quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Clérigos que favorecem agenda gay agem como ministros de Satanás, diz sacerdote


Pe. Hugo Valdemar, cônego penitenciário da Arquidiocese do México, alertou recentemente que aqueles clérigos que favorecem a agenda gay, que inclui a aprovação e bênção do chamado casamento gay, não atuam como ministros de Deus, mas de Satanás.

Em sua coluna intitulada “Ninguém nasce homossexual”, publicada no jornal mexicano ContraRéplica, Pe. Valdemar disse que “pretender justificar o imoral das práticas homossexuais, buscar a aprovação de falsos direitos, como casamento ou adoção de filhos ou, pior ainda, buscar que a união de casais homossexuais seja abençoada, é blasfemo e diabólico, e não há dúvida de que os cardeais, bispos e sacerdotes que lutam por isso estão agindo como ministros do próprio Satanás, mas não de Deus”.

Pe. Valdemar, que durante 15 anos foi porta-voz da Arquidiocese do México, durante o governo pastoral do Cardeal Norberto Rivera, referiu-se em seu artigo a uma pesquisa genética publicada recentemente pela revista Science, que conclui que não há gene homossexual.

"A geneticista Andrea Ganna, que dirigiu a pesquisa, disse que o comportamento homossexual é em grande parte resultado de fatores culturais e ambientais", assinalou o sacerdote, que também enfatizou que "a seriedade deste estudo derruba muitos dos argumentos falaciosos dos lobbies LGBT, que afirmam que o homossexual nasce, não se torna”.

O sacerdote mexicano indicou que, “na experiência pastoral, muitas pessoas com atração pelo mesmo sexo se aproximam buscando orientação e apoio, são pessoas que sofrem muito com sua condição, que apesar de sentirem atração homossexual, não querem ter esse tipo de sentimentos.”

"No fundo, sabem que as práticas homossexuais não são humanas nem moralmente corretas, e gostariam de ser pessoas normais e formar famílias normais", disse.

Cardeal Burke e D. Athanasius publicam texto sobre o que significa ser fiel ao Papa


Nenhuma pessoa honesta pode continuar a negar a confusão doutrinária quase geral que reina hoje em dia na vida da Igreja. Isto deve-se, em particular, às ambiguidades acerca da indissolubilidade do matrimônio, que tem vindo a ser relativizada pela prática da admissão à Santa Comunhão de pessoas que coabitam em uniões irregulares; deve-se à crescente aprovação de actos homossexuais, intrinsecamente contrários à natureza e à vontade revelada de Deus; deve-se a erros a respeito do caráter único de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Sua obra redentora, que vem sendo relativizado através de afirmações errada sobre a diversidade das religiões; e, em especial, deve-se ao reconhecimento de diversas formas de paganismo e das respectivas práticas rituais em virtude do Instrumentum Laboris para a próxima Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica.

Tendo em conta esta realidade, a nossa consciência não nos permite ficarmos em silêncio. Nós, como irmãos no Colégio dos Bispos, falamos com respeito e amor, a fim de que o Santo Padre possa rejeitar inequivocamente os evidentes erros doutrinários do Instrumentum Laboris para a próxima Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazónica e não consinta a abolição na prática do celibato sacerdotal na Igreja Latina, mediante a aprovação da ordenação dos - assim chamados - “viri probati”.

Com a nossa intervenção, como pastores do rebanho, expressamos o nosso grande amor pelas almas, pela pessoa do próprio Papa Francisco e pelo dom divino do Ofício Petrino. Se não o fizéssemos, cometeríamos um grande pecado de omissão e de egoísmo. Pois, se ficássemos calados, teríamos uma vida mais tranquila e, quiçá, receberíamos até honras e reconhecimentos. No entanto, se ficássemos calados, violaríamos a nossa consciência.

