põe toda a sua ambição em aumentar as riquezas deste mundo, mas deseja acima de tudo a riqueza dos bens celestes!
 
Depois do Senhor, os Apóstolos foram os primeiros a dar-nos o exemplo desta magnânima pobreza. À voz do divino Mestre deixaram tudo o que tinham; num momento, passaram de pescadores de peixes a pescadores de homens e conseguiram que muitos, imitando a sua fé, seguissem o mesmo caminho. Com efeito, entre aqueles primeiros filhos da Igreja, todos os crentes tinham um só coração e uma só alma; deixavam todas as suas posses e haveres para abraçarem generosamente a mais perfeita pobreza e enriquecerem-se de bens eternos; assim aprendiam da pregação apostólica a encontrar a sua alegria em não ter nada neste mundo e tudo possuir em Cristo.
 
Por isso, quando o apóstolo São Pedro subia para o templo e o coxo lhe pediu esmola, disse-lhe: Não tenho ouro nem prata; mas dou-te o que tenho: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda. Que há de mais sublime que esta humildade? Que há de mais rico que esta pobreza? Não tem a força do dinheiro, mas concede os dons da natureza. Aquele a quem sua mãe deu à luz enfermo de nascimento, a palavra de Pedro o tornou são; e aquele que não pôde dar a imagem de César gravada numa moeda ao homem que lhe pedia esmola, restaurou nele a imagem de Cristo dando-lhe a saúde.
 
E este tesouro não enriqueceu apenas aquele homem que recuperou a possibilidade de andar, mas também os cinco mil homens que, ante esta cura milagrosa, acreditaram na pregação do Apóstolo. Assim aquele pobre, que não tinha nada que dar a um pedinte, distribuiu tão abundantemente a graça divina que não só restituiu o vigor aos pés de um coxo, mas também a saúde da alma a tantos milhares de crentes: encontrou-os sem forças na infidelidade judaica e restituiu-lhes a agilidade para seguirem a Cristo.



Do Sermão de São Leão Magno, papa, sobre as Bem-aventuranças
(Sermo 95, 2-3: PL 54, 462) (Sec. V)

O Anticristo e a apostasia geral

 

Entretanto, irmãos, vos suplicamos, pelo advento de Nosso Senhor Jesus Cristo, e de nossa união à Ele. Que não abandoneis rapidamente vossos sentimentos, nem os assusteis com supostas revelações, com certos discursos, ou com cartas que se suponham enviadas por nós, como se o dia do Senhor estivesse muito próximo. Não deixai-vos seduzir por nada e de nenhum modo, porque não virá este dia sem que primeiro haja acontecido a apostasia geral dos fiéis, e aparecido o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se oporá à Deus e se levantará contra tudo o que se diz Deus, ou se adora, até chegar a por seu assento no templo de Deus, dando-se a entender que é Deus. Não vos recordais que, quando estava entre vós, vos dizia estas coisas?- 2 Tessalonicenses 2,1-5

 

Diz São Paulo no geral: “que nada os engane de nenhum modo” (Lc 21; 1Co 15). A razão pela qual o Apóstolo tira do meio estas “pedras de tropeço”, é porque o prelado por nenhum motivo há de querer que valendo-se de mentiras se consigam alguns bens.


“A mais disso, somos convencidos de testemunhos falsos” (1Co 15,15). Assim mesmo porque a coisa crida era perigosa: que se aproximava a chegada do Senhor.


Primeiro, porque se daria ocasião a maior engano, já que haveriam alguns, depois de mortos os Apóstolos, que diriam serem eles o Cristo (Lc 21).


Por isso o Apóstolo não quis que houvesse lugar a dúvidas. Também porque o demônio pretende com frequência fazer-se passar por Cristo, como consta na Vida de São Martinho; e não quis que os Tessalonicenses passassem pelo mesmo.

Santa Ingrid


Ingrid nasceu perto da metade do século treze, na Suécia. Seus pais deram a ela e aos outros filhos, uma educação digna dos fidalgos, no rigoroso seguimento de Cristo. A menina desde os primeiros anos de vida se mostrou muito virtuosa, amável, caridosa, surpreendendo a todos com seu cândido ideal religioso. 

No início da adolescência, como era costume da época, teve de contrair um casamento. Mesmo contrariando sua vocação, ela aceitou tudo com humilde resignação, mas continuou serenamente a cuidar das obras de caridade que fundara para os pobres e doentes abandonados. Possuindo dons especiais de profecia e cura, gozava entre a população da fama de santidade. 

Ingrid ficou viúva muito cedo e pode assim entregar-se ainda mais ao ideal de vida religiosa. Fez várias peregrinações, pela terra santa, por Roma e chegou a ir até Santiago de Compostela. Nessas andanças seu amor a Jesus só fez aumentar. 

Só então Ingrid retornou para a Suécia. Logo depois, em 1281, seguindo seu confessor e orientador espiritual, ela fez seus votos perpétuos e fundou um Mosteiro sob as regras de São Domingos. Nele, junto com um grande número de jovens da corte, se dedicou totalmente às orações contemplativas e à vida de rigorosa austeridade. 

Morreu com fama de santidade, no dia 02 de setembro de 1282. 



Pai de bondade e de misericórdia, dignai-vos cumular-nos com todos os dons do céu e na companhia de santa Ingrid da Suécia, encontrar-vos com fidelidade evangélica. Por Cristo nosso Senhor. Amém.