segunda-feira, 17 de junho de 2019

Comunismo chinês teme até os mártires enterrados


Quando, no último dia 13 de abril (2019), os fiéis foram visitar o túmulo de Mons. Pedro José Fan Xueyan (1907-1992), ex-Cardeal e Bispo da diocese de Baoding, província de Hebei, depararam-se com um obstáculo: duas viaturas de polícia, com câmeras de vigilância e espionagem, bloqueavam a estrada, informou Bitter Winter. Os policias interrogavam os transeuntes e diziam: “Se vão procurar os vossos parentes podem passar. Mas se vão visitar o túmulo (do Bispo), então não podem”.

Segundo um dos fiéis, também havia agentes do governo de uniforme que faziam guarda em volta da sepultura do bispo. Outro posto de controle e bloqueio foi montado na entrada da aldeia de Xiaowangting onde morou o falecido sucessor dos Apóstolos. Cerca de 20 policias com uniformes camuflados garantiam a vigilância em postos de controle ostensivo, analisando cada pedestre que passava.

Um fiel contou que muitos não ousam aproximar-se da sepultura com medo das represálias dos agentes do Partido Comunista. Nestes casos, lembram a memória de Mons. Fan com cerimónias no interior das suas casas. Em 2018, desafiando a polícia, alguns fiéis fizeram uma Cruz com flores sobre o túmulo de Mons. Fan.

“Malgrado a perseguição constante do comunismo, o Bispo preferiu morrer antes que aceitar compromissos. A sua fé inspirou sempre os fiéis sinceros. É isto que assusta o Partido Comunista, que o considera inaceitável”, acrescentou.

O bispo passou mais de trinta anos na prisão porque se recusou a romper a união com Roma e aderir à Associação Patriótica Católica Chinesa, uma dependência do estado marxista. Foi um dos prisioneiros de consciência encarcerados durante o mais longo período de tempo no mundo.

Foi nomeado bispo da diocese de Baoding no dia 12 de Abril de 1951 e foi sagrado dois meses depois. Foi um dos últimos bispos chineses sagrados pela Santa Sé antes que a China maoista rompesse as relações.

Mons. Fan desapareceu em Novembro de 1990. Dava-se por certo o seu martírio até que a 16 de Abril de 1992, a polícia abandonou o seu cadáver congelado num saco de plástico do lado de fora da casa de parentes seus.

As autoridades alegaram que o prelado morrera de pneumonia três dias antes. Porém o corpo presentava fraturas ósseas e outras feridas compatíveis com a tortura. Desde então, desafiando a proibição, todos os anos os fiéis se reúnem em volta do seu túmulo para lhe render homenagem.

Em 2001 o governo enviou um bulldozer para impedir a visita. Também incrementou a vigilância na zona entre os dias 11 e 13 de Abril, bloqueando as estradas num perímetro de 7 quilômetros e meio em volta do lugar da sepultura do heróico prelado.

domingo, 16 de junho de 2019

Modernização esvaziou Igreja Católica de seminaristas, sacerdotes e frades

 
Convento da Conceição de Siguenza-Guadalajara, Espanha

No período “pós-conciliar”, iniciado no século XX, foi assombroso o número das apostasias sacerdotais, dos mosteiros que esvaziaram seus claustros, dos seminários que fecharam.

A “caridade” é uma palavra que quase não quase não se pronuncia com o significado de outrora. Entraram outras vozes mais modernas tiradas da sociologia – da não marxista na melhor das hipóteses.

Na Espanha, mais recentemente se multiplicaram os esforços marqueteiros para preencher os imensos vazios abertos. Com golpes de propaganda pretendem apresentar uma imagem “simpática” e “moderna” da Igreja. Mas os vazios se agigantam. Viram abismos.

Entre esses esforços para mostrar a Igreja como Ela não é para “parar a sangria de vocações”, o jornal de Madri “El País” mencionou uma campanha de sensibilização voltada para os jovens cristãos sob o lema Responde sim ao sonho de Deus.

Os hábeis propagandistas jogam sedutores slogans para jovens que sentem o chamado de Deus e que procuram um seminário ou uma casa religiosa de acordo com a vocação divina.

