quarta-feira, 14 de junho de 2017

Eu creio em Jesus Cristo, mas não vou à Igreja. Pode isso?!


“Você pode ter sido batizado na igreja, ter sido criado na igreja, servido na igreja. Pode ser que tenha se casado na igreja, morrido na igreja. Pode ter sido velado na igreja e ainda assim acordar no inferno caso esteja meramente só na igreja, e não em Cristo.”

De vez em quando encontramos na internet comentários estúpidos, como esse acima, que são compartilhados até por católicos. Porém, cabe dizer que este comentário é falso. Quem está na Igreja está em Cristo. Não é possível estar em Cristo fora da Igreja. A via graciosa e ordinária pela qual uma pessoa se une a Cristo é o sacramento do batismo. Neste sacramento a pessoa recebe o dom da fé ou o dom de reconhecer, amar e obedecer a Deus seu criador; se torna filha adotiva do Pai por meio de Cristo; é configurada a Cristo e é unida a ele indelevelmente. Cada batizado se torna, assim, membro de Cristo. Se todos os membros juntos formam o Corpo, logo, estar unido ao Corpo é essencial para que o membro viva, como estar unido ao tronco é essencial para que o galho esteja vivo e recebendo alimento vital. Logo, não é possível estar vivo, ou seja, estar em Cristo fora de seu Corpo Místico que é a Igreja. Porém, sem uma atitude real de conversão mesmo o batizado pode condenar-se ao inferno uma vez que o não arrependimento dos próprios pecados é a condição que joga uma alma no inferno.

Pelo exposto se pode deduzir seguramente que este comentário acima partiu de alguma mente protestante. Na eclesiologia protestante não existe a doutrina do Corpo de Cristo que é a Igreja, a plenitude daquele que possui a plenitude universal, cuja Cabeça é o próprio Jesus (cf. Cl 1,18; Ef 1,22-23), pois, cada membro da seita protestante é ele sozinho igreja, papa e magistério. O indivíduo interpreta para si as Escrituras, discerne o que é certo ou errado, dá a si mesmo a doutrina e não se vê ligado a nenhum outro membro da seita seja por meio da comum profissão de fé – que as seitas não têm – seja por meio da comum doutrina – que as seitas não têm por divergirem entre si – seja por meio de um governo único – que as seitas não têm.

A premente necessidade de se negar a visibilidade da Igreja em troca de uma Igreja invisível é própria de quem necessita justificar a completa ausência de hierarquia, rito, da comum profissão de fé e de governo. A visibilidade da Igreja nas escrituras é tão clara que precisar reafirmá-la face à heresia das seitas parece superlativo. Contudo, o erro luterano e calvinista de negar a visibilidade da Igreja em seu magistério, em sua doutrina, em sua profissão de fé, em seu governo e em todo o povo fiel como expressão daquele Corpo Místico do qual fala as escrituras é de tal modo danoso que, aceito sem prévio questionamento, isso se torna hoje necessário.

Santa Clotilde


Clotilde nasceu na cidade de Lion, França, em 475. Seu pai era o rei Childerico de Borgonha. Sua família passou por um momento trágico quando Clotilde era ainda menina. Um tio de Clotilde, irmão do rei, assassinou o pai dela, a mãe e três irmãos e assumiu o trono. Somente duas filhas do casal real não foram mortas. Uma delas era Clotilde.

Clotilde foi entregue aos cuidados de uma tia. Esta a educou na fé católica. Clotilde cresceu e se transformou numa jovem muito bonita, gentil, delicada, sábia e dotada de inteligência excepcional. Tanto, que chamou a atenção de Clodoveu, rei dos francos, que apaixonou-se por ela. Ele pediu a mão de Clotilde em casamento. Ela aceitou. Os dois se casaram e ela veio a se tornar rainha dos francos.

