Aconteceu. Era impensável
na mente dos brasileiros outro desfecho. Jair Bolsonaro foi a única alternativa
realmente factível contra o criminoso esquema de poder arquitetado para durar
décadas pelo Partido dos Trabalhadores, com as bênçãos da CNBB.
A
narrativa está definitivamente superada. Assim como o PT, a CNBB não representa
o povo brasileiro. E não é de hoje! Desde o plebiscito dos armamentos, em 2005, o povo católico não hesitou em posicionar-se contra a orientação dos bispos.
Do mesmo modo, dez anos depois, em 2015, os bispos não conseguiram adesão para a sua campanha de assinaturas para a reforma política. Neste momento, eles
ainda devem estar sob o efeito alucinante de uma frustração aguda, frustração
que se aprofunda ainda pelo fato de não compreenderem como conseguiram chegar a
um nível tão profundo de desimportância. Ninguém os escuta. Eles são como cães
mudos, incapazes de latir.
PT: o xodó da CNBB
O
problema não é novo. Começou a gestar-se no final da década de 1960. Com o fim
do Concílio Vaticano II, difundiu-se por todo o clero católico a euforia de
modernidade, de abrir-se para todas as novidades do mundo, dentre as quais, na
época, o marxismo era a onda que mais se impunha.
Com a impressão de libertar-se do idealismo
teológico e de assumir ares de uma teologia mais prática, mais pastoral, mais
popular, na verdade, os teólogos da libertação simplesmente jogaram o clero
católico nos braços dos “intelectuais” da esquerda, que impulsionavam no Brasil
a sua revolução cultural gramsciana. Ocupando as universidades e a mídia, estes
davam ao clero a impressão de uma ressonância onipresente: o povo parecia
socialista e os bispos eram a vanguarda dessa reviravolta política que se
consolidaria com a fundação do Foro de São Paulo e a consequente vitória do PT
nos inícios do novo século.
Embora desde cedo os governos Lula e Dilma tenham
dado as costas aos princípios morais católicos e, em seguida, os
mega-escândalos de corrupção tenham destruído totalmente a credibilidade do
partido, a cegueira dos bispos os impedia de ver o que era evidente para todos.
Como uma mãe furiosa, a CNBB defendeu e continua a defender o seu filho
bastardo. O PT é o xodó definitivo dos bispos vermelhos.
Um povo órfão. O êxodo dos católicos.
O
episcopado do Brasil, assim como a esquerda inteirinha, autocompreendia-se como
expressão dos interesses do povo enquanto, na verdade, era apenas a caixa de
ressonância dos intelectuais orgânicos do PT. A cada ano, as análises de conjuntura,
as notas sobre o momento político, os pronunciamentos da CNBB sempre foram, e
continuarão sendo, expressão do pensamento petista mais rançoso e amargurado.
Enquanto isso, o povo, sem encontrar repercussão
em seus pastores, começou a migrar para as comunidades pentecostais, cuja
explosão cresceu a olhos vistos, a despeito de todas as patéticas iniciativas
missionárias deste progressismo decadente que não converte ninguém. A CNBB
jogou o povo no colo dos protestantes. Ela é a culpada, em última análise, por
esta erosão do catolicismo brasileiro.
Este não é um efeito colateral da pastoral
fracassada dos bispos, é o objetivo principal visado por eles e, neste sentido,
não há fracasso, há sucesso na destruição. Dom Leonardo Steiner, diante das
últimas estatísticas do IBGE sobre a sangria de católicos, afirmou à Folha de São Paulo que “mais
importante que a porcentagem de católicos no Brasil é ‘quantas pessoas
realmente buscam justiça e vivem o amor até as últimas consequências’”. Os
padres libertadores falam sempre que não interessa Igreja cheia, mas povo pelas
ruas lutando por uma sociedade igualitária.
Onde chegou a Teologia da Libertação, aí
instalou-se a morte. E os bispos da enxada odeiam qualquer coisa que se
assemelhe ao catolicismo. Como outros Marx, consideram que a espiritualidade é
um ópio alienante e o que chamam de espiritualidade não passa
da poetização da utopia socialista com entonações fingidamente cristãs. Não há
parte que esteja viva na Igreja que não os incomode. Onde houver vida, ali
estão para matá-la.
Órfão de Igreja, o povo católico começou a
identificar-se com os pastores pentecostais, os quais devem o seu sucesso mais
à CNBB que a qualquer outra técnica de proselitismo. Os bispos conseguiram a
façanha de ter menos credibilidade que o Edir Macedo.
