sábado, 3 de junho de 2017

Cardeal condena publicação de Cristo Redentor armado em jornal britânico


O Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani Tempesta, classificou como “ofensa para o povo brasileiro” e “vilipêndio para os cristãos” a publicação de uma charge pelo jornal britânico ‘The Guardian’ na qual o Cristo Redentor aparece segurando um saco de dinheiro em uma das mãos e uma arma na outra e pediu que a imagem seja respeitada.

A imagem ilustrou uma longa reportagem, cujo título era “Operação Lava Jato: seria esse o maior escândalo de corrupção da história?”. No texto, fala-se sobre o cenário político e econômico brasileiro dos últimos anos e os casos de corrupção no país.

Em entrevista ao telejornal ‘RJTV’, da Rede Globo, o Cardeal Tempesta ressaltou que “o Cristo Redentor é símbolo de uma nação e também símbolo de uma fé”.

De acordo com o Purpurado, “ao representar o Redentor desta forma, o ‘The Guardian’ ofende o povo brasileiro, porque isso é uma ofensa para o povo”. Além disso, indicou “é um vilipêndio para os cristãos, porque Cristo ensinou exatamente o contrário, ensinou que a gente devia amar o próximo, fazer bem ao outro e ser despojado”.

O Arcebispo disse ser “lamentável” que alguém não saiba “respeitar o povo brasileiro, nem os cristãos”. “Nós lamentamos muito isso e pedimos que seja respeitada a imagem de Cristo”, acrescentou.

Filipinas: Governo proíbe uso de terços dentro dos carros.


No confronto mais recente entre o governo e a Igreja Católica nas Filipinas, as autoridades proibiram colocar terços e ícones religiosos nos veículos, argumentando preocupações de segurança.

De acordo a AFP, a proibição faz parte de uma nova lei que entrará em vigor em 26 de maio e busca eliminar as distrações dos motoristas, como falar ou enviar mensagens de texto nos celulares, maquiar-se ou comer e beber.

A proibição, anunciada na semana passada, provocou rechaço nas Filipinas, onde cerca de 80% da população se diz católica.

“Isto é um exagero, insensível e carente de senso comum”, disse à AFP o Pe. Jerome Secillano, secretário executivo dos assuntos públicos na Conferência de Bispos Católicos das Filipinas (CBCP, na sigla em inglês).

Pe. Secillano disse que a maioria dos motoristas se sente mais seguro colocando seus ícones religiosos em seus veículos, porque lhes dá uma sensação de intervenção e proteção divina.

Em um comunicado publicado no site da CBCP, Pe. Secillano disse que a proibição de ícones religiosos é um excesso de uma lei que, inicialmente, buscava impedir que os motoristas ficassem distraídos com os seus telefones.

“Concordo com a proibição o uso de telefones enquanto estamos dirigindo, mas absolutamente é irrelevante proibir a exibição de imagens religiosas nos carros”, disse.

A Junta de Regulação e Franquias de Transportes Terrestre das Filipinas, que emitiu a proibição, assinalou que os objetos religiosos poderão ser colocados no painel ou no espelho retrovisor do carro somente se não se mexerem ou bloquearem o campo de visão do motorista.

Abortista picha na parede da igreja: “Aborto Livre, para Maria também”; sacerdote responde.


Aborto Livre, para Maria também”, foram as palavras que um abortista anônimo escreveu na parede da igreja de São Miguel Arcanjo e Santa Rita, em Milão (Itália), sem esperar que o pároco, através do Facebook da paróquia, publicasse uma resposta que algumas horas depois se tornou viral.

O autor da resposta à propaganda abortista foi o Pe. Andrea Bello e ocorreu na periferia do sul de Milão.

“Querido escritor anônimo de muros”, começou o sacerdote. “Sinto muito que não tenha seguido o exemplo da tua mãe. Ela foi corajosa. Concebeu-te, seguiu em frente com a tua gestação e te deu à luz. Poderia ter te abortado. Mas não fez isso”, acrescentou.

A tua mãe “te criou, alimentou, lavou a tua roupa. E agora você tem uma vida e é livre. Uma liberdade que está usando para nos dizer que seria melhor também que pessoas como você não deveriam estar neste mundo. Sinto muito, mas eu não concordo”.

“Admiro muito a tua mãe porque ela foi corajosa. E ainda é, porque, como toda mãe está orgulhosa do filho, mesmo que ele se comporte mal, porque sabe que dentro dele há uma boa pessoa”, acrescentou.

O sacerdote recordou ao autor anônimo que “o aborto é o ‘sem sentido’ de todas as coisas. É a morte que vence a vida. É o medo que vence um coração, que quer lutar e viver, não quer morrer. É escolher quem tem o direito de viver e quem não tem, como se fosse um direito simples”.

“É uma ideologia que vence uma humanidade, a qual querem impedir de ter esperança. Toda a esperança”, expressou.

Por isso, “admiro todas as mulheres que com muitas dificuldades têm a coragem de seguir em frente. Evidentemente, você não tem coragem, pois permanece anônimo”.

