quarta-feira, 19 de setembro de 2018

CE: Santuário de Canindé repudia manifestação política ao final de Missa


O Santuário de Canindé no Ceará, divulgou nesta segunda-feira, 17 de setembro, uma nota de repúdio a uma manifestação pró-Lula, feita neste domingo, 16, após uma missa, na Quadra da Gruta, próximo a Basília de São Francisco. O local estava cheio de fieis, grande parte vindos de Fortaleza, numa tradicional moto romaria.

Segundo a mídia local, ao final da celebração Eucarística na gruta de Nossa Senhora de Lourdes do Santuário de Canindé, um homem não identificado pediu para usar o microfone a fim de dar um aviso. Entretanto, o indivíduo convidou os presentes para um ato intitulado ‘Lula Livre’, em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso desde abril: "Eu queria convidar a todos vocês a hoje a noite, participar da manifestação Lula Livre". A reação do público foi imediata, logo dezenas de pessoas gritaram o nome do candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, do PSL e a palavra "mito", uma referência clara ao candidato.

A nota que o Santuário divulgou, foi assinada por Frei Marconi Lins: "Pessoalmente, tentei chegar rapidamente ao lugar, pois a Santa Missa foi celebrada por um padre visitante, mas a multidão já estava se dispersando e não foi possível usar do microfone para chamar à atenção do uso político e desrespeito para o recinto sagrado".

O Frei lembrou que não é a primeira vez que esse tipo de incidente acontece nas imediações do Santuário. Uma referência ao tumulto que a presença de José Serra (PSDB) numa missa também gruta casou. O político foi até hostilizado por um grupo de militantes do PT. 

Em um trecho da nota, Frei Marconi destaca: "Em nome da Fraternidade Franciscana da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, que cuida pastoralmente e administra o Santuário de São Francisco das Chagas, da Arquidiocese de Fortaleza, vimos manifestar publicamente nosso repúdio e total desaprovação ao deplorável acontecimento, tanto por parte do que usou o microfone irresponsavelmente e  desrespeitosamente, quanto pela atitude inconsequente de centenas de pessoas, que terminada a Santa Missa, depois de ouvirem a Palavra do Senhor e comungarem Seu Corpo e Sangue, ao invés de terem sentimentos de Cristo (cf. Fl 2,5), deixaram-se levar por sentimento de ódio e revanche negando o ensinamento do Senhor que não admite o ódio e a violência entre os que se dizem cristãos".

Curitiba: Sob chuva, milhares se reúnem para manifestação pela vida


Nem mesmo a chuva impediu que milhares de pessoas se reunissem no último sábado, 15 de setembro, em Curitiba (PR), para a Manifestação pela Vida, a fim de dizer ‘não’ à descriminalização do aborto no Brasil.

A manifestação ocorreu no Centro Cívico de Curitiba e foi convocada por meio de uma união inédita entre a Igreja Católica e Igrejas Evangélicas da cidade, a fim de denunciar o ativismo do judiciário e expressar-se contra a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442/2017 (ADPF 442), que propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação e foi tema de audiência pública no início de agosto no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Onze pessoas não eleitas pelo povo não podem decidir pela vida ou morte das crianças em gestação, sem passar o projeto de lei pelo poder legislativo”, afirmou ao site da Arquidiocese de Curitiba o físico Robson Rodovalho, uma das lideranças presentes no evento.

O escândalo do desenvolvimento da doutrina


O anúncio da modificação do Catecismo da Igreja Católica sobre o tema da pena de morte tem gerado um intenso debate ao redor do mundo. Cada desenvolvimento da doutrina na história da Igreja suscitou consensos ou críticas construtivas, mas também resistências e rejeições.

Hoje pode provocar barulho uma nota da Amoris laetitia ou um novo ensinamento sobre a pena de morte, mas olhando para trás, percorrendo rapidamente 2.000 anos de cristianismo, vemos que muitas coisas mudaram e hoje chegamos a supor que sempre tenha sido assim. O fato é que toda mudança pode gerar escândalo e confusão.

A pena de morte na Bíblia

Basta ler a Bíblia para compreender quanto caminho foi percorrido. Hoje ficamos horrorizados diante de certas ordens dadas por Deus a Moisés, conforme relatado pelas Sagradas Escrituras. Em Levítico (Capítulo 20), o Senhor ordena matar idólatras, adúlteros, sodomitas, incestuosos e mesmo aqueles que maltratam o pai ou a mãe deve ser condenados à morte. É certo que Moisés viveu mais de 3.000 anos atrás. Naturalmente, essas ordens estão contidas no Antigo Testamento, mas no final da leitura sempre dizemos: Palavras do Senhor.