A narrativa anti-Bolsonaro
A
perda da credibilidade acentuou-se ainda mais pelo impressionante modo fanático
com que o episcopado embarcou na narrativa contrária ao presidente eleito.
O grande refrão utilizado foi o do combate
à violência, usado como insinuação mais ou menos explícita contra
Bolsonaro, reverberando-se a ideia de que ele seria uma personificação de todo
ódio. A narrativa, porém, não resistiu aos fatos, pois o único candidato que
efetivamente foi objeto de violência e tentativa de assassinato foi ele.
Os rótulos de fascista, nazista, ditador, da mesma
forma, foram encarados pela população como se fossem apenas bolha de
sabão, sem nenhuma base na realidade. O Partido dos Trabalhadores, aliado
dos regimes mais totalitários do mundo, não conseguiu se descolar da reação
anticomunista prevalecente no Brasil.
Toda a classe artística e universitária, de cuja
voz a CNBB se fez eco, foi ignorada ostensivamente pelo povo. O atentado contra
Bolsonaro, seguido da tentativa de assassinato de sua reputação, rendeu-lhe
apenas maior popularidade. O desespero da mídia, completamente indissimulável,
tornou-se objeto de chacota nacional. A resposta foi, e continua sendo, uma
oposição ao povo!
Povo fascista?
O
que a CNBB dirá agora? Que o povo de suas dioceses é fascista? Quem conseguirá
acreditar nessa narrativa ainda mais fantasiosa?
É absolutamente evidente a qualquer observador com
o mínimo de lucidez que o povo brasileiro nada tem de fascista e intolerante. A
alegação de homofobia, por exemplo, é uma acusação que beira ao delírio. O
Brasil é o país em que as vovozinhas, na década de 1980, assistiam shows de
transformistas com seus netinhos em pleno Programa Silvio Santos!
Os brasileiros, trabalhadores e ordeiros, nada têm
de violentos e intolerantes. Pelo contrário, a hospitalidade, a cordialidade, o
trato amável sempre foram sinônimos de brasilidade. O ódio, a vingança, a
divisão são frutos da doutrinação socialista há anos implementada em nossas
escolas, à revelia do povo.
Uma campanha popular
Como
explicar que um candidato com 8 segundos de propaganda eleitoral tenha
conseguido mobilizar toda a nação, vergando o sistema inteiro? Como entender
que o PT tenha gastado mais de 40 milhões com propaganda e o candidato vencedor
tenha feito uma das campanhas mais pobres da história do país?
Na verdade, a estratégia de ocupação de espaços
levada a cabo pelo PT foi muito eficaz em conquistar o domínio institucional do
país, mas ficou longe de conseguir formatar a alma do povo. Conservador de
raiz, o brasileiro sempre se sentiu impotente diante das elites, com as quais o
PT acabou se identificando.
Jair Bolsonaro foi adotado pelo povo e aglutinou
todos os valores e símbolos que unificam séculos de luta dos pobres da nação.
Esta é a grande ironia: em nome da opção pelos pobres, a CNBB ficou do lado das
elites, junto com a esquerda; enquanto os verdadeiros pobres se identificaram
com Bolsonaro. É como se, de repente, dessem voz à alma do país. Realmente, a
situação não deve estar fácil para os TLs!
Cúmplice de criminosos, desmoralizada
A
crítica a Jair Bolsonaro não deixou de ser sentida pelo povo como uma
relativização da corrupção, chaga que reduziu o PT à completa ruína. Além
disso, parece incrível aos católicos que bispos e padres salientem em cartas e
discursos que um católico consciente não vota em pessoas violentas, sem
mencionarem o aborto, a ideologia de gênero, a corrupção estrutural, o
comunismo, as ditaduras de esquerda etc., itens que são parte integral de todo
o projeto de poder comuno-petista.
Por trás do “ele não”, esconde-se um imenso “PT
sim” e isso agride a população e posiciona a Igreja como defensora dos
corruptos condenados pela justiça. Alguns padres, quando perguntados por isso,
respondem com evasivas, dizendo que o que fizeram com Lula foi injusto… Como se
ele fosse o único presidiário do PT, como se não houvesse muitos outros
processos em andamento, como se não fossem factuais os desvios bilionários de
dinheiro, denunciados não pela direita, mas pelos próprios petistas.
