segunda-feira, 4 de junho de 2018

Papa Francisco rejeita proposta alemã de intercomunhão


Um mês depois do Vaticano e dos delegados alemães se reunirem em Roma para discutir uma proposta apresentada pelos bispos alemães para permitir que os cônjuges protestantes em casamentos interdenominacionais recebam Eucaristia, em certas circunstâncias, o Papa Francisco a rejeitou.

Em uma carta datada de 25 de maio e dirigida ao cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique e presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha, o cardeal eleito Luis Ladaria SJ, principal autoridade do Vaticano em assuntos de doutrina, disse que o texto da proposta alemã “levanta série de problemas de considerável importância ”.

A carta foi publicada em 4 de junho no blog do veterano jornalista vaticano Sandro Magister.

A assessoria de imprensa da Santa Sé confirmou a autenticidade da carta, que também foi enviada aos membros da delegação alemã que participaram de uma reunião de 3 de maio entre prelados alemães e oficiais do Vaticano sobre o assunto em Roma, incluindo o cardeal Rainer Maria Woelki, arcebispo de Colônia; O bispo Felix Genn, de Münster; O bispo Karl-Heinz Wieseman, de Speyer; O bispo Rudolf Voderholzer de Regensburg e o bispo Gerhard Feige de Magdeburgo.

Depois de falar com o Papa Francisco sobre o assunto à luz da discussão de 3 de maio, Ladaria disse que o papa "chegou à conclusão de que o documento não está maduro o suficiente para ser publicado", e citou três razões principais para a decisão.

Primeiro, Ladaria enfatizou que a admissão à comunhão dos cônjuges protestantes nos casamentos interconfessionais “é um tema que toca a fé da Igreja e tem relevância para a Igreja universal”.

Permitir que os não-católicos recebam a Eucaristia, mesmo em certas condições limitadas, também teria um impacto nas relações ecumênicas com outras Igrejas e comunidades eclesiais “que não devem ser subestimadas”.

Finalmente, ele disse que a questão da Comunhão é uma questão de direito da Igreja, e citou o cânon 844 do Código de Direito Canônico, que trata do acesso aos sacramentos da Igreja Católica.

Especificamente, o cânon 844 declara que “os ministros católicos administram os sacramentos licitamente somente aos membros católicos dos fiéis cristãos, que também os recebem lícitamente dos ministros católicos”, além de várias exceções enunciadas no cânon.

Essas exceções incluem permitir que cristãos não-católicos recebam os sacramentos da Confissão, da Eucaristia e da Unção dos Enfermos por ministros não-católicos nas igrejas onde esses sacramentos são válidos “sempre que a necessidade o requer ou a verdadeira vantagem espiritual sugere, e desde que o perigo de erro ou de indiferença seja evitado. ”

Os ministros católicos, diz o cânon, também podem administrar esses sacramentos licitamente aos membros das Igrejas orientais que não estão em plena comunhão com Roma, “se eles procurarem por conta própria e estiverem devidamente dispostos”.

O cânon diz que isto também é válido “para os membros de outras Igrejas que no julgamento da Sé Apostólica estão na mesma condição com respeito aos sacramentos como estas Igrejas Orientais”.

Para os cristãos não-católicos incapazes de se aproximar de um ministro de sua própria confissão, o cânon diz que eles são capazes de receber estes sacramentos somente “se o perigo da morte estiver presente ou se, no julgamento do bispo diocesano ou conferência de bispos, alguma outra necessidade grave insta.

No entanto, para receber os sacramentos, eles devem buscar a recepção “por conta própria, desde que manifestem a fé católica em relação a esses sacramentos e estejam devidamente dispostos”.

O cânon conclui sublinhando que, no caso das exceções, “o bispo diocesano ou a conferência dos bispos não deve emitir normas gerais, exceto após consulta, pelo menos, com a autoridade competente local da Igreja ou comunidade não católica interessada”.