Clotilde era a própria delicadeza, a bondade, a fé e o carinho. Seu marido, porém, era pagão, nervoso, amava a guerra e era cheio de ambição. Em seu coração Clotilde ansiava por, um dia, ver seu marido cristão. Ela sabia que, se isso acontecesse, ele se tornaria mais justo e acabaria com o derramamento de sangue que sempre ocorria nas guerras e conquistas. Por isso, ela iniciou uma vida de oração e paciência, tentando sempre dar bom exemplo cristão. Ao mesmo tempo ela tentava convencer o marido por meio de argumentos, mas conseguia muito pouco. 

Clodoveu, por sua vez, apesar do temperamento, amava Clotilde. O casal teve três filhos. Estes, porém, herdaram a índole belicosa e guerreira, do pai. Quando Clodoveu retornava vivo dos combates, Santa Clotilde ia à igreja agradecer a Deus, e não ao templo pagão que ele frequentava. Ele permitia isso, mas não ia à igreja. Porém, ouvia conselhos e palavras do bispo de Reims, chamado Remígio, hoje santo. Este tinha se tornado amigo pessoal da família e confessor da rainha. 

Aconteceu durante uma terrível batalha contra os alemães, no ano 496. Clodoveu e seu exército estavam perdendo a guerra. Já quase sem esperanças de vitória e temendo o pior, ele se ajoelhou e rezou para Nosso Senhor Jesus Cristo. Naquele momento, prometeu que, se vencesse a batalha, ele se converteria e faria com que todo o seu exército e todo o reino também se convertessem. E a vitória de fato aconteceu.

Após vencer os alemães, Clodoveu unificou o reino dos francos e formou a França. Ele foi sagrado o primeiro rei da França. Cumprindo sua promessa, ele pediu o batismo ao amigo e bispo Remígio. Todos os súditos o seguiram neste ato. Depois, todos os soldados membros do seu exército se fizeram batizar. Depois deles, por toda a corte francesa e seus subordinados. Clodoveu fez da França o primeiro Estado Católico do Ocidente.

Motivado por Santa Clotilde, Clodoveu construiu uma igreja que, primeiramente, chamou-se Igreja dos Apóstolos. Tempos mais tarde ela passou a ser chamada de Igreja de Santa Genoveva, na cidade de Paris. Porém, logo depois de terminar essa construção, Clodoveu faleceu. Pela lei que vigorava na França de então, após a morte do rei, o reino deveria ser dividido entre os filhos homens. E estes eram três.

A partir da morte do marido começou um longo período de dor sofrimento para Santa Clotilde. Seus filhos começaram a travar lutas sangrentas entre si, por causa da divisão do reino. Essas brigas foram causa de várias mortes na família, gerando mágoas e rancores. O sentimento cristão e amoroso de Santa Clotilde não suportou. Por isso, ela foi morar na cidade de Tours, num local perto do túmulo de são Martinho. Lá, ela continuou sua vida de oração. Ali também construiu igrejas, hospitais para os pobres e mosteiros para os religiosos. 

Após trinta e quatro anos nesta vida viel, Santa Clotilde, a “Rainha Santa”, como ficou conhecida, faleceu. Era o dia 3 de junho do ano 545. Seus filhos estavam presentes. Logo após sua morte, a fama de santidade de Santa Clotilde se espalhou por toda a França. Seu culto foi autorizado pela Igreja e ela se tornou uma referência para os franceses e para os católicos. Muitos alcançaram graças através de sua intercessão e sua história passou a ser contada.


Ó Deus, que destes a Santa Clotilde a graça de permanecer fiel a ti mesmo estando no centro do mais alto poder de uma nação, dai também a nós a graça da fidelidade a vós e ao vosso amor em todas as situações de nossa vida, por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém. Santa Clotilde, rogai por nós.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial dos Pobres 2017


MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO 
PARA O I DIA MUNDIAL DOS POBRES

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
(19 DE NOVEMBRO DE 2017)

«Não amemos com palavras, mas com obras»

1. «Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade» (1 Jo 3, 18). Estas palavras do apóstolo João exprimem um imperativo de que nenhum cristão pode prescindir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo «discípulo amado» até aos nossos dias, aparece ainda mais acentuada ao contrapor as palavras vazias, que frequentemente se encontram na nossa boca, às obras concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que valemos. O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus, e João recorda-a com clareza. Assenta sobre duas colunas mestras: o primeiro a amar foi Deus (cf. 1 Jo 4, 10.19); e amou dando-Se totalmente, incluindo a própria vida (cf. 1 Jo 3, 16).