Progressos doutrinais na primeira comunidade cristã

Pensemos no trauma vivido pelos primeiros cristãos convertidos do judaísmo: quanta coragem que tiveram ao ter de abandonar as leis fundamentais do seu povo, como a circuncisão. Quanta abertura de mente e de espírito para aceitar os pagãos na Igreja, na época algo considerado ilícito.

Pedro - narram os Atos dos Apóstolos - já havia recebido o Espírito Santo, mas ainda não o entendia. Somente diante de um centurião romano, Cornélio, e sua família, é iluminado e diz: "Em verdade, reconheço que Deus não faz distinção de pessoas, mas em toda nação lhe é agradável aquele que o temer e fizer o que é justo. Deus enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a boa nova da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos." 

Nesta frase, "eu reconheço" há todo o gradual progresso de nosso conhecimento da verdade de Deus. Um caminho que não termina enquanto durar a história. Cresce a inteligência da fé.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Relato de quem conviveu com o Socialismo desde a Ditadura Militar


Sou a segunda filha do casamento do meu padrasto com a minha mãe. Meu padrasto é socialista. Meu pai é maçom. Isto nunca foi um problema para o meu padrasto porque monogamia é um destes valores burgueses que ele despreza.

Nos primeiros anos da década de 1960, meu padrasto participava da política estudantil. Nesta época os socialistas optaram pela luta armada ao invés da guerra cultural. Ele era contra a luta armada, pois acreditava não haver nenhuma chance de vitória, mas a discordância era inaceitável dentro da revolução. Então algum revolucionário deixou para ele um livro proibido, de título O Deus Nu, com uma dedicatória datada de 1962. A pessoa que possuía este livro estava marcada para morrer. Assim, além de inibir a magia do livro, ele tinha de manter sua posse em segredo.

Meu padrasto, o Otto e o Brants costumavam pescar. Cada um levava sua família. Era um “ponto”*. Vinha um homem conversar com eles, afastado das esposas e das crianças.

O Otto trabalhava na Chocolates Salware, e costumava trazer salgadinhos. Lembro de quando ele trouxe um biscoitinho coberto de chocolate e salpicado com sal grosso. Misturar doce e salgado em um mesmo alimento é nada auspicioso, e uma prática nazista.

Certa noite, todos estavam preocupados com o meu padrasto, pois ele estava encrencado por ter faltado ao ponto*. Minha mãe mantinha estas questões longe das filhas, mas eu era uma pequena espiã, e chamei meu pai para ajudar. Meu pai fez magia para que os socialistas não o alcançassem, e meu padrasto deixou de ser morto.

Tinha um tio simpatizante do nazismo, que era capaz de recitar Nietzche e tinha uma suástica tatuada no braço, sempre encoberta pelo paletó. Normalmente, as crianças eram retiradas da sala quando ele estava. Sua filha era hyppie. Ela costumava me levar até a comunidade, pois passear comigo era a desculpa para sair de casa, e como a psicóloga tinha pedido para confiarem nela, ninguém se opunha. Assim eu conheci o maior segredo dos hyppies: suas longas cabeleiras eram perucas. A comunidade tinha um quadro com a face de Jesus Cristo na sala de estar. Isto me fazia pensar que eram pessoas boas mas, é claro, eu estava enganada. O quadro estava lá para que eles pecassem diante da face de Cristo. As comunidades hyppies praticavam magia negra. Sempre havia um líder que era o guia espiritual do grupo. O motivo das roupas floridas era fazer as pessoas verem o paraíso na terra. Minha prima nunca conseguiu ser aceita na comunidade, porque se recusou a romper com a família.

Minha mãe, minhas irmãs e eu vamos a uma loja de calçados e uma mulher sempre se aproxima de forma inconveniente, e pergunta se está incomodando. Esta mulher coloca uma escuta em meu casaco. Eram os militares investigando o Otto.