As campanhas então prometem “oração” e até acenam doações econômicas para os eventuais seminaristas de poucos recursos e ou estrangeiros, especialmente africanos.

Porém, prossegue o “El País”, nada disso convence. Então o número de candidatos matriculados na Espanha decai ano após ano. 

Vaticano diz que as pessoas não podem escolher o seu gênero. Documento oficial choca ativistas católicos


O Vaticano renegou na segunda-feira (10) a ideia de que o gênero de uma pessoa possa ser diferente do sexo com que nasceu. Segundo o The Washington Post, a Igreja Católica também afirmou que a fluidez de identidade não é “baseada nas verdades da existência.”

O direito de “escolher um gênero”, afirmou o Vaticano através de um comunicado oficial, está em “contradição direta com o modelo de casamento enquanto união de um homem com uma mulher.”

Este documento, apresentado em forma de guia para educadores Católicos, prende-se firmemente aos ensinamentos tradicionais de gênero e sexualidade. Membros de comunidades LGBT que também são crentes afirmam que esta tomada de posição confirma os pontos de vista que acreditavam estar a mudar.

“Isto leva-nos de volta à Idade das Trevas”, afirmou Marianne Duddy-Burk, a presidente executiva da associação DignityUSA, um grupo de advoga a inclusão e igualdade LGBT dentro da Igreja. “Acho que é incrivelmente insensível ainda estarmos a falar sobre gênero e sexualidade enquanto escolha ou capricho momentâneo, em vez de o vermos como uma identidade atribuída por Deus.”

O comunicado, que foi emitido pelo departamento do Vaticano associado à educação, coincidiu com o mês em que se celebra o Orgulho Gay um pouco por todo o mundo. Não foi assinado pelo Papa Francisco, mas sim por dois cardeais importantes — Giuseppe Versaldi e Angelo Vincenzo Zani — da Curia Romana.

Esta tomada de posição surge numa altura em que a Igreja enfrenta uma crescente secularização — quando muitos dos seus ensinamentos sobre a sexualidade estão a ser vistos como ultrapassados. Francisco já expressou várias vezes a vontade de se aproximar às comunidades LGBT mas, ao mesmo tempo, também já fez finca pé sobre os assuntos ligados à identidade de gênero — “É terrível”, afirmou o Papa em 2016.

Falando sobre a importância de ouvir e “compreender os eventos culturais das últimas décadas”, esta missiva também refere uma crise na educação sexual, uma “desorientação” que está a desestabilizar a ideia de família e a cancelar as diferenças entre homens e mulheres.

Projeto de lei autoriza o tratamento psicológico à pessoas com transtornos de gênero


O deputado Sargento Isidório (AVANTE-BA), o mais votado do estado da Bahia nas eleições do ano passado, protocolou um projeto de lei que visa autorizar o tratamento psicológico para pessoas que sofrem de transtornos ligados à identidade de gênero. A ideia visa oferecer maior liberdade aos psicólogos do país no tocante ao acolhimento do público LGBT.

O texto foi apresentado no último dia 29 na Câmara dos Deputados. Segundo o parlamentar, que é ex-homossexual, o público mais jovem é o alvo principal, uma vez que a propagação da chamada "ideologia de gênero" tem suscitado conflitos de natureza sexual em muitas crianças e adolescentes.

“Dentre essas pessoas, as que mais nos preocupam são as crianças, adolescentes e jovens que, ainda em fase de formação psicológica, portanto sendo mais vulneráveis, podem enfrentar dificuldades, conflitos e crises de identidade tão sérias decorrentes da sua sexualidade que, em alguns casos – infelizmente cada vez mais frequentes – tem levado muitas dessas pessoas ao suicídio", diz um trecho do projeto.

"Nesse sentido, vedar o acesso de pessoas com tamanho sofrimento ao atendimento por profissionais da Psicologia, tão importantes para a nossa sociedade, remete-nos aos editos e decretos nazistas", acrescenta o texto, segundo a Terça Livre.

O projeto está em tramitação e será avaliado nas comissões do Trabalho, de Administração e Serviço Público; Seguridade Social e Família; e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Apenas 9% das promessas de doações para reconstrução da Notre-Dame foram cumpridas


No dia seguinte ao incêndio que destruiu parcialmente a Catedral de Notre-Dame de Paris, a solidariedade parecia ter sensibilizado as maiores fortunas da França. No entanto, entre as promessas de doações que chegaram a € 850 milhões, apenas 9% foram cumpridas.

