quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Grito dos excluídos é instrumentalizado para atacar o governo e suas reformas


Já se tornou tradição, desde 1995, no dia 7 de setembro, data na qual se comemora oficialmente a Independência do Brasil, ocorrerem as manifestações chamada de “Grito dos Excluídos” que reúne católicos em diversas dioceses por todo território brasileiro.

Estas manifestações têm como objetivo de abrir caminhos aos excluídos da sociedade, denunciar os mecanismos sociais de exclusão e propor caminhos alternativos para uma sociedade mais inclusiva.

Neste ano de 2019 o tema do grito dos excluídos é “Vida em primeiro lugar” e o lema escolhido foi “Este sistema não vale: lutamos por justiça, direitos e liberdade.”

Instrumentalização Política

Leia a declaração do bispo de Ipameri (GO), dom Guilherme Antônio Werlang, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora da CNBB:

“Vivemos tempos difíceis. Os direitos e os avanços democráticos conquistados nas últimas décadas, frutos de mobilizações e lutas, estão ameaçados. O ajuste fiscal, as reformas trabalhista e a reforma da previdência estão retirando direitos dos trabalhadores para favorecer aos interesses do mercado. O próprio sistema democrático está em crise, distante da realidade vivida pela população”.

Esta opinião, que distorce a realidade, está sendo replicada em cartas por diversas dioceses e lida durante a missa em centenas de paróquias.

Um recado aos católicos que promovem linchamento virtual ao Presidente Bolsonaro


Nesta semana o presidente Jair Bolsonaro, que se auto-declara católico, foi abençoado pelo “bispo” Edir Macedo na frente de uma multidão de quase 10 mil fiéis no Templo de Salomão, sede da Igreja Universal do Reino de Deus em São Paulo, o que fez que muitos católicos expressassem nas redes sociais sua insatisfação com o ocorrido.

Um católico, por outro lado, veio em defesa do presidente. Leia seu comentário:

Meu recado aos Católicos que mais uma vez estão promovendo linchamento virtual do presidente Bolsonaro.

Quando Bolsonaro era deputado e falava contra o famigerado Kit de sexualização precoce infantil, a CNBB virava as costas para ele e se juntava aos promotores do kit em pautas de esquerda que nada dizem respeito a doutrina e ao magistério da Igreja Católica. Ao seu lado estavam os pastores evangélicos e os políticos protestantes que se uniram ao parlamentar católico em defesa da família.

Quando Bolsonaro levou uma facada, nenhum padre ou bispo de Juiz de Fora o procurou na Santa Casa. Da mesma forma, após ser transferido para São Paulo, Dom Odilo em momento nenhum se solidarizou por sua luta pela vida e levou um mês para que o primeiro sacerdote católico o visitasse. Ao seu lado estiveram desde o primeiro momento, durante todo o tempo em que permaneceu convalescente, os pastores e políticos evangélicos.

Quando Bolsonaro foi eleito, o Papa não lhe deu os parabéns e mandou como representante para sua posse um representante do Vaticano considerado alguém desprestigiado de escalão inferior.

Com Bolsonaro eleito, o Vaticano e os bispos católicos se voltaram para o tal Sínodo da Amazônia, com foco político de oposição ao governo Bolsonaro e a Soberania Nacional brasileira numa clara afronta onde um Estado nacional soberano (Vaticano) visa ditar como outra nação deve proceder na condução de suas riquezas naturais e no domínio de seu território.

Buscando a aproximação com a Igreja Católica, o presidente Bolsonaro foi a Canção Nova, frequentou uma Missa publicamente, visitou freiras e padres, fez uma cerimônia em homenagem a Nossa Senhora e em todas as ocasiões foi duramente criticado pela opinião pública católica.

Dom Cláudio Hummes, relator do Sínodo da Amazônia, participa de evento contra o governo Bolsonaro


O teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA) hospedou, anteontem, o evento “Direito já”, protagonizado por partidos de esquerda e centro-esquerda, em oposição aos “retrocessos do governo Bolsonaro”.

Ao lado de dezenas de políticos esquerdistas, pousa ninguém menos que o arcebispo emérito de São Paulo, o cardeal Dom Cláudio Hummes, relator do Sínodo Pan-amazônico, a ser realizado dentro de um mês, em Roma.