A glória dos mártires, sinal de nova vida


Estes mártires africanos acrescentam ao rol dos vencedores, chamado Martirológio, uma página ao mesmo tempo trágica e grandiosa. É uma página verdadeiramente digna de figurar ao lado das célebres narrações da antiga África. No tempo em que vivemos, por causa da pouca fé, julgávamos que nunca mais elas viriam a ter semelhante continuação.

Quem poderia imaginar, por exemplo, que àquelas Atas tão comovedoras dos mártires de Cíli, dos mártires de Cartago, dos mártires “Massa Candida” de Ótica comemorados por Santo Agostinho e Prudêncio, dos mártires do Egito tão louvados por São João Crisóstomo, dos mártires da perseguição dos vândalos, viriam em nossos tempos juntar-se novas páginas de história não menos valorosas nem menos brilhantes?

Quem teria podido pressentir que, às grandes figuras históricas dos santos mártires e confessores africanos bem conhecidos, como Cipriano, Felicidade e Perpétua e o grande Agostinho, haveríamos de um dia associar Carlos Lwanga, Matias Mulimba Kalemba, nomes tão caros para nós, e os seus vinte companheiros? E não querendo também esquecer os outros que, professando a religião anglicana, sofreram a morte pelo nome de Cristo. Estes mártires africanos dão, sem dúvida, início a uma nova era. Oxalá não seja ela de perseguições e lutas religiosas, mas de renovação cristã e cívica!

Na realidade, a África, orvalhada pelo sangue destes mártires, os primeiros desta nova era (e queira Deus que sejam os últimos – tão grande e precioso é o seu holocausto!), a África, agora sim, renasce livre e independente.

O ato criminoso que os vitimou é tão cruel e significativo, que apresenta fatores suficientes e claros para a formação moral de um povo novo e para a fundação de uma nova tradição espiritual. E também para exprimirem e promoverem a passagem de uma cultura simples e rudimentar – não desprovida de magníficos valores humanos, mas contaminada e enfraquecida, como se fosse escrava de si mesma – a uma civilização aberta às mais altas manifestações da inteligência humana e às mais elevadas formas de vida social.



Da Homilia do papa Paulo VI, pronunciada na canonização dos mártires de Uganda (AAS56 [1964],905-906)            (Séc. XX)

Hoje como ontem, convertei-vos!


Hoje estava meditando sobre o segundo capítulo dos Atos dos Apóstolos. Trata-se do iniciozinho da Igreja, do caminho da nossa Mãe católica, a única de Cristo-Esposo, neste mundão de Deus...

Pedro, o primeiro Chefe da Comunidade recém-nascida, anuncia com toda certeza e convicção de quem testemunhou: Jesus foi ressuscitado pelo Pai, Dele recebendo o Santo Espírito, agora derramado sobre todo aquele que Nele crer e for batizado (cf. At 2,32s).

A plateia escuta, ouve, sente o coração traspassado pelas palavras convictas, de fogo, de Pedro. Pergunta: “Que devemos fazer?” (At 2,37).

Fiquei pensando... Sem meias-palavras (tão comuns em tantos pregadores de hoje em dia, cheios de dedos para não desagradarem a ninguém), Pedro responde: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados. Então recebereis o dom do Espírito Santo. Salvai-vos desta geração perversa” (At 2,38.40).

Quantos, na Igreja, temos coragem de dizer assim, de falar assim, com a convicção e transparência de Pedro? Ouço muito falar em concessões ao espírito do mundo, à mentalidade pagã, tudo em nome de uma falsa compreensão, uma mentirosa compaixão, uma truncada ideia de misericórdia! Pedro vai na contramão: “Salvai-vos dessa geração perversa!” Ó escândalo para tantos dentro da Igreja!

Observe, meu Amigo, que a primeira palavra do Apóstolo sobre o que fazer para ser de Cristo é plenamente fiel à palavra do próprio Cristo: “Arrependei-vos! Convertei-vos!” (cf. Mc 1,15; Mt 4,17). Não é possível ser cristão sem a disposição de sair de si, do seu antigo modo de viver, do seu atrofiado pensar, do torto proceder. O primeiro passo para quem deseja de verdade seguir o Senhor é arrepender-se, converter-se, mudar de vida! Mas, sejamos sinceros: temos medo de ofender, de parecer duros, de sermos antipáticos, de afastar as pessoas... e então calamos o Evangelho, nos omitimos, contemporizamos com a mentalidade pagã. Aí já não é o mundo quem deve se converter ao Evangelho, mas o Evangelho que é esvaziado e convertido ao mundo!

Esquecemos que não somos chamados a fazer sucesso, a juntar grande número de fieis, a ser populares e queridinhos, simpáticos e fofos. Somos chamados a ser fieis, a pregar a Palavra a tempo e contratempo, quer agrade quer desagrade (cf. 1Tm 2,4), pois se quisermos simplesmente agradar ao mundo já não seremos servos de Jesus Cristo (cf. Gl 1,10). 