Em sua carta ao Cardeal Marx, Ladaria observou que, embora existam “questões abertas” em alguns setores da Igreja no que diz respeito à interpretação do cânon 844, “os dicastérios competentes da Santa Sé já foram encarregados de produzir um esclarecimento oportuno sobre essas questões no nível da Igreja universal ”.

No entanto, ele disse que seria deixado para os bispos diocesanos julgar quando há uma "grave necessidade iminente" em relação à recepção dos sacramentos.

Palavra de Vida: «Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus».


O Evangelho de Mateus abre a narração da pregação de Jesus com o surpreendente anúncio das Bem-Aventuranças. Jesus proclama “bem-aventurados”, isto é, plenamente felizes e realizados, todos aqueles que, aos olhos do mundo, são considerados vencidos ou criaturas com pouca sorte: os humildes, os doentes, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os puros de coração, os que trabalham na construção da paz. A estes, Deus faz grandes promessas: serão por Ele saciados e consolados, serão herdeiros da Terra e do Seu Reino.

Trata-se de uma verdadeira revolução cultural. Muda radicalmente a nossa visão, muitas vezes fechada e míope, segundo a qual estas categorias de pessoas são uma parte marginal e insignificante, na luta pelo poder e pelo sucesso.

«Felizes os pacificadores, 
porque serão chamados filhos de Deus».

Na visão bíblica, a paz é o fruto da salvação que Deus realiza. Portanto, a paz é, antes de mais, uma dádiva de Deus. É uma caraterística do próprio Deus, que ama a humanidade e toda a Criação com um coração de Pai e tem para todos um projeto de concórdia e harmonia. Por isso, quem trabalha pela paz demonstra uma certa “semelhança” com Ele, como um Filho.

"Nada a Perder" está entre os 100 piores filmes de todos os tempos


“Nada a Perder”, a cinebiografia do bispo Edir Macedo, dirigida por Alexandre Avancini, filho de Walter Avancini, é o 52º da lista da lista dos 100 piores filmes de todos os tempos do site americano IMDB, um dos mais respeitados de cinema, com nota qualificada de 2,4. Na segunda-feira (21) o filme brasileiro estava em 52º da lista.

Lançado em 1990, o IMDB tem mais de 83 milhões de usuários registrados. A lista de piores filmes dá mais peso às avaliações de quem analisa frequentemente os títulos cadastrados no site, diminuindo assim o risco de fraudes. Apenas filmes que estrearam no cinema e tiveram mais de 1500 avaliações são considerados.

No Brasil, o filme conquistou no começo do mês o título de maior bilheteria da história no país, com mais de 11,446 milhões de ingressos vendidos, ultrapassando outra produção da Record, “Os Dez Mandamentos”, também de Avancini.

O UOL apurou que membros da igreja Universal têm anunciado nas redes sociais ingressos com direito a transporte gratuito até a sala de cinema, levantando a suspeita de que a própria Universal estaria “esgotando” sessões para distribuição, o que sempre foi desmentido pela igreja.

Bispo pede cautela a católicos frente à agenda ofensiva do mês do orgulho gay


Dom Thomas Tobin, Bispo de Providence (Estados Unidos), pediu aos católicos para “terem muito cuidado” frente à agenda moralmente ofensiva dos eventos do mês do “orgulho gay”, em junho.

Através do Twitter, Dom Tobin advertiu que o “mês LGBTQ” (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e queer) “não é uma celebração de respeito divertida e familiar”.

O mês do orgulho gay, assinalou, “promove um estilo de vida e uma agenda que é moralmente ofensiva”.

Em diversos países, como nos Estados Unidos, o lobby gay celebra o mês de orgulho em junho, com vários eventos e desfiles, muitas vezes apresentando homens seminus ou disfarçados de mulheres. Essas atividades promovem supostos direitos, como o casamento homossexual e a adoção por parte de casais do mesmo sexo.

A publicação do bispo norte-americano causou polêmica no Twitter, com um usuário que o criticou por “não ter ouvido o Papa Francisco”, que supostamente teria apoiado o estilo de vida homossexual.