O Brants acreditava que eu atraía maçons, e temia ser preso por minha causa. Naquela época os militares e a maçonaria combatiam o comunismo juntos. O Brants se reúne com o Otto e meu padrasto, e propõe que eu seja morta. Meu padrasto discorda, e o Otto também, dizem que é um absurdo matar uma criança. Eu estou escondida, ouvindo a conversa por uma porta entreaberta e, depois, pego as bonecas e reproduzo todo o diálogo. Acredito que esta brincadeira foi gravada pelo SNI, pois eu estava usando o casaco da escuta.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

8 mentiras sobre Deus que os católicos devem conhecer e rebater


Tendo em conta a complexidade da teologia católica sobre a natureza de Deus, a seguinte lista, baseada nas Sagradas Escrituras e no Magistério da Igreja, responde a 8 mentiras recorrentes que estão à espreita dos católicos no mundo atual.

1. Cristo é insuficiente

Não existem novas revelações e o cânon bíblico está fechado. Há muitas pessoas que querem “aumentar” os ensinamentos de Cristo sustentando que, como as Sagradas Escrituras foram “escritas há muito tempo”, estas deveriam ser “atualizadas”.

Videntes e impostores de todo tipo difundem suas supostas “habilidades proféticas” que, ao que parece, estão contra o que sabemos de Deus. Nada mais longe da verdade.

Se estas pessoas estão certas, por que o Espírito Santo dá a cada uma diferentes mensagens? Cristo e sua Igreja não precisam de nada dos seres humanos. A mensagem de Cristo é válida e autêntica ontem, hoje e sempre como afirma no livro dos Hebreus 13,8.

2. Pode haver novas revelações do plano da salvação

Não há e nunca poderão existir novas revelações para ser acrescentadas na economia da salvação. Algumas revelações privadas foram aprovadas pela piedade popular (por exemplo, Sagrado Coração, Nossa Senhora de Lourdes, a Divina Misericórdia) e outras não.

A chave é se estão de acordo com as revelações originais de Cristo nas Sagradas Escrituras. As pessoas se colocam em uma situação precária quando se atrevem a julgar não somente a Bíblia, como também Deus e Sua Igreja, negando assim a Tradição e o magistério.

3. Jesus nunca assegura ser Deus na Bíblia

Cristo se refere a si mesmo como Deus cerca de 50 vezes nas Sagradas Escrituras.

Do mesmo modo, os Evangelhos mostram as reações de quem se opunha a Jesus depois de afirmar que Ele era Deus ou igual a Deus (por exemplo em Marcos 14,61-62).

Se Jesus nunca afirmou ser Deus, por que algumas pessoas se incomodaram tanto com Ele há 2000 anos ao ponto de crucificá-lo? Cristo foi condenado à morte porque o consideravam blasfemo ao referir-se a si mesmo como Deus.

4. Todos somos filhos de Deus e, portanto, Ele deve amar tudo o que somos

Sim. Deus criou todos nós. Deus ama todos. Todos somos seus filhos. Entretanto, Ele nos chama para Si mesmo em um espírito de amor e arrependimento, mas nem todo mundo está preparado e disposto a fazer esse tipo de compromisso.

Não podemos dizer que somos seus filhos e ao mesmo tempo nos negar em reconhecer nossa relação com nosso Pai Celestial. (1 João 3,10, Romanos 8,15, Efésios 2,1-16).

Deus é misericordioso, mas nem todos nós queremos ser perdoados, ou inclusive, pensamos que não fizemos nada que deve ser perdoado (1 João 1, 8).

domingo, 16 de setembro de 2018

Homilética: 9º Domingo do Tempo Comum - Ano B: "O Sábado é para o Homem"


A Liturgia nos faz ler hoje os textos da Bíblia que falam do dia de descanso festivo: o “sábado” dos Judeus e o “domingo” dos cristãos. A santificação do dia do Senhor ocupa um lugar privilegiado na Sagrada Escritura.

Tal como lemos em Dt 5, 12 – 15, foi o próprio Deus quem instituiu as festas do Povo escolhido e quem o instava a observá-las: Guardarás o dia do sábado e o santificarás, como te ordenou o Senhor, teu Deus. Trabalharás seis dias e neles farás todas as tuas obras; mas no sétimo dia, que é o repouso do Senhor, teu Deus, não farás trabalho algum…

Além do sábado, existiam entre os judeus outras festas principais: a Páscoa, o Pentecostes, os Tabernáculos em que se renovava a Aliança e se agradeciam os benefícios obtidos. O sábado, depois de seis dias de trabalho nos afazeres próprios de cada um, era o dia dedicado a Deus em reconhecimento da sua soberania sobre todas as coisas.

