Aos 14 anos já era o estudante que mais se sobressaia. Aos 20 foi nomeado professor do colégio São Miguel.
Doutorou-se na famosa Universidade de Cambridge, e aos 22 anos, obteve a dispensa da falta de idade, e foi ordenado sacerdote. Pouco depois recebeu a nomeação de vice-chanceler ou vice-reitor da grande universidade.
Em 1504, foi eleito nosso santo como bispo de Rochester, quando somente tinha 35 anos. E ele, como cumpria sempre com as responsabilidades que lhe confiavam, dedicou-se a este ofício com a todas as forças de sua forte personalidade.
Com um entusiasmo não muito frequente em sua época, dedicou-se a visitar todas e cada uma das paróquias para observar se cada um estava cumprindo com seu dever, e animar aos não muito entusiastas.
Aos sacerdotes insistia na grave responsabilidade de cumprir com muita exatidão seus deveres sacerdotais. Ia pessoalmente visitar aos mais pobres. Dedicava, além disso, muitas horas ao estudo e a escrever livros.
Fizeram-se muito famosos seus discursos fúnebres na morte do rei Henrique VII e no funeral da rainha Margarida. Mesmo sendo bispo e além disso chanceler da universidade, levava uma vida tão austera como a de um monge.
Não dormia mais da seis horas. Fazia fortes penitências. Quando Lutero começou a difundir os erros dos protestantes, o bispo Fisher foi eleito para atacar tão fatais erros, e escreveu quatro livros para combater os erros dos luteranos.
Em um Sínodo de Inglaterra, o bispo Fisher protestou fortemente contra a mundanismo de alguns eclesiásticos, e a vaidade, daqueles que buscavam altos postos e não a verdadeira santidade.
Quando o rei Henrique VIII se dispôs divorciar de sua legítima esposa e casar-se com sua concubina Ana Bolena, o bispo João Fisher foi o primeiro a opor-se. E ainda que muitas altas personagens, por conservar a amizade do rei, declararam que esse divórcio poderia ser feito, João, ainda em perigo de perder suas responsabilidades e ser condenado à morte, declarou publicamente que o matrimônio católico é indissolúvel.
O terrível rei Henrique VIII declarou-se então chefe supremo da Igreja na Inglaterra em substituição ao Sumo Pontífice, e todos os que desejavam conservar suas altos postos na governo e na Igreja, o apoiaram. Porém João Fisher declarou que isto era absolutamente errado e em pleno Parlamento exclamou: “Querer substituir ao Papa de Roma pelo rei de Inglaterra, como chefe de nossa religião é como gritar um ‘morra’ à Igreja Católica”.
As ameaças dos inimigos começaram a chegar sobre ele. Po5r duas vezes levaram-no ao presídio. Outra vez trataram de o envenenar. Inventaram sobre ele toda classe de calúnias, e como não o conseguiram intimidar, mandaram-no encerrado na Torre de Londres.
Tinha então 66 anos. Estando na prisão, recebeu do sumo Pontífice a nomeação de Cardeal. O ímpio rei exclamou: “Mandaram-lhe o chapéu de Cardeal, porém não poderá colocar, porque eu lhe mandarei cortar a cabeça”. E assim foi. Em 17 de junho de 1535 leram-lhe a sentença de morte.
O rei Henrique VIII mandava matá-lo para não aceitar o divórcio e para não aceitar que o rei substituísse ao Papa na governo da Igreja Católica. Ao chegar ao local onde lhe iriam cortar a cabeça, o venerável ancião dirige-se à multidão e lhes diz a todos que morre por defender a Santa Igreja Católica fundada por Jesus Cristo. Recita o “Tedeum” em ação de graças e, morre.
São João Fisher, valoroso soldado de Cristo, que repreendíeis as heresias de vossa época e exortáveis aos sacerdotes a cumprir com fidelidade total a todos os deveres de consagrados, vós que preferistes dar vossa vida a aceitar os erros, nós vos louvamos por vossa vida tão santa e atitudes firmes! Pedimo-vos esse mesmo dom de exortar aos que erram , sempre com caridade, para que não venhamos a pecar por negligência diante dos erros alheios. Por Cristo Nosso Senhor. Amém