domingo, 11 de novembro de 2018

Papa Francisco: "não à lista de preços dos sacramentos".


Durante a missa celebrada na Casa Santa Marta, o pontífice comentou o episódio evangélico da “purificação do templo” e convidou a todos a refletir sobre o zelo e o respeito que reservamos hoje às nossas Igrejas.

As Igrejas são “casa de Deus” e não “mercados” ou salões sociais dominados pelo “mundanismo”. Foi a reflexão que o Papa Francisco ofereceu durante a missa celebrada na capela da Casa Santa Marta nessa quinta-feira, 9.

Partindo da passagem do Evangelho segundo João (Jo 2, 13-22), o pontífice explicou as motivações por trás da impetuosidade de Jesus, que expulsou os mercadores do templo. O Filho de Deus é movido pelo amor, pelo “zelo” pela casa do Senhor “convertida em mercado”.

Os ídolos escravizam

Entrando no templo, onde se vendiam “bois, ovelhas e pombos”, na presença dos “cambistas”, Jesus reconhece que aquele lugar estava povoado por idólatras, homens prontos para servir “ao dinheiro” em vez de a “Deus”. “Por trás do dinheiro está o ídolo – reiterou o papa Bergoglio na homilia –, e os ídolos são sempre de ouro. E os ídolos escravizam”.

“Isso chama a nossa atenção e nos faz pensar em como nós tratamos os nossos templos, as nossas igrejas. Se realmente são casa de Deus, casa de oração, de encontro com o Senhor. Se os sacerdotes favorecem isso. Ou se elas se assemelham aos mercados. Eu sei... algumas vezes eu vi – não aqui em Roma, mas em outra parte –, eu vi uma lista de preços. ‘Mas como? Os sacramentos são pagos?’ ‘Não, é uma oferta.’ Mas se querem dar uma oferta – que devem dar – que a coloquem na caixinha das ofertas, às escondidas, que ninguém veja quanto você dá. Ainda hoje existe esse perigo: ‘Mas devemos manter a Igreja. Sim, sim, sim, é verdade.’ Que os fiéis a mantenham, mas na caixinha das ofertas, não com uma lista de preços.”

China: Polícia prende bispo reconhecido pelo Vaticano


A polícia chinesa deteve o bispo de Wenzhou (Zhejiang), Dom Pietro Shao Zhumin, na manhã desta quinta-feira, e ele ficará afastado de sua diocese por um período "de 10 a 15 dias".

A detenção do Bispo ocorreu após a prisão de vários sacerdotes e a remoção de cruzes em três dioceses católicas.

Dom Shao tem 55 anos e pertence à comunidade não oficial ou clandestina, que não é reconhecida pelo governo. Entretanto, o Prelado é reconhecido pela Santa Sé como Bispo de Wenzhou.

Segundo informações da agência Asia News, a polícia chama a sua detenção de “período de férias”, mas na verdade "são períodos de interrogatórios e doutrinação".

Por isso, os fiéis pedem a todas as comunidades da Igreja no mundo inteiro para que rezem pelo seu Bispo.

Esta não é a primeira vez que o Prelado é levado pela polícia. Nos últimos dois anos, ele foi preso pelo menos cinco vezes. A última vez foi em maio de 2017 e foi libertado sete meses depois.

Asia News informou que, como bispo clandestino, nos períodos de detenção é pressionado para que se submeta à política religiosa da China, a qual exige registrar-se ante o governo como membro da Associação Patriótica Católica da China; mas isso implica a adesão ao projeto de uma Igreja "independente" do Vaticano que Dom Shao rejeita. Entretanto, também é apreciado pela comunidade "oficial".

Em sua diocese, há cerca de 130 mil fiéis no total, dos quais cerca de 80 mil são da comunidade clandestina. Há aproximadamente 70 sacerdotes, divididos também nas duas comunidades.

Durante algumas décadas, a diocese permaneceu muito dividida, mas agora as duas comunidades trabalham juntas.

