As ofertas recolhidas em todo o mundo em 13 de
setembro constituem a “Coleta Pró Terra Santa”, uma ajuda que há séculos se
destina aos cristãos do Oriente Médio. Para esta ocasião, acompanhados pelo
Custódio da Terra Santa, Fr. Francesco Patton, o Vatican News preparou um
especial dedicado à história e às atividades da Custódia, que há mais de 800
anos se compromete a sustentar a presença cristã na terra de Jesus.
“Preservar a história, guardar a história
significa guardar a memória. O nosso é um tempo que vive muito no presente e,
portanto, mesmo as pessoas, as escolhas que as pessoas fazem, ou mesmo as
comunidades, os povos e nações, hoje tendem a esquecer a própria história, a
perder as próprias raízes. A memória, a história, as raízes são fundamentais”,
afirma Fr. Francesco Patton, Custódia da Terra Santa.
História, raízes, memória: as da Custódia da
Terra Santa remontam há mais de 800 anos. Quando São Francisco de Assis enviou
seus frades para estabelecer a “Província de Além Mar”. Pouco depois, eles
mesmos receberiam um mandato claro: guardar – em nome da Igreja Católica – os
Lugares Santos, testemunhas da vida, morte e Ressurreição de Jesus.
“Nós temos em nossos arquivos documentos muito
preciosos: as bulas papais – incluindo a bula de 1342 com a qual o Papa
Clemente VI, de Avinhão, na prática, estabelece a Custódia da Terra Santa -,
mas também as bulas anteriores. Para nós têm um duplo valor: por um lado,
remetem à nossa história, por outro, têm um valor muito concreto porque nos
permitem documentar a nossa presença… também quando, às vezes, acontecem
algumas disputas, que requerem a apresentação dos documentos que demonstram
porque estamos aqui.
Um dos momentos chave desta longa história é
representado pelo encontro de 1219 entre São Francisco e o Sultão do Egito Al
Malek Al Kamel em Damietta, no Delta do Nilo. Enquanto a Quinta Cruzada se
alastrava por todos os lados, esse diálogo pacífico entre dois mundos moldou
profundamente o estilo dos frades da Custódia”, afirma Fr. Francesco Patton,
Custódio da Terra Santa.
Ainda segundo o Custódio da Terra Santa, as
indicações que Francisco dá são sucessivas ao encontro com Sultão, sobretudo, a
primeira parte em que diz “não fazer litígios ou disputas” e de colocar-se à
serviço de todos com uma clara identidade cristã, parece-me ser uma indicação
que, para nós, ao longo destes oito séculos, realmente serviu como uma
diretriz.