sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Catequese do Papa sobre o chamado à santidade

CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 19 de novembro de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

Um grande dom do Concílio Vaticano II foi aquele de ter recuperado uma visão de Igreja fundada na comunhão e de ter interpretado também o princípio da autoridade e da hierarquia em tal perspectiva. Isto nos ajudou a entender melhor que todos os cristãos, enquanto batizados, têm igual dignidade diante do Senhor e têm em comum a mesma vocação, que é aquela à santidade (cfr Cost. Lumen gentium, 39-42). Agora nos perguntamos: em que consiste essa vocação universal a ser santos? E como podemos realizá-la?

1. Antes de tudo devemos ter bem presente que a santidade não é algo que nós procuramos, que obtemos com as nossas qualidades e as nossas capacidades. A santidade é um dom, é o dom que nos dá o Senhor Jesus, quando nos toma consigo e nos reveste de si mesmo, torna-nos como Ele. Na carta aos Efésios, o apóstolo Paulo afirma que “Cristo amou a Igreja e deu a si mesmo por ela, para torná-la santa” (Ef 5, 25-26). Bem, realmente a santidade é a face mais bela da Igreja, a face mais bela: é nos recobrir em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do seu amor. Entende-se, então, que a santidade não é uma prerrogativa somente de alguns: a santidade é um dom que é oferecido a todos, ninguém excluído, pelo qual constitui o caráter distintivo de cada cristão.

2. Tudo isso nos faz compreender que, para ser santos, não é preciso necessariamente ser bispo, padre ou religioso: não, todos somos chamados a nos tornar santos! Tantas vezes, depois, somos tentados a pensar que a santidade seja reservada somente àqueles que têm a possibilidade de destacar-se dos assuntos ordinários, por dedicar-se exclusivamente à oração. Mas não é assim! Alguns pensam que a santidade é fechar os olhos e fazer cara de imagem. Não! Não é isto a santidade! A santidade é algo maior, mais profundo que Deus nos dá. Antes, é justamente vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho cristão nas ocupações de cada dia que somos chamados a nos tornar santos. E cada um nas condições e no estado de vida em que se encontra. Mas você é consagrado, é consagrada? Seja santo vivendo com alegria a tua doação e o teu ministério. É casado? Seja santo amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. É um batizado não-casado? Seja santo cumprindo com honestidade e competência o seu trabalho e oferecendo tempo ao serviço aos irmãos. “Mas, padre, eu trabalho em uma fábrica; eu trabalho como contador, sempre com os números, ali não se pode ser santo…” – “Sim, pode! Ali onde você trabalha você pode se tornar santo. Deus te dá a graça de se tornar santo. Deus se comunica a você”. Sempre em cada lugar é possível tornar-se santo, isso é, pode-se abrir a esta graça que nos trabalha por dentro e nos leva à santidade. Você é pai ou avô? Seja santo ensinando com paixão aos filhos ou aos netos a conhecer e a seguir Jesus. E é preciso tanta paciência para isto, para ser um bom pai, um bom avô, uma boa mãe, uma boa avó, é preciso tanta paciência e nesta paciência vem a santidade: exercitando a paciência. Você é catequista, educador ou voluntário? Seja santo tornando-se sinal visível do amor de Deus e da sua presença próxima a nós. Então: cada estado de vida leva à santidade, sempre! Na sua casa, na estrada, no trabalho, na Igreja, naquele momento e no teu estado de vida foi aberto o caminho rumo à santidade. Não desanimem de andar neste caminho. É o próprio Deus que nos dá a graça. O Senhor só pede isto: que nós estejamos em comunhão com Ele e a serviço dos irmãos. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

CNBB divulga nota "Brasil pós-eleições: compromissos e desafios".


Brasil pós-eleições: compromissos e desafios

O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília nos dias 18 e 19 de novembro de 2014, saúda a nação brasileira pela democracia e cidadania vivenciadas nas eleições de outubro deste ano. Cumprimenta a todos que participaram do processo eleitoral e os eleitos. Recorda-lhes a responsabilidade colocada sobre seus ombros de não frustrar as expectativas de quem os elegeu e seu compromisso com a ética, a verdade e a transparência no exercício de seu mandato, bem como o dever de servir a todo o povo brasileiro.

