terça-feira, 7 de julho de 2020

Adoração, Sacrifício, Imagem e Idolatria



No evangelismo há adoração a Deus?

ADORAÇÃO – SACRIFÍCIO

Igreja nos ensina que só devemos adorar Deus; esse culto se chama “latria”. Adorar é reconhecimento da Divindade e oferecimento de sacrifício presidido pelo Sacerdote. O Sacrifico da Cruz é oferecido em todas as missas; é o mesmo Sacrifício, tornado novamente presente (não repetido), mas incruento.

Justamente este «tornar presente» a todos os tempos, sem implicar repetição nem multiplicação, constitui o «mistério da fé», título dado por excelência à S. Eucaristia.

Encontrei pastor que diz que Oseias 6, 6 e 1Sm 15,22 abalizam o pensamento evangélico da não existência de mais Sacrifícios. Por isso não fazem mais Sacrifícios.

Não, não é por aí esse entendimento. O que o Senhor realmente quer é uma conversão autêntica, veja “Os 6,4 ... como o orvalho que logo se dissipa”.

Eles acreditam que com sacrifícios e ritos externos vão comovê-Lo. O que manifestam é na realidade, um total desconhecimento de Deus, pois a vivência não está em consonância com a vontade do Deus libertador.

Se Deus fosse contra Sacrifícios, como ficaria os de Levítico, Jeremias, Amós?

Jesus não precisa Se oferecer muitas vezes, sua oblação foi feita uma vez por todas, porque, à diferença do que se dava com os sacrifícios de animais irracionais do Antigo Testamento, a oferta de Cristo possui valor infinito, capaz de expiar todos os pecados, passados, presentes e futuros.

A inexistência de Sacrifícios no N.T. está em perfeita sintonia com o catolicismo.

Hb 10,10 É...pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.

Mt 9,13: Ide,...: Misericórdia eu quero, não sacrifícios...

Lembramos mais uma vez que o Sacrifício da Missa não é mais um Sacrifício. É o único Sacrifício de Cristo tornado presente sem o derramamento de sangue; não é multiplicação e nem repetição do Sacrifício. Em outras palavras, é como se você estivesse presente no ato (sem o derramamento do sangue).

A VERDADEIRA ADORAÇÃO

2Reis 17,36: “Vocês devem cultuar, adorar e OFERECER SACRIFÍCIOS somente a Javé...

Jo 4,23: Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja.

A Verdadeira Adoração deve cultuar em espírito e verdade (João 4,23; 2Reis 17,36)

A Verdadeira Adoração deve adorar em espírito e verdade (João 4,23; 2Reis 17,36)

A Verdadeira Adoração deve OFERECER SACRIFÍCIOS em espírito e verdade (João 4,23; 2Reis 17,36)

Isto é, é o Espírito quem inspira em nós a prática na comunhão com a Verdade que é Cristo, o filho de Deus; e se dirige ao Pai.[3] “Pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Romanos 8,14).

No A.T. o Sacrifício é uma oferenda ritual a Deus que se caracteriza pela imolação de uma vítima animal ou pela entrega da coisa oferecida.

No N.T. Jesus se ofereceu na cruz em sacrifício de uma vez por todas.

O Sacrifício de Cristo na Cruz é oferecido a Deus na Santa Missa, este Sacrifício é tornado presente (atualizado, não repetido), de forma incruenta. O centro da Missa é o Sacrifício, oferecido pelo sacerdote na Pessoa de Cristo em benefício de toda a Igreja. 

Nas narrativas da instituição da Eucaristia (Mt 26,26s; Mc 14,22s; Lc 22,19s; I Cor 11,23s) vemos que Nosso Senhor disse que o Pão e o Vinho são Seu Corpo e Seu Sangue (Isto é Meu Corpo; Isto é o cálice do Meu Sangue). 

Na Missa, fazemos memória do Sacrifício de Cristo, tornando-o presente. Se a última ceia, foi uma antecipação do sacrifício, a Missa é a sua perpetuação.

O termo utilizado pelos evangelistas, e que traduzimos por “memória” é anamnese. Tal palavra não é uma simples memória (mnemone), mas um “recordar, tornar presente” (cf. Lc 22,19).

“O sacrifício da Missa é o verdadeiro e o próprio sacrifício da Nova Lei, no qual Cristo é oferecido sob as espécies de pão e vinho pelo sacerdote sobre o altar, em memória e renovação do sacrifício do Calvário.” [6]  [7]

Seria possível escrever em grego "isto significa", ou "isto representa"?

Sim, se Jesus quisesse poderia usar “semanei” (em grego) para “simbolizar” ou “significar”. No entanto, a forma usada pelos três evangelistas é "Esti" (em grego), que significa "É". 
[8] [11]

Se Jesus queria falar em sentido figurado, por que preferiu usar o verbo “ser” aos quarenta verbos figurativos existentes no aramaico? 

Nos versos 52 e 54 de João 6, Jesus falou em “comer” e o verbo correspondente no grego é “phagéin”.

A partir do verso 55, porém, o texto grego usa um verbo mais forte: “trógo”, que além de “comer”, quer dizer também “mastigar”, quebrar com os dentes os alimentos mais duros.

Perguntamos: Se Jesus falou em sentido figurado, por que além do verbo “ser”, o texto grego usa um verbo que exige o sentido real das palavras? [9]

SACRIFICIO PAGÃO

Gehenna – (Mt 5,22; Mc 9,43) era um vale ao sul de Jerusalém que era utilizado para sacrifícios pagãos de crianças pelo fogo.
[5]

Nm 25,1-2; 2Cr 28,23

At 14,11-18 (Chamavam a Barnabé Zeus e a Paulo Hermes, porque era este quem dirigia a palavra. Um sacerdote de Zeus Propóleos trouxe para as portas touros ornados de grinaldas, querendo, de acordo com todo o povo, sacrificar-lhes.)

SACRIFÍCIO CATÓLICO

... a Eucaristia não é um sacrifício do fiel a Deus, mas de Deus ao fiel. [13]

...consiste em que se deve considerá-lo como essencialmente o mesmo oferecido no Calvário sobre a Cruz, com esta única diferença: que o sacrifício da Cruz foi sangrento e só se realizou uma vez e que nessa única oblação JESUS CRISTO satisfez plenamente por todos os pecados do Mundo; enquanto que o sacrifício do altar é um sacrifício incruento, que se pode renovar uma infinidade de vezes, e que foi instituído pra nos aplicar especialmente esta expiação universal que JESUS por nós cumpriu no Calvário, Assim o SACRIFÍCIO CRUENTO foi o MEIO de nossa REDENÇÃO, e O SACRIFÍCIO INCRUENTO nos proporciona as GRAÇAS da nossa REDENÇÃO. (4)

SACRIFÍCO DOS JUDEUS

No Levítico de 1 ao 7 Moisés estabelece as leis do sacrifício. 

Todo sacrifício requer:

-sacerdote;1,5; 1,11; 1,15 etc.
                             
   -altar;     1,5; 1,11; 1,15 etc.
                            
  -vítima;  1,5; 1,11; 1,15  etc.

Gênesis 8,20-21; 22,13
No holocausto, o animal oferecido era queimado no altar LV 1.
Pelo pecado Lv 4,1; 5,13
De reparação Lv 5,14-26
De paz Lv 3
De Louvor Jr 17,26

SACRIFÍCIO PROTESTANTE

Os Evangélicos não oferecem sacrifícios e não têm sacerdotes consagrados

("in persona Christi"), portanto, não podem dizer que adoram a Deus. Para eles o Pão e Vinho APENAS representam; põem outro significado na boca de Jesus quando disse: “isto É o meu corpo...”.

Em suas cerimônias proferem apenas palavras. Palavras de louvor, palavras de agradecimento, palavras de pedidos, palavras cantadas, palavras faladas, discursadas ou gritadas etc.

E O SACERDOTE?

E O SACRÍFICIO?

No Evangelismo existe Sacerdote e Vítima?
Não existe adoração sem sacerdote, sem altar e sem vítima. 

IMAGEM – IDOLATRIA

VENERAR significa ter um respeito muito grande. Os Evangélicos VENERAM a Bíblia, por exemplo, fazem hinos para a bíblia, poesias, etc.