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Palavra de Vida: “Como o Pai me enviou também eu vos envio.” (Jo 20,21)


Nos dias que se seguiram à crucifixão de Jesus, os seus discípulos fecharam-se em casa, assustados e desorientados. Eles o tinham seguido pelas estradas da Palestina, enquanto anunciava a todos que Deus é Pai e ama com ternura a cada pessoa!

Jesus tinha sido mandado pelo Pai não só para testemunhar com a vida essa grande novidade, mas também a fim de abrir à humanidade o caminho para encontrar Deus; um Deus que é Trindade, comunidade de amor em si mesmo e quer acolher nesse abraço as suas criaturas.

Durante a sua missão, muitos viram, ouviram e experimentaram a bondade e os efeitos dos seus gestos e das suas palavras de acolhimento, perdão, esperança… De repente, Ele é condenado e crucificado.

É nesse contexto que o Evangelho de João nos conta como Jesus ressuscita no terceiro dia, aparece aos seus e os envia para prosseguir a sua missão: “Como o Pai me enviou também eu vos envio.” 

Pedagogia Litúrgica para Junho de 2017: "Presença divina e evangelização".


Dentre as finalidades da Liturgia, uma delas é celebrar a presença divina entre nós. Celebramos esta presença em forma sacramental, mas é presença real, de Deus agindo entre nós e, nós, como Igreja, celebrando sua presença e sua Salvação em nosso meio.

A celebração da presença divina entre nós acontece por obra do Espírito Santo. É o Espírito quem conduz a Liturgia, quem possibilita a presença divina entre nós. Isso livra a Igreja da possibilidade de considerar a Liturgia um ato mágico. Invés disso, garante que só existe possibilidade de atualização litúrgica, no sentido teológico Memorial, se houver presença e graças à presença do Espírito Santo no ato celebrativo. A celebração de Pentecostes faz memória disso de modo solene, mas toda celebração litúrgica é sempre momento epiclético, quer dizer, invocação do Espírito Santo para que Deus esteja entre nós, para que a presença divina esteja entre nós: “Ele está no meio de nós!”

É pelo Espírito Santo que somos convocados e reunidos em nome de Jesus Cristo: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”. É o Espírito que age, é Deus que nos reúne no amor de Jesus Cristo, é a presença da Trindade envolvendo-nos em todo ato litúrgico. É diante da Trindade Santa que, pela Liturgia, homens e mulheres de toda a terra, são convidados a adoração, ao louvor e a ação de graças. Mas, é também obra do Espírito Santo, a convocação para sermos alimentados com o alimento Eucarístico e para sermos conduzidos pela Palavra proclamada em cada celebração litúrgica, nos caminhos e nos desertos da vida. A celebração litúrgica, portanto, promove a presença divina entre nós e, mais que isso, torna esta presença alimento e orientação para a vida.

A Liturgia evidencia, de modo muito claro, que quem se alimenta da Eucaristia, na Mesa da Palavra e na Mesa do Pão, encontra-se com Deus, alimenta-se de Deus e fortalece-se com a vida divina para o cotidiano de sua vida e de sua história. Quem se alimenta a Eucaristia encontra o sentido da vida, o motivo para o seu viver. 

Papa: Cristãos sejam semeadores de esperança



CATEQUESE
Praça de São Pedro, no Vaticano
Quarta-feira, 31 de maio de 2017

A esperança cristã – 
O Espírito Santo nos faz abundar na Esperança

Caros irmãos e irmãs, bom dia !

Na véspera da Solenidade de Pentecostes não podemos não falar sobre a relação que existe entre a esperança cristã e o Espírito Santo. O Espírito é o vento que nos impulsiona para a frente, que nos mantém em caminho, nos faz sentir peregrinos e estrangeiros, e não nos permite parar e nos tornar um povo “sedentário”.

A carta aos Hebreus compara esperança a uma âncora (cf. 6,18-19); e nesta imagem podemos acrescentar a vela. Se a âncora é o que dá a segurança ao barco e mantém “ancorado” no balanço do mar, a vela é o que faz caminhar e avançar sobre as águas. A esperança é realmente como uma vela; ela recolhe o vento do Espírito Santo e o transforma em uma força motriz que impulsiona o barco, conforme a necessidade, para o mar ou para a terra.

O apóstolo Paulo conclui sua Carta aos Romanos com este desejo, ouçam bem, escutem bem que belo desejo: “Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo (15,13). Vamos pensar um pouco sobre o conteúdo desta bela palavra.

A expressão “Deus da esperança” não significa apenas que Deus é o objeto de nossa esperança, Aquele que um dia esperamos alcançar na vida eterna; quer dizer também que Deus é aquele que agora nos faz esperar, mais ainda, nos torna “alegres na esperança” (Rm 12:12): felizes enquanto esperam, e não apenas esperar para ser feliz. É a alegria de esperar e não esperar para ter alegria. “Enquanto há vida, há esperança”, diz um ditado popular; e também é verdade o contrário : enquanto há esperança, há vida. Os homens precisam de esperança para viver e precisam do Espírito Santo para esperar.