No tempo de Jesus, haviam-se introduzido muitos abusos rigoristas, o que originou diversos choques dos fariseus com o Senhor, como o que relata o Evangelho de Mc 2, 23 – 3,6. Num sábado, enquanto atravessavam um campo semeado, os discípulos de Jesus começaram a arrancar espigas. Disseram-lhe os fariseus: Olha, como é que eles fazem em dia de sábado o que não está permitido? … Cristo recorda-lhes que as prescrições sobre o descanso sabático não têm um valor absoluto e que Ele, o Messias, é o Senhor do sábado.

Jesus Cristo teve um grande apreço pelo sábado e pelas festividades judaicas, embora soubesse que, com a sua chegada, todas essas disposições seriam abolidas para darem Iugar a festas cristãs. São Lucas diz-nos que a Sagrada Família ia todos os anos a Jerusalém por ocasião da Páscoa ( Lc 2, 41). Jesus também celebrou todos os anos essa solenidade com os seus discípulos. Vemo-lo, além disso, santificar com a sua presença a alegria de um casamento ( Jo 2, 1 – 11), e na sua pregação emprega frequentemente exemplos de festejos domésticos: o rei que celebra as bodas de seu filho. O banquete pela chegada do filho que havia partido para longe da casa paterna e que retorna ( Lc 15, 23 ). O Evangelho está dominado uma alegria festiva, sinal de que o noivo, o Messias, se encontra já entre os seus amigos.

O próprio Senhor quis, pois, que celebrássemos as festas, interrompendo as ocupações habituais para procurá-lo mediante a participação da Santa Missa e uma oração mais intensa e sossegada, dedicando mais à família e dando ao corpo e à alma o descanso necessário.   O domingo é realmente o dia que o Senhor fez para o regozijo e para alegria (  Sl 117, 24 ).

A Ressurreição do Senhor teve lugar no “primeiro dia da semana”, como testemunham todos os Evangelistas. E na tarde daquele mesmo dia, Jesus apareceu aos seus discípulos reunidos no Cenáculo, mostrando-lhes as mãos e o lado como sinais palpáveis da Paixão. Oito dias mais tarde, isto é, no “primeiro dia da semana” seguinte, apareceu de novo em circunstancias semelhantes ( Cf. Jo, 20).

É possível que o Senhor quisesse indicar-nos que esse primeiro dia devia ser uma data muito particular. Os cristãos entenderam-no assim e desde o início começaram a reunir-se para celebrá-lo, de tal modo que o denominavam o dia do Senhor (Ap 1, 10),  donde provém a palavra domingo. Os Atos dos Apóstolos e as Epístolas de São Paulo mostram como os nossos primeiros irmãos na fé se reuniam aos domingos para a fração do pão e para a oração, e é isso exatamente o que se continua a fazer até boje ( Cf. ( At 20, 7; 1 Cor 16, 2 ; At 2, 42 ) .

Diz assim um texto dos primeiros séculos: “Não ponhais os vossos assuntos temporais acima da palavra de Deus, antes, abandonando tudo no dia do Senhor para ouvir a Palavra de Deus, correi com diligência às vossas igrejas, pois nisso se manifesta o vosso louvor a Deus. Que desculpa terão diante de Deus os que não se reúnem no dia do Senhor para ouvir a palavra de Deus e alimentar-se com o alimento divino que permanece eternamente?” ( Cf. Didaqué, II, 59, 2 – 3 ).

Para nós, o domingo deve ser uma festa muito particular e muito apreciada. Mais ainda quando em muitos lugares parece ter perdido o seu sentido religioso. Assim escrevia São Jerônimo: “O Senhor fez todos os dias. Há dias que podem ser dos judeus, dos hereges ou dos pagãos. Mas o dia do Senhor, dia da Ressurreição, é o dia dos cristãos, o nosso dia. Chama-se dia do Senhor porque, depois de ressuscitar no primeiro dia da semana judaica, o Senhor subiu ao Pai e reina com Ele. Se os pagãos o chamam dia do Sol, nós aceitamos de bom grado essa expressão. Nesse dia, ressuscitou a Luz do mundo, brilhou o Sol da justiça” .

