quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Morto estrangulado: assassinato de padre choca Brasília!


O padre polonês Kazimierz Andrzej Wojno, de 71 anos, foi estrangulado com fios de arame e morto na noite de sábado, 21, após missa na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Asa Norte de Brasília. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, o crime foi um caso de latrocínio – roubo seguido de morte. Além de matarem o pároco, conhecido na comunidade como “padre Casemiro”, os criminosos arrombaram cofres localizados na casa paroquial.

“Foi um crime cruel pela forma que ele foi executado. Não havia a menor necessidade de cometerem esta barbárie”, afirmou o delegado Laércio Rossetto, da 2ª Delegacia de Polícia. “Se eles queriam roubar, podiam ter roubado, poderiam ter mantido ele dentro do banheiro. Não havia necessidade de matar.”

No início da noite de sábado, o padre celebrou uma missa na paróquia, às 18h30, e depois se dirigiu à casa paroquial, nos fundos da igreja. Ao lado da casa, é realizada uma obra de ampliação. Conforme a polícia, o padre e um funcionário da igreja teriam sido rendidos por pelo menos quatro criminosos.

Eles amarraram os pulsos, as pernas e o pescoço do padre, na altura da cervical, enquanto o funcionário José Gonzaga da Costa, de 39 anos, teve os pulsos e as pernas imobilizados. O padre foi estrangulado com fios de arame. “Houve arrombamento de mais de um cofre lá (na casa paroquial)”, disse o delegado. “Encontramos maquinário. Tudo indica que eles cometeram assassinato para roubar.”

Rossetto não informou exatamente quantos cofres haviam na casa e se todos foram arrombados. Segundo ele, os detalhes ainda estão em fase de apuração. O que se sabe até o momento é que os invasores roubaram objetos do cofre. “Não temos levantamento completo do que foi levado, mas posso assegurar que são objetos de valor”, acrescentou o delegado.

A polícia trabalha com a estimativa de que os bandidos permaneceram cerca de três horas no local. Imagens de vídeo obtidas pela polícia, de câmeras do entorno, mostram que eles saíram do local a pé, após pularem a cerca que delimita o terreno da igreja. Ainda não se sabe se, mais adiante, pegaram algum veículo. O funcionário da igreja que foi rendido conseguiu pedir ajuda a um vigia de um estabelecimento próximo e, a partir daí, a polícia foi avisada.

“Por conta do requinte de crueldade com que executaram o padre, a princípio, o crime não tem relação com os roubos anteriores”, avaliou Rosseto. “Pela situação na qual ele foi encontrado, a gente pode afirmar que houve sofrimento por parte da vítima”, completou o investigador.

Rossetto afirmou ainda que a polícia já tem alguns suspeitos e está colhendo depoimentos, inclusive do funcionário da igreja. A polícia trabalha com a hipótese de que as pessoas que participaram do latrocínio tinham conhecimento da rotina da igreja e dos próprios cofres que estavam na casa paroquial. “Elas vieram determinadas a cometer o roubo e a matar o padre”, disse o delegado.

Velório e sepultamento


O corpo do sacerdote foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML), no início da noite desse domingo (22/09/2190), e seguiu para a funerária. O velório ocorreu na última segunda-feira (23/09/2019), na Paróquia Nossa Senhora da Saúde (702 Norte).

O corpo do padre Casemiro, como era conhecido, chegou à paróquia pouco antes das 8h. Frequentadores e amigos do sacerdote estavam à espera para participar da primeira missa, às 10h. A todo momento, chegavam mais pessoas, que se aproximavam do caixão para dar adeus ao pároco.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) foi à igreja pela manhã para acompanhar a cerimônia. De acordo com ele, a morte do padre foi uma tragédia, não só para a comunidade religiosa, mas para todo o Distrito Federal. O chefe do Executivo local afirmou que o governo tem se esforçado, junto à Polícia Civil, para chegar aos autores do crime. “Infelizmente, a insegurança está muito grande. Conversei com o secretário (de Segurança Pública) para reforçarmos a segurança, não só nas igrejas, mas em todas as áreas do DF”, declarou.

Ibaneis ressaltou que o governo adotará medidas para que casos como o do padre Casemiro não voltem a se repetir: “Vamos colocar mais viaturas para acompanhar os horários de entrada e saída das missas. Temos de aumentar o efetivo da polícia no DF. Estou com a academia (de polícia) lotada, com 750 policiais em treinamento. Eles saem para as ruas a partir de janeiro e, depois, colocamos outra turma com mais 750. Quero manter esse ritmo até a gente recompor o efetivo da Polícia Militar e da Civil, também. Só aí as pessoas vão ter uma sensação de segurança maior”, destacou.