“O Papa Francisco ama as pessoas e as acolhe, como Jesus, como todos nós acolhemos. O Papa Francisco não aprova o comportamento imoral”, sublinhou o Dom Tobin.

Entre as respostas ao Prelado, a usuária Erin Manning destacou que, em vez de participar das atividades do mês do orgulho gay, “nós católicos deveríamos celebrar o mês do Sagrado Coração”.

“Cada diocese, cada paróquia deve ter eventos especiais em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus durante este mês, especialmente a adoração do Santíssimo Sacramento”, disse.

Às pessoas que se dizem católicas, mas rechaçam o ensinamento da Igreja sobre as práticas homossexuais, Kelly Schermann destacou que “não se pode assegurar ser ‘católico praticante’ se você não pratica/aceita todos os ensinamentos de Cristo e da Igreja”.

Igreja protestante retira imagem de Cristo que considera “muito católica”


Uma igreja batista nos Estados Unidos anunciou que, depois de 11 anos mantendo-a na fachada de seu templo, retirará uma imagem e alguns quadros porque os consideram “muito católicos”.

A Red Bank Baptist Church em Lexington, estado da Carolina do Sul, decidiu que a imagem branca de Cristo e os quadros em relevo que mostram algumas passagens da vida do Senhor fossem retirados no dia 31 de maio.

A notícia foi divulgada por seus líderes, Jeff Wright e Mike Dennis, em uma carta enviada ao artista criados da imagem e dos quadros, Bert Baker Jr., no começo do mês.

Na carta, assinalam que compreendem “que este não é um ícone católico, mas as pessoas percebem a imagem nesses termos. Por isso, os seguidores estão questionando a teologia e os valores essenciais da Red Bank Baptist Church”.

Baker, que era membro da igreja batista, fez a imagem e os quadros em 2007.

Em uma missiva que escreveu como resposta, explicou que, “sob cada um de seus braços, a imagem mostra eventos históricos que nós, como cristãos, cremos que representam a vida de Cristo. Não deve haver confusão sobre os fatos do nascimento, da vida, dos milagres, da crucificação, da morta e da ressurreição do Senhor”.

Em declarações ao jornal ‘The State’, Baker disse que não tem a “intenção de gerar debate”, entretanto, disse que “as pessoas não gostam da imagem porque parece muito católica, é simplesmente louco”.

“Esteve ali por 11 anos. Não concordo com a carta, me ofende”, afirmou.

Nota da Arquidiocese de BH: "Greve dos caminhoneiros: Tempo de aprendizado e mudanças”.


NOTA SOBRE O CONTEXTO ATUAL BRASILEIRO

Nós, Arquidiocese de Belo Horizonte, estamos juntos e sensíveis às solidariedades exigidas pelos trabalhadores brasileiros neste momento nacional. Solidariedade que nos faz próximos da dor do outro, nosso irmão. Estamos juntos nas necessidades de cada um e na luta por condições dignas de trabalho para cada cidadão e cidadã, construtores essenciais de nossa sociedade.

Este momento exige humildade para aprendermos as lições que, praticadas, possibilitam nossa reconstrução social, econômica, política e cultural. A paralisação dos caminhoneiros desenhou cenários que exigem o reconhecimento da força de cada segmento da sociedade. Reconhecimento muito necessário sob pena de criarmos situações perigosas e insustentáveis, com riscos muito sérios que podem produzir passivos e multiplicar os prejuízos que recaem sobre os ombros de todos, mais pesadamente sobre os ombros dos pobres.

O momento exige muita sabedoria e generosidade no enfrentamento da falta de combustíveis, precarização do transporte coletivo, prateleiras vazias nos supermercados, aumentos abusivos de preços.

Nigéria: Pastor afirma que o Papa é o Anticristo e que todos os católicos vão para o Inferno


A Nigéria está acostumada a ver os muçulmanos ligados ao grupo extremista Boko Haram massacrarem os cristãos em um dos conflitos religiosos mais intensos do mundo. Mas o país está testemunhando uma outra guerra, entre cristãos dos segmentos católico e evangélico.