A campanha eleitoral deste ano ratificou o processo democrático brasileiro no qual partidos, candidatos e eleitores puderam debater suas ideias e projetos. Tornou mais visíveis, no entanto, graves fragilidades de nosso sistema político:  sua submissão ao poder econômico financiador das campanhas; o descompromisso de partidos e candidatos com programas, favorecendo debates com ataques pessoais; a prevalência da imagem dos candidatos produzida pelos marqueteiros; o desrespeito, em alguns casos, às leis que combatem a corrupção eleitoral.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Primeiros diáconos permanentes depois de 400 anos de história da Igreja no Maranhão


No dia 24/11, segunda-feira, a Arquidiocese de São Luís do Maranhão celebrará dois anos da 1ª turma de Diáconos Permanentes, em 400 anos e história da Igreja. Ordenados em 2012, em uma cerimônia religiosa que reuniu todas as Foranias da Arquidiocese e aproximadamente nove mil pessoas, 31 diáconos, 27 pertencentes da Arquidiocese e quatro da Capelania Militar (Exército, Bombeiros e Polícia Militar), passaram a exercer as funções que durante quatro séculos eram exercidas apenas pelos sacerdotes, aumentando assim, o auxílio pastoral, sacramental e nas obras sociais, oferecidos pela Igreja à população da Arquidiocese de São Luís (MA).

Sendo São Luís uma metrópole, o número de sacerdotes para atender aos fiéis, nos sacramentos e na formação doutrinária e moral, ganhou um reforço valioso com os diáconos permanentes.  E, a partir de 2015, esse número se prepara para aumentar, com o início uma segunda turma de diáconos permanentes, já com 40 inscritos. Número que beneficiará mais comunidades na Ilha e na parte continental da Arquidiocese.

“Nós abrimos caminho para outros que também possuíam o desejo de servir a Igreja no diaconato permanente e isso nos deixa muito feliz”, enfatiza o recém-eleito, presidente da Comissão de Diáconos Permanentes, na Arquidiocese de São Luís do Maranhão, diácono Renato Fontoura, da Paróquia São João Batista de Vinhais, Vinhais velho, capital. 

CLNB envia mensagem para o Dia Nacional do Leigo


DIA NACIONAL DO CRISTÃO LEIGO E LEIGA

Na “Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo”, celebramos, a cada ano, o Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas.

Até a década de sessenta do século passado, nesta solenidade, a Ação Católica promovia a festa dos leigos com confraternizações, encontros, celebrações e, principalmente, renovação das promessas batismais.

O Conselho Nacional do Laicato do Brasil – CNLB, em sua X Assembleia Geral, em 1991, decidiu celebrar essa data comemorativa em continuidade com que fazia a Ação Católica, na perspectiva da participação dos leigos e leigas na construção do Reino. Portanto, de 1991 para cá, a Igreja do Brasil vem celebrando esse dia com reflexão, celebrações e confraternização nos regionais, dioceses, paróquias, movimentos, associações laicais e comunidades.

Neste ano, tendo como referência o Documento Estudos da CNBB, 107 – “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo”, e a vivência celebrativa dos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II, temos refletido sobre a vocação laical e o nosso papel fundamental como membros do Povo de Deus e protagonistas da evangelização e da promoção humana.

A vocação do leigo e da leiga é sal que dá sabor, é fermento que faz crescer a massa e soma “com todos os cidadãos de boa vontade, na construção da cidadania para todos”. (CNBB, 107 n. 58)

Cristo Rei


Termina o ano da Igreja, chamado de “Ano Litúrgico”, com a Festa de Cristo, Rei do Universo. Jesus nasce com o título de “Rei”, que viria reinar com estabilidade e seu reinado não teria fim. Seu nascimento foi interpretado como a presença humana da Palavra Divina, Deus tomando a forma de homem para redimir das fraquezas terrenas a humanidade mergulhada nas limitações de sua natureza.

Jesus nasce como Rei, mas diferente dos reis de seu tempo, porque não era conivente com um poder de pompa, de riqueza e de mando, mas investido das características de Pastor, de quem veio dar a vida pelos mais necessitados. Sua preocupação era totalmente voltada para a integridade e dignidade das pessoas. Por isto foi e agiu contra aqueles que praticam atitudes de exploração das pessoas. 

O Ano Litúrgico começa com o Advento, tempo de preparação para o Natal, para o nascimento do Rei Jesus. Termina proclamando-O Rei do Universo, como Aquele que venceu os “espinhos” da vida, passou pela morte, ressuscitou e vive para sempre. Sua presença despertou esperança para quem vive no “túnel” da vida e sem perspectivas para uma condição melhor. 