Nesta diocese, os sacerdotes que fazem parte da comunidade oficial também sofrem as restrições do governo e, por exemplo, não podem visitar os túmulos dos sacerdotes ou bispos clandestinos apreciados por todos os fiéis.

Nas igrejas oficiais e não oficiais, a polícia proíbe a entrada de menores de 18 anos na Missa dominical.

Depois do Acordo Provisório assinado entre a China e o Vaticano para a nomeação de bispos, a Associação Patriótica Católica da China aumentou o seu controle e a perseguição contra comunidades clandestinas ou subterrâneas, indicou Asia News.

Libertam Asia Bibi no Paquistão


As autoridades do Paquistão libertaram em 7 de novembro a mãe católica Asia Bibi, que pegou um voo para sair do país para um lugar seguro.

Segundo BBC, o advogado de Asia Bibi, Saif Malook, informou que a mulher acusada de blasfêmia contra o islã e cuja condenação à morte foi anulada há alguns dias, deixou o Paquistão acompanhada por sua família.

Antes de sair do país, Asia Bibi deixou a prisão de mulheres de Multan, onde esteve presa desde 2010.

Em 31 de outubro, o Supremo Tribunal do Paquistão anulou a pena de morte contra esta mãe de cinco filhos, o que gerou protestos de extremistas muçulmanos, os quais exigiram que o governo executasse a mulher.

Devido aos protestos, em 2 de novembro, o governo chegou a um acordo com o grupo extremista Tehreek-e-Labbaik Paquistão (TLP) para não permitir a saída do país de Asia Bibi e para que o Supremo Tribunal revisasse o caso.

Em 5 de novembro, Asgiq Masih, esposo de Asia Bibi, disse à imprensa alemã que “a situação atual é muito perigosa para nós. Não temos segurança e estamos nos escondendo aqui e ali, normalmente mudando de lugar. Acho que os clérigos cercarão a Suprema Corte no dia da audiência”.

“Realmente ficarei com muito medo de ir nesse dia, mas acredito que Deus tem nos protegido e também continuará nos protegendo. Coloco toda a minha confiança em Deus”, concluiu.

Por sua parte, o advogado Malook saiu há alguns dias do Paquistão diante das ameaças de morte que recebeu. “Eu preciso continuar vivo para dar prosseguimento à batalha legal por Asia Bibi”, disse o jurista em declarações a AFP.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Em discurso de vitória, novo presidente do Brasil agradece a Deus e às orações dos brasileiros


Após o resultado da eleição presidencial no Brasil, no domingo, 28 de outubro, que deu a vitória a Jair Messias Bolsonaro (PSL), o presidente eleito proferiu um discurso no qual agradeceu a Deus e também às orações de brasileiros.

A disputa pela Presidência no Brasil se deu em segundo turno e, como resultado final, Jair Bolsonaro obteve 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT).

Na noite do último domingo, após a confirmação do resultado que o elegeu, Bolsonaro fez um discurso em sua residência, no Rio de Janeiro, iniciando com a citação bíblica: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

“Nunca estive sozinho. Sempre senti a presença de Deus e a força do povo brasileiro. Orações de homens, mulheres, crianças, famílias inteiras que, diante da ameaça de seguirmos por um caminho que não é o que os brasileiros desejam e merecem, colocaram o Brasil, nosso amado Brasil, acima de tudo”, declarou o presidente eleito.

Em seguida, afirmou que seu governo “será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”. “Isso é uma promessa não de um partido. Não é a palavra vã de um homem. É um juramento a Deus”, acrescentou.

Bolsonaro indicou ainda que “a verdade vai libertar este grande país, e a liberdade vai nos transformar em uma grande nação”. “A verdade foi o farol que nos guiou até aqui e que vai seguir iluminando o nosso caminho”, disse.

Em seu discurso, Bolsonaro reafirmou suas propostas quanto à economia, reformas e outros temas e indicou que “um princípio fundamental” é a liberdade: “liberdade de ir e vir, de andar nas ruas, em todos os lugares deste país, liberdade de empreender, liberdade política e religiosa, liberdade de informar e ter opinião”.

