Certamente, este ano, as solenidades
litúrgicas não terão o brilho e a piedade popular que animavam o coração do Ano
Litúrgico. Mas, a mudança de cenário ou das limitações a movimentos ou
aglomerações, não prejudicará a vivência do grandioso mistério Pascal, que
envolve toda pessoa, criatura e o cosmos inteiro.
Voltaremos às tradições familiares, à liturgia
da memória do êxodo que guardava memória viva e atual da libertação do Egito.
Hoje, os cristãos, em seus lares, ou participando do heróico mutirão
sanitário-médico-solidário, estarão testemunhando, com gestos e ações, a
passagem da morte para a vida, das trevas para a luz, do ódio para o amor sem
limites de um Deus que assume nossa carne, nossas dores e doenças, e nos
soergue com Ele para uma Nova criação.
Sim, porque a luta pelo Reino de misericórdia,
de perdão, justiça e de graça, e por isso mesmo da redenção humana, passa pela
libertação dos laços da cultura da morte, da exclusão e do descarte das pessoas
que não importam ao sistema e que devem ser sacrificadas pelo lucro e o
dinheiro.