Desmoralizada, a Igreja perdeu a oportunidade de
se posicionar coerentemente. Talvez uma das iniciativas de que mais se
arrependam os bispos seja a de terem sido artífices da chamada “lei da ficha
limpa”, que provocou a ilegibilidade de Lula, seu filho predileto. Agora, não
lhes resta senão chorar a derrota nas urnas, embora não seja esta a maior de
todas as derrotas.
Uma vitória cultural
De
fato, a maior vitória do Brasil contra o comunismo não foi nas urnas, mas na
nova cosmovisão que se impôs pela contrarrevolução cultural protagonizada pelos
brasileiros da base da população.
Por todos os lados, gente da mais diversificada
proveniência resolveu abraçar a campanha anti-petista em clima de Copa do
mundo, escarnecendo abertamente do PT, da mídia progressista, dos institutos de
pesquisa, dos pseudo-intelectuais, da classe política, exorcizando o país dos
ares de importância auto-atribuídos por esses sujeitos.
É óbvio que os burocratas da Igreja jamais
entenderiam essa dinâmica! Muito ocupados com seus papéis, acostumados a lidar
não com gente real, mas com discursos escritos, supervalorizam a mídia e a
classe “pensante”, relegando o povo à completa indiferença. Eles nem sabem que
existe, por exemplo, um Luciano Hang,
que, mesmo sendo empresário, é um homem do povo e se dedicou a fazer
transmissões ao vivo pelas redes sociais, superando a própria audiência do
Fernando Haddad. Iniciativas como esta se multiplicaram pelo país, gerando
vídeos, imagens, textos, músicas que deram voz à mais escrachada ironia, que os
reduziu completamente ao ridículo.
O resultado foi uma vitória estrondosa, primeiro
sobre os discursos, depois, sobre os símbolos. Quem imaginaria que o povo
conseguiria despetizar o PT? A mudança de cores, que reduziu o
símbolo vermelho do PT a uma tímida bolinha no canto da tela, equivale a uma
completa rendição do partido, que precisou admitir a necessidade de esconder-se
para tentar vencer…
O próprio presidiário Lula desembarcou da
campanha, pedindo ao seu candidato para não mais visitá-lo na cadeia de
Curitiba. Primeiro, ele garantia que o libertaria e faria subir a rampa do
Planalto no dia da posse; quando perceberam que a rejeição popular não era
contra o candidato, mas contra o PT em si, personificado em Lula, perderam
completamente o rumo e começaram a refazer sua campanha insanamente, escondidos
por trás de slogans terroristas, de vídeos sensacionalistas, de declarações
vitimizadas, enfim, da choradeira dos derrotados.
A despetização e deslulização do
PT são sintomas de uma contrarrevolução cultural, uma verdadeira tsunami que
não pôde ser contida mais pela imprensa nem pelas universidades. Estes órgãos
ficaram relegados ao escárnio, confinados em seus redutos, enquanto a população
assumiu o protagonismo do seu próprio destino.
As fake news ou o
“Evangélio” fake?
Tornou-se
emblemática a postagem da Manuela d’Ávila no Twitter,
depois apagada, mas, antes disso, printada por “O Antagonista”, em que ela
confunde a grafia de Evangelho por “Evangélio”.
De fato, sobrou apenas à campanha petista o apelo
desesperado ao combate contra as fake news, que os indispôs de modo
ainda mais aberto contra a população. Tardiamente, perceberam que a campanha
não seguia o mesmo ritmo das campanhas anteriores: dependia muito mais da livre
iniciativa de cada eleitor do que das peças publicitárias do partido
interessado.
Todas as ferramentas retóricas da esquerda foram
totalmente incapazes de sufocar o grito de libertação do povo. Bispos e padres
deram vazão ao terrorismo mais escancarado, ameaçando o povo com um futuro de
desgraças pela a ascensão de um nazista ao poder, um homem violento, que prega
o armamentismo e o extermínio de populações vulneráveis… Em alguns lugares,
houve reação imediata de indivíduos contra essa falsificação grotesca, mas, na maioria
das paróquias, o povo permaneceu calado, com aquele olhar diagonal de desprezo,
talvez rindo, talvez aplaudindo, mas convicto de não seguir aquele
macaqueamento do Evangelho em favor do PT.