Desde o começo, pois, e de uma forma ininterrupta, esta data foi sempre celebrada de um modo muito particular. “A Igreja – ensina o Concílio Vaticano II —, por uma tradição apostólica que tem a sua origem no próprio dia da Ressurreição de Cristo, celebra o mistério pascal cada oito dias, no dia que é chamado com razão «dia do Senhor ou domingo»… Por isso o domingo deve ser apresentado e inculcado à piedade dos fiéis como festa primordial, de maneira que seja também dia de alegria e de libertação do trabalho”  ( SC, 106).

Começamos a viver bem este dia — quando, desde que acordamos, procuramos imitar a fé e a alegria daqueles homens e mulheres que, no primeiro domingo da vida da Igreja, se encontraram com Cristo ressuscitado. Procuramos então imitar Pedro e João que correm para o sepulcro, ou Maria Madalena que reconhece Jesus quando Ele a chama pelo nome, ou os discípulos de Emaús…, pois é o mesmo Senhor que nós vamos ver.

E não nos esquecemos de que os nossos primeiros irmãos na fé nos ensinaram que o domingo é inseparável da atenção e da piedade com que devemos participar da Santa Missa, dada a relação íntima e profunda de ambos com o mistério pascal. Por isso, perguntamo-nos   se cada domingo é realmente para nós um dia que gira em torno da Missa e se, em função dela, todas as horas que a precedem ou lhe sucedem estão preenchidas pela consideração alegre de que fomos resgatados e somos vitoriosos em Cristo, por cuja morte e Ressurreição nós também já não estamos sob o império da morte, antes somos filhos de Deus.

Para a reevangelização do mundo, é particularmente urgente realizar um apostolado eficaz a respeito da santificação do domingo, um apostolado que penetre nas famílias. Porque há gente que esmorece e chega a perder o espírito cristão por uma maneira errada de descansar nos fins de semana. “É dever dos cristãos a preocupação de fazer que o domingo se converta novamente no dia do Senhor, e que a Santa Missa seja o centro da vida cristã… O domingo deve ser um dia para descansar em Deus, para adorar, suplicar, agradecer, pedir perdão ao Senhor pelas culpas coe metidas na semana que passou, pedir-lhe graças de luz e força espiritual para os dias da semana que começa” (Papa Pio XII) e que iniciaremos então com mais alegria e com o desejo de acometer o trabalho com outro entusiasmo.

E poderemos então ensinar muitas pessoas a considerar este preceito da Igreja “não somente como um dever primário, mas também como um direito, uma necessidade, uma honra, uma sorte à qual um fiel vivo e inteligente não pode renunciar sem motivos graves” (São Paulo VI).

Não se trata apenas de consagrar genericamente o tempo a Deus, pois isso já se contém no primeiro Mandamento. O que este preceito tem de específico é que manda reservar um dia preciso para o louvor e o serviço de Deus, tal como Deus quer ser louvado e servido. Ele pode “exigir do homem que dedique ao culto divino um dia da semana, para que assim o seu espírito, descarregado das ocupações cotidianas, possa pensar nos bens do Céu e examinar, no íntimo da sua consciência, como andam as suas relações obrigatórias e invioláveis, com Deus” (São João XXIII, Mater et Magistra ).

O descanso dominical – bem como os demais dias de preceito – não pode ser para nós um tempo de repouso cheio de ociosidade insossa, desculpável talvez em quem não a Deus. “Descanso significa represar: acumular forças, ideais, planos… Em poucas palavras: mudar de ocupação, para voltar depois – com novos brios – aos afazeres habituas” (São Josemaria Escrivá, Sulco, 514 ). Trata-se de um “descanso dedicado a Deus”, e, ainda que nos nossos dias se vá assistindo a uma grande mudança de costumes, o cristão deve entender que também hoje “o descanso dominical tem uma dimensão moral e religiosa de culto a Deus” .

Os domingos e dias de preceito são ocasião para dedicarmos mais tempo à família, aos amigos, àquelas pessoas que o Senhor nos confia. Para os pais, é a oportunidade, que talvez não tenham ao longo da semana, de conversar tranquilamente com os filhos ou de fazer alguma obra de misericórdia: visitar um parente doente, o vizinho ou o amigo que está só…

A alegria que embargou a alma da Santíssima Virgem, no Domingo da Ressurreição, será também nossa, se soubermos pôr o Senhor no centro da nossa vida, dedicando-lhe os domingos com toda a generosidade.