Vaticano realiza o maior congresso da história sobre o autismo


Uma síndrome que afeta pessoas e traz consequências pesadas para as suas famílias. Organizado pelo Pontifício Conselho para os Agentes sanitários o Congresso reúne os maiores especialistas sobre o assunto

O XXIX Congresso Internacional promovido pelo Pontifício Conselho para os agentes da saúde (PCOS), que se realizará na Cidade do Vaticano do 20 ao 22 de novembro, dedica esse ano ao tema do autismo.

Foi apresentado nesta terça-feira na sala de imprensa da Santa Sé pelo Presidente do PCOS, monsenhor Zygmunt Zimowski; o secretário, monsenhor Jean-Marie Mate Musivi; o subsecretário, padre Augusto Chendi, M.I.; e o responsável da neuropsiquiatria Infantil do Hospital "Bambino Gesù" (Roma), Stefano Vicari.

O título do Congresso de três dias é: "A pessoa com dificuldades no espectro autista: incentivar a esperança". O TEA – Transtorno do Espectro Autista, é “uma questão complexa e delicada".

A TEA é um distúrbio neurocomportamental também chamado de síndrome de Kanner, de origem multifatorial que se manifesta principalmente nos três primeiros anos de vida e perdura por toda a vida. Afeta pouco mais de um por cento das crianças.

Será "uma grande oportunidade porque reúne grande cientistas. Não é suficiente o médico, o psicólogo ou o terapeuta, mas toda a sociedade deve unir-se neste percurso” indicou o arcebispo polonês. E esclareceu que “o autismo não somente atinge a criança afetada, mas toda uma família”.

Cansados do barulho


Vivemos tempos em que a doença chamada estresse toma conta da vida de qualquer um. Ninguém esta isento de preocupações, de problemas a serem resolvidos ontem, de querer superar todos os limites humanos.

A síndrome do medo, do tempo acelerado, já não há nervos que aguentam. Nossos olhos presenciam imagens de guerra, terror, morte, de mães que não aguentam mais os filhos, sufocam, põe num saco de lixo joga no rio; pessoas que já não aguentam o ronco do marido ou da mulher; não suportam o barulho do vizinho no andar de cima; presenciamos brigas e mortes no trânsito por motivos fúteis...

Enfim, nossos ouvidos são agredidos por barulhos insuportáveis, causando doenças incuráveis. Algo está errado!

O ser humano deste milênio esqueceu-se da força tranquilizante e renovadora da vida: o silêncio. Ter tempo para “entrar na própria casa”, a casa interior, ter o silêncio como amigo e fazer o diagnóstico da situação, recobrando o equilíbrio emocional, respirando a tranquilidade de quem é limitado, humano, sensível, digno de vida digna.

Ninguém merece viver sem se encontrar consigo mesmo, com suas energias e fraquezas. A consciência dos limites me remete a estar diante do fazer só o possível, dentro do possível. O calar o barulho que vem de todos os lados, me faz ver o mundo com olhos novos, vivendo o momento presente como o único possível, recomeçando sempre.

Vivemos tempos em que precisamos aprender a falar menos, e escutar mais, principalmente o que nosso coração quer dizer e que, muitas vezes, nossa consciência e nossos ouvidos não querem ouvir. 

domingo, 16 de novembro de 2014

Vaticano oficializa excomunhão do padre Roberto Francisco Daniel, conhecido como padre Beto.


Comunicado ao clero e ao povo de Deus 
da Diocese de Bauru-SP

Já é do conhecimento de todos do Clero e do Povo de Deus da Diocese de Bauru-SP a consequência canônica gravíssima na qual incorreu o Reverendo padre Roberto Francisco Daniel, quando formalmente recusou sua comunhão com a doutrina do Magistério da Igreja, seus Dogmas e a Disciplina Eclesiástica, negando a comunhão e obediência ao seu legítimo superior eclesiástico, apesar das repetidas exortações do seu Bispo Diocesano.

A excomunhão é a mais grave pena na qual um fiel cristão católico pode incorrer.

O reverendo padre incorreu de modo livre e consciente nessa pena.

A causa da excomunhão não foi uma punição irrogada pelo Bispo ou pelo Papa, mas em virtude dos seus atos cismáticos e heréticos que, pela prática dos mesmos, o Sacerdote foi atingido – automaticamente – pela censura de excomunