segunda-feira, 17 de abril de 2017

Semelhantes e Opostos


Chegaram a um antiquário duas peças raras: um confessionário e um divã. Dizem que no silêncio da noite as coisas conversam entre si (e ninguém contesta, pois a maioria dos humanos está dormindo nessa hora). O divã olhou o confessionário de alto a baixo e perguntou:

– Quem e o que é você? Eu nunca vi algo semelhante.

O confessionário muito educado, respondeu:

– Boa noite, Doutor Divã! Eu sou um confessionário, outrora muito utilizado e, vim de um tradicional Mosteiro. Era em mim que os monges atendiam a confissão dos fiéis. E você de onde é?

O divã mirou o confessionário com arrogância:

– Eu sou deveras importante. Pertenci a um conceituado consultório de psiquiatria, cujo profissional, era um ilustre psiquiatra e, que atendia às figuras mais famosas da sociedade.

O confessionário com humildade disse:

– Os monges que atendiam as confissões em mim, eram homens santos e desconhecidos, que recebiam carinhosamente qualquer tipo de gente, famosa ou não, que desejasse o perdão de Deus aos seus pecados.

O divã ensoberbeceu-se ainda mais:

– Deus? Isso é uma crendice popular. Todo o homem que conseguir usar bem a sua inteligência, torna-se o seu próprio deus.

Bastante chateado, o confessionário replicou:

– Você diz assim, creio que influenciado pelo ambiente em que vivia e, ignora que, até Sigmund Freud (o pai da psiquiatria), mesmo sendo ateu, disse, certa vez: “Se aumentarem os confessionários, diminuirão os consultórios psiquiátricos”.

Bênção Urbi et Orbi 2017: "O Pastor ressuscitado está próximo dos sofredores".


MENSAGEM URBI ET ORBI
DO PAPA FRANCISCO
PÁSCOA 2017

Sacada Central da Basílica Vaticana

Queridos irmãos e irmãs,
feliz Páscoa!

Hoje, em todo o mundo, a Igreja renova o anúncio maravilhoso dos primeiros discípulos: «Jesus ressuscitou!» – «Ressuscitou verdadeiramente, como havia predito!»

A antiga festa de Páscoa, memorial da libertação do povo hebreu da escravidão, alcança aqui o seu cumprimento: Jesus Cristo, com a sua ressurreição, libertou-nos da escravidão do pecado e da morte e abriu-nos a passagem para a vida eterna.

Todos nós, quando nos deixamos dominar pelo pecado, perdemos o caminho certo e vagamos como ovelhas perdidas. Mas o próprio Deus, o nosso Pastor, veio procurar-nos e, para nos salvar, abaixou-Se até à humilhação da cruz. E hoje podemos proclamar: «Ressuscitou o bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas e Se entregou à morte pelo seu rebanho. Aleluia!» (Missal Romano, IV Domingo de Páscoa, Antífona da Comunhão).

Através dos tempos, o Pastor ressuscitado não Se cansa de nos procurar, a nós seus irmãos extraviados nos desertos do mundo. E, com os sinais da Paixão – as feridas do seu amor misericordioso –, atrai-nos ao seu caminho, o caminho da vida. Também hoje Ele toma sobre os seus ombros muitos dos nossos irmãos e irmãs oprimidos pelo mal nas suas mais variadas formas.

O Pastor ressuscitado vai à procura de quem se extraviou nos labirintos da solidão e da marginalização; vai ao seu encontro através de irmãos e irmãs que sabem aproximar-se com respeito e ternura e fazer sentir àquelas pessoas a voz d’Ele, uma voz nunca esquecida, que as chama à amizade com Deus.

Cuida de quantos são vítimas de escravidões antigas e novas: trabalhos desumanos, tráficos ilícitos, exploração e discriminação, dependências graves. Cuida das crianças e adolescentes que se veem privados da sua vida despreocupada para ser explorados; e de quem tem o coração ferido pelas violências que sofre dentro das paredes da própria casa.