Um amor assim não pode ficar sem resposta. Apesar de ser dado de maneira unilateral, isto é, sem pedir nada em troca, ele abrasa de tal forma o coração, que toda e qualquer pessoa se sente levada a retribuí-lo não obstante as suas limitações e pecados. Isto é possível, se a graça de Deus, a sua caridade misericordiosa, for acolhida no nosso coração a pontos de mover a nossa vontade e os nossos afetos para o amor ao próprio Deus e ao próximo. Deste modo a misericórdia, que brota por assim dizer do coração da Trindade, pode chegar a pôr em movimento a nossa vida e gerar compaixão e obras de misericórdia em prol dos irmãos e irmãs que se encontram em necessidade.

2. «Quando um pobre invoca o Senhor, Ele atende-o» (Sal 34/33, 7). A Igreja compreendeu, desde sempre, a importância de tal invocação. Possuímos um grande testemunho já nas primeiras páginas do Atos dos Apóstolos, quando Pedro pede para se escolher sete homens «cheios do Espírito e de sabedoria» (6, 3), que assumam o serviço de assistência aos pobres. Este é, sem dúvida, um dos primeiros sinais com que a comunidade cristã se apresentou no palco do mundo: o serviço aos mais pobres. Tudo isto foi possível, por ela ter compreendido que a vida dos discípulos de Jesus se devia exprimir numa fraternidade e numa solidariedade tais, que correspondesse ao ensinamento principal do Mestre que tinha proclamado os pobres bem-aventurados e herdeiros do Reino dos céus (cf. Mt 5, 3).

«Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um» (At 2, 45). Esta frase mostra, com clareza, como estava viva nos primeiros cristãos tal preocupação. O evangelista Lucas – o autor sagrado que deu mais espaço à misericórdia do que qualquer outro – não está a fazer retórica, quando descreve a prática da partilha na primeira comunidade. Antes pelo contrário, com a sua narração, pretende falar aos fiéis de todas as gerações (e, por conseguinte, também à nossa), procurando sustentá-los no seu testemunho e incentivá-los à ação concreta a favor dos mais necessitados. E o mesmo ensinamento é dado, com igual convicção, pelo apóstolo Tiago, usando expressões fortes e incisivas na sua Carta: «Ouvi, meus amados irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres segundo o mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que O amam? Mas vós desonrais o pobre. Porventura não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais? (…) De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta» (2, 5-6.14-17).

3. Contudo, houve momentos em que os cristãos não escutaram profundamente este apelo, deixando-se contagiar pela mentalidade mundana. Mas o Espírito Santo não deixou de os chamar a manterem o olhar fixo no essencial. Com efeito, fez surgir homens e mulheres que, de vários modos, ofereceram a sua vida ao serviço dos pobres. Nestes dois mil anos, quantas páginas de história foram escritas por cristãos que, com toda a simplicidade e humildade, serviram os seus irmãos mais pobres, animados por uma generosa fantasia da caridade!

Dentre todos, destaca-se o exemplo de Francisco de Assis, que foi seguido por tantos outros homens e mulheres santos, ao longo dos séculos. Não se contentou com abraçar e dar esmola aos leprosos, mas decidiu ir a Gúbio para estar junto com eles. Ele mesmo identificou neste encontro a viragem da sua conversão: «Quando estava nos meus pecados, parecia-me deveras insuportável ver os leprosos. E o próprio Senhor levou-me para o meio deles e usei de misericórdia para com eles. E, ao afastar-me deles, aquilo que antes me parecia amargo converteu-se para mim em doçura da alma e do corpo» (Test 1-3: FF 110). Este testemunho mostra a força transformadora da caridade e o estilo de vida dos cristãos.