Numa entrevista anterior ao próprio Estadão, Dom Cláudio, falando sobre as polêmicas entre o Sínodo da Amazônia e o governo, disse que: “Foi na campanha eleitoral que começou tudo isso. O governo, que se diz de direita, considera a Igreja de esquerda. Mas a Igreja não é partido político. Não é de esquerda. Não aceita essa qualificação, essa etiqueta. A Igreja é para todos”. E, mais adiante: “Esse governo apresentou uma questão sobretudo de soberania nacional. Mas todos sabemos que o Sínodo é da Igreja e para a Igreja. Não é para políticos, militares e outros”.

Dois cardeais criticam documento de trabalho do Sínodo da Amazônia


Os cardeais Walter Brandmüller e Raymond Burke escreveram cada um uma carta em italiano a outros membros do Colégio Cardenalicio, – às que o grupo ACI teve acesso – fazendo uma grave denúncia de alguns pontos do documento de trabalho (Instrumentum laboris) do Sínodo da Amazônia, que se realizará no Vaticano de 6 a 27 de outubro.

“Em poucas semanas começará o chamado Sínodo da Amazônia. O que se sabe até agora sobre o Sínodo não pode senão suscitar as mais sérias preocupações. Alguns pontos do Instrumentum laboris parecem não só estar em dissonância com o ensino autêntico da Igreja, mas são contrários a Ela”, afirma por sua parte o Cardeal alemão Walter Brandmüller em sua carta datada em 28 de agosto.

“Como mostra a experiência destes últimos sínodos, deve-se temer tentativas não só de manipular a sessão sinodal mas as de exercer fortes pressões sobre ela”, alertou.

A seguir o Cardeal expressou sua preocupação sobre a participação do Cardeal brasileiro Claudio Hummes, que preside a Rede Eclesiástica Panamazónica (Repam), instituição que, segundo o Bispo Emérito de Marajó (Brasil), Dom José Luis Azcona, teve um papel protagonista na redação do texto.

“O simples fato de que o Cardeal Hummes seja seu presidente lhe possibilitará uma grave influência no sentido negativo, e, isto nos basta para que nossa preocupação seja fundamentada e realista, de igual maneira no caso da participação dos bispos (Erwin) Kräutler, (Franz-Josef) Overbeck, etc.”, afirma o Cardeal Brandmüller.

Recorda-se que Dom Overbeck se manifestou em maio deste ano a favor da “greve de mulheres” na Alemanha, uma espécie de protesto à negativa do Papa Francisco à proposta de ordenar diaconisas; e que Erwin Kräutler, que serve como vice-presidente da Repam, defende a ordenação sacerdotal de homens casados.

O Cardeal Brandmüller advertiu também que “as formulações nebulosas do Instrumentum, como a pretendida criação de novos ministérios eclesiásticos para as mulheres e, sobretudo, a ordenação presbiteral dos chamados viri probati, suscitam a forte suspeita de que será colocado em questão até mesmo o celibato sacerdotal”.

O Instrumentum Laboris propõe, que no caso da Amazônia, a ordenação de homens casados e de comprovada virtude poderá compensar a ausência de sacerdotes em algumas regiões.

Ante esta situação, continuou o Cardeal que é perito em história da Igreja e que foi também professor universitário, “teremos que confrontar sérios ataques à integridade do Depositum fidei (o depósito da fé), à estrutura hierárquico-sacramental e à Tradição Apostólica da Igreja. Com tudo isto se criou uma situação nunca antes vista em toda a história da Igreja, nem sequer durante a crise arriana dos séculos IV e V”.

Arrio foi um bispo que negava a divindade de Cristo, que logo seria conhecida como a heresia do arrianismo. Em seu tempo um dos que a combateu fortemente foi outro bispo, Santo Atanásio.

Em relação às ameaças que vê no Instrumentum laboris, o Cardeal Brandmüller indicou que “aparece então a grave pergunta sobre como nós cardeais, nesta situação historicamente inédita, podemos atuar à altura de nosso solene juramento cardinalício e como poderemos reagir a eventuais afirmações ou decisões heréticas do Sínodo”.

“Certamente você como cardeal já refletiu sobre a situação e inclusive nos possíveis passos a dar em comum. Por isso espero que Sua Eminência, por sua parte, tome a ocasião de corrigir, segundo o ensino da Igreja, certas posições expressas no Instrumentum laboris do Sínodo da Amazônia, usando também as redes sociais”, concluiu.