A informação foi revelada pela rádio France Info nesta sexta-feira (14). Segundo o Ministério da Cultura da França, as doações recebidas até o momento chegam a € 80 milhões.

O montante que chegou aos cofres das fundações que gerenciam o patrimônio francês corresponde a pequenas doações particulares, sob forma de cheques, transferências e até mesmo dinheiro vivo. Segundo a France Info, muitos doadores também decidiram recuar, ao perceberem o grande sucesso da mobilização em prol da catedral.

O ministro francês da Cultura, Franck Riester, tentou minimizar a situação, em entrevista ao canal France 2 nesta sexta-feira. "O que acontece é que pode haver pessoas que prometem, mas, no final, não realizam a doação. Mas, sobretudo - e isso é normal - as doações serão feitas progressivamente em função da evolução das obras", afirmou.

Estudo mostra que os Cristãos são os mais perseguidos no mundo e está chegando quase em níveis de um genocídio


A perseguição contra cristãos no mundo está chegando quase aos níveis de um genocídio, segundo um novo estudo publicado por um instituto que observa a violência contra os cristãos em todo o mundo.

O estudo foi encomendado pelo Secretário de Estado para Assuntos Externos do Reino Unido, Jeremy Hunt.

Na análise, liderada pelo Bispo de Truro, o Reverendo Philip Mounstephen, descobriu que uma a cada três pessoas sofrem com a perseguição religiosa de forma global, sendo 80% deles Cristãos e seguidores de Jesus Cristo.

A pesquisa mostra “consistentemente” que os Cristãos são os mais perseguidos no mundo inteiro. O Bispo ainda afirmou:

    “O politicamente correto tem uma responsabilidade nisso”

O documento que ainda não foi finalizado, define perseguição como “tratamento discriminatório podendo ser acompanhando com a percepção ou não de ameaças de violência ou outras coerções”.

No Oriente Médio e no Norte da África, o estudo afirma que a severidade da perseguição contra Cristãos chega bastante próximo ao que a ONU define como genocídio.

O primeiro fato a ser notado foi o massivo êxodo de Cristãos desses países. Na Síria, a população saiu de 1.7 milhão em 2011 para 450 mil em 2019. No Iraque, o número de Cristãos despencou drasticamente, de 1.5 milhão em 2003 para menos de 130 mil hoje.

Segundo o Bispo:

    “Considerando a escala de perseguição dos Cristãos hoje no mundo, as indicações mostram que a situação está piorando e o impacto que envolve a dizimação de certos grupos religiosos, faz necessário com que o governo dê prioridade específica para tais grupos para apoiar a sua fé, em caráter de urgência”

A análise aqui demonstrada não é a única a apontar os mesmos dados. Em 2016, o instituto Pew Research, mostrou que os Cristãos eram perseguidos em pelo menos 144 países, saindo de 19 para 215 em 2015.

A organização não-governamental “Open Doors” também publicou neste ano, que “aproximadamente 245 milhões de Cristãos vivendo nos 50 maiores países do mundo, sofreram altos níveis de perseguição”. A ONG ainda afirmou que o número de países classificados como “extremos níveis” de perseguição saíram de 1 para 11, incluindo a Coreia do Norte.

A população cristã no mundo declinou no último século, de 20% para menos que 4% nos países do Oriente Médio e do Norte da África. A informação é que as cidades tiveram falhas políticas, um aumento considerável no conservadorismo religioso, primariamente muçulmana e o crescimento do radicalismo islâmico pelos militantes.

No Sul da Ásia, o estudo mostra que a perseguição contra cristãos aumentou devido ao crescimento do militarismo nacionalista. Partidos políticos no Paquistão, Índia e Sri Lanka, estão adotando militantes religiosos para aumentar o populismo nas bases eleitorais.

Em 2017, o Sri Lanka, com sua maioria budista, experimentou um aumento de ataques contra Cristãos e muçulmanos, com 97 episódios de violência registrados no ano. Na Índia, a perseguição aumentou consideravelmente desde que o partido Nacionalista Hindu, liderado pelo Primeiro Ministro Narendra Modi entrou no poder em 2014. Os ataques dobraram, de 358 em 2016 para 736 em 2017.