Não pensemos nos pobres apenas como destinatários duma boa obra de voluntariado, que se pratica uma vez por semana, ou, menos ainda, de gestos improvisados de boa vontade para pôr a consciência em paz. Estas experiências, embora válidas e úteis a fim de sensibilizar para as necessidades de tantos irmãos e para as injustiças que frequentemente são a sua causa, deveriam abrir a um verdadeiro encontro com os pobres e dar lugar a uma partilha que se torne estilo de vida. Na verdade, a oração, o caminho do discipulado e a conversão encontram, na caridade que se torna partilha, a prova da sua autenticidade evangélica. E deste modo de viver derivam alegria e serenidade de espírito, porque se toca palpavelmente a carne de Cristo. Se realmente queremos encontrar Cristo, é preciso que toquemos o seu corpo no corpo chagado dos pobres, como resposta à comunhão sacramental recebida na Eucaristia. O Corpo de Cristo, repartido na sagrada liturgia, deixa-se encontrar pela caridade partilhada no rosto e na pessoa dos irmãos e irmãs mais frágeis. Continuam a ressoar de grande atualidade estas palavras do santo bispo Crisóstomo: «Queres honrar o corpo de Cristo? Não permitas que seja desprezado nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem O honres aqui no tempo com vestes de seda, enquanto lá fora O abandonas ao frio e à nudez» (Hom. in Matthaeum, 50, 3: PG 58).

Portanto somos chamados a estender a mão aos pobres, a encontrá-los, fixá-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe o círculo da solidão. A sua mão estendida para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos o valor que a pobreza encerra em si mesma.

Superior Geral dos Arautos do Evangelho renuncia


O fundador e Superior Geral dos Arautos do Evangelho, Mons. João Scognamiglio Clá Dias, renunciou ao seu cargo no último dia 2 de junho.

A informação foi divulgada por Gaudium Press na segunda-feira, em uma nota intitulada “Destinado a mais alta missão”, na qual assinala que Mons. Clá Dias renunciou aos cargos de Superior Geral da Sociedade Clerical de Vida Apostólica Virgo Flos Carmeli e de Presidente Geral da Associação Privada de fiéis Arautos do Evangelho.

Na carta, o sacerdote brasileiro afirma: “Considerando meus setenta e sete anos, sessenta deles de labor e sofrimento ao serviço da Santa Igreja Católica, tendo em vista claramente toda a envergadura e prodigioso crescimento desta Obra, nascida de minhas mãos, e sabendo que diante de Deus o ser é muito mais do que o fazer; depois de muito rezar, pareceu-me mais justo aos olhos de Deus e de Maria Santíssima renunciar a meu cargo de Superior Geral, a fim de que um filho meu, sob a ação do Espírito Santo, possa conduzir essa Obra àquela perfeição desejada por Nossa Senhora, tal como Ela imprimiu na alma do Fundador”.

“Ao deixar este encargo, não posso – nem desejaria – diante de Deus, renunciar à minha missão de pai. Faço à Trindade Santíssima, por meio de minha Senhora e Mãe, a Virgem Maria, o firme propósito de continuar a interceder junto a Deus, com minhas súplicas e preces, por meus filhos e filhas”, prossegue Mons. Clá Dias em sua carta.

“Continuarei à disposição de todos e cada um, por saber-me constituído por Deus como modelo e guardião vivo desse carisma, confiado a mim pelo Espírito Santo”, afirma.

Para concluir, o até agora Superior Geral roga a Deus “que continuem rezando por mim e por esta Obra, a fim de que todo o projeto de Deus a nosso respeito atinja todo o esplendor, para sua glória e da Santa Igreja, a fim de que seja instaurada na terra a plena união com o Céus, o Reino de Maria Santíssima”.

Índia: Livro escolar chama Jesus de “demônio”.


Um livro escolar para alunos do ensino médio chama Jesus de “demônio”, no estado de Gujarat, na Índia, o que causou protestos dos cristãos e o pedido para que seja retirado imediatamente.

