sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Nossa Senhora Aparecida no Carnaval


Sou muito devoto da Mãe de Jesus, Nossa Senhora, invocada com carinho sob muitos títulos. Desde criança, aprendi a rezar o terço, a cantar à “Mãezinha do Céu” e a me consagrar a ela todos os dias. Com o povo católico, alegro-me pela comemoração dos 300 anos do achado da imagem sagrada da Mãe Aparecida e escrevi, recentemente, uma carta pastoral à Arquidiocese de São Paulo, com o título “Viva a Mãe de Deus e nossa”, sobre o lugar de Maria no coração de Deus, de Jesus Cristo e da Igreja, não podendo estar ausente do coração dos cristãos. E fico triste cada vez que se desrespeita a Mãe de Jesus; é como se fosse destratada minha própria mãe.

Desejo, pois, desfazer dúvidas e temores a respeito da “homenagem a Nossa Senhora Aparecida” que a escola de samba “Unidos de Vila Maria” vai fazer no carnaval de 2017, em São Paulo. No dia 25 de março de 2015, fui procurado pelos representantes da citada escola de samba. Em vista do 3º centenário do encontro da imagem sagrada nas águas do rio Paraíba do Sul, achavam que seria a ocasião propícia para apresentar o tema de Aparecida num enredo do carnaval de 2017, como um tributo a Nossa Senhora Aparecida. Indaguei sobre o formato da proposta que apresentavam e, desde logo, procurei verificar se era algo sério, que não desrespeitasse minimamente a Mãe de Jesus, ou debochasse da fé do povo católico. Obtive todas a explicações que desejava e lhes informei que era necessário refletir e que a “autorização” pedida não dependia apenas do arcebispo de São Paulo. Eles, desde logo, se dispuseram a aceitar todas as orientações de nossa parte. Mais ainda: pediram uma supervisão, da parte da Igreja, para os preparativos da homenagem.

A questão foi levada ao conhecimento do Conselho Pro-Santuário Nacional de Aparecida, encarregado de acompanhar, em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a vida pastoral e administrativa do Santuário. Participam do Conselho, além do Arcebispo de Aparecida e do Presidente da CNBB, vários outros arcebispos do Brasil e também o Reitor da Basílica. O pedido da “Vila Maria” foi exposto na reunião de 27 de março de 2015. Levantaram-se várias questões e foram pedidos esclarecimentos, em vista de uma resposta à Escola Unidos de Vila Maria.

O Conselho, por unanimidade, deu parecer favorável à iniciativa, mas recomendou que fossem observados alguns critérios: 1. Respeito à imagem de Nossa Senhora Aparecida, à fé e à religiosidade do povo católico; 2. Fidelidade aos fatos históricos; 3. Apresentação da genuína piedade mariana católica, sem sincretismos; 4. Decoro no desfile da escola, sem exposição de nudez; 5. Supervisão dos preparativos pelo Santuário de Aparecida e pela Arquidiocese de São Paulo.

A agremiação aceitou sem reservas todos esses critérios. Os Diretores da “Unidos de Vila Maria” asseguraram que também eles são devotos de Nossa Senhora Aparecida e, longe de desrespeitarem a Mãe de Deus, eles lhe queriam tributar uma singela homenagem, em nome de todos os brasileiros. O Reitor do Santuário Nacional e representantes da Arquidiocese de São Paulo acompanharam a elaboração da proposta do desfile. Antes da confecção das alegorias, os projetos e a letra do samba-enredo foram mostrados e receberam sugestões. Por isso, até o presente, não há motivos para pensar que a imagem de Maria seja profanada, nem que seja desrespeitada a fé dos católicos. Na sede da “Unidos de Vila Maria” há um nicho com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, sempre com flores, e as pessoas rezam diante dela.

A apresentação consistirá numa série de alegorias, música e danças, narrando o encontro da imagem, o contexto histórico e social da época, as primeiras devoções e milagres, a relação da Princesa Isabel com Aparecida, oferecendo o manto e a coroa, a construção das duas basílicas, as romarias e o significado cultural da devoção a Nossa Senhora Aparecida. Trata-se de algo mais amplo do que uma homenagem religiosa. 