Não é necessário nenhuma fake news quando
sobram notícias verdadeiras sobre o PT. A Teologia da Libertação criou um Evangélio
fake, traduzindo em linguagem religiosa todo o discurso politicamente
correto, calculado para amordaçar os sentimentos conservadores da população e
mantê-la sob o controle ditatorial dos socialistas. Essa falsidade não pôde ser
mais ignorada.
A situação da Igreja é grave. Existe um racha
verdadeiro entre os bispos e o clero, entre estes e o povo. A ideologia os
cegou completamente e eles se incapacitaram para o bom senso! Estão tão
embriagados com suas teorias abstratas e não conseguem enxergar um palmo à
frente da vista.
Os bispos empregaram décadas para criar um efeito
hipnótico sobre a população, um encanto que deixava suas almas seduzidas pelo
messianismo de Lula. Não votar no PT era como que um pecado, uma blasfêmia, uma
traição. Pronto! O feitiço acabou. Votar em Bolsonaro foi uma experiência
libertadora para multidões. Agora, quem precisa acordar da hipnose são os
próprios bispos!
A Teologia da Libertação tem futuro?
Em
seu discurso de derrota, Haddad disse que o PT
precisa voltar para as bases, reconhecendo implicitamente que o partido acabou
se identificando com a elite. O mesmo aconteceu com os teólogos da libertação,
acostumados aos aplausos da bolha universitária e aos paparicos da mídia
chique.
Agora, a tática mais previsível de toda a esquerda
eclesiástica seria exatamente esta: reativar as comunidades eclesiais de base
para incendiar novamente o movimento socialista a partir das sacristias.
Entretanto, isso não será tão simples assim.
Em primeiro lugar, há uma barreira biológica.
Estes senhores estão idosos e não têm mais perspectiva biográfica que lhes
permita uma ação a longo prazo.
Além disso, o progressismo católico atingiu uma
espécie de elasticidade máxima, após a qual está apenas a ruptura interna e
externa. O seu discurso distanciou-se de tal modo da doutrina católica que não
consegue nada mais senão causar escândalo e afastamento. Tornou-se uma espécie
de fixação senil. Retroceder, para eles, seria um recuo que os dividiria
internamente, de tal modo que não lhes resta outra opção senão uma crise
permanente e insolúvel.
Junta-se a isso a desmoralização intelectual. Não
há mais filósofos e teólogos de grande envergadura entre eles e, sem isso, eles
não têm mais fôlego para subvencionar teórica e estrategicamente nenhum tipo de
revolução. A Teologia da Libertação atualmente se resume na repetição de
clichês desgastados, moralistas, cafonas, rançosos, que servem apenas para
serem papagaiados por bons-moços sem vigor mental, despersonalizados, passivos,
incapazes.
É inegável, aliás, que estamos presenciando um
tipo de contrarrevolução que, acima de tudo, é cognitiva, epistemológica. De um
lado, o povo não transferirá mais para os “especialistas” a faculdade de lhes
descrever a realidade. Uma vez enganada, traída, a população em nada crê senão
em seus próprios olhos. De outro lado, os formadores de opinião da chamada
“nova direita” possuem não apenas um potente backgroud filosófico,
mas também muito talento, coisa de que carecem cronicamente os esquerdistas
atuais.
Por fim, nunca como hoje a população esteve tão
vacinada contra a Teologia da Libertação, a qual chegou ao apogeu do seu
desprestígio. Na década de 1970, com um povo desprevenido, foi facílimo para os
libertadores interceptar socialismo em sua pregação supostamente cristã. Hoje,
como a própria experiência deste fim de semana o demonstra, o povo simplesmente
os desconsidera e, quando não, os combate com energia.
Mesmo a influência que o clero libertador ainda
exerce sobre a população de regiões mais carentes está profundamente ameaçada,
quer pela possibilidade de acesso ao estudo que a era digital favorece, quer
pelas imensas possibilidades que o progresso econômico de um governo de direita
lhes pode trazer.
Indubitavelmente, a graça divina é o fator
determinante que atua nas almas honestas, tornando-as não apenas impermeáveis a
estes erros, mas também criando nelas a resistência necessária para que os
possam combater até a completa execração.
Sem público nem credibilidade, sem
intelectualidade nem o auxílio da graça, os teólogos da libertação não têm mais
instrumentos de reprodução… Se houver uma verdadeira oposição intelectual,
determinada e ativa, eles estão condenados à estagnação e ao desaparecimento.
Portanto, agora é a hora do clero e do laicato conservador se levantarem!
