sábado, 4 de setembro de 2021

Palavra de Vida: «Quem quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos». (Mc 9,35)



Enquanto seguiam com Jesus a caminho de Cafarnaum, os discípulos discutiam entre si animadamente. Mas quando Jesus lhes perguntou o motivo da discussão, não tiveram coragem de responder, talvez por vergonha: na verdade, discutiam sobre quem seria o maior entre eles.

Por várias vezes Jesus tinha falado do seu misterioso encontro com o sofrimento, mas para Pedro e para os outros era um tema demasiado difícil de compreender e de aceitar. De facto, só depois da experiência da morte e ressurreição de Jesus é que iriam descobrir realmente quem Ele é: o Filho de Deus que dá a vida por amor.

Por isso, para os ajudar a serem realmente seus discípulos, Jesus senta-se, chama-os para junto de si e revela-lhes a essência do “primado evangélico”:

«Quem quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos».

Apesar das fragilidades e dos medos dos discípulos, Jesus confia neles e chama-os a segui-Lo para partilhar a sua missão: servir a todos. É o que sublinha o apóstolo Paulo na sua exortação aos cristãos de Filipos: «Não façais nada por rivalidade nem por vanglória; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós mesmos, sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros. Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus» (1). Servir, não como um escravo que faz o seu trabalho porque é obrigado, mas como uma pessoa livre que oferece generosamente as suas capacidades e as suas forças, que se prodiga não apenas por um grupo, por uma parte, mas por todos aqueles que necessitam da sua ajuda, sem exceções e sem preconceitos.

É um chamamento também para nós, hoje, a ter mente e coração abertos para reconhecer as necessidades dos outros e deles cuidar, a ser ativos na construção de relacionamentos autenticamente humanos, a fazer frutificar os nossos talentos para o bem comum, recomeçando todos os dias, apesar dos nossos fracassos. É o convite a colocarmo-nos no último lugar, para impulsionar todos para o único futuro possível: a fraternidade universal.

«Quem quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos».

Chiara Lubich, comentando esta palavra de Jesus, sugeriu como fazer para a tornar vida concreta: «Escolher, com Jesus, o último lugar nas inúmeras ocasiões que nos proporciona a vida do dia a dia. Foi-nos atribuído um cargo de um certo relevo? Não nos sintamos “alguém”, não demos espaço à soberba e ao orgulho. Recordemos que o mais importante é amar o próximo. Aproveitemos o novo cargo para servir melhor o próximo, sem descurar aquilo que poderiam parecer só meros detalhes: os relacionamentos pessoais, os humildes deveres quotidianos, a ajuda aos pais, a paz e a harmonia na família, a educação das crianças… Sim, aconteça o que acontecer, lembremo-nos que cristianismo significa amar, e amar de preferência os últimos. Se assim vivermos, a nossa vida será um contínuo edificar o Reino de Deus na Terra e, a quem o fizer, Jesus prometeu tudo o resto por acréscimo: saúde, bens, abundância de tudo… para o distribuir pelos outros e tornar-se, assim, os braços da Providência de Deus para muitos»(2).

Padre fala em "comunismo" ao convocar carreata rumo ao Exército


O  “esquenta” para o 7 de Setembro, data em que se comemora a Independência do Brasil, inclui até vídeo em que padre cita até “comunismo”, apesar de a democracia ser o sistema político vigente no Brasil.

“Se você quer que a sua voz seja ouvida, participe conosco. Porque se o comunismo se implantar aqui no nosso Brasil, você não será mais ouvido, vai ser um instrumento, vai ser uma engrenagem numa máquina que devora”, diz o pároco da São José, Paulo Roberto.

No vídeo, o padre convida patriotas e irmãos de fé para a carreata que vai até ao CMO (Comando Militar do Oeste), na Avenida Duque de Caxias, principal endereço do Exército em Campo Grande.

“Para demonstrar insatisfação com os nossos políticos, com o STF. Nós queremos que o povo brasileiro seja escutado. Ele não esta sendo escutado, está sendo manipulado”, diz o padre. O Campo Grande News não conseguiu contato com padre nesta sexta-feira (dia 3).

A Bíblia diz que Deus não existe – Acerca da polêmica sobre a Carta de S. Paulo aos Efésios



«Deus não existe». Por incrível que pareça, esta é uma proposição do Salmo 53,2b. Assim, é possível que alguém diga que a Sagrada Escritura afirma a não existência de Deus.  À primeira vista não estaria a mentir, pois basta abrir qualquer Bíblia para constatar que, de facto, a frase lá está. Mas também lá se encontra a sua introdução, que afirma: «Diz o ímpio no seu coração:» (Sl 53,2a). Mais do que uma mentira, seria uma manipulação desonesta e até perversa. Quando a uma frase se rouba o seu contexto, é muito fácil distorcê-la ao ponto de, inclusivamente, lhe dar o sentido contrário daquilo que pretende afirmar.