Filme sobre Papa Francisco estreia dia 9 de março nos cinemas do Brasil


Papa Francisco – Conquistando Corações estreia nos cinemas do Brasil dia 9 Março. A produção distribuída no país pela Mares Filmes e Alpha Filmes conta a história de Bergóglio da época de namoro até tornar-se o primeiro Papa Latino Latino.



“Quando criança, o jovem Jorge nunca imaginaria quem viria a se tornar no futuro. Com o passar dos anos, o argentino Jorge Mario Bergoglio (Darío Grandinetti) começou sua preparação para, finalmente, ser sacramentado como o Sumo Pontífice da Igreja Católica, o Papa Francisco. Além de conquistar a confiança e simpatia dos fiéis, e boa parte da opinião pública, ele se tornou o primeiro Papa da América latina. Esta é a história de sua vida", diz a sinopse do longa.

Tende para Deus o desejo do coração


O que nos foi prometido? Seremos semelhantes a ele porque nós o veremos como é. A língua o disse como pôde. O coração imagine o restante.O que pôde dizer, até mesmo João, em comparação daquele que é? O que poderíamos nós dizer, homens tão longe do valor do próprio João?

Recorramos por isso, para sua unção, para aquela unção que ensina no íntimo o que não conseguimos falar. Já que não podeis ver agora, prenda-vos o desejo. A vida inteira do bom cristão é desejo santo. Aquilo que desejas, ainda não o vês. Mas, desejando, adquires a capacidade de ser saciado ao chegar a visão.

Se queres, por exemplo, encher um recipiente e sabes ser muito o que tens a derramar, alargas o bojo seja da bolsa, do odre, ou de outra coisa qualquer. Sabes a quantidade que ali porás e vês ser apertado o bojo. Se o alargares ele ficará com maior capacidade. Deste mesmo modo Deus, com o adiar, amplia o desejo. Por desejar, alarga-se o espírito. Alargando-se, torna-se capaz.

Desejemos pois, irmãos, porque havemos de ser saciados. Vede Paulo como alarga o coração, para poder conter o que vem depois: Não que já tenha recebido ou já seja perfeito; irmãos, não julgo ter conseguido o prêmio.

Que fazes então nesta vida, se ainda não conseguiste? Uma coisa só, esquecido do que ficou para trás, lanço-me para a frente, para a meta, corro para a palma da vocação suprema. Diz lançar-se e correr para a meta. Sentia-se incapaz de captar o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, nem subiu ao coração do homem.

É esta a nossa vida: exercitamo-nos pelo desejo. O santo desejo nos exercita, na medida em que cortamos nosso desejo do amor do mundo. Já falamos algumas vezes do vazio que deve ser cheio. Vais ficar repleto de bem, esvazia-te do mal.

Imagina que Deus te quer encher de mel. Se estás cheio de vinagre, onde pôr o mel? É preciso jogar fora o conteúdo do jarro e limpá-lo, ainda que com esforço, esfregando-o, para servir a outro fim.

Digamos mel, digamos ouro, digamos vinho, digamos tudo quanto dissermos e quanto quisermos dizer, há uma realidade indizível: chama-se Deus. Dizendo Deus, o que dissemos? Esta única sílaba é toda a nossa expectativa. Tudo o que conseguimos dizer, fica sempre aquém da realidade. Dilatemo-nos para ele, e ele, quando vier, encher-nos-á. Seremos semelhantes a ele; porque o veremos como é.



Dos Tratados sobre a Primeira Carta de São João, de Santo Agostinho, bispo (Tract.4,6: PL 35,2008-2009)                (Séc.V)

Abandonaste o primeiro amor, lembra-te onde caiste


Os três passos para livrar-se da ocasião do pecado:

O primeiro passo é afastar-se; o segundo, rezar. O terceiro passo é vigiar.

O primeiro amor causa impacto, e o primeiro amor com Deus também é um primeiro impacto, o qual, muitas vezes, muda-nos radicalmente. Quando nossa vida é transformada por esse primeiro amor, até o modo como nos relacionamos com o outro muda, seja no jeito de olhar, falar ou cuidar. Tudo muda!