Que a alegria do Senhor que gozamos neste dia de festa seja, de verdade, nossa força para toda a semana!

Católicos pedem ao bispo que remova padre do sacerdócio, com urgência, devido ao seu sórdido histórico


Os paroquianos da Califórnia estão pedindo ao bispo que remova um padre homossexual do ministério devido ao seu sórdido histórico. 

Católicos preocupados em duas paróquias em Hanford, Imaculada Coração e Santa Brigida, querem Bispo Armando Ochoa, de Fresno, para deixar de transferir o pe. Jean-Michael Lastiri e encobrir sua história, que inclui: 

- Postar conteúdo homossexual e impróprio em seu canal do YouTube

- Freqüentando sites de namoro gay online

- Apropriação indevida de milhares de dólares em fundos paroquiais

- Um relacionamento íntimo com um criminoso, mais tarde condenado por seqüestro e abuso sexual de um menino.

- Não ensinando a fé católica como transmitida, entre outras coisas.

Para este fim, o grupo lançou um novo site chamado ChurchPurify.com em colaboração com outro site, The Roman Catholic Faithful (RCF). Este último site tem uma história notável de reportagem sobre abuso sexual clerical há décadas. 

O chamado "grupo de Hanford", englobando paroquianos de ambas as paróquias locais, está seguindo o exemplo de Bp. Ochoa, que em agosto escreveu: "Uma das minhas maiores preocupações é a cultura do segredo que existe em muitas dioceses entre o clero e até mesmo entre alguns dos leigos que sentem que precisam proteger a Igreja a todo custo. permanecer em silêncio e abandonar as vítimas quando eles precisam de sua comunidade de fé mais é indefensável.

O grupo se reuniu com Ochoa em 28 de agosto para pedir que Lastiri fosse removido do ministério ativo. Militante da Igreja estendeu a mão para Ochoa para comentar sobre a reunião e as alegações contra Lastiri. Sua chanceler, Teresa Dominguez, respondeu em nome do bispo, reconhecendo que a reunião realmente havia ocorrido. Dominguez também disse ao Church Militant que o grupo no dia seguinte havia encaminhado à diocese uma "análise detalhada" do conteúdo pertencente a Lastiri que agora está contido em seu site, dizendo "Foi muito útil".

Um porta-voz do grupo disse ao Church Militant que, depois de enviar as informações à diocese, os vídeos postados no canal do YouTube da Lastiri começaram a desaparecer. Muitos dos vídeos continham conteúdo homossexual. O grupo, no entanto, copiou os vídeos antes de compartilhá-los com a diocese.

Igreja e Marxismo


Participei, como palestrante, da Semana Teológica, organizada pela Paróquia de N. Sra. do Rosário, em Campos, cabendo-me o tema “A doutrina católica e o pensamento marxista”.

O marxismo é a teoria política de Karl Marx e Friedrich Engels, que prega a proclamação da emancipação da humanidade, através da luta de classes, para se chegar ao socialismo, rumo a uma sociedade sem classes, apátrida e igualitária, o comunismo, com a ditatura do proletariado, teoria colocada em prática na Rússia por Lenin, Trotsky e Stalin. 

Karl Marx soube aproveitar-se do momento ruim da sociedade industrial e propôs um passo rumo à salvação, o “reino de Deus” de Kant, mas aqui na terra, através da política. “Com pontual precisão, embora de forma unilateralmente parcial, Marx descreveu a situação do seu tempo e ilustrou, com grande capacidade analítica, as vias para a revolução... A sua promessa, graças à agudeza das análises e à clara indicação dos instrumentos para a mudança radical, fascinou e não cessa de fascinar ainda hoje” (Bento XVI, Spe Salvi, 20). 

Mas “Marx não falhou só ao deixar de idealizar os ordenamentos necessários para o mundo novo... O seu erro situa-se numa profundidade maior. Ele esqueceu que o homem permanece sempre homem. Esqueceu o homem e a sua liberdade. Esqueceu que a liberdade permanece sempre liberdade, inclusive para o mal. Pensava que, uma vez colocada em ordem a economia, tudo se arranjaria. O seu verdadeiro erro é o materialismo: de fato, o homem não é só o produto de condições econômicas nem se pode curá-lo apenas do exterior criando condições econômicas favoráveis” (Bento XVI, Spe Salvi, 21).