O Pastor ressuscitado faz-Se companheiro de viagem das pessoas que são forçadas a deixar a sua terra por causa de conflitos armados, ataques terroristas, carestias, regimes opressores. A estes migrantes forçados, Ele faz encontrar, sob cada ângulo do céu, irmãos que compartilham o pão e a esperança no caminho comum.

Nas vicissitudes complexas e por vezes dramáticas dos povos, que o Senhor ressuscitado guie os passos de quem procura a justiça e a paz; e dê aos responsáveis das nações a coragem de evitar a propagação dos conflitos e deter o tráfico das armas.

Concretamente nos tempos que correm, sustente os esforços de quantos trabalham ativamente para levar alívio e conforto à população civil na Síria, a amada e martirizada Síria, vítima duma guerra que não cessa de semear horrores e morte. Ontem mesmo teve lugar o último ataque vergonhoso aos refugiados em fuga, que deixou numerosos mortos e feridos. Conceda paz a todo o Médio Oriente, a começar pela Terra Santa, bem como ao Iraque e ao Iémen.

Não falte a proximidade do Bom Pastor às populações do Sudão do Sul, do Sudão, da Somália e da República Democrática do Congo, que sofrem o perdurar de conflitos, agravados pela gravíssima carestia que está a afetar algumas regiões da África.

Jesus ressuscitado sustente os esforços de quantos estão empenhados, especialmente na América Latina, em garantir o bem comum das várias nações, por vezes marcadas por tensões políticas e sociais que, nalguns casos, desembocaram em violência. Que seja possível construir pontes de diálogo, perseverando na luta contra o flagelo da corrupção e na busca de soluções pacíficas viáveis para as controvérsias, para o progresso e a consolidação das instituições democráticas, no pleno respeito pelo estado de direito.

Que o Bom Pastor ajude a Ucrânia, atormentada ainda por um conflito sangrento, a reencontrar a concórdia, e acompanhe as iniciativas tendentes a aliviar os dramas de quantos sofrem as suas consequências.

O Senhor ressuscitado, que não cessa de cumular o continente europeu com a sua bênção, dê esperança a quantos atravessam momentos de crise e dificuldade, nomeadamente por causa da grande falta de emprego, sobretudo para os jovens.

Queridos irmãos e irmãs, este ano, nós, os crentes de todas as denominações cristãos, celebramos juntos a Páscoa. Assim ressoa, a uma só voz, em todas as partes da terra, o mais belo anúncio: «O Senhor ressuscitou verdadeiramente, como havia predito!» Ele, que venceu as trevas do pecado e da morte, conceda paz aos nossos dias.

Feliz Páscoa! 

"A Igreja não cessa de proclamar: Cristo ressuscitou!", diz Papa


DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
Missa do dia

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça de São Pedro 
no domingo de Páscoa, 16 de abril, 2017


Hoje, a Igreja repete, canta e grita: “Jesus ressuscitou!” Mas como? Pedro, João, as mulheres foram ao sepulcro, mas estava vazio, ele não estava lá.

Eles foram o coração fechado por tristeza, a tristeza da derrota: o Mestre, seu Mestre, aquele que tanto amava foi executado, ele morreu. E da morte, não há retorno. É a derrota, que o caminho para derrotar o caminho para o túmulo.

Mas o anjo disse: “Ele não está aqui, ele ressuscitou.” Este é o primeiro anúncio: “Ele ressuscitou.”  E, em seguida, a confusão, o coração fechado, aparições. 

Mas os discípulos permanecem trancados durante todo o dia no Cenáculo, porque tinham medo que às vezes a mesma coisa que Jesus.

E a Igreja continua a contar a nossas derrotas, a nossos corações fechados e com medo, “Pare, o Senhor ressuscitou! ”

Mas se o Senhor ressuscitou, como podem essas coisas acontecem? Como pode acontecer tantas desgraças, doenças, tráfico de pessoas, guerras, destruições, mutilações, vinganças, ódio? Mas onde está o Senhor?