Vem isto a propósito da polémica construída a partir de uma frase da Carta aos Efésios (capítulo 5), lida nas missas do passado domingo. Também ela foi tirada do seu contexto, de modo a fazer S. Paulo dizer exatamente o contrário do que, de facto, afirmou.

No tempo de Paulo, a mulher contava muito pouco, a ponto de ser considerada uma propriedade que passava de um dono (o pai) para outro (o marido). Ora, é a pessoas geradas nesta cultura que o apóstolo escreve.  E não o faz apenas a respeito da relação do marido com a mulher (5, 22-33), mas também da relação de filhos e pais (6,1-4), e dos senhores com os seus escravos e vice-versa (6,5-9).  Paulo recorda aos destinatários da sua carta que todos estes relacionamentos ganharam uma nova e revolucionária dimensão à luz da fé em Cristo. O batismo rompe todos estes estereótipos culturais e introduz o crente numa nova forma de viver, que está resumida nas palavras do apóstolo que abriam, precisamente, a leitura do passado domingo, que tanto brado deu:  «Submetei-vos uns aos outros no temor a Cristo» (5,21). A fé em Cristo constrói uma nova cultura: a do amor – segundo o exemplo de Jesus – e não a do domínio e da subjugação do outro. Subjugar-se e não subjugar:  todos se devem submeter ao e no amor. Mas Paulo é explícito: todos e não apenas alguns; na vida cristã e também na matrimonial não há lugar para subjugadores! Por isso, depois de falar do submeter-se no amor das mulheres em relação aos maridos, Paulo fala – e que revolucionário é! – do submeter-se  no amor dos maridos em relação às mulheres: «Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela» (5,25). Ou seja, entregando-se sem reservas ou egoísmos, submetendo-se ao seu bem e à sua felicidade. Dando a vida por elas, como Cristo pela Igreja!

Centenário da Legião de Maria será celebrado com Missa em Salvador



Uma caminhada centenária, marcada pelo amor a Deus e pela devoção à Nossa Senhora. É com esta certeza que legionários e legionárias celebram, com júbilo, os 100 anos de fundação da Legião de Maria no mundo.

Na Arquidiocese de Salvador, o bispo auxiliar, Dom Valter Magno de Carvalho, presidirá a Missa Solene no dia 7 de setembro, às 15h. A Celebração Eucarística acontecerá na Catedral Basílica de Salvador, localizada no Terreiro de Jesus.

EUA: Biden promete esforço ‘do governo inteiro’ para manter o aborto no Texas


O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou uma reação “do governo inteiro” para garantir acesso ao aborto no Texas, Estado em que entrou em vigor na quarta-feira 1º de setembro a mais restritiva lei pró-vida dos EUA desde a liberação do aborto em 1973.

Biden, que é o segundo presidente católico dos EUA, instruiu sua equipe de governo a examinar “que passos o governo federal pode dar para garantir que as mulheres no Texas tenham acesso a abortos seguros e legais”.

A “Lei da Batida do Coração” que entrou em vigor proíbe abortos no Estado assim que seja detectado um batimento cardíaco do bebê, o que pode se dar a seis semanas de gravidez.

Bien disse que está direcionando o Conselho de Política de Gênero da Casa Branca, assim como o Conselho da Casa Branca, a um esforço de todo o governo para descobrir “que ferramentas legais há para isolar as mulheres e os provedores (de aborto) do impacto do esquema bizarro do Texas”.

A difícil realidade da morte na família



Meu pai, em seu leito, ouviu o médico dizer-lhe que a grave, penosa e incurável doença de que padecia acabaria com sua vida terrena em pouco tempo – uma vida que ele amava intensamente. Assim, teríamos de enfrentar a dura realidade da morte na família.

Depois de se despedir amavelmente do médico, ele se virou para a luz da janela, profundamente pensativo; passados alguns minutos, seu rosto ficou sereno e seu semblante transmitia paz.

– Sabe o que o médico me disse? Ele afirmou que eu vou para casa. Isso não é lindo?

– Para você, sim, pai, mas não para nós – respondi.

– Sabe… a luz da janela me fez sentir nostalgia, uma espécie de saudade. Vou para a casa do Pai. Sim, sou como uma criança que volta para casa, e que está esperando que venham buscá-la.

Ele me disse isso com um sorriso cheio de esperança. Assim, minha dor humana cedeu e deixei de sentir pena dele.