A mobilização das Dioceses contra Bolsonaro
Embora
externamente alegue sempre isenção, nunca a conferência episcopal brasileira
foi isenta. O PT é o filho unigênito da Teologia da Libertação. As Comunidades
Eclesiais de Base nunca tiveram outro objetivo senão engrossar o partido
fundado em suas fileiras. A derrocada do PT não pôde senão significar a
simultânea derrocada da CNBB. E eles não se esforçaram para, ao menos,
aparentar o contrário.
Nas últimas semanas, os bispos do Brasil se
mobilizaram na tentativa desesperada de desidratar a candidatura do presidente
eleito.
Enquanto o Card. Sérgio da Rocha participava do
Sínodo dos Bispos em Roma, o secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich
Steiner, não perdeu tempo: recebeu em audiência Fernando Haddad, emitindo
nota em que afirmava ao candidato o empenho da CNBB na “mobilização pela
superação da violência”, numa referência indireta a Jair Bolsonaro. Diante do ruidoso protesto de duas pessoas em frente ao prédio da CNBB em Brasília,
não restou a Haddad senão conceder uma entrevista num hotel próximo, em que revelou ter pedido a Dom. Steiner, amigo
íntimo de Gilberto Carvalho, um dos figurões do PT, “que recomendasse um
cuidado maior com as notícias de internet”, engajando a Igreja no programado
combate à campanha de Bolsonaro, todo fundamentado na alegação desesperada
das fake news.
Apenas um dia depois, Solenidade da Padroeira do
Brasil, Haddad e Manuela d’Ávila, comunistas e defensores da legalização do
aborto, foram convidados especiais para uma missa na
Paróquia dos Santos Mártires, no Jd. Ângela, Diocese de Campo Limpo, onde
receberam a Sagrada Comunhão, para escândalo dos fieis em todo o Brasil. O
bispo local, Dom Luiz Antônio Guedes, permaneceu em silêncio, mas a assessoria
de imprensa da Diocese emitiu nota dizendo que o padre “agiu à
revelia do bispo”, o que foi desmentido pelo próprio padre que,
confirmando o óbvio, isto é, que a missa tinha sido programada com antecedência
e noticiada pelos meios de comunicação, deu conta de que a Diocese sabia muito
bem o que iria acontecer e não fez nada para impedi-lo. Ao final da Missa, os candidatos do PT discursaram em frente à Igreja e o padre pediu a todos que se tornassem cabos eleitorais do PT, cometendo flagrante e
público ilícito eleitoral, diante das câmeras.
Nos últimos dias antes da eleição, o Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP) publicou nota em
que respalda a atitude eleitoreira do clero, dizendo que “na missão de pastores
e profetas, nós, bispos católicos, ao assumirmos posicionamentos pastorais em
questões sociais, econômicas e políticas, o fazemos, não por ideologia, mas por
exigência do Evangelho que nos manda amar e servir a todos, preferencialmente
aos pobres”. Utilizando a mesma linguagem cifrada, a nota conclui exortando “a
que se deponham armas de ódio e de vingança que têm gerado um clima de
violência, estimulado por notícias falsas, discursos e posturas radicais, que
colocam em risco as bases democráticas da sociedade brasileira. Toda atitude
que incita à divisão, à discriminação, à intolerância e à violência, deve ser
superada”.
Em Fortaleza-CE, representantes de pastorais se reuniram no Centro
Pastoral Maria, Mãe da Igreja para articularem ações contra a eleição
de Bolsonaro.
Dom Reginaldo Andriotti, da Diocese de Jales-SP,
sem mencionar diretamente Bolsonaro, atacou “um candidato à presidência que
dissemina violência, ódio, racismo, homofobia e preconceito contra mulheres e
pobres. Ele utiliza falsamente as temáticas do aborto, gênero, família e ética;
faz apologia à tortura, à pena de morte e ao armamentismo; e é réu por injúria
e incitação ao crime de estupro”. Concluiu afirmando “que estão em jogo,
basicamente, dois projetos: um deles é da classe trabalhadora, em favor do bem
comum. Se fizermos outra escolha sofreremos ainda mais. Por isso, estejamos
atentos! Deus nos responsabiliza”. O artigo foi publicado no site do Regional Sul 1 da CNBB.
