Bispos dos EUA reafirmam a Joe Biden: “Aborto é ataque direto à vida“. Em mensagem por ocasião da posse do novo presidente norte-americano nesta quarta-feira, 20 de janeiro de 2021, a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) declarou que irá contribuir com um bom governo para o país, como o faz em todas as administrações independentemente de partido, mas, ao mesmo tempo, se manterá firme na defesa da família e da vida, o que implica rejeitar de modo explícito qualquer política pró-aborto.
De fato, Joseph R. Biden, do Partido Democrata, tem mantido uma trajetória de flagrante incoerência entre a sua declarada fé católica e as suas posições pró-aborto, incompatíveis com a doutrina cristã. Biden chegou a ter a Sagrada Comunhão negada por um sacerdote devido a essa postura, já que defender publicamente o aborto, no caso de uma personalidade com grande poder de influência na decisão de outras pessoas a esse respeito, é motivo para excomunhão latae sententiae. O sacerdote em questão era o pe. Robert Morey, pároco em Charleston, que, na ocasião, declarou:
“Lamentavelmente, no domingo passado, tive que negar a Sagrada Comunhão ao ex-vice presidente Joe Biden. A Sagrada Comunhão significa que somos um só com Deus, entre nós e com a Igreja. Os nossos atos deveriam refletir essa unidade. Qualquer figura pública que defenda o aborto se exclui dos ensinamentos da Igreja. Como sacerdote, é minha responsabilidade ensinar às almas confiadas aos meus cuidados, inclusive nas situações mais difíceis. Continuarei rezando pelo Sr. Biden”.
Agora como presidente, Joe Biden terá vários ativistas pró-aborto entre os seus colaboradores mais próximos. Sua vice-presidente, Kamala Harris, é abertamente defensora do aborto como alegado “direito”. Nesta semana, Biden nomeou como administradora da agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) a ex-embaixadora junto à ONU Samantha Power, que também promove publicamente o aborto como suposto “direito”.
Bispos dos EUA a Joe Biden: “Aborto é ataque direto à vida”
Dom José Gomez, arcebispo de Los Angeles e presidente da USCCB, assina o comunicado em que o episcopado norte-americano declara:
“Para os bispos da nação, a contínua injustiça do aborto permanece como prioridade preeminente. Embora preeminente, não significa única. Temos uma preocupação profunda com as muitas ameaças à vida e à dignidade humanas em nossa sociedade. No entanto, como ensina o Papa Francisco, não podemos ficar calados quando quase um milhão de nascituros são aniquilados anualmente em nosso país com o aborto”.
Os bispos se dizem esperançosos de um “diálogo para tratar dos complicados fatores culturais e econômicos que motivam o aborto”, apesar das diferenças ideológicas com o novo governo:
“Como acontece com todas as administrações, haverá áreas nas quais estaremos de acordo e nas quais trabalharemos juntos, mas também haverá áreas nas quais teremos desacordos de princípios e uma forte oposição”.
O episcopado observa que Joe Biden é o primeiro presidente dos EUA nos últimos 60 anos a se declarar católico, um fato que, supostamente, significa que ele “compreende profunda e pessoalmente a importância da fé e das instituições religiosas”. Dom José Gomez recorda, aliás, que o novo presidente do país já deu depoimentos sobre o quanto a fé lhe trouxe “consolo em tempos difíceis e trágicos”. Ao mesmo tempo, o representante dos bispos norte-americanos também recorda outros fatos concretos que não podem ser ignorados:
“O nosso novo presidente se comprometeu a seguir certas políticas que promoveriam males morais e ameaçariam a vida e a dignidade humanas, mais seriamente no tocante ao aborto, à contracepção, ao casamento e gênero. A liberdade da Igreja e a liberdade dos fiéis de viverem de acordo com a sua consciência é motivo de profunda preocupação”.
De fato, estima-se que Joe Biden revogará determinações do governo Trump que vetaram a destinação de verbas públicas a organizações nacionais e estrangeiras que realizam ou promovem o aborto.
O presidente dos bispos dos Estados Unidos enfatizou:
“O aborto é um ataque direto à vida que também fere a mulher e enfraquece a família. Não é apenas um assunto privado: ele gera situações problemáticas em aspectos fundamentais como a fraternidade, a solidariedade e a inclusão na comunidade humana. É também uma questão de justiça social. Não podemos ignorar a realidade de que os índices de aborto são muito mais altos entre os pobres e as minorias e que esse procedimento é usado sistematicamente para eliminar crianças que nasceriam com deficiências”.