Após o fim da primeira missa, o ex-governador Rodrigo Rollemberg chegou à paróquia. Emocionado, limitou-se a dizer que o momento é de tristeza. “Uma violência contra uma pessoa que só fez o bem, dedicou a vida a acolher os mais pobres, reduzir o sofrimento das pessoas. Tive um pouco de contato com ele. Uma filha minha casou nesta igreja”, contou.

“Pesar e gratidão imensa”


Durante a tarde, religiosos celebraram outra cerimônia de despedida do padre Kazimierz Wojno. Por volta das 14h, mais de 1,2 mil pessoas se aglomeraram na Paróquia Nossa Senhora da Saúde. A solenidade, presidida pelo arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, começou com louvores entoados por frequentadores da igreja e durou duas horas e meia. “Estamos reunidos com muito pesar e dor, mas com gratidão imensa ao padre pelo dom da vida que ele ofereceu a Brasília. Trazemos no coração a tristeza e um pedido de misericórdia a Deus por aqueles que praticam a violência e um desejo sincero de justiça e paz”, enfatizou Dom Sérgio da Rocha.

Servidora pública, Lijerka Leite, 35 anos, frequenta a Paróquia São Francisco de Assis, na 915 Norte, mas esteve na igreja Nossa Senhora da Saúde para prestar homenagens a Casemiro. “Ele era um verdadeiro pai. Uma vez, passamos a tarde inteira conversando e ele me relatou sua história de vida, de quando veio para o Brasil e as dificuldades que enfrentou no período pós-Segunda Guerra Mundial, na Polônia. Toda a trajetória dele é comovente. O que mais me impressiona é ver a pessoa boa que ele se tornou”, recorda-se Lijerka.

À segunda cerimônia, estiveram presentes o representante do papa no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello, e seis diplomatas da Embaixada da Polônia. Marta Olkowska, encarregada do setor de finanças da sede de representação do país, lamentou o ocorrido e comentou que a instituição mediou o contato com dois irmãos e um sobrinho de Casemiro, na Polônia. Segundo ela, a família não pôde comparecer ao velório por causa da distância. “Os parentes dele vivem em uma área rural do país, a mais de 14 mil quilômetros (do Brasil). Mas eles nos solicitaram, por e-mail, fotos do funeral como forma de recordação”, afirmou Marta.

O adeus

Orações, canções religiosas e tristeza marcaram o momento do sepultamento do padre Casemiro. Por volta das 17h, mais de 300 pessoas se reuniram no cemitério Campo da Esperança para se despedir do sacerdote. O vigário episcopal do Vicariato Norte Cristiano Sanches dirigiu a cerimônia de despedida e fez menção a todos que sofrem e morrem por causa da violência. Ao final, todos ficaram em silêncio por um minuto, como forma de homenagear Casemiro.

Caseiro contou que padre Casemiro gritou em assalto: “Não faz isso”

“Eles amarraram muito forte o arame, que estava todo torcido. Assisti o policial tentando tirar, porque estava muito difícil”, conta uma das testemunhas, que chegou com a polícia ao local. Ela conta que o caseiro José Gonzaga da Costa foi criado pelo pároco desde os 16 anos. Após ser libertado, teria dito, ainda segundo a testemunha. “Pai, você me deixou”.

Testemunhas disseram que o caseiro estava com a boca cheia de plástico, também com braços e pernas amarradas. Chegaram a pensar que ele estava morto.

José participa da despedida do padre na Igreja, mas não falou com a imprensa até o momento. Segundo uma amiga dele, que não quis ser identificar, o homem contou que padre Casemiro teria dito no momento em que os bandidos amarraram ambos. “Não faz isso, não faz isso. Essa frase não sai da cabeça dele”.

“É uma tragédia o que aconteceu. Prestamos apoio à família e à comunidade, que rezem muito por paz e possam ser confortados”, disse o governador Ibaneis. Segundo ele, que o padre Casemiro possa ser lembrado como exemplo de dedicação e trabalho, pelos serviços que prestou a comunidade. “Agora vamos focar em reforçar a segurança no DF”, afirmou.

Ibaneis disse que, apesar de os índices de violência terem caído, ainda há muita sensação de insegurança no Distrito Federal.

Insegurança


O padre João Firmino, 46, coordenador da Comunicação da Arquidiocese de Brasília, lembrou que o reforço na segurança das igrejas foi uma promessa feita pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) durante o velório do padre Casemiro, nessa segunda-feira (23/09/2019). “O que a comunidade precisa agora é, de fato, sentir mais segurança. Vamos ver se vai ser mantida essa patrulha”, ressaltou. Os bispos devem escolher nesta terça o nome que vai substituir padre Casemiro na paróquia. Os ossos do religioso devem ser levados, no futuro, para a igreja.