Em Roraima, o bispo Mário Antonio da Silva
divulgou carta em que afirma que “quando o
candidato e seus apoiadores, aproveitando-se da liberdade de uma sociedade
democrática, incita a divisão, o preconceito e o desprezo pelo outro, ele perde
sua legitimidade. Mensagens que enaltecem a violência e a memória dos
torturadores, que propõem mais armas para resolver problemas sociais, que
ameaçam minorias e desprezam direitos fundamentais não têm lugar na democracia
e são radicalmente contrárias à Boa Nova do Evangelho de Jesus de Nazaré. E
quem apoia com o voto esta violência ofende a Deus e ao irmão”. Por fim, dizia
que “temos diante de nós dois candidatos, mas para nós há uma única opção: a
defesa da vida e da democracia”.
Dom Silvio Guterres Dutra, da Diocese de
Vacaria-SC, escreveu uma carta absurda, intitulada “As eleições 2018 e o fanatismo religioso”, em que apresenta como fanatismo a “bandeira
do anticomunismo” e a “bandeira antiabortista”, chegando ao cúmulo de aventar
que não cheguemos “ao ponto de ter que pedir socorro aos ateus, para que nos
livrem do fanatismo de cristãos adoecidos”.
Em entrevista à TV Canção Nova, o bispo de Lorena, Dom João Inácio Müller, chegou
ao ponto de dizer àqueles que votam em pessoas que defendem a tortura, numa
alusão indireta e caluniosa a Jair Bolsonaro, “eu sou muito sereno em falar:
quem votar nesses se exclui da comunhão”, exortando a quem vota nesses
candidatos a não comungar, pois estaria em pecado mortal. O absurdo dessa
declaração não está apenas no fato de que o bispo invente uma pena de
excomunhão inexistente no Código de Direito Canônico e apele ao pecado mortal
quanto ao voto – justo esses bispos que nunca falam em pecado mortal, mesmo em
caso de adultério ou outros ainda mais escandalosos –, mas que ele passe por
alto uma pena vigente de excomunhão para os cúmplices de aborto, e não apenas
para os que o praticam, e também o fato de que a Igreja já declarou a
excomunhão de pessoas que cooperam com os partidos comunistas, como no caso do
PT.
Dom Roberto Ferrería Paz, bispo de Campos-RJ, gravou vídeo em que alerta contra os “perigos do fascismo e do
totalitarismo”, dizendo que “o nazismo começou com palavras, chamando de ratos
aos nossos irmãos judeus” e conclamando os cristãos a se unirem “em defesa da
democracia, da paz e da justiça social”.
Um grupo de dez padres da Diocese de Itabira-MG, distribuiu carta aos fieis em que atacam “um
dos candidatos”, que “instiga, através de suas declarações e gestos, a
violência, o ódio e defende o uso de armas”, afirmando que “não podemos votar
no candidato que quer trazer tanta maldade de volta”. Finalizam dizendo:
“busquemos a candidatura que mais se aproxima dos valores cristãos, dos
princípios do Evangelho. Manifestemos nosso apoio e pedimos seu voto para
Fernando Haddad 13, nesta eleição presidencial. Votamos Fernando Haddad 13,
porque acreditamos que a violência se combate com amor, com diálogo, com debate
produtivo, com educação”.
A campanha contra Bolsonaro atingiu tão alta
intensidade nos altares, que o TRE de Pernambuco teve de emitir uma notificação ao bispo auxiliar da arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Limacedo Antônio da Silva, para que cumprisse a lei
e parasse de induzir, com indiretas, os votos dos fieis em Fernando Haddad.
Dom Francisco Biasin, da Diocese de Volta
Redonda-RJ, publicou uma carta em que afirma que
“vivemos dias de apreensão pelo que pode tornar-se o nosso país se a tortura, a
pena de morte, a discriminação, o ódio, o preconceito, as armas e outras
propostas contrárias ao Reino alcançarem os mais altos postos da República! A
vida toda e a totalidade da vida estão ameaçadas”. “Diante desse cenário, não
podemos ficar indiferentes. Do contrário, num futuro próximo nossos filhos e
filhas pobres, negros, favelados, homoafetivos, atingidos pela dependência das
drogas, mulheres, operários, agricultores, indígenas, refugiados e outros
grupos humanos, marginalizados pelo preconceito e pela arrogância, poderão ser
tragicamente atingidos. Por isso não tenho dúvidas em afirmar que votar
conscientemente em candidatos que comunguem e propaguem tal mentalidade, é
trair o evangelho de Jesus Cristo e crucificá-lo outra vez na vida dos pobres,
dos excluídos e das minorias. Tudo estará perdido com o totalitarismo. Mas,
tudo é possível reconstruir na liberdade e na participação popular”.