O presidente eleito recordou ainda o atentado sofrido durante a campanha eleitoral, quando levou uma facada em Juiz de Fora (MG), o que o obrigou a passar por cirurgias.

“Mesmo no momento mais difícil desta caminhada, quando, por obra de Deus e da equipe médica de Juiz de Fora, ganhei uma nova certidão de nascimento, não perdemos a convicção de que juntos poderíamos chegar a esta vitória”, afirmou.

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Bolsonaro também agradeceu “a Deus que pelas mãos de médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde da Santa Casa de Juiz de Fora e do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, operaram um verdadeiro milagre, mantendo a minha vida”.

“Meu querido povo brasileiro, muito obrigado pela confiança, e no momento peço a Deus mais uma vez coragem para poder bem decidir o futuro”, disse.

Padres sinodais aos jovens: "Que nossas fraquezas não os desanimem"


Os Padres Sinodais dirigiram uma carta aos jovens do mundo na qual pedem uma confiança renovada na Igreja: “Que nossas fraquezas não os desanimem, que as fragilidades e pecados não sejam um obstáculo à sua confiança. A Igreja é sua mãe”.

Na carta, lida pelo Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, no final da Missa de encerramento do Sínodo dos Bispos sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional, presidida no domingo, 28 de outubro, pelo Papa Francisco na Basílica da Basílica de São Pedro, os Padres sinodais asseguraram aos jovens que a Igreja “não abandona vocês e está pronta para acompanhá-los em novos caminhos, nas sendas mais altas onde o vento do Espírito sopra mais forte, varrendo as névoas da indiferença, da superficialidade, do desânimo”.

Os Padres Sinodais asseguram conhecer “as suas buscas interiores, das alegrias e das esperanças, das dores e angústias que fazem parte de sua inquietude”.

“Agora, queremos que vocês escutem uma palavra nossa: desejamos ser colaboradores de sua alegria para que suas expectativas se transformem em ideais. Temos certeza de que com sua vontade de viver, vocês estão prontos a se empenhar para que seus sonhos tomem forma em sua existência e na história humana”.

Cardeal Zen pede a católicos fiéis da China que voltem às catacumbas



Em um dramático artigo editorial publicado no New York Times, o Cardeal Joseph Zen ze-kiun, Bispo Emérito de Hong Kong, pediu aos fiéis católicos da China para "voltar às catacumbas" depois do Acordo Provisório assinado entre o governo do país asiático e o Vaticano para a nomeação dos bispos.

"Aos bispos e sacerdotes clandestinos (fiéis) da China, apenas posso lhes dizer: por favor, não comecem uma revolução. Eles (as autoridades) tomam suas igrejas? Já não podem celebrar? Vá para casa e reze com suas famílias (...) Esperem um tempo melhor. Voltem às catacumbas. O comunismo não é eterno", disse o Purpurado chinês em um artigo publicado em 24 de outubro.

No texto intitulado "O Papa não entende a China", o Cardeal afirmou que o Acordo Provisório assinado pelo governo comunista e o Vaticano "é um passo importante na aniquilação da verdadeira Igreja na China".

O Purpurado, que já ensinou em diversos seminários chineses, assinalou que conhece a China, ao contrário do "Papa Francisco, um argentino, que parece não compreender os comunistas. Ele é muito pastoral e vem da América do Sul, onde historicamente os governos militares e os ricos se uniam para oprimir os pobres. E quem estava lá para defendê-los? Os comunistas, talvez inclusive alguns jesuítas, e o governo os chamaria de jesuítas comunistas".

"Francisco pode ter uma simpatia natural pelos comunistas porque, para ele, eles são perseguidos. Ele não os conhece como perseguidores quando estão no poder, como os comunistas da China".