Segundo assinala a agência Fides, a entidade que publicou o livro em hindi é o Conselho de estado de Gujarat para os livros escolares.

No capítulo 16 do livro, intitulado “Bharatiya Sanskriti Mein Guru-Shishya Sambandh” (A relação entre um guru e seus discípulos na cultura da Índia), no tema que se refere a Jesus Cristo, pode-se ler: “Issam Sambandh mein haivan Isa ka ek kathan sadaa smaraniya Hain”, que em português significa “neste contexto, sempre será recordado um incidente do demônio Jesus”.


O advogado Subramaniam Iyer, que percebeu o erro, diz que neste caso é possível invocar o artigo 295 (a) do Código Penal da Índia, que se refere às ações deliberadas e maliciosas a ultrajar os sentimentos religiosos de qualquer grupo social.

“É simplesmente inaceitável e deve ser imediatamente eliminado”, declarou Iyer, que considera que este erro pode causar problemas de ordem e segurança.

Enquanto isso, o presidente do Conselho do estado de Gujarat para os livros, Nitin Pethani, declarou que se trata de um erro de digitação. “A palavra ‘haiva’, ou seja, discípulo de Jesus Cristo, foi impressa como ‘haivan’, que significa ‘diabo’, sem perceber”, disse.

4 sinais para saber se o seu trabalho na Igreja é por amor a Deus ou por vaidade


Primeiro: quem age só para Deus não se perturba em caso de fracasso, porque Deus não querendo, ele também não quer.

Segundo: alegra-se com o bem que os outros fazem, como se ele mesmo o tivesse feito.

Terceiro: sem preferências para trabalhos, aceita de boa vontade o que a obediência lhe pede. 

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Homilética: 11º Domingo do Tempo Comum - Ano A: "O novo povo de Deus".


Deus quis um povo para si, um povo santo, um povo “sacerdotal”, para santificar o mundo todo em seu nome. Um povo que fizesse sua vontade, realizasse seu reino: “um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex 19,6 - 1ª leitura). Essa vocação do povo, por ocasião da proclamação da Lei no monte Sinai, prefigura aquela vocação mais plena que, no monte da Galileia, Jesus dirigiu a doze humildes galileus. Eles são como que representantes das doze tribos de Israel, e ele os manda para a colheita messiânica, para ceifar com a palavra do evangelho, anunciando a vinda do Reino. Eles são o começo do verdadeiro Israel, o novo povo de Deus. Os sinais disso são os prodígios que os acompanham na sua missão: curam enfermos, limpam leprosos, ressuscitam mortos, expulsam demônios… (Mt 10,8 - evangelho).

O Evangelho nos lembra nossa vocação de evangelizadores. O que é narrado nesse texto, deve ter acontecido muitas vezes enquanto o Senhor percorria cidades e aldeias pregando a chegada do Reino de Deus: ao ver a multidão, encheu-se de compaixão por ela, comoveu-se no mais íntimo do seu ser, porque estavam cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor, profundamente desorientadas.

Encheu-se de compaixão, ou condoeu-se dela: o verbo grego é profundamente expressivo: “comover-se nas entranhas”.  Jesus, com efeito, comoveu-se ao ver o povo, porque os seus pastores, em vez de o guiarem e cuidarem dele, o desencaminhavam, comportando-se mais como lobos do que como verdadeiros pastores do seu próprio rebanho.

Com efeito, a consideração das necessidades espirituais do mundo deve levar-nos a um infatigável e generoso trabalho apostólico. A dificuldade é que agora, como nos tempos de Jesus, os trabalhadores são poucos em proporção com a tarefa. A solução é dada pelo próprio Senhor: Orar, rogar a Deus, Dono da messe, para que envie trabalhadores para a colheita. Será difícil que um cristão, que se ponha a rezar de verdade, não se sinta urgido a participar pessoalmente neste trabalho apostólico!

No texto do Evangelho vê-se como é essencial a oração na vida da Igreja; que Jesus chama os seus Doze Apóstolos depois de lhes ter recomendado que rezassem para que o Senhor enviasse operários para a Sua messe (Mt 9, 38).

