O jornal Folha de São Paulo vazou uma carta
ainda não publicada oficialmente na qual 152 bispos brasileiros atacam o
presidente, Jair Bolsonaro, acusando-o de promover “uma economia que mata” e
usar o nome de Deus para difundir mensagens de ódio e preconceito
Mônica Bergamo, jornalista da Folha que obteve
a carta, afirma que deveria ter sido divulgada na quarta-feira, 22, mas que sua
publicação foi suspensa para permitir que a Conferência Episcopal Brasileira a
revisasse. Segundo a repórter da Folha, há um temor entre signatários do
documento de que o setor conservador da CNBB impeça a divulgação. Hoje há no
Brasil 310 bispos na ativa e 169 eméritos.
É intitulado ‘Carta ao povo de Deus’ e garante
que o Brasil esteja passando por uma ‘tempestade perfeita’, na qual a crise de
saúde sem precedentes é combinada com a ruína econômica e a tensão sofrida
pelas “fundações da República, causadas em grande parte medidas pelo Presidente
da República e por outros setores da sociedade, causando uma profunda crise política
e econômica “.
“Analisando o cenário político, sem paixões,
percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em
enfrentar essas crises”, diz o documento.
“Participamos de discursos sistematicamente
não científicos”, afirmam os bispos. E esses discursos “tentam naturalizar e
normalizar o flagelo das milhares de mortes de Covid-19, tratando-o como
resultado de acaso ou punição divina”.
Na carta, os bispos também acusam Bolsonaro de
usar o nome de Deus para difundir mensagens de ódio e preconceito. “Como não
ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra,
misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de
pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e
sua justiça?”
Em nível internacional, recentemente a
Pontifícia Academia da Vida publicou um documento que afirma que a pandemia não
é um castigo divino ou um acidente aleatório, mas a vingança da Mãe Terra por
nossa atividade predatória.
“Este discurso não se baseia em princípios
éticos e morais, nem admite um contraste com a Tradição e a Doutrina Social da
Igreja, que tenta agir para que todos possam ter vida e tê-la em abundância”,
dizem os bispos brasileiros referindo-se a este documento.
Será que os bispos se lembram como era o
Brasil antes de Bolsonaro? Com a ex-guerrilha Dilma Roussef ou seu mentor, o
marxista condenado por corrupção LULA Da Silva. Certamente é isso que estes
signatários preferem, afinal, foi o chanceler da Pontifícia Academia das
Ciências, arcebispo Marcelo Sánchez Sorondo, que declarou que a China é o país
que mais fielmente se conforma à doutrina social da Igreja.