Esse primeiro amor, no entanto, precisa perdurar, não o podemos deixar esfriar. Nossa vida tem de ser inteiramente de Deus, não somente a metade dela; precisamos viver esse primeiro amor todos os dias. 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Iraque: Primeiras famílias retornam à área recuperada de Mosul


Apesar da insegurança, algumas famílias cristãs começaram a voltar à área oriental de Mosul (Iraque), recuperada recentemente das mãos do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS), contra o qual o exército iraquiano, as forças curdas e a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos continuam lutando.

Segundo informou hoje a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), “cerca de três famílias armênias já voltaram para suas casas nessas áreas resgatadas recentemente”.

Por sua vez, a agência vaticana Fides informou no dia 7 de fevereiro, que o Bispo sírio-ortodoxo de Mossul, Mar Nicodemo Daoud Matti Sharaf, visitou a Igreja Ortodoxa de Santo Efrem, que durante a ocupação foi usada pelos terroristas como sede do Conselho de Estado dos Mujahidin e, posteriormente, convertida em uma mesquita.

Segundo testemunhos, a igreja foi danificada e ainda dá para ver os símbolos do ISIS. O templo foi ocupado em julho de 2014 e os extremistas muçulmanos arrancaram a cruz que estava na cúpula.

No último dia 9 de setembro, durante ataques aéreos da coalizão, foram danificados alguns edifícios localizados perto da igreja de Santo Efrem e a sírio-católica dedicada a São Paulo, que também está localizada nos “bairros da polícia”. 

Cardeais respaldam papa Francisco e expõem guerra com conservadores


Há duas semanas, como diria Bento XVI em sua despedida, as águas estão um pouco agitadas no Vaticano. Além da já conhecida resistência de alguns setores da Cúria aos ares de mudança trazidos pelo papa Francisco, há dois importantes acontecimentos recentes: a guerra em plena luz do dia com o Grão-Mestre da Ordem de Malta, que acabou destituído pelo próprio Pontífice, e o surgimento de diversos cartazes contra as medidas de abertura de Francisco colados nos muros de algumas ruas de Roma. A confirmação desse mal-estar chegou com um gesto pouco habitual do grupo de cardeais mais próximos do Papa, que lhe manifestaram seu apoio público em resposta aos “últimos acontecimentos”. Um comunicado que é bastante revelador, tendo em vista a obviedade que expressa e a rara disposição dos religiosos em ventilar assuntos internos.

O chamado C9, grupo de cardeais aos quais o Pontífice encarregou o estudo e o projeto das reformas da Igreja, reuniu-se pela décima oitava vez nesta semana. Tais encontros ocorrem desde 2013 sem divulgação de grandes anúncios, exceto a importante criação da comissão para a defesa dos menores. No entanto, no começo da reunião de segunda-feira, o grupo de cardeais se aventurou com um brevíssimo texto. “Em relação aos recentes acontecimentos, o Conselho de Cardeais expressa o pleno apoio ao Papa, assegurando, ao mesmo tempo, a adesão e o apoio pleno à sua pessoa e ao seu magistério”.

A que acontecimentos se referem os cardeais do C9? Um de seus integrantes, o monsenhor Reinhard Marx, esboçou nesta terça uma resposta às perguntas da imprensa. “Vocês sabem quais acontecimentos... Era hora de repetir que o apoiamos. Não queremos dramatizar esse tema. Temos discussões na Igreja, mas a lealdade ao Papa é inerente à fé católica. O que queríamos dizer está no comunicado.” 

Itália: Bispo suspende padrinhos em batizados e crismas por falta de “responsabilidade de transmitir a fé com o testemunho de vida”.


O Bispo de Melfi-Rapolla-Venosa, Dom Gianfranco Todisco, surpreendeu com a drástica decisão de eliminar por três anos, mediante um decreto ad experimentum, os padrinhos e madrinhas de Batismo e Crisma. O decreto indica como motivo que, muitas vezes, falta a “responsabilidade de transmitir a fé com o testemunho de vida entre os escolhidos.