Morgana Bornes, 56, passou pelo local na manhã desta terça-feira (24/09/2019). A psicóloga e cateq“A gente vê uista conta que a insegurança na região é constante. muita coisa por aqui. Viemos um dia para uma reunião e, na hora de ir embora, o carro da colega estava sem as rodas. Aqui, tem roubo até em casamento. Levaram o som da igreja em um dos assaltos, até mudamos tudo de lugar”, relata.

De acordo com frequentadores da paróquia, faltam iluminação e câmeras de segurança no entorno da igreja. “Parece que o policiamento é só até amanhã (quarta). Espero que se estenda, porque precisamos muito de mais segurança. Essa região é muito abandonada”, afirma.

Igrejas, paróquias e templos religiosos do Distrito Federal estão na mira dos bandidos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), 163 ocorrências de furtos a santuários foram registradas só neste ano na capital federal. Se comparado ao mesmo período do ano passado, quando ocorreram 150 furtos a templos, há um aumento de 8% nesse tipo de crime.

A Paróquia Nossa Senhora da Saúde, por exemplo, já foi alvo de bandidos por três vezes. A última, no sábado, terminou em tragédia. Padre Casemiro acabou estrangulado e morto em uma ocorrência registrada como latrocínio – roubo seguido de morte. O crime chocou pela brutalidade e também pela localização. A igreja fica a 500 metros de uma delegacia de polícia, no coração de Brasília, capital da República.

Peritos papiloscopistas do Instituto de Identificação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) analisam o material coletado na Paróquia Nossa Senhora da Saúde. O religioso, que morava em uma casa nos fundos do terreno, foi rendido por bandidos. Na ação, os criminosos também mantiveram o caseiro refém.

Os profissionais da PCDF recolheram evidências que podem ajudar na identificação dos assaltantes. Nos próximos dias, os papiloscopistas concluirão laudos com o resultado da análise de fragmentos de impressões digitais. A 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) está à frente das investigações e já tem quatro suspeitos.

Suspeitos

A Polícia Civil afirma já ter nomes de suspeitos de envolvimento no assassinato do padre Casemiro. Segundo o delegado Rosseto, as identidades não serão reveladas para não atrapalhar as investigações. Desde o início da tarde desse domingo (22/09/2019), os investigadores colhem depoimentos de envolvidos, testemunhas e do caseiro que foi mantido refém pelos bandidos juntamente com o pároco.

De acordo com a polícia, a casa tinha cofres modernos e os criminosos estavam preparados para arrombá-los. “Tinha cofre de um metro e meio de altura”, pontuou. Os bandidos levaram uma “makita”, pé-de-cabra, barras e picaretas.

As pessoas estão sendo ouvidas e as informações são conflitantes. Há pontos divergentes e que não estão ainda esclarecidos. Os suspeitos ouvidos podem não ter atuado diretamente no crime, mas, sim, de forma indireta. Ainda é cedo e precisamos ter cautela”, afirmou Rosseto.

A polícia tem imagens da movimentação dos suspeitos. Uma das gravações mostra o rosto de um investigado. O conteúdo ainda está sendo analisado e, por isso, ainda está sendo mantido sob sigilo.

Rosseto revelou que uma das linhas de investigação suspeita de moradores de rua da região. “Ele (Casemiro) era uma pessoa muito austera e muito correta”, ressaltou. “Estamos checando se houve desavença com algum morador de rua”, completou.

Prisão


A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nesta terça-feira (24/09/2019), em Valparaíso (GO), dois acusados de envolvimento no assassinato do padre Casemiro.

Um deles admitiu participação no caso. A corporação está à procura de outros dois suspeitos de participar do crime.

As informações foram dadas em coletiva de imprensa na noite desta terça, pelo delegado-chefe da 2ª DP (Asa Norte), Laércio Rosseto. Até o fim da tarde, havia a confirmação de apenas uma prisão. Com os detidos, a polícia apreendeu dois notebooks, três garrafas de uísque Red Label, um celular, um moletom, um relógio, uma corrente de ouro e chaves de carros. Parte dos itens estava na paróquia.

Um dos presos é o desempregado Alessandro de Anchieta Silva, 19 anos, que não tinha passagens pela polícia. O outro é Antonio Willian Almeida Santos, 32. Nascido em Januária (MG), ele tem passagens por homicídio e tráfico de drogas.