“Crê para compreender, compreende para crer”


No homem atual, assim como no de outros momentos históricos, se encontra a pergunta sobre a relação entre a fé e a razão. Estes dois conceitos seriam contraditórios (ou eu acredito, ou eu compreendo) ou seriam correspondentes (eu creio, por isso compreendo e eu compreendo, por isso creio)? A resposta da fé católica a esta pergunta é clara: “Crer é um ato da inteligência humana que assente à verdade divina a mando da vontade movida por Deus através da graça” (Santo Tomás de Aquino – S. Th. II-II,2.9). O nosso ato de resposta a Deus, longe de excluir a inteligência, faz dela uma instância de tal resposta. Desta forma, nós podemos afirmar uma relação positiva entre fé e razão: “Mas, ainda que a fé esteja acima da razão, jamais pode haver verdadeira desarmonia entre uma e outra, porque o mesmo Deus que revelou os mistérios e infunde a fé, dotou o espírito humano da luz da razão, e Deus não pode negar-se a si mesmo, nem a verdade jamais contradizer a verdade” (Concílio Vaticano I – Dei Filius – DS 3017).

Historicamente, nós encontramos três tipos de resposta à pergunta da relação fé e razão. Destas repostas, duas a Igreja considera insuficiente. A primeira resposta insuficiente é o fideísmo. Este pode ser entendido como a aceitação dos mistérios revelados por Deus sem o auxílio da razão. De maneira geral, podemos exemplificá-lo da seguinte maneira: “Eu creio porque Deus disse! Eu creio porque está na Bíblia! Eu creio porque para Deus tudo é possível!”. Esta postura carrega de positivo a abertura para a Revelação Divina. Todavia, não leva a sério o fato de que o conteúdo da Revelação foi dirigido para nós, homens. Nós fomos criados por Deus capazes não só de aceitar as verdades de Fé, mas também de entendê-las, de aprofundá-las, de retirar conclusões delas. Sem esta faculdade crítica, nós seríamos levados por todo vento de doutrina sem critérios para nos guiar.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Palavra de Vida: «Consolai-vos uns aos outros e edificai-vos reciprocamente» (1 Ts 5, 11).


O apóstolo Paulo escreve à comunidade cristã de Tessalônica, comunidade que nasceu através dele. Já não poderá voltar àquela cidade, porque teve de fugir de lá, devido a grandes dificuldades e perseguições. Contudo, com as suas cartas, Paulo continua a acompanhar aqueles cristãos com o seu amor, chegando mesmo a louvá-los pela sua constância e perseverança na fé. Os tessalonicenses tornaram-se testemunhas exemplares!

Paulo conhece as interrogações profundas daquela comunidade, bem como as suas questões existenciais: O que é que nos espera depois da morte? Se o Senhor vai voltar depressa, como devemos preparar-nos convenientemente para a sua vinda definitiva?

Paulo responde-lhes, não para dar preceitos para cumprir. Em vez disso, professa de novo a sua fé: Jesus deu a sua vida por amor a toda a humanidade, e ressuscitou, abrindo para todos os homens o caminho que leva à Vida.

E para que se preparem para a vinda de Jesus, Paulo aconselha-os a viverem segundo o Evangelho na vida quotidiana, continuando a trabalhar honestamente e a construir uma comunidade fraterna:

«Consolai-vos uns aos outros e edificai-vos reciprocamente».

Paulo experimentou-o pessoalmente: o Evangelho faz germinar a semente de bondade que Deus colocou no coração humano.

É uma semente de esperança, que cresce no encontro pessoal e quotidiano com o amor de Deus e floresce no amor recíproco. É um estímulo para combater as sementes ruins do individualismo e da indiferença, que provocam isolamento e conflitos, e para levar os pesos uns dos outros, encorajando-nos reciprocamente.

É uma Palavra simples que todos nós podemos compreender e pôr em prática, e que é capaz de revolucionar os nossos relacionamentos pessoais e sociais.

É um conselho precioso, que nos ajuda a redescobrir a verdade fundamental da fraternidade, raiz de muitas culturas. Assim o exprime o princípio da filosofiabantu do Ubuntu: «Eu sou aquilo que sou por mérito daquilo que somos todos nós juntos».

Foi este o princípio que, na África do Sul, guiou a ação política do grande líder metodista Nelson Mandela. Ele afirmava: «Ubuntunão significa não pensar em si mesmo, mas sim pôr-se a pergunta: “Quero ajudar a comunidade que me rodeia?”» (1). A sua ação coerente e corajosa provocou uma reviravolta histórica no seu país e constituiu um grande passo em frente na civilização.