Paz diante da morte na família

Meu pai morreu com muita paz. E deixou bem claro que queria um velório completo, sepultura cristã do corpo inteiro (não cremação), missa de corpo presente.

Ele nunca concordou com certas práticas atuais, segundo as quais o corpo vai do hospital para o crematório diretamente, como se nada tivesse acontecido, como se as crianças tivessem de ser poupadas desta vivência, como se a morte também não fizesse parte dos planos de Deus.

Meu pai aceitou sua morte e quis mostrá-la como o que ela é: um paradoxo divino que nos dá a maior lição de vida, ao mostrar o amor de Deus. De fato, é assim porque a alma não morre; a pessoa deixa a visibilidade do corpo, mas sua vida espiritual continua maior e melhor.

O cristão não vive para morrer, mas para viver mais.

Presidente da CNBB sai em defesa do STF por ocasião do 7 de setembro



Em uma tentativa de voltar os católicos contra o poder executivo, através de um vídeo no qual ele dá várias indiretas ao comandante máximo da nação e aos católicos que comparecerão às manifestações de 7 de setembro, Dom Walmor, Presidente da CNBB, intimou os católicos dizendo: “não se deixe convencer por quem agride os poderes Legislativo e Judiciário”. 

Por ocasião do Dia da Pátria, 7 de setembro, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, publicou mensagem pedindo que, independente de “convicções político-partidárias”, não se aceitem “agressões a instituições que sustentam a democracia”, porém ele ignora solenemente as diversas vezes em que o STF abusou do seu poder, interferindo de maneira inconstitucional nos poderes legislativo e executivo, através da prática do ativismo judicial.

Ativismo judicial costuma ser chamado o fenômeno jurídico para uma postura ativa do Poder Judiciário na interferência de maneira regular e significativa em ações políticas dos demais poderes. Um compilado foi avaliado por militares da ativa e da reserva, além de integrantes do governo mostra que essa prática foi executada 123 vezes nos últimos dois anos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), contra o atual Governo. Isso equivale a uma decisão por semana.

“O dia 7 de setembro contribua para inspirar no seu coração o compromisso com o exercício qualificado da cidadania. A participação cidadã na política, reivindicando direitos, com liberdade, está diretamente relacionada com o fortalecimento das instituições que sustentam a democracia. Por isso, não se deixe convencer por quem agride os poderes Legislativo e Judiciário”, disse dom Walmor em vídeo publicado no site da CNBB. “Somos todos irmãos”, disse o arcebispo de Belo Horizonte (MG), inclusive “daqueles com que não concordamos”. Em seguida, o arcebispo afirmou que “a existência de três poderes impede a existência de totalitarismos, fortalecendo a liberdade de cada pessoa”.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Setembro, mês da Bíblia



A Palavra de Deus deve estar cotidianamente presente na vida dos cristãos. A bíblia é a fonte dessa Palavra, evidenciada com destaque no mês de setembro através de algum tema sugestivo para reflexão. Neste ano de 2021 o destaque é dado ao Livro de São Paulo aos Gálatas, com o lema, “Pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus” (Gl 3,28), um convite para a prática da unidade comunitária.

Através de sua Palavra, Deus injeta esperança na vida do povo, provoca coragem e ânimo nos ouvintes e exercício fecundo da liberdade cristã. Palavra com exigência de ser ouvida e transmitida, tirando as pessoas da surdez para assumir as propostas do Reino de Deus. Palavra que abre caminho de vida e dignidade, porque nela está a intervenção de Deus na vida daqueles que o acolhem.

A vida cristã se sustenta e consegue resistir às influências do secularismo hodierno com a força da Palavra de Deus. Ela ajuda no desmonte dos instrumentos que têm desvirtuado as bases da fé. Consegue também abrir caminho seguro de confiança e restauração de forças para o indivíduo agir. Muitas deficiências na vida podem ser sanadas e libertar as pessoas com o apoio da Palavra bíblica.

A bíblia não é uma coleção de livros literários. Aliás, muito mais do que isto, porque é fruto de práticas comunitárias com marcas históricas milenares e reconhecidas como de inspiração divina com a contribuição dos limites de seus escritores. A Palavra de Deus articula fé e vida, porque une a ação de Deus e a prática de vida das pessoas. Exige o exercício da justiça e do amor para dar dignidade às pessoas.

Uma das características da Palavra divina é a imparcialidade na opção pela vida das pessoas. Não há ali favorecimento para esta ou aquela pessoa, a não ser a opção pelo mais sofrido da sociedade. Apesar de amar a todos indistintamente, há uma preferência de Deus pelos pobres (Tg 2,5), porque muitas vezes eles estão assim porque foram explorados e desvalorizados na sua incapacidade de ação.