Neste contexto, vêm-nos à mente as palavras sobejamente conhecidas do futuro santo, o Cardeal John Henry Newman (que será canonizado no dia 13 de Outubro de 2019): «Brindarei – ao Papa, com a sua licença –, mas, ainda assim, brindarei primeiro à Consciência, e só depois ao Papa» (Uma carta endereçada ao duque de Norfolk por ocasião da recente repreensão do Sr. Gladstone). Vêm-nos outrossim à mente estas outras palavras memoráveis e pertinentes de Melchior Cano, um dos bispos mais doutos do Concílio de Trento: “Pedro não precisa da nossa adulação. Aqueles que defendem cega e indiscriminadamente cada decisão do Sumo Pontífice são os que mais prejudicam a autoridade da Santa Sé: em vez de fortalecerem, eles destroem os seus fundamentos”.

Nos últimos tempos, criou-se uma atmosfera de quase total infalibilização das declarações do Romano Pontífice, ou seja, de cada uma das palavras do Papa, de cada um dos seus pronunciamentos e de documentos meramente pastorais da Santa Sé. Na prática, já não se observa a regra tradicional de distinguir os diferentes níveis dos pronunciamentos do Papa e dos seus serviços com as respectivas notas teológicas e o correspondente grau da obrigação de adesão por parte dos fiéis.

Apesar do diálogo e dos debates teológicos terem sido incentivados e promovidos na vida da Igreja nas últimas décadas após o Concílio Vaticano II, em nossos dias, parece não haver mais qualquer possibilidade de um debate intelectual e teológico honesto ou da expressão de dúvidas sobre afirmações e práticas que ofuscam e prejudicam seriamente a integridade do Depósito da Fé e da Tradição Apostólica. Uma tal situação conduz à desconsideração da razão e, portanto, da própria verdade.

Aqueles que criticam as nossas expressões de preocupação recorrem apenas a argumentos sentimentais ou de poder. Tudo indica que eles não querem entrar numa discussão teológica séria sobre o assunto. A respeito disto, parece que, muitas vezes, a razão é simplesmente ignorada e o raciocínio suprimido.

Uma expressão sincera e respeitosa de preocupação em relação a assuntos de grande importância teológica e pastoral na vida atual da Igreja, dirigida também ao Sumo Pontífice, é imediatamente esmagada e vista sob uma luz negativa com reprovações difamatórias dizendo que “semeia dúvidas”, que é “contra o Papa”, ou até que é “cismática”.

A Palavra de Deus ensina-nos, por meio dos Apóstolos, a mantermos a certeza, a sermos firmes e inabaláveis acerca das verdades universais e imutáveis da nossa Fé e a guardarmos e protegermos a Fé diante dos erros, na senda do que escreveu São Pedro, o primeiro Papa: «Tomai cuidado para que não caiais da vossa firmeza, levados pelo erro de homens ímpios» (2Pd 3, 17). São Paulo, por seu lado, também escreveu: «Não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e dos seus artifícios enganadores. Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a Cabeça, Cristo» (Ef 4, 14-15).

É preciso ter em mente o fato de que o Apóstolo Paulo reprovou publicamente o primeiro Papa em Antioquia numa questão de menor gravidade, se comparamos com os erros que hoje em dia se espalham na vida da Igreja. São Paulo advertiu publicamente o primeiro Papa por causa do seu comportamento hipócrita e do consequente perigo de questionar a verdade que diz que as prescrições da lei mosaica não são obrigatórias para os cristãos.

Como reagiria hoje o apóstolo Paulo se lesse a frase do documento de Abu Dhabi que diz que Deus, na sua sabedoria, quer igualmente a diversidade de sexos, nações e religiões (entre as quais existem religiões que praticam a idolatria e blasfemam Jesus Cristo)! Tal afirmação representa uma relativização do carácter único de Jesus Cristo e da sua obra redentora! O que diriam São Paulo, Santo Atanásio e as outras grandes figuras do cristianismo ao ler essa frase e os erros expressos no Instrumentum laboris para a próxima Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazónia? É impossível pensar que essas figuras permaneceriam em silêncio ou se deixariam intimidar com censuras e acusações de falar “contra o Papa”.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Necroses de um tecido


A sociedade ocidental está se decompondo, desfigurando-se rapidamente. Sua matriz geradora foi a tradição judeu-cristã, que pariu nossa cultura do Ocidente. Foi o cristianismo, com sua crença de que cada indivíduo é imagem e semelhança de Deus em Cristo, quem possibilitou que essa cultura desenvolvesse conceitos como pessoa, direitos humanos, democracia, dignidade do indivíduo, etc. Foi o judeu-cristianismo, ao afirmar que a história é aberta e caminha para uma plenitude e que o homem tem a função de “dominar” a terra, quem inspirou e possibilitou o desenvolvimento tecnológico que fez com que o Ocidente se afirmasse hegemonicamente frente a outras culturas. Sem o cristianismo, o Ocidente não existiria. Até mesmo correntes de pensamento que se mostraram visceralmente antirreligiosas e anticristãs, beberam no cristianismo as bases de suas afirmações...

Desde o século XVIII, no entanto, com o iluminismo racionalista, o homem ocidental deu as costas a Deus, a Cristo, à Igreja e engendrou um projeto suicida: conservar e aprimorar os valores de nossa sociedade negando Deus. Tal projeto continua de pé; vai de vento em popa: a ilusão de um humanismo sem Deus e o Seu Cristo, um plano de fraternidade universal escondendo Jesus Cristo, nosso Senhor... Só há um problema, grave, urgente, inevitável: sem a sua seiva cristã, a grande árvore ocidental vai murchar, morrer e secar. Renegando a cosmovisão cristã que os inspirou, nossa sociedade não poderá conservar os valores admiráveis que construiu.

Morto estrangulado: assassinato de padre choca Brasília!


O padre polonês Kazimierz Andrzej Wojno, de 71 anos, foi estrangulado com fios de arame e morto na noite de sábado, 21, após missa na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Asa Norte de Brasília. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, o crime foi um caso de latrocínio – roubo seguido de morte. Além de matarem o pároco, conhecido na comunidade como “padre Casemiro”, os criminosos arrombaram cofres localizados na casa paroquial.

“Foi um crime cruel pela forma que ele foi executado. Não havia a menor necessidade de cometerem esta barbárie”, afirmou o delegado Laércio Rossetto, da 2ª Delegacia de Polícia. “Se eles queriam roubar, podiam ter roubado, poderiam ter mantido ele dentro do banheiro. Não havia necessidade de matar.”

No início da noite de sábado, o padre celebrou uma missa na paróquia, às 18h30, e depois se dirigiu à casa paroquial, nos fundos da igreja. Ao lado da casa, é realizada uma obra de ampliação. Conforme a polícia, o padre e um funcionário da igreja teriam sido rendidos por pelo menos quatro criminosos.

Eles amarraram os pulsos, as pernas e o pescoço do padre, na altura da cervical, enquanto o funcionário José Gonzaga da Costa, de 39 anos, teve os pulsos e as pernas imobilizados. O padre foi estrangulado com fios de arame. “Houve arrombamento de mais de um cofre lá (na casa paroquial)”, disse o delegado. “Encontramos maquinário. Tudo indica que eles cometeram assassinato para roubar.”

Rossetto não informou exatamente quantos cofres haviam na casa e se todos foram arrombados. Segundo ele, os detalhes ainda estão em fase de apuração. O que se sabe até o momento é que os invasores roubaram objetos do cofre. “Não temos levantamento completo do que foi levado, mas posso assegurar que são objetos de valor”, acrescentou o delegado.

A polícia trabalha com a estimativa de que os bandidos permaneceram cerca de três horas no local. Imagens de vídeo obtidas pela polícia, de câmeras do entorno, mostram que eles saíram do local a pé, após pularem a cerca que delimita o terreno da igreja. Ainda não se sabe se, mais adiante, pegaram algum veículo. O funcionário da igreja que foi rendido conseguiu pedir ajuda a um vigia de um estabelecimento próximo e, a partir daí, a polícia foi avisada.