O Sínodo da Amazônia irá ‘quebrar definitivamente’ com a tradição se permitir padres casados e ministérios femininos, diz Cardeal Sarah


O cardeal africano Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino, escreveu em seu livro mais recente que se o próximo Sínodo da Amazônia permitir a ordenação sacerdotal de homens casados e fabricar “ministérios para mulheres” e outras incongruências desse tipo, “a situação seria extremamente grave” devido ao fato dos “pais” (organizadores) do Sínodo estariam indo contra o ensinamento e a tradição da Igreja Católica Romana.

“Se por falta de fé em Deus e por efeito da miopia pastoral, o Sínodo da Amazônia decidisse sobre a ordenação de viri probati, a fabricação de ministérios para as mulheres e outras incongruências desse tipo, a situação seria extremamente séria. ,” ele escreveu.

“Suas decisões seriam ratificadas sob o pretexto de que são a emanação da vontade dos pais sinodais? O Espírito sopra onde quer, é claro, mas não se contradiz e não cria confusão e desordem. É o espírito de sabedoria. Sobre a questão do celibato, ele já falou através dos conselhos e pontífices romanos ”, continuou ele.

“Se o Sínodo da Amazônia tomasse decisões nessa direção, romperia definitivamente com a tradição da Igreja Latina”, acrescentou.

O cardeal Sarah fez os comentários em seu livro Le soir approche et déjà le jour baisse (“É quase noite e o dia está quase no fim”), publicado em março. O livro será publicado em inglês em 22 de setembro. O LifeSiteNews traduziu citações relevantes do livro abaixo.

À medida que o sínodo da Amazônia se aproxima (6 a 27 de outubro), um número crescente de cardeais e bispos católicos está expressando sua preocupação sobre como o sínodo está sendo usado para promover a ordenação sacerdotal de homens casados na Amazônia, juntamente com o início da ordenação feminina, se não, criando mulheres padres, pelo menos inventando uma forma de diaconado feminino.

O cardeal Sarah abordou ambas as questões de frente em seu livro, expressando especificamente sua oposição a uma evolução prática do celibato sacerdotal e do papel das mulheres na Igreja no contexto do próximo sínodo da Amazônia.

O Cardeal criticou o documento de trabalho do Sínodo Amazônico por apresentar “tudo menos uma solução” para os problemas na região amazônica, afirmando que dar a essas pessoas menos do que a Igreja normalmente ordena não é resposta para as dificuldades específicas que enfrentam.

No início do livro, o cardeal Sarah havia falado longamente sobre o valor do celibato e completa castidade para aqueles que, estando “configurados para Cristo”, deveriam seguir Seu exemplo ao se entregarem corpo e alma à Igreja, da mesma maneira que Jesus Cristo é verdadeiramente o cônjuge da igreja. Citando a prática antiga da Igreja Católica de exigir a continência completa de homens casados que se tornaram padres, mesmo que continuassem a viver sob o mesmo teto que sua esposa, o Cardeal estabeleceu um vínculo claro nessas passagens anteriores entre a celebração da Eucaristia e a prática constante da Igreja, que desde então tem sido sustentada por sua parte latina, sugerindo até que a Igreja Católica de rito oriental faria bem em “evoluir” para retornar a essa situação.

Em seus comentários sobre a situação na Amazônia, o cardeal Sarah comentou: “Ouvi dizer que ao longo de seus 500 anos de existência, a igreja latino-americana sempre considerou os indígenas incapazes de viver no celibato. O resultado desse preconceito é visível. Existem muito poucos bispos e padres indígenas, mesmo que as coisas estejam começando a mudar. ”

Se isso é verdade, e se é verdade, se esse julgamento por parte da Igreja foi válido, não está sendo discutido aqui. O certo é que, olhando mais de perto a “teologia indiana” que o documento preparatório do Sínodo da Amazônia já estava promovendo em 2018, o conceito de celebrantes celibatários da liturgia é rejeitado com base nas tradições indígenas.

Os comentários do cardeal Sarah sobre o próximo Sínodo foram publicados em março, vários meses antes da publicação do “Instrumentum Laboris” em junho passado.

Abaixo está a tradução de trabalho da LifeSite das principais passagens relativas ao Sínodo Amazônico em Le soir approche et déjà le jour baisse.

Bispo Schneider afirma que declaração de Abu-Dhabi “trai a Jesus Cristo como o único Salvador da Humanidade”




A decisão do Vaticano de implementar um documento afirmando que a “diversidade das religiões” é “desejada por Deus”, sem corrigir esta declaração, equivale a “promover a negligência do primeiro mandamento” e uma “traição do Evangelho”, disse o bispo Athanasius Schneider.