Durante um culto este mês, na Igreja de Deus em Ikeja, na capital Lagos, o pastor Chris Okotie chocou a congregação ao dizer que todos os católicos do mundo vão para o inferno quando morrerem porque eles são adoradores de Satanás. Também afirmou que eles são liderados por um papa que é o Anticristo e um amigo da Diabo.

O pastor Okotie atacou Francisco diretamente e disse que a Igreja Católica Romana é “uma igreja falsificada, criado por Satanás”. Para ele, a maior prova é que os católicos se curvam diante de ídolos ao invés de glorificar somente a Jesus.

“Eles não são cristãos e nunca foram”, insistiu Okotie. “Eles não conhecem a Jesus. Acreditam que quando comem a hóstia aos domingos, estão comendo o corpo de Jesus. É um ritual.”

Anunciou ainda que é uma questão de tempo até que o papa Francisco revele-se o Anticristo e faça a Igreja Católica declarar lealdade completa ao Diabo. Afirmou que o Papa João Paulo II havia consagrado o mundo à imagem de Maria, mãe de Jesus, e que o papa Francisco fez a mesma coisa, tentando tirar a glória de Jesus Cristo.

Insistiu que era óbvio que os católicos não servem ao mesmo Cristo que é pregado na Bíblia. Acrescentou que os católicos não temem sequer ir para o inferno, por isso inventaram o purgatório. No final, apelou para que os fiéis ajudassem a salvar os católicos, anunciando-lhes o verdadeiro evangelho.

sábado, 2 de junho de 2018

Homilética: 9º Domingo do Tempo Comum - Ano B: "O Sábado é para o Homem"


A Liturgia nos faz ler hoje os textos da Bíblia que falam do dia de descanso festivo: o “sábado” dos Judeus e o “domingo” dos cristãos. A santificação do dia do Senhor ocupa um lugar privilegiado na Sagrada Escritura.

Tal como lemos em Dt 5, 12 – 15, foi o próprio Deus quem instituiu as festas do Povo escolhido e quem o instava a observá-las: Guardarás o dia do sábado e o santificarás, como te ordenou o Senhor, teu Deus. Trabalharás seis dias e neles farás todas as tuas obras; mas no sétimo dia, que é o repouso do Senhor, teu Deus, não farás trabalho algum…

Além do sábado, existiam entre os judeus outras festas principais: a Páscoa, o Pentecostes, os Tabernáculos em que se renovava a Aliança e se agradeciam os benefícios obtidos. O sábado, depois de seis dias de trabalho nos afazeres próprios de cada um, era o dia dedicado a Deus em reconhecimento da sua soberania sobre todas as coisas.

Jesus Cristo teve um grande apreço pelo sábado e pelas festividades judaicas, embora soubesse que, com a sua chegada, todas essas disposições seriam abolidas para darem lugar às festas cristãs. Então Jesus restaurou o sentido do sábado como celebração da vida em plenitude e da liberdade. Veio recolocar essas experiências no centro da fé vivida de modo pessoal e comunitário. É com base na experiência manifestada em Cristo ressuscitado que o apóstolo Paulo consegue suportar todo sofrimento em sua vida de luta pelo anúncio do evangelho.

Para a reevangelização do mundo, é particularmente urgente realizar um apostolado eficaz a respeito da santificação do domingo, um apostolado que penetre nas famílias. Porque há gente que esmorece e chega a perder o espírito cristão por uma maneira errada de descansar nos fins de semana. “É dever dos cristãos a preocupação de fazer que o domingo se converta novamente no dia do Senhor, e que a Santa Missa seja o centro da vida cristã… O domingo deve ser um dia para descansar em Deus, para adorar, suplicar, agradecer, pedir perdão ao Senhor pelas culpas coe metidas na semana que passou, pedir-lhe graças de luz e força espiritual para os dias da semana que começa” ( Papa Pio Xll ) e que iniciaremos então com mais alegria e com o desejo de acometer o trabalho com outro entusiasmo.