“Por conta do requinte de crueldade com que executaram o padre, a princípio, o crime não tem relação com os roubos anteriores”, avaliou Rosseto. “Pela situação na qual ele foi encontrado, a gente pode afirmar que houve sofrimento por parte da vítima”, completou o investigador.

Rossetto afirmou ainda que a polícia já tem alguns suspeitos e está colhendo depoimentos, inclusive do funcionário da igreja. A polícia trabalha com a hipótese de que as pessoas que participaram do latrocínio tinham conhecimento da rotina da igreja e dos próprios cofres que estavam na casa paroquial. “Elas vieram determinadas a cometer o roubo e a matar o padre”, disse o delegado.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Transfusão de sangue. O que pensa nossa fé católica?


Uma mulher de 61 anos, testemunha de Jeová, faleceu a alguns anos em Sevilha (Espanha), após ter sofrido um acidente de carro, porque em um documento de vontades antecipadas, rejeitava receber qualquer tipo de transfusão sanguínea devido às suas convicções religiosas.

Está baseada na Bíblia a proibição de comer ou receber sangue, inclusive por transfusão, ou de qualquer outra forma? A esta questão responde nesta análise Vicente Jara Vera, membro da Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas (RIES), diretor do programa “Conheça as seitas”, emitido quinzenalmente pela Rádio Maria na Espanha.

* * *

O problema

São numerosas as notícias sobre negativas de membros da seita das Testemunhas de Jeová para realizar transfusões de sangue, e de complicações, às vezes com o falecimento do paciente, ao não poder atendê-los devidamente em um hospital diante de uma cirurgia ou um transplante de órgão. Muitos destes acontecimentos podem ser conhecidos na documentação da Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas (RIES), especialmente no boletim eletrônico Info-RIES.

Sobre a seita das Testemunhas de Jeová

Recordemos que as Testemunhas de Jeová não são cristãs. São uma seita, já que se fazem passar pelo que não são, por cristãos. E não podem ser uma igreja cristã porque não acreditam no dogma da Trindade e na divindade de Jesus como Filho de Deus encarnado, a quem consideram como criatura excelsa, primeira no plano de Deus, que para eles é similar ao arcanjo Miguel.

As Testemunhas de Jeová mudaram várias passagens da Bíblia para adaptá-las às suas próprias ideias, que nenhum estudioso, crente ou não, poderia encontrar nos textos originais. Portanto, são um grupo com expressões e formas religiosas parecidas com as cristãs, mas que tentam fazer-se passar por uma igreja cristã sem sê-lo. Em definitivo, são uma seita, que pretende ter mais e mais adeptos e mais e mais dinheiro deles e, assim, maior influência.

Em que as Testemunhas de Jeová baseiam sua negativa de receber sangue?

Os textos que eles utilizam para negar-se a receber sangue são os seguintes, principalmente do Antigo Testamento, e um do Novo Testamento – este último analisaremos posteriormente em outra parte; vamos agora aos textos do Antigo Testamento:

Gênesis 9, 3-6: “Tudo o que se move e possui vida vos servirá de alimento, tudo isso eu vos dou, como vos dei a verdura das plantas. Mas não comereis a carne com sua alma, isto é, o sangue. Pedirei contas, porém, do sangue de cada um de vós. Pedirei contas a todos os animais e ao homem, aos homens entre si, eu pedirei contas da alma do homem. Quem derrama o sangue do homem, pelo homem terá seu sangue derramado. Pois à imagem de Deus o homem foi feito”.

Levítico 3, 17: “É para todos os vossos descendentes uma lei perpétua, em qualquer lugar onde habitardes: não comereis gordura nem sangue”.

Levítico 17, 10: “Todo homem da casa de Israel ou estrangeiro residente entre vós, que comer sangue, qualquer que seja a espécie de sangue, voltar-me-ei contra esse que comeu sangue e o exterminarei do meio do seu povo”.

