O documento assinado em Bogotá por teólogos
envolvidos na preparação do Sínodo da Amazônia, e em resposta ao mesmo, leva ao
extremo o sincretismo para muitos aparente no Instrumentum Laboris e propõe uma
Igreja em ruptura com tudo o que o antecede.
O documento com o título Rumo ao Sínodo Pan-Amazônico: desafios e contribuições a partir da América Latina e do Caribe
foi elaborado no último mês de abril. Ele é o resultado de um encontro em
Bogotá de teólogos de duas organizações que promovem a Teologia da Libertação,
Amerindia e REPAM, informa o LifeSiteNews. O Instrumentum Laboris faz
referência explícita à reunião de Bogotá como parte do processo preparatório do
Sínodo.
Não há uma única religião verdadeira, e as religiões
não cristãs podem levar à “salvação”. Essas são algumas das conclusões do
documento publicado por teólogos participantes da preparação para o Sínodo da
Amazônia e que exaltam as tradições religiosas pagãs dos índios amazônicos. Um
exemplo: “Falta dialogar com outras confissões religiosas, com outras
racionalidades, com outras cosmovisões (126), o que implica o passo ‘do
exclusivismo intolerante a uma atitude de respeito, de aceitar que o
cristianismo não tem o monopólio histórico da salvação’. Isto é, uma mudança de
paradigma que se concretize ao assumir que ‘a cristandade latino-americana foi
substituída por uma pluralidade de culturas e espiritualidades’ (128),
permitindo uma aproximação respeitosa junto ao mundo multi-étnico,
multicultural e multi-religioso que oferece o mapa das religiões amazônicas
para pensar uma teologia e uma espiritualidade indígena”.
O documento redefine a Eucaristia como um ato
simbólico da comunidade, ataca o sacerdócio hierárquico do Novo Testamento,
enquanto pede às autoridades eclesiásticas que abram a possibilidade da
ordenação de sacerdotisas para “superar uma perspectiva patriarcal”, sugerindo
uma oração que se refere a Deus como “Pai e Mãe da vida”.
Estas são algumas das propostas concretas para
a evangelização da Amazônia:
–
Acolher e apoiar a teologia indígena, afro-americana, feminista e a
ecoteologia, como suporte para a configuração de uma Igreja com rosto
próprio;
–
Criar novos ministérios, em especial para leigos e leigas, sobretudo fora da comunidade
cristã, na defesa e promoção da vida e de uma ecologia integral;
–
Formar um clero próprio, com rosto amazônico, segundo o perfil das culturas
locais;
–
Superar estruturas e modos de organização da Igreja que não somam para a
sinodalidade eclesial, como o clericalismo, o paroquialismo, o universalismo de
movimentos eclesiais e o isolamento de algumas igrejas locais.
–
Garantir a celebração da Eucaristia aos domingos nas comunidades eclesiais com
a ordenação de presbíteros casados.
–
Estabelecer a oportunidade de ordenação de mulheres ao diaconato e a criação de
outros ministérios próprios, conforme as necessidades da igreja local.
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Tradução de Bruno Braga para o blog Obra Missionária,
via Infovaticana.
Disponível em: Centro Dom Bosco
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