Ontem liguei para um jovem que tem uma doença grave, um jovem educado, um engenheiro. E falando para dar um sinal de fé, eu disse: “Não há explicação para o que aconteceu com você. Olhe para Jesus na cruz: Deus fez isso com seu filho, e não há outra explicação”. E ele me respondeu: “Sim, mas ele pediu ao seu Filho, e o Filho disse que sim. Para mim, não foi perguntado se eu queria. Não perguntar a qualquer um de nós: “Mas você está feliz com o que está acontecendo no mundo? Você está pronto para carregar esta cruz?” E continua a cruz e a fé em Jesus cai. 

domingo, 16 de abril de 2017

Sair do túmulo


É próprio de cada criatura viva preservar-se e defender-se de tudo o que a tente levar para a sepultura. No entanto, os mecanismos de morte acontecem se cada um de nós não trabalhar para a preservação da vida de todos. O solo terrestre, com tudo o que ele tem em baixo ou em cima da superfície, está sendo ameaçado, arruinado ou destruído. Não vale o “só cada um por si”! Enquanto todos não estiverem dispostos a se ajudarem para a superação da destruição e não tiverem o cuidado com a vida de cada um (solo, minas d’água, biomas, vegetação, animais e seres humanos), todos são prejudicados.

Jesus deu-se totalmente pela causa abraçada de mudar o rumo da história do planeta e do ser humano. Não reservou sequer a última gota d’agua e do sangue jorrados do alto da cruz. Mostrou o que devemos fazer para preservar e desenvolver a vida na terra. Sua ressurreição nos garante a certeza de que não seguimos simplesmente um fundador de religião humano a mais. Entregou a vida na natureza humana, mas a ressuscitou porque tem também a natureza divina. Com Ele somos capazes de também dar de nós pelo bem da natureza e da vida humana. Mesmo que tenhamos infelizmente caído no “sepulcro” de nossos egoísmos, injustiças, degradação da terra e das relações com o semelhante, há esperança de ressurreição. Podemos e devemos mudar a mentalidade da ganância, da busca do ter a todo custo, da concentração das riquezas nas mãos de poucos e consequentes injustiças sociais, da monocultura em diversas regiões, da destruição de grande parte das matas ciliares, das mineradoras que destroem e poluem, da falta de políticas públicas que não levam em conta a preservação do meio ambiente e a promoção de benefícios sociais principalmente às classes mais prejudicadas... 

Anuário Pontifício 2017 revela os dados da Igreja no mundo


O Anuário Pontifício 2017 e o Anuarium Statisticum Ecclesiae 2015, cuja redação esteve sob a responsabilidade do Departamento Central de Estatística da Igreja foi distribuídos nestes dias nas livrarias. O trabalho de impressão dos dois volumes é da Tipografia Vaticana. Reproduzimos aqui a análise dos dados do L’Osservatore Romano.

Da análise dos dados referidos no Anuário Pontifício pode-se deduzir algumas novidades relativas à vida da Igreja Católica no mundo, a partir de 2016. Como por exemplo: durante o referido período foram eretas quatro novas sedes episcopais, uma eparquia, dois exarcados apostólicos, um ordinariato e um exarcado apostólico foi elevado à eparquia. Os dados do Annuarium Statisticum, por sua vez, relativos ao ano de 2015, fornecem um quadro de síntese dos principais andamentos que interessam o desenvolvimento da Igreja Católica no mundo.

A seguir são descritas as tendências verificadas no quinquênio recém transcorrido, quer dos católicos batizados, quer dos clérigos, religiosos professos não-sacerdotes e religiosas professas e do número de vocações sacerdotais. As informações serão fornecidas em nível global, assim como para cada área geográfica.

Na presente nota, os dados de 2015, além de serem sistematicamente confrontados com aqueles relativos ao ano precedente, são comparados também com aqueles do quinquênio que teve início em 2010, com o objetivo de extrapolar as dinâmicas evolutivas prevalentes no médio período.

O arco de tempo considerado cobre os últimos dois anos do Pontificado do Papa Bento XVI e os primeiros três anos do atual pontificado do Papa Francisco, com importantes indicações sobre a Igreja Católica no novo milênio.

Grupo LGBT cria versão gay da "santa ceia" para divulgar orgia gay


A organização LGBT DiverCity, de Salerno, no sul da Itália, está causando polêmica no país depois de criar uma versão gay e erótica do famoso quadro da Santa Ceia para divulgar uma festa que ocorrida na Quinta-feira Santa. 