Aos Santos prestamos nosso culto de veneração chamado “dulia”, a eles não se faz sacrifícios.

À Maria nossa veneração se chama “hiperdulia”, à Ela não se faz sacrifícios. 
[12]

O motivo desta celeuma é que externamente, TODOS OS CULTOS SÃO IGUAIS; o que diferencia é o sacrifício (externo) e o coração do fiel (interno).

Se na oração, o fiel está pedindo para a Imagem fazer algo na terra, apesar da imagem representar alguém que já está no céu, é idolatria. Deixa de ser idolatria, quando se pede a quem a imagem “representa” que “interceda” junto a Deus. A ação vai depender única e exclusivamente de Deus.

Se Deus fosse contra imagem, porque no Santos dos Santos (1 Rs 6,23-28) havia duas imagens da altura equivalente a um prédio de dois andares, mais ou menos 5 metros (10 côvados)? [1]

diferença entre a imagem de um santo e um ídolo é que se alguém quebrar a Imagem de um Santo não destruirá a existência do Santo, mas se quebrar um ídolo, acaba a divindade.

No caso da serpente de bronze (cf. Nm 21,8-9), enquanto ela não ocupou o lugar de Deus, foi cultuada, mas quando as pessoas começam a adorar a estátua como deus-serpente (a quem chamaram de “Neustã”) o rei mandou destruí-la (2 Rs 18,4). [2]

Os Evangélicos acusam o Católico de idólatra; esquecem que somente Deus pode sondar o coração do homem. Com isso os Evangélicos não deixam de serem usurpadores da Onisciência de Cristo; somente Cristo sabe o que está oculto. “Desejar” ou “tomar decisão que denotem ONISCIÊNCIA” também é idolatria.

Os Evangélicos citam Ex 20,4 para acusar católicos de idólatras.

Detalhe: naquele tempo, a Bíblia não estava separada por capítulos e versículos, assim, para um perfeito entendimento, recorriam ao CONTEXTO; o bom senso delimitava o assunto.


Para um correto entendimento devemos olhar não apenas Ex 20,4 mas o contexto, ou seja,  versículos 3 ao 5. Repito, naquele tempo, a bíblia não era separada por capítulos e versículos.

“Não terás outros deuses diante de minha face. Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniquidade dos pais nos filhos, nos netos e nos bisnetos daqueles que me odeiam” (Ex 20,3-5).

A proibição das imagens dos deuses é inseparável da proibição de adorar outros deuses, já que a tentação era grande de aceitar o deus por sua imagem.

Citam “somente” Ex 20,4, quando na verdade, “escultura e nem...” se refere a “outros deuses” do versículo anterior.

Olhe bem, os versículos 3,4 e 5 falam de “outros deuses”. (considere que a Bíblia não era dividida por capítulos e versículos).

Outros deuses eram representados por esculturas, diante da qual se prostravam e faziam sacrifícios. Devemos ter em mente que os hebreus estavam saindo do Egito, povo embebido de deuses pagãos. Quais seriam esses deuses (Ex 20,4) NO CÉU, NA TERRA e NA ÁGUA, do Egito? 

São:
NO CÉU: RÁ, ÍBIS, HÓRUS e TOTH.
NA TERRA: ANÚBIS, ÁPIS, KHEPRA, BABUINO, APÓFIS e BASTETGEB.
NA ÁGUA: SEBEK e TUÉRIS.[10]



José Francisco de Almeida
_______________________________
[1] A Palavra Liberta – Pe. Cleodon Amaral de Lima – Editora Rideel – Página 41.
[3] Bíblia Sagrada Ave Maria – Edição de Estudos – rodapé - Jo 4,23
 [5] Bíblia TEB – pág 1197 – rodapé. (gehenna)
[7] DEL GRECO, Pe. Teodoro da Torre. “Teologia Moral”, Edições Paulinas, São Paulo, 1959; p. 536
[8]  http://www.dicionariodafe.com/index.php?pg=desafio/votando (Apologética – 1ª Parte – Eucaristia: é ou Representa Jesus?) acesso em 28052020

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