Levítico 17, 13-14: “Qualquer pessoa, filho de Israel ou estrangeiro residente entre vós, que caçar um animal ou ave que é permitido comer, deverá derramar o seu sangue e recobri-lo com terra. Pois a vida de toda carne é o sangue, e eu disse aos israelitas: ‘Não comereis o sangue de carne alguma, pois a vida de toda carne é o sangue, e todo aquele que o comer será exterminado’”.

Deuteronômio 12, 23: “Sê firme, contudo, para não comeres o sangue, porque o sangue é a vida. Portanto, não comas a vida com a carne”.

Todos estes textos são claros e rotundos em sua proibição: não é lícito comer sangue animal porque é comer a vida. Analisaremos a seguir seu sentido e os situaremos em seu contexto, deixando para mais adiante o texto do Novo Testamento, que também utilizam para apoiar suas ideias.

O significado do sangue para os povos semíticos

Nos povos semitas do Oriente, o sangue era visto como o elemento onde residia a vida, o elemento vital e vitalizante dos seres vivos. Ao matar um animal, na morte de qualquer pessoa ou em um sacrifício, o sangue vertido indicava claramente que a vida ia embora conforme o sangue ia saindo.

A perda de sangue era também sintoma de fraqueza, de perda de vitalidade, de vida. Para os antigos, o sangue brotava do coração e a parada cardíaca indicava a morte da pessoa. Recordemos, além disso, como a mitologia da Mesopotâmia conta que o deus Marduk (deidade babilônica), o principal dos deuses, propôs-se a criar os homens para que adorassem as divindades; para isso, amassou argila com o sangue de um deus rebelde – posteriormente considerado um demônio – de nome Kingu.

Com este transfundo mesopotâmico, fica claro que nos antigos sacrifícios animais do povo de Israel se oferecia a vida a Deus e isso significava derramar o sangue do animal sacrificado. O sangue era a vida e ela era propriedade de Deus; daí que não se podia tomar o que pertencia a Deus. O pecado, a infração, estava, portanto, em tomar pelo homem o que não lhe correspondia, o que é de Deus.

Esta visão do sangue como vida é também a razão pela qual do mais terrível dos demônios mesopotâmicos, Lilitu ou Labartu – que no Poema de Gilgamesh se denomina como Lillake – se dizia que matava as crianças e bebia o sangue delas, isto é, seu pecado era arrancar-lhes a vida, propriedade de Deus, sendo por isso a primeira figura vampírica conhecida da história.

E não nos esqueçamos como, “na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isso em memória de mim’. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim’”. (1 Cor 11,24-25).

Recordemos que, na Antiga Aliança, o pão e o vinho eram oferecidos como sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de oferenda a Deus. Também o sacerdote Melquisedeque, figura de Cristo, ofereceu pão e vinho (Gn 14, 18). Junto a isso, a saída de Israel do Egito e o contexto do Êxodo dão ao vinho – no qual nos centramos – um caráter festivo no final do banquete judaico e uma dimensão escatológica de espera messiânica. O vinho é “verdadeira bebida” e bebê-lo é “ter a vida em Cristo, que é Deus, e permanecer n’Ele” (cf. Jo 6, 53-56).

Na antropologia semita, o princípio vital do sangue se relaciona com o suspiro ou a respiração, é o “ser vivente”, a vida, e se designa como nefesh. A nefesh ainda permanece na carne morta, no cadáver – daí que se possa tomar essa vitalidade quando se toma o sangue do animal ou da pessoa morta. Uma coisa diferente ocorre com seu espírito, o ruaj que, ao morrer o homem, vai para o além ou sheol. Daí que na antropologia semítica exista tanta unidade entre a carne (basar) e o princípio vital ou nefesh, mas é a ausência da ruaj que, ao não estar presente após a morte do ser humano, torna-o não-vivo.

Por outro lado, os animais não têm ruaj, mas basar e nefesh. Recordemos que os gregos traduziram nefesh como psykhé e este termo passou ao latim como anima, que é a nossa “alma”, ainda que é mais correto dizer que a alma está na ruaj (que se transformou em “espírito”) e não no psíquico, no nefesh que, como dizemos, ainda permanece no cadáver.

O Sínodo da Amazônia será cismático?


Nos dias 06 e 07 de setembro, o CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano) e a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) se reuniram em Bogotá para falar do Sínodo de Bispos que será realizado no Vaticano entre 06 e 27 de outubro com o título “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.

No comunicado final da reunião, o presidente do CELAM, Monsenhor Miguel Cagrejos, e o presidente do REPAM, o Cardeal Cláudio Hummes, após expressarem “alegria pela convocação do Sínodo pelo Santo Padre”, reiteram sua “esperança de seguir promovendo uma Igreja com rosto amazônico e rosto indígena, para continuar o processo na implementação”.

Por ocasião do encontro com o Papa, o recém-nomeado Cardeal Michael Czerny, secretário especial para o Sínodo da Amazônia, declarou: “Amazônia é a primeira palavra do nome do Sínodo. Pode-se afirmar que a Amazônia, com os seus povos, sua realidade, território, habitantes, é o tema do Sínodo, é o seu tema central. Por isso, como primeira, ou melhor, como primeiríssima preocupação está a população, os povos, principalmente os povos indígenas”.

No entanto, como sempre acontece nesses encontros, o importante não são as declarações oficiais, mas as reuniões privadas entre os homens-chave e os documentos que circulam entre eles tendo em vista organizar melhor a estratégia com a qual possam alcançar seus objetivos.

Um desses documentos, intitulado “Rumo ao Sínodo Pan-Amazônico: desafios e contribuições a partir da América Latina e do Caribe”, é fruto de uma reunião anterior realizada também na capital da Colômbia, no último mês de abril, por iniciativa das organizações Ameríndia e REPAM. O LifeSiteNews publicou no último dia 03 de setembro este artigo e revelou que, no encontro de Bogotá, estiveram presentes quatro personagens encarregados pelo Papa Francisco da preparação do Sínodo: o padre Paulo Suess, colaborador próximo do Bispo Erwin Kräutler, membro do conselho pré-sinodal; Maurício López, secretário da REPAM e membro também do mencionado conselho; o padre Justino Sarmento Rezende, assessor indígena; e Peter Hughes, também assessor.

Esses quatro senhores seriam os principais redatores do Instrumentum Laboris, com o qual trabalharão os padres sinodais em outubro. Como apontam Maike Hickson e Matthew Cullinan Hoffman, autores do artigo publicado pelo LifeSiteNews, o documento de Bogotá tem por objetivo solapar ou inverter os elementos fundamentais da doutrina católica, sustentando que a Igreja não tem o monopólio da salvação, e que o pluralismo e a diversidade de religiões são expressões de uma sábia vontade divina; que as religiões não cristãs têm capacidade para proporcionar a salvação, e que é preciso revalorizar as tradições religiosas pagãs dos indígenas amazônicos; o texto redefine a Eucaristia como ato simbólico da comunidade; ataca o sacerdócio hierárquico do Novo Testamento e prevê a criação de novos ministérios para os leigos, assim como a possibilidade de ordenação de diaconisas e a ordenação sacerdotal de homens casados; promove também uma nova teologia indigenista, feminista e ecológica, e se propõe a exportar esse modelo para criar uma Igreja de rosto amazônico.

Por sua vez, o Cardeal Müller assinalou:

    “Se na Amazônia são ordenados sacerdotes homens dignos que vivem em uniões declaradamente estáveis (sejam eles matrimônios canonicamente válidos ou não?) a fim de proporcionar (!) sacramentos aos fiéis, inclusive sem formação teológica (IL 129, 2), por que isso não seria um incentivo para introduzir os viri probati na Alemanha, onde a sociedade já não aceita o celibato e onde muitos teólogos casados estariam dispostos a ocupar como sacerdotes postos vacantes entre o clero celibatário?”