Poderíamos continuar dando exemplos. Mas
acreditamos que estes já são suficientes para documentar o apoio explícito do
clero comunista ao seu candidato, os esforços de difamar o oponente à exaustão
e a tentativa criminosa de induzir o voto dos católicos, sem sucesso.
Guerra assimétrica contra os bons
sacerdotes
Ao
mesmo tempo, os padres que ousaram apoiar o candidato do PSL, Jair Bolsonaro,
foram sistematicamente silenciados pelos bispos.
O Padre Cleidimar Moreira, por exemplo, após
declarar seu voto em Bolsonaro, recebeu uma advertência de Dom Washington Cruz, arcebispo
de Goiânia, em que o notifica de que “não é compatível com o ministério
sacerdotal o envolvimento político partidário” e que “é absolutamente proibido
fazer campanha eleitoral para qualquer candidato e, quem o fizer, receberá a
devida pena canônica”.
Em Niterói, comenta-se entre os feis sobre uma
reunião em que o arcebispo, Dom José Francisco Rezende Dias, juntamente com o
bispo auxiliar, Dom Luiz Antônio Lopes Ricci, autoritariamente humilhou o
clero, defendendo um grupo de militantes esquerdistas que panfletavam contra o candidato Jair Bolsonaro em frente a uma
de suas paróquias e obrigando os padres a aderirem ao mais rigoroso isentismo,
chegando o bispo auxiliar a dizer que não se poderia nem falar contra o
comunismo, pois isso já significaria tomar um partido. O arcebispo chegou a
humilhar um padre por ter tirado uma foto, tempos atrás, com o presidenciável
do PSL.
Nas redes sociais, a maioria dos padres que
apoiavam Bolsonaro o faziam discretamente, de modo cifrado, sofrendo censuras
de todos os lados. Os poucos que tomaram partido publicamente foram advertidos
pelo seu bispo. Os fatos mesmos se impõem. Qualquer um observa a diferença de
posturas.
A tática dos bispos foi amordaçar o clero
conservador e deixar solto o clero progressista, fingindo uma isenção que
apenas favorecia um dos lados, em detrimento do outro. A fúria com que os
padres da Teologia da Libertação fizeram a campanha de Haddad seria, por si
mesma, razão suficiente para os padres se encorajarem e desmascararem a
impostura de seus bispos. Mas, uma vez mais, o clero católico deixou-se
vitimizar pelas regras da guerra assimétrica: um lado pode tudo impunemente
enquanto o outro não pode absolutamente nada!
O protagonismo migra de São Paulo para o
Rio
Nos
bastidores do entorno eleitoral, o episcopado afastou-se de Bolsonaro como os
fariseus de um leproso. Contudo, à medida em que se foi consolidando a sua
eleição, começaram a dar-se aproximações.
Dom Orani João Tempesta, cardeal arcebispo do Rio
de Janeiro, foi tomando chegada lentamente: primeiro, através dos padres “cantores” Jorjão e Omar; depois, através de Dom Antônio Augusto Dias Duarte,
bispo auxiliar do Rio de Janeiro; e, por último, ele mesmo o recebeu, tendo o presidenciável assinado um termo de compromisso com
os valores católicos.
No mesmo dia, porém, um pouco mais tarde, Dom
Orani deu uma declaração à Rede Vida de que o encontro
não significou “nenhum apoio explícito nem nenhuma opção política”, afastando
de si, deste modo, qualquer suspeita de direitismo. Dias depois, visivelmente
constrangido, Dom Orari recebeu avisita de Fernando Haddad, que reafirmou por escrito aqueles
compromissos genéricos que havia firmado com Dom Leonardo Steiner.
Enquanto isso, jaz em São Paulo Dom Odilo Pedro
Scherer, que assumiu a neutralidade como a essência mesma de sua vida.
Convalescendo Bolsonaro no Hospital Albert Einsten, nos confins da Arquidiocese
de São Paulo, ele não teve sequer a iniciativa diplomática de mandar um único
sacerdote visitar o enfermo, católico e, agora, presidente eleito do Brasil.
Com o devido molejo político, Dom Orani está
amealhando para si o protagonismo do debate político nacional, do qual a maior
parte do episcopado simplesmente se excluiu, por meras razões ideológicas.
