O Cardeal Robert Sarah advertiu que a unidade da
Igreja está sendo ameaçada por líderes influentes que, de dentro dela,
“insistem” na ideia de que igrejas nacionais têm a “capacidade de decidir por
si mesmas” sobre questões morais e doutrinais.
“Sem uma fé comum, a Igreja é ameaçada pela
confusão e então, progressivamente, pode acabar deslizando para a dispersão e o
cisma”, disse ele.
“Hoje existe um sério risco de fragmentação da
Igreja, de se dividir o Corpo Místico de Cristo ao insistir na identidade
nacional das igrejas e, portanto, na sua capacidade de decidir por si mesmas,
sobretudo no domínio tão crucial da doutrina e da moral”, acrescentou.
Católicos professam todos os domingos no Credo
Niceno que a Igreja é “Una, Santa, Católica e Apostólica.” Estas são as quatro
“marcas” assim chamadas da una e verdadeira Igreja.
Sarah, que vem de Guiné, fez os comentários quando
foi perguntado em uma entrevista, no dia 18 de abril, pela organização
“Ajuda à Igreja que Sofre” sobre a relação entre a “Igreja Africana” e a
“Igreja Universal”.
O cardeal, que é o Prefeito da Congregação para o
Culto Divino, afirmou que, estritamente falando, não existe tal realidade como
“Igreja Africana.”
“A Igreja Universal não é uma espécie de federação
de igrejas locais”, disse. “A Igreja Universal está simbolizada e representada
pela Igreja de Roma, com o Papa como sua cabeça, o sucessor de São Pedro e o
chefe do colégio Apostólico, portanto, é ela que deu à luz a todas as igrejas
locais e é ela que as sustenta na unidade da fé e do amor”.
Na entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre,
o Cardeal Sarah disse que a Igreja só vai crescer em todo o mundo se estiver
unida pela “nossa fé em comum e nossa fidelidade a Cristo e ao seu Evangelho,
em união com o Papa.”
“Como o Papa Bento XVI nos diz: ‘É claro que a
Igreja não cresce ao tornar-se individualizada, separando-se a nível nacional,
encerrando-se fora do contexto ou dentro de um contexto culturalmente
específico, ou se outorgando um papel inteiramente cultural ou nacional. Em vez
disso, a Igreja precisa ter unidade de fé, unidade de doutrina, unidade de
ensino moral. Ela precisa do primado do Papa e de sua missão de confirmar
na fé seus irmãos”, disse ele.