Em uma entrevista exclusiva com LifeSiteNews, em uma iniciativa apoiada pelo Vaticano para promover o “Documento sobre Fraternidade Humana para a Paz Mundial e Vivendo Juntos”, o auxiliar de Astana, Cazaquistão, disse que “nobres objetivos como ‘fraternidade humana’ e ‘ a paz mundial “pode ​​ser, eles não podem ser promovidos ao custo de relativizar a verdade da singularidade de Jesus Cristo e Sua Igreja”.

A disseminação deste documento em sua forma não corrigida “paralisará a missão ad gentes da Igreja ” e  “ sufocará seu zelo ardente para evangelizar todos os homens”, disse o bispo Schneider.

Ele acrescentou: “As tentativas de paz estão destinadas ao fracasso se não forem propostas em nome de Jesus Cristo”.

Um “Comitê Superior”

Na semana passada, o Vaticano anunciou  que um “Comitê Superior” de várias religiões foi estabelecido nos Emirados Árabes Unidos para implementar o “ Documento sobre Fraternidade Humana para a Paz Mundial e Vivendo Juntos ”, que o Papa Francisco assinou em 4 de fevereiro de 2019. em Abu Dhabi, junto com Ahmad el-Tayeb, o Grande Imam Al-Azhar, durante uma visita apostólica de três dias à Península Arábica.

Os membros da comissão de sete membros (católicos e muçulmanos) incluem o secretário pessoal do Papa Francisco, Pe. Yoannis Lahzi Gaid e o presidente do Conselho Ponfical para o Diálogo Inter-religioso, Dom Miguel Angel Ayuso Giuxot.

Em comunicado divulgado na segunda-feira, 26 de agosto, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse que o papa Francisco “encoraja os esforços do Comitê para disseminar o conhecimento do documento; Ele agradece aos Emirados Árabes Unidos pelo compromisso concreto demonstrado em nome da fraternidade humana e expressa a esperança de que iniciativas semelhantes possam surgir em todo o mundo”.

Documento controverso

O documento de Abu Dhabi gerou  polêmica  por afirmar que um “pluralismo e diversidade” de religiões é “desejado por Deus”.

A passagem que incita a controvérsia lê:

A liberdade é um direito de toda pessoa: cada indivíduo desfruta da liberdade de crença, pensamento, expressão e ação. O pluralismo e a diversidade de religiões, cor, sexo, raça e linguagem são determinados por Deus em Sua sabedoria, através da qual Ele criou os seres humanos. Essa sabedoria divina é a fonte da qual deriva o direito à liberdade de crença e a liberdade de ser diferente. Portanto, o fato de as pessoas serem obrigadas a aderir a uma determinada religião ou cultura deve ser rejeitado, assim como a imposição de um modo de vida cultural que os outros não aceitam.

Em 1º de março de 2019, durante uma visita ad limina  dos bispos da Ásia Central a Roma, o Bispo Schneider, cuja diocese está localizada em uma nação predominantemente muçulmana, expressou preocupação com essa formulação ao Papa Francisco. O Papa disse que a frase em questão sobre a “diversidade de religiões” significava “a vontade permissiva de Deus”, e ele deu permissão explícita ao Bispo Schneider e aos outros bispos presentes para citar suas palavras.

O bispo Schneider, por sua vez, pediu ao papa que esclarecesse a declaração de maneira oficial.

O papa Francisco pareceu oferecer um esclarecimento informal em sua  audiência geral de quarta-feira em 3 de abril de 2019, mas nenhum esclarecimento ou correção oficial ao texto foi dado até o momento.

Nesta entrevista exclusiva, o bispo Schneider revela  novos detalhes  sobre seu intercâmbio direto com o Santo Padre na reunião de 1º de março. Ele também discute seus pontos de vista sobre o esclarecimento informal do Papa na audiência geral de 3 de abril, e a  gravidade  de um “Comitê Superior” sendo estabelecido para implementar o documento de Abu Dhabi, na ausência de uma correção oficial da controversa passagem.

De acordo com o Bispo Schneider, ao implementar o documento de Abu Dhabi sem corrigir sua errônea afirmação sobre a diversidade das religiões, “os homens na Igreja não apenas traem Jesus Cristo como o único Salvador da humanidade e a necessidade de Sua Igreja para a salvação eterna, mas também cometer uma grande injustiça e pecar contra o amor ao próximo ”.

Aqui está nossa entrevista completa com o bispo Athanasius Schneider.