Em 2019, a assembleia geral da CNBB escolherá seu
novo presidente. Embora Dom Odilo pudesse se beneficiar com a guinada
conservadora na política nacional, na qual ele poderia inserir-se como eventual
interlocutor privilegiado, o tato político de Dom Orani o posiciona na pole
position da sucessão do eminentíssimo e isentíssimo Dom Sérgio da
Rocha.
Bolsonaro, Papa Francisco e o movimento
socialista mundial
Contudo,
este processo eleitoral não é apenas relevante para o Brasil, e isso foi
devidamente percebido e comentado pelos principais órgãos da imprensa
internacional. A eleição do único candidato de oposição verdadeira ao Foro de
São Paulo, de certa forma, redesenha toda a política mundial do movimento
socialista.
Caso o PT ou qualquer outro partido tivesse
vencido esta eleição, mais uma vez, o dinheiro do Estado brasileiro seria usado
para subsidiar todas as ações dos partidos de esquerda da América Latina e, por
decorrência, para inchar a esquerda no mundo inteiro. A derrota da esquerda no
Brasil desmantela o Foro de São Paulo de vez, expõe todos os seus membros
criminosos à possibilidade de prisão e lhes impõe uma chaga de morte.
O Vaticano de Francisco era próspero e
inexpugnável quando protegido pelo esquerdismo do governo Obama. A eleição de
Donald Trump, porém, retirou o apoio que sustentava politicamente este
pontificado. Bastou-lhe isso para começarem a aparecer os cânceres que estavam
ocultos.
Consequentemente, Francisco fez um acordo com a China, de tal
modo que o Partido Comunista Chinês passará a nomear os bispos da Igreja
Católica. A Igreja Patriótica da China reafirmou vigorosamente o seu compromisso de
“perseverar no caminho de uma sociedade socialista sob a liderança do partido
Comunista Chinês”.
Agora, o papa argentino começou a aproximar-se do governo da Coréia do Norte, ainda mais fechado e ditatorial que o regime
chinês. É evidente que se trata da orquestração de um novo eixo
comunista: Vaticano-China-Coréia do Norte.
Caso o Foro de São Paulo tivesse vencido as
eleições brasileiras, veríamos uma ressurreição da esquerda em toda a América
Latina, com a consequente união de todo este eixo em torno dos mesmos
objetivos, pois Bergoglio, de fato, erigiu-se como o único ponto dereferência, como o “líder da esquerda mundial”.
A vitória de Bolsonaro, porém, não apenas derruba
do poder a esquerda brasileira e latino-americana, mas fortalece o eixo que lhe
é oposto, em união de forças com os Estados Unidos, a Hungria, a Polônia, a
Itália e os demais países europeus que estão assistindo uma ascensão gradual
das direitas… Enfim, este pontificado perde completamente o fôlego e se
encaminha para a sua agonia final. Isolados, os esquerdistas católicos ficarão
como loucos, falando sozinhos, enquanto o mundo segue para o outro lado.
O futuro do Brasil, o futuro da Igreja
O
que estamos assistindo no Brasil é, de certo modo, o descompasso histórico
entre as elites que se formaram ao longo dos séculos e que foram parasitadas pela
esquerda, com a ajuda da Igreja Católica, e o grande povo brasileiro, que
sempre caminhou sôfrego, impotente, incapaz de determinar sua própria história.
A CNBB é traidora dos pobres, traidora do povo.
Ela escolheu um lado: o lado da esquerda chique.
Fala-se à boca pequena que o núncio apostólico no
Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, foi ultimamente alertado acerca de sua postura,
digamos, acentuadamente protecionista em relação a certos bispos brasileiros
dados a comportamentos consideravelmente delinquentes.
O mal-estar que se sente na Igreja Católica
brasileira é muito difícil de descrever. Talvez se assemelhe a uma procissão em
que o andor foi para um lado e o povo foi para o outro… Em direções opostas,
cada um segue o seu rumo.
Quando será que os bispos perceberão que já se
afastaram demais de suas ovelhas? Quando entenderão que já caminharam
demasiadamente longe? A Igreja começará a perceber os sinais dos tempos, o rumo
que a brava gente brasileira quis, sob a presidência do Evangelho, tomar? Não
será este um tempo favorável, uma chance que Deus está dando à Igreja do nosso
país para se converter, para abandonar a politicagem e regressar à fé?
O futuro da Igreja no Brasil dependerá do
realismo, do bom senso, que fará os pastores se posicionarem a favor de suas
ovelhas e não contra elas.
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Fratres
In Unum
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