Segundo Rosseto, Alessandro admitiu a participação no crime, porém alegou que não queria a morte do padre. “Contudo ele estava na cena do crime, com uma arma de fogo. Estava disposto [a matar]”, pontuou o delegado, acrescentando que o artefato ainda não foi apreendido.

Um terceiro possível envolvido também foi identificado pelos policiais: Daniel Souza da Cruz, 29 anos, seria o cabeça do crime, mas segue foragido. “Ele já tem um mandado de prisão, então é oficialmente um foragido da Justiça”, disse Rosseto. A polícia suspeita que o quarto envolvido seja menor de idade. Alessandro disse que Daniel o teria convidado para participar do latrocínio.

De acordo com o delegado, os investigadores chegaram até os suspeitos após analisarem imagens de câmeras da paróquia. “Mas o que foi fundamental mesmo é o trabalho de campo realizado pelos investigadores. Foram várias e várias horas de percursos, diligências e trabalho do Instituto de Identificação. Assim, conseguimos obter provas científicas incontestáveis que levaram à prisão temporária deles.”

Para Rosseto, o crime foi premeditado. “O que entendemos é que eles estavam indo especialmente atrás desse cofre. Eles sabiam que havia o cofre lá, usaram equipamentos que existem na própria residência, de maneira que não precisaram levar nada. É um cofre de um metro e meio, de concreto e aço, com duas portas, isso indica que foi estudado. Eles sabiam o que iriam encontrar lá”, analisou.

A detenção foi feita por investigadores da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), com apoio da Divisão de Operações Especiais (DOE) e da Divisão de Operações Aéreas (DOA).

Em sua última missa, padre Casemiro falou sobre o aumento da violência


O polonês Kazimierz Andrzej Wojno desembarcou no Brasil há cerca de quarenta anos para cumprir a vocação ao sacerdócio da Igreja Católica. Aos 71 anos de idade e 46 de batina, tinha como maior realização a construção da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na 702 Norte. E foi justamente na área do templo ao qual se dedicou grande parte da vida onde foi brutalmente assassinado no último sábado (21/09/2019).

Uma das maiores dificuldades iniciais do religioso quando chegou a Brasília era se fazer compreender, devido ao forte sotaque. Para se aproximar da comunidade “aportuguesou” seu nome, tornando-se o padre Casemiro. “No começo, ele tinha problemas com o português. Por isso, celebrava as missas com anotações. Ele tinha dificuldade de falar e nós de entender, mas seguimos em frente. E no final até que ele estava falando muito bem”, conta o paroquiano José Mário dos Santos.

A obstinação do sacerdote era um traço marcante de Casemiro, contam os fiéis. Com a ajuda de doações, principalmente da família na Europa, ele construiu a igreja da 702 Norte com as próprias mãos. “Era o padre engenheiro, o padre peão”, lembrou Santos. Durante a construção do templo, Casemiro não apenas coordenava os trabalhos, como também colocava a mão na massa.

Uma das histórias que o clérigo contava era de que, certa vez, um caminhão foi entregar material de construção. Como ele estava trabalhando, coberto de cimento, o entregador perguntou: “Onde está o padre?”. O sacerdote respondeu: “Está falando com ele”. O homem não acreditou. “Seu peão, diga onde está o padre.” Com toda paciência, Casemiro desceu da obra e esclareceu a situação.

Fotografia

Casemiro também era adepto de tecnologia e um de seus hobbies era fotografar. A família chegou a comprar uma câmera de ponta para ele. Ao receber o presente, sorriu. “Olha o manual da máquina. Parece uma bíblia”, brincou. Logo depois, o equipamento foi furtado da Igreja. O pároco ficou três dias abatido quando soube que o item estava sendo revendido em uma feira.

Segundo os paroquianos, o religioso tinha um perfil duro, mas acolhedor. “Ele sempre foi sério. Andava com sandálias de padre. No último sábado, pela primeira vez, vi que ele celebrou a missa de tênis”, comentou a paroquiana Marlene Barroso.

Segundo a fiel, na última celebração, no sábado, momentos antes de ser assassinado, o pároco fez uma profunda reflexão sobre a falta de segurança. “No final, ele falou muito da preocupação com a violência em nossa cidade, no mundo. Parece que estava prevendo”, desabafou.

A paróquia era muito frequentada por pessoas carentes e moradores de ruas. Casemiro não fazia doações para ajudá-los, mas costumava conversar e oferecer oportunidade de emprego, inclusive na própria obra da Igreja. “Ele era um europeu, duro, mas era querido por todo mundo”, concluiu Tania Maria, ministra da Eucaristia.
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Veja/ Correio Braziliense/ Metrópoles/ Front Católico

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