Equador: Bispos rechaçam reconhecimento de casamento gay


A Conferência Episcopal do Equador (CEE) expressou seu rechaço ao recente reconhecimento do casamento gay pela Corte Constitucional e lembrou que o casamento é formado pela união de um homem e uma mulher.

A Corte Constitucional do Equador reconheceu o casamento gay no dia 12 de junho, depois de resolver a consulta apresentada pela Corte Provincial de Pichincha, referente aos casais homossexuais e ativistas LGBT Xavier Benalcázar e Efraín Soria e Rubén Salazar e Carlos Verdesoto.

No caso 11-18-CN, correspondente a Efraín Soria e Xavier Benalcázar, a Corte Constitucional informou que, com o voto favorável dos juízes Agustín Grijalva, Daniela Salazar, Karla Andrade, Ramiro Ávila e Alí Lozada, foi reconhecido "o casamento de pessoas do mesmo sexo".

Os juízes afirmam que se basearam na Opinião Consultiva OC 24/17 da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que interpreta os artigos 11 e 24 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, e na interpretação do artigo 67 da Constituição do Equador, "à luz das normas constitucionais favoráveis ​​à igualdade da pessoa e que rejeitam todo tipo de discriminação".

Em um comunicado publicado em 13 de junho, os bispos assinalaram que "a Corte Constitucional, sob nenhum argumento, tem o direito de reformar o conteúdo da Constituição da República, incluindo a figura do casamento, definida em seu art. 67 como a união de um homem e uma mulher".

Os prelados também destacaram que "dois juízes da Corte Constitucional estavam moral e legalmente impedidos de participar na tramitação destes casos, por terem sido advogados patrocinadores e defensores do casamento igualitário antes de serem nomeados juízes e, além disso, publicamente expressaram com antecipação seus critérios de apoio a esta reivindicação".

Deste modo, a CEE lembrou que "a definição de casamento, como a união de um homem e uma mulher foi aprovada pelo povo equatoriano, através de um referendo realizado em 2008, com 63% dos votos, precisamente para proteger e fortalecer a instituição do casamento que é a única que garante a continuidade da espécie humana e seu livre desenvolvimento, de modo que 5 juízes não podem ir contra a vontade soberana dos equatorianos".

Cristãos no Sri Lanka ainda têm medo após atentados


No próximo dia 21 de junho, completará dois meses dos atentados contra três igrejas cristãs e vários hotéis no Sri Lanka ocorridos no Domingo de Páscoa, quando mais de 300 pessoas morreram e 500 ficaram feridas, mas muitas pessoas ainda têm medo de ir a uma igreja.

Veronique Voguel, diretora de projetos da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), responsável pelo Sri Lanka, viajou ao país asiático para se informar e conhecer pessoalmente a situação em que vivem os cristãos na ilha.

"As medidas de segurança em todo o Sri Lanka foram muito grandes durante a nossa visita; as forças de segurança e os militares estavam presentes em todos os lugares. Particularmente, a população cristã ainda tem medo. Sabe-se que no Domingo de Páscoa, havia mais pessoas envolvidas nos atentados do que aquelas que foram investigadas e presas posteriormente. Deste modo, todo mundo sabe exatamente: em algum lugar ainda há pessoas muito perigosas em liberdade, que poderiam atacar novamente a qualquer momento", destacou Voguel.

No último dia 21 de maio, exatamente um mês após os ataques, as igrejas do Sri Lanka reabriram. No entanto, os cristãos ainda estão com medo.

A diretora de projetos da ACN destacou que "sentem-se atemorizados quando ouvem o som dos sinos. É um testemunho aflito de como as lembranças do Domingo de Páscoa são angustiantes para eles".

"Não entendem porque esse sofrimento lhes aconteceu, no Sri Lanka, após a situação relativamente tranquila dos últimos anos. No entanto, têm uma imensa vontade de viver e uma fé forte. Os cristãos e todos os habitantes do Sri Lanka não querem nenhuma nova guerra civil; eles querem trabalhar por uma paz duradoura", enfatiza Vogel.