O Bispo Emérito de Hong Kong recordou que "a Santa Sé e Beijing cortaram seus laços na década de 1950. Os católicos e outros crentes eram presos e enviados a campos de trabalho forçado. Voltei para a China em 1974, durante a Revolução Cultural, e a situação era terrível, pior do que podem imaginar. Era uma nação sob a escravidão e esquecemos facilmente destas coisas. Também esquecemos que nunca se pode ter um bom acordo com um regime totalitário".

"A China se abriu desde os anos 1980, mas até hoje tudo está sob o controle do Partido Comunista Chinês. A Igreja oficial da China é controlada pela associação patriótica e pela conferência dos bispos, e ambas são controladas pelo partido".

O Cardeal disse que entre 1985 e 2002, o Cardeal Josef Tomko, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, "compreendia o comunismo e foi sábio".

Em sua opinião, quando o Cardeal Tomko deixou seu cargo em 2002, as coisas mudaram e, embora fosse criada uma comissão especial para os temas da Igreja na China na qual o Cardeal Zen também participou, as coisas pioraram.

Em seguida, o Purpurado destacou que, com o Papa Bento XVI e sua carta aos católicos da China em 2007, a esperança voltou, mas algo grave ocorreu com a carta.

O texto tinha um erro de tradução para o chinês que parecia deliberado e se espalhou amplamente, embora o Vaticano tenha corrigido. Isso fez com que "alguns bispos entendessem que a carta histórica de Bento XVI era um encorajamento a unir-se à igreja estatal sancionada", mas na verdade era crítica ao regime.

Agora, continuou: "Francisco quer visitar a China. Todos os Papas gostariam de ter ido ao país, começando por João Paulo II, mas o que a visita a Francisco a Cuba em 2015 deixou para a Igreja? O que deixou ao povo cubano? Quase nada. Ele converteu os irmãos Castro?”.

Devido às atuais restrições do governo chinês contra a Igreja, "os sacerdotes clandestinos no continente me disseram que estão desencorajando os fiéis a irem à Missa para evitar serem presos". 

Homilia do Santo Padre na Conclusão da XV Assembleia do Sínodo dos Bispos



SANTA MISSA NA CONCLUSÃO 
DA XV ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO SÍNODO DOS BISPOS

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Domingo, 28 de outubro de 2018

O episódio escutado é o último narrado pelo evangelista Marcos no ministério itinerante de Jesus, que, pouco depois, entra em Jerusalém para morrer e ressuscitar. Assim, Bartimeu é o último que segue Jesus ao longo do caminho: de mendigo na margem da estrada para Jericó, torna-se discípulo que vai juntamente com os outros para Jerusalém. Também nós caminhamos juntos, «fizemos sínodo» e agora este Evangelho corrobora três passos fundamentais no caminho da fé.

Antes de mais nada, olhemos para Bartimeu: o seu nome significa «filho de Timeu». O próprio texto o especifica: «Bartimeu, o filho de Timeu» (Mc 10, 46). Mas o Evangelho, ao mesmo tempo que o reitera, põe a descoberto um paradoxo: o pai está ausente. Bartimeu jaz sozinho na estrada, fora de casa e sem pai: não é amado, mas abandonado. É cego e não tem quem o ouça; e, quando queria falar, mandavam-no calar. Jesus ouve o seu grito. E, quando Se encontra com ele, deixa-o falar. Não era difícil intuir o pedido que faria Bartimeu: é óbvio que um cego queira ver ou reaver a vista. Mas Jesus não tem pressa, reserva tempo para a escuta. E aqui temos o primeiro passo para ajudar o caminho da fé: escutar. É o apostolado do ouvido: escutar, antes de falar.