Em respeito ao leitor e à fé que professamos, ofuscamos a imagem que mostra Jesus e seus 12 discípulos nus e seminus, beijando-se e fazendo sexo de diversas formas. Essa é apenas mais uma de tantas outras afrontas que grupos organizados LGBT’s promovem, ridicularizando os cristãos. 

Recentemente em São Paulo eles usaram imagens católicas para igualmente escarnecer da fé cristã. Esses grupos são os mesmos que vivem bradando por respeito.

Emanuele Avagliano, uma das organizadoras da DiverCity, defendeu o evento num post no Facebook: “Queremos reafirmar nosso respeito pela opinião alheia, mas igualmente reiteramos com força e convicção nossa liberdade para vivermos e nos divertirmos da maneira como acharmos melhor. Além disso, enfatizamos que a peça de comunicação que utilizamos não tem como intenção blasfemar, nem ofender, nem desrespeitar.” 

Mídia está ignorando genocídio contra cristãos no Oriente Médio, diz jornalista britânico


Piers Morgan, jornalista britânico,  criticou a mídia americana por não dar cobertura suficiente aos bombardeios de duas igrejas egípcias durante a comemoração do Domingo de Ramos, que deixaram mais de 40 pessoas mortas.

Em uma declaração à Fox News, Morgan disse que o último ataque aos cristãos da Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria no Egito era “incrivelmente significativo” e que o ISIS está comentendo genocídio contra o cristianismo em todo o Oriente Médio.

“Sabe, se vocês olharem para o que realmente significa o ISIS, e que estão fazendo no Médio Oriente, principalmente no Egito, é uma espécie de ataque genocida aos cristãos e ao cristianismo”, disse ele. 

Regional Leste 1 divulga mensagem de Páscoa 2017


MENSAGEM DE PÁSCOA DO 
REGIONAL LESTE 1 DA CNBB

Neste tempo em que celebramos a grande festa da Páscoa, nós bispos das dioceses que compõem o Regional Leste 1 da CNBB, abrangendo todo o Estado do Rio de Janeiro, desejamos enviar nossa fraterna saudação, envolta em fé e esperança. Falamos de esperança a partir de Jesus Cristo. Ele é a razão do nosso viver. É Ele que nos impele a manifestar um pouco do que vai em nossos corações, pois, nestes dias tão especiais, nós O contemplamos em Sua paixão, morte e ressurreição. Ao fazê-lo, lembramo-nos do povo fluminense que também vive suas dores e angústias, ansiando, na esperança, pelo bem e pela paz. 

Quando contemplamos o Cristo Crucificado, vêm-nos à mente os inúmeros sofrimentos de todos os irmãos e irmãs em cada parte do mundo e, em especial, em nosso querido Estado do Rio, um sofrimento que tem muitos nomes e formas. Ele se encontra, por exemplo, em quem está privado de acesso à saúde, à educação, à moradia digna, à segurança, à geração de renda e à seguridade depois de trabalhar por longos anos. Esta é uma lista que pode ser acrescida de inúmeras outras situações, algumas das quais já foram tratadas em notas específicas de nossa Conferência Episcopal.

Em nossos dias, dois males tem tomado conta de vários corações humanos: a corrupção e a indiferença. Ambas são concretizações do mesmo pecado que leva cada um a pensar somente em si, isentando-se ilusoriamente das consequências de seus atos diante de Deus. Conscientes de que não podemos cair no erro da generalização ao destacar estes dois pecados, manifestamos nossa angústia diante do crescente risco de se plasmar uma cultura da indiferença perante a dor alheia, uma mentalidade que, na corrupção e outros meios semelhantes, olha apenas para si, pensando unicamente no seu próprio benefício.

Mas, a contemplação do Ressuscitado nos preenche de esperança. Naquele domingo da Páscoa, os que foram ao túmulo e o encontraram vazio souberam reconhecer que havia ocorrido algo muito maior do que sua capacidade de compreensão. Eles viram os sinais e acreditaram que a maldade, a dor e a morte não possuem a última palavra.