“Dom Henrique sempre foi um bispo comprometido
com a verdade do Evangelho. Se ele pregou a ressurreição e a vida, agora ele
experimenta essa ressurreição e vida plena em Deus”. Palavras do arcebispo de
Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, ao presidir neste domingo, 19, a Missa
de Exéquias do bispo de Palmares (PE), Dom Henrique Soares, falecido neste
sábado, 18.
Devido às restrições impostas pela pandemia do
novo coronavírus, a solenidade contou com a participação apenas de alguns
sacerdotes, diáconos e familiares de dom Henrique e a celebração pôde ser
acompanhada pelas redes sociais da diocese de Palmares.
A encomendação do corpo foi feita pelo
presidente do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, bispo de Garanhuns (PE), de onde
nasceu a diocese de Palmares. Ele levou uma palavra de conforto e esperança aos
familiares de Dom Henrique, ao clero diocesano e a todo o povo de Deus da
diocese. O corpo de Dom Henrique foi sepultado na Catedral Diocesana de Nossa
Senhora da Conceição dos Montes, em Palmares (PE).
O bispo emérito de Caruaru (PE), Dom
Bernandido Marchió, também estava presente na celebração e foi quem conduziu a
homilia, abrindo a reflexão com palavras do próprio Dom Henrique: “A vida é um
sonho lindo de Deus. A vida neste mundo é uma semente, nascemos para morrer, a
morte não é o fim, é o desabrochar para a eternidade. Morrer é crescer para a
vida de sempre, a vida que nunca se acabará. Não é a morte que vem me buscar, é
Deus”.
Dom Dino, como é popularmente conhecido,
destacou qualidades de Dom Henrique, como a de propagar o Evangelho através de
blogs, redes sociais, pronunciamentos. Ele acrescentou que Dom Henrique foi um
pastor que conhecia suas ovelhas, estava em meio ao povo, era um pastor
catequista, um comunicador, que sabia aproveitar das tecnologias modernas para
levar Cristo a todos.
Na sequência da notícia de seu falecimento,
Dom Dino destacou que chegaram centenas de mensagens das dioceses, das novas
comunidades, mensagens cheias de dor e sofrimento, mas ao mesmo tempo exaltando
a pessoa de Dom Henrique. “Quando me chamaram para fazer a homilia, eu
encontrei todas as respostas, tudo que eu devia dizer, nessas mensagens que eu
recebi”.
O bispo emérito de Caruaru citou ainda as
lembranças que ele tem de Dom Henrique: de quando chegou a Caruaru, quando Dom
Henrique foi à ordenação em Maceió, quando ele foi auxiliar de Aracaju e quando
foi bispo de Palmares. “Como bispo aqui em Palmares, eu sei que ele cuidou muito
bem da catequese, da Liturgia, orientando não só os padres, mas a diocese toda,
orientando os seus internautas. Eu o acompanhava”.
“Nós devemos continuar a viver, porque a vida
é um dom de Deus. Nós devemos continuar a viver colocando em prática os exemplos
que ele nos deixou”, exortou Dom Dino. “A morte repentina, rápida, do bispo
deve nos tornar mais atentos e cuidadosos com as pessoas e conosco mesmos.
Devemos ter cuidado com as pessoas, ser solidários, ser mais irmãos, ser
confiantes no amor de Deus por todos nós”, acrescentou.
Dom Dino concluiu a homilia também com as
palavras de Dom Henrique: “A morte não é uma tragédia” – palavras pronunciadas
há poucas semanas pelo bispo falecido. O bispo emérito de Caruaru destacou que
a morte faz parte da vida e nesta vida é preciso pedir o Espírito Santo para
saber discernir entre o bem e o mal, o joio e o trigo.
“Dom Henrique, meu irmão, que Nossa Senhora, a
Mãe da Conceição, te acolha e você possa contemplar, lá do céu, nossas lutas e
nossos trabalhos, mas a vida continua, porque a vida é um sonho lindo de Deus”,
finalizou.
Ao final da celebração, o irmão de Dom
Henrique, Adriano Soares da Costa, deixou uma breve mensagem aos presentes. Ele
recordou que a missão de seu irmão sempre foi anunciar Jesus Cristo e a Igreja.
“Dom Henrique é filho da santa mãe Igreja, portanto, a vida de Dom Henrique foi
sempre ter o anúncio de Cristo, viver Cristo, não como um pensamento”.
Adriano recordou ainda uma das últimas
mensagens de Dom Henrique, por ocasião de seu aniversário. “Dom Henrique, no
meu aniversário de 50 anos, dizia: ‘Adriano, faça sua vida valer a pena para
Ele, porque é Ele, Cristo, que é o centro e destino das nossas vidas” (…) Nós
da família dizemos: Henrique viveu o que creu. Foi ele sempre uma seta que não
apontava para si próprio, mas para Deus e para a Igreja”.
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Canção Nova
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