Em vez disso, muitos dos que estavam com Jesus repreendiam Bartimeu para que estivesse calado (10, 48). Para estes discípulos, o indigente era um transtorno no caminho, um imprevisto no programa pré-estabelecido. Preferiam os seus tempos aos do Mestre, as suas palavras à escuta dos outros: seguiam Jesus, mas tinham em mente os seus projetos. Trata-se dum risco do qual sempre nos devemos precaver. Ao contrário, para Jesus, o grito de quem pede ajuda não é um transtorno que estorva o caminho, mas uma questão vital. Como é importante, para nós, escutar a vida! Os filhos do Pai celeste prestam ouvidos aos irmãos: não às críticas inúteis, mas às necessidades do próximo. Ouvir com amor, com paciência, como Deus faz conosco, com as nossas orações muitas vezes repetitivas. Deus nunca se cansa, sempre Se alegra quando O procuramos. Peçamos, também nós, a graça dum coração dócil a escutar. Gostaria de dizer aos jovens, em nome de todos nós, adultos: desculpai, se muitas vezes não vos escutamos; se, em vez de vos abrir o coração, vos enchemos os ouvidos. Como Igreja de Jesus, desejamos colocar-nos amorosamente à vossa escuta, certos de duas coisas: que a vossa vida é preciosa para Deus, porque Deus é jovem e ama os jovens; e que, também para nós, a vossa vida é preciosa, mais ainda necessária para se avançar.

Depois da escuta, um segundo passo para acompanhar o caminho de fé: fazer-se próximo. Vejamos Jesus, que não delega em ninguém da «grande multidão» que O seguia, mas encontra Ele pessoalmente Bartimeu. Diz-lhe: «Que queres que Eu faça por ti?» (10, 51). Que queres – Jesus amolda-Se a Bartimeu, não prescinde das suas expetativas – que Eu faça – fazer, não se limita a falar – por ti – não segundo ideias pré-estabelecidas para todos, mas para ti, na tua situação. É assim que Deus procede, envolvendo-Se pessoalmente com um amor de predileção por cada um. Na sua maneira de proceder, ressalta já a sua mensagem: assim a fé germina na vida. 

As implicações eclesiais da vitória de Jair Bolsonaro



Aconteceu. Era impensável na mente dos brasileiros outro desfecho. Jair Bolsonaro foi a única alternativa realmente factível contra o criminoso esquema de poder arquitetado para durar décadas pelo Partido dos Trabalhadores, com as bênçãos da CNBB.

A narrativa está definitivamente superada. Assim como o PT, a CNBB não representa o povo brasileiro. E não é de hoje! Desde o plebiscito dos armamentos, em 2005, o povo católico não hesitou em posicionar-se contra a orientação dos bispos. Do mesmo modo, dez anos depois, em 2015, os bispos não conseguiram adesão para a sua campanha de assinaturas para a reforma política. Neste momento, eles ainda devem estar sob o efeito alucinante de uma frustração aguda, frustração que se aprofunda ainda pelo fato de não compreenderem como conseguiram chegar a um nível tão profundo de desimportância. Ninguém os escuta. Eles são como cães mudos, incapazes de latir.

PT: o xodó da CNBB

O problema não é novo. Começou a gestar-se no final da década de 1960. Com o fim do Concílio Vaticano II, difundiu-se por todo o clero católico a euforia de modernidade, de abrir-se para todas as novidades do mundo, dentre as quais, na época, o marxismo era a onda que mais se impunha.

Com a impressão de libertar-se do idealismo teológico e de assumir ares de uma teologia mais prática, mais pastoral, mais popular, na verdade, os teólogos da libertação simplesmente jogaram o clero católico nos braços dos “intelectuais” da esquerda, que impulsionavam no Brasil a sua revolução cultural gramsciana. Ocupando as universidades e a mídia, estes davam ao clero a impressão de uma ressonância onipresente: o povo parecia socialista e os bispos eram a vanguarda dessa reviravolta política que se consolidaria com a fundação do Foro de São Paulo e a consequente vitória do PT nos inícios do novo século.

Embora desde cedo os governos Lula e Dilma tenham dado as costas aos princípios morais católicos e, em seguida, os mega-escândalos de corrupção tenham destruído totalmente a credibilidade do partido, a cegueira dos bispos os impedia de ver o que era evidente para todos. Como uma mãe furiosa, a CNBB defendeu e continua a defender o seu filho bastardo. O PT é o xodó definitivo dos bispos vermelhos.