“Rumo ao Sínodo Pan-Amazônico”: novo documento pré-sinodal quer mudar a doutrina católica


O documento assinado em Bogotá por teólogos envolvidos na preparação do Sínodo da Amazônia, e em resposta ao mesmo, leva ao extremo o sincretismo para muitos aparente no Instrumentum Laboris e propõe uma Igreja em ruptura com tudo o que o antecede.

O documento com o título Rumo ao Sínodo Pan-Amazônico: desafios e contribuições a partir da América Latina e do Caribe foi elaborado no último mês de abril. Ele é o resultado de um encontro em Bogotá de teólogos de duas organizações que promovem a Teologia da Libertação, Amerindia e REPAM, informa o LifeSiteNews. O Instrumentum Laboris faz referência explícita à reunião de Bogotá como parte do processo preparatório do Sínodo.

Não há uma única religião verdadeira, e as religiões não cristãs podem levar à “salvação”. Essas são algumas das conclusões do documento publicado por teólogos participantes da preparação para o Sínodo da Amazônia e que exaltam as tradições religiosas pagãs dos índios amazônicos. Um exemplo: “Falta dialogar com outras confissões religiosas, com outras racionalidades, com outras cosmovisões (126), o que implica o passo ‘do exclusivismo intolerante a uma atitude de respeito, de aceitar que o cristianismo não tem o monopólio histórico da salvação’. Isto é, uma mudança de paradigma que se concretize ao assumir que ‘a cristandade latino-americana foi substituída por uma pluralidade de culturas e espiritualidades’ (128), permitindo uma aproximação respeitosa junto ao mundo multi-étnico, multicultural e multi-religioso que oferece o mapa das religiões amazônicas para pensar uma teologia e uma espiritualidade indígena”.

Estes são todos os participantes do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia 2019


O Vaticano divulgou a lista de todos os participantes da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, que será realizada em Roma de 6 a 27 de outubro de 2019 e cujo tema é: “Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”.

Entre os participantes, há bispos dos nove países que compõem esta região do mundo: 4 de Antilhas, 12 da Bolívia, 58 do Brasil, 15 da Colômbia, 7 do Equador, 11 do Peru e 7 da Venezuela.

Além disso, há 13 chefes de Dicastérios da Cúria Romana, 33 membros nomeados diretamente pelo Papa, 15 eleitos pela União dos Superiores Gerais, 19 membros do Conselho Pré-sinodal, 25 especialistas, 55 auditores e auditoras, 6 delegados fraternos e 12 convidados especiais.

A seguir, a lista completa dos participantes do Sínodo:

A. LISTA DOS PADRES SINODAIS SEGUNDO O TÍTULO DE PARTICIPAÇÃO

I. PRESIDENTE

FRANCISCO, Sumo Pontífice

II. SECRETÁRIO-GENERAL

Cardeal Lorenzo BALDISSERI

III. PRESIDENTES DELEGADOS

Cardeal Baltazar Enrique PORRAS CARDOZO, Administrador Apostólico de Caracas, Arcebispo de Mérida (Venezuela)

Cardeal Pedro Ricardo BARRETO JIMENO, Arcebispo de Huancayo (Peru), Vice-Presidente da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM)

Cardeal João BRAZ DE AVIZ, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica

IV. RELATOR GERAL

Cardeal Cláudio HUMMES, Arcebispo emérito de São Paulo (Brasil), Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Episcopal do Brasil e Presidente da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM)

V. SECRETÁRIOS ESPECIAIS

Pe. Michael CZERNY, Subsecretario da Seção migrantes e refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral

Dom David MARTÍNEZ DE AGUIRRE GUINEA, Bispo titular de Izirzada, Vigário Apostólico de Puerto Maldonado (Peru)