No decreto, assinado em outubro de 2016 mas divulgado nos últimos dias, o Bispo explica que os párocos de sua jurisdição não podem garantir a idoneidade dos candidatos a padrinhos que os paroquianos apresentam.

“Muitos padrinhos e madrinhas, apesar de serem boas pessoas, não têm plena consciência do papel que devem desenvolver de testemunho da fé, porque são escolhidos com critérios familiares, de amizade ou sociais”, indica o decreto.

Diante da polêmica decisão, Mons. Piero Amenta, Prelado Auditor do Tribunal da Rota Romana, declarou à ACI Stampa (agência em italiano do grupo ACI) que, segundo o Código de Direito Canônico, a presença do padrinho ou da madrinha “não é totalmente necessária nem totalmente indispensável”.

O cânone 872 do Código de Direito Canônico estabelece: “Dê-se, quanto possível, ao batizando um padrinho, cuja missão é assistir na iniciação cristã ao adulto batizando, e, conjuntamente com os pais, apresentar ao batismo a criança a batizar e esforçar-se por que o batizado viva uma vida cristã consentânea com o batismo e cumpra fielmente as obrigações que lhe são inerentes”.

Segundo Mons. Amenta, o Bispo de Melfi utiliza um decreto que “suspende a vigência do cânone, que por outro lado já relativizava a figura do padrinho e da madrinha”. Entretanto, o especialista da Rota considera que a decisão poderia confundir.

Em sua opinião, “teria sido melhor uma carta a todo o clero na qual o Bispo poderia explicar que, assim como o cânone o faz facultativo, foi tomada a decisão de evitar os padrinhos, pelo menos para garantir uma uniformidade de comportamento da parte dos párocos”.

Mons. Amenta está de acordo com a necessidade de decisões corajosas para renovar a pastoral sacramental, mas se pergunta se a suspensão dos padrinhos seja a solução adequada.

Segundo o especialista, deveriam buscar “conferir o sacramento do Batismo e da Crisma pedindo também aos pais um tipo de percurso de fé. Ter também a coragem de recusar um sacramento se derem conta de que a família na qual os filhos e jovens crescem não é capaz de transmitir sequer um vago sentido da fé”. 

Cardeal propõe em que situações divorciados em nova união poderiam comungar


O Cardeal Francesco Coccopalmerio, presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, assegura, em seu novo livro sobre a exortação pós-sinodal “Amoris Laetitia” do Papa Francisco, que divorciados em nova união poderiam receber a comunhão quando supostamente desejarem mudar esta situação irregular e não puderem.

A apresentação do livro “O capítulo 8 da Exortação Apostólica pós-Sinodal Amoris Laetitia” foi realizada na sala de conferências da Rádio Vaticano, mas o Cardeal não esteve presente devido a outros compromissos inevitáveis.

No texto – publicado em italiano pela Livraria Editrice Vaticana – o Purpurado comenta um dos temas que causaram mais controvérsia durante o Sínodo dos Bispos sobre a Família, realizado em 2014 e 2015 no Vaticano, e incluído na exortação publicada em abril de 2016.

O capítulo oito de “Amoris Laetitia” tem como título “Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade” e trata sobre a posição que a Igreja deve ter com relação aos casais em crise e os divorciados em nova união. “O caminho da Igreja é o de não condenar eternamente ninguém; derramar a misericórdia de Deus sobre todas as pessoas que a pedem com coração sincero”, afirma o Papa Francisco no documento.

Concretamente no parágrafo 299, o Pontífice assinala: “Acolho as considerações de muitos Padres sinodais que quiseram afirmar que os batizados que se divorciaram e voltaram a casar civilmente devem ser mais integrados na comunidade cristã sob as diferentes formas possíveis, evitando toda a ocasião de escândalo”.

Em seguida, manifesta que “é possível apenas um novo encorajamento a um responsável discernimento pessoal e pastoral dos casos particulares, que deveria reconhecer: uma vez que o grau de responsabilidade não é igual em todos os casos, as consequências ou efeitos de uma norma não devem necessariamente ser sempre os mesmos”.