Toda a atividade apostólica dos cristãos deve ser, pois, precedida e acompanhada por uma intensa vida de oração, visto que não se trata de uma empresa meramente humana, mas divina.

“A messe é muita, mas os operários poucos… Ao escutarmos isto — comenta São Gregório Magno –, não podemos deixar de sentir uma grande tristeza, porque é preciso reconhecer que há pessoas que desejam escutar coisas boas; falta, no entanto, quem se dedique a anuncia-las”.

Temos de pedir com frequência a Deus que se verifique no povo cristão um ressurgir de homens e mulheres que descubram o sentido vocacional da sua vida; que não somente queiram ser bons, mas se saibam chamados a ser operários no campo do Senhor e correspondam generosamente a essa chamada: homens e mulheres , velhos e jovens, que vivam entregues a Deus no meio do mundo, muitos em celibato apostólico; cristãos correntes, ocupados nas mesmas tarefas dos seus iguais, que levem Cristo ao âmago da sociedade de que fazem parte.

Peçamos também à Santíssima Virgem que nos faça entender como dirigida a cada um de nós essa confidência que o Senhor faz aos seus — a messe é muita –, e formulemos um propósito concreto de empreender com urgência e constância um esforço grande para que sejam muitos os operários no campo de Deus. Peçamos-lhe a enorme alegria de ser instrumentos para que outros correspondam à chamada que Jesus lhes faz. 

Homilética: Solenidade do Sagrado Coração de Jesus - Ano A: "Só Deus ama assim".



Quem é esse Deus em quem acreditamos? Qual é a sua essência? Como é que o podemos definir? A liturgia deste dia diz-nos que “Deus é amor”. Convida-nos a contemplar a bondade, a ternura e a misericórdia de Deus, a deixarmo-nos envolver por essa dinâmica de amor, a viver “no amor” a nossa relação com Deus e com os irmãos.

Celebrar a solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus é tributar ao Senhor um culto de adoração que manifeste, com especiais homenagens e ternas práticas de reparação, toda a nossa gratidão pelo mistério de amor que Ele, por meio de sua amantíssima Redenção, dignou-se manifestar-nos. É, pois, com um coração de carne, unido hipostaticamente à sua divina pessoa, que o Verbo humanado simboliza, numa imagem natural e expressiva, a caridade transbordante que Deus tem para conosco. Ao Filho eterno do Pai, com efeito, não bastou amar a humanidade com um amor unicamente espiritual; amando-nos mais do que poderíamos imaginar, o Redentor do gênero humano, ao fazer-se semelhante a nós segundo a carne, amou-nos com um amor também sensível e afetivo, como convinha a uma natureza humana íntegra e perfeitíssima, cujos sentimentos não poderiam jamais se contrapor à infinita caridade que a Divindade tem por nós.

Índice desse divino amor — ao mesmo tempo espiritual e sensível —, o Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo é, nos dizeres do Papa Pio XII, uma como que "mística escada" pela qual nos é dado subir "ao amplexo 'de Deus nosso Salvador'" (Haurietis Aquas, 28; cf. Tt 3, 4). Prova concreta e inequívoca de que fomos amados por primeiro (cf. 1Jo 4, 19), o coração do Senhor, chagado pelos nossos muitos pecados, pode hoje levar-nos a um maior comprometimento com a vida de santidade. Ao meditarmos neste dia de festa como somos queridos por Deus, muitíssimo mais do que um filho pode ser querido por sua mãe, peçamos ao Pai de misericórdias a graça de amarmos com verdadeira e "louca" paixão o seu Filho unigênito. Queiramos conhecê-lO mais nas páginas do Evangelho e nos momentos de oração; façamos, além disso, o propósito de O imitarmos de mais perto, mantendo sempre sob olhos os exemplos de virtude e amor que Ele, a fim de instruir-nos e dar-nos um caminho seguro à perfeição na caridade, quis prodigalizar-nos.