VI. COMISSÃO DE INFORMAÇÃO

PRESIDENTE

Dr. Paolo RUFFINI, Prefeito do Dicastério para a Comunicação (Cidade do Vaticano)

SECRETÁRIO

Pe. Giacomo COSTA, SI, Diretor da Revista “Atualizações Sociais”, Presidente da “Fundação Cultural San Fedele”, Vice-presidente da “Fundação Carlo Maria Martini” (Itália)

MEMBROS DE DIREITO

Andrea TORNIELLI, Diretor Editorial do Dicastério para a Comunicação

Matteo BRUNI, Diretor da Sala de Imprensa de la Santa Sé

Mauricio LÓPEZ OROPEZA, Secretário Executivo da Rede Eclesial Pan-amazônica (Equador)

Irmã María Irene LOPEZ DOS SANTOS, religiosa da Congregação das Carmelitas Missionárias de Santa Teresinha do Menino Jesus, Assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Episcopal do Brasil

VII. COMISSÃO DE CONTROVÉRSIAS

Presidente

Cardeal Giuseppe VERSALDI, Prefeito da Congregação para a Educação Católica (Cidade do Vaticano)

Membros

Dom Wellington Tadeu de QUEIROZ VIEIRA, Bispo de Cristalândia (Brasil)

Dom Jorge HERBAS BALDERRAMA, Bispo Prelado de Aiquile (Bolívia)

VIII. PRESIDÊNCIA DA REDE ECLESIAL PAN-AMAZÔNICA (REPAM)

Cardeal Cláudio HUMMES, Arcebispo emérito de São Paulo (Brasil), Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Episcopal do Brasil e Presidente da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM)

Cardeal Pedro Ricardo BARRETO JIMENO, Arcebispo de Huancayo (Peru), Vice-Presidente da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM)

Mauricio LÓPEZ OROPEZA, Secretário-Executivo da Rede Eclesial Pan-amazônica (Equador)

IX. DAS CIRCUNSCRIÇÕES ECLESIÁSTICAS DA REGIÃO PAN-AMAZÔNICA

ANTILHAS

1. Dom Gabriel MALZAIRE, Bispo de Roseau, Presidente da Conferência Episcopal

2. Dom Francis ALLEYNE, Bispo de Georgetown (República Cooperativa de Guiana)

3. Dom Karel Martinus CHOENNIE, Bispo de Paramaribo (Suriname)

4. Dom Emmanuel LAFONT, Bispo de Cayenne (Guiana Francesa)

BOLÍVIA

1. Dom Ricardo Ernesto CENTELLAS GUZMÁN, Bispo de Potosí, Presidente da Conferência Episcopal

2. Dom Oscar Omar APARICIO CÉSPEDES, Arcebispo de Cochabamba

3. Dom Waldo Rubén Barrionuevo Ramírez, Vigário Apostólico de Reyes, Bispo titular de Vulturara

4. Dom Eugenio Coter, Vigário Apostólico de Pando, Bispo titular de Tibiuca

5. Dom Stanis?aw DOWLASZEWICZ BILMAN, OFM Conv., Bispo titular de Tigimma, Auxiliar de Santa Cruz de la Sierra

6. Dom Julio María ELÍAS MONTOYA, Vigário Apostólico de El Beni, Bispo titular de Cuma

7. Dom Robert HERMAN FLOCK, Bispo de San Ignacio de Velasco

8. Dom Juan GÓMEZ, Bispo titular de Semta, Bispo Auxiliar de Cochabamba

9. Dom Sergio Alfredo GUALBERTI CALANDRINA, Arcebispo de Santa Cruz de la Sierra

10. Dom Jorge HERBAS BALDERRAMA, Bispo Prelado de Aiquile

11. Dom René LEIGUE CESARI, Bispo titular de Nepi, Bispo Auxiliar de Santa Cruz de la Sierra

12. Dom Juan VARGAS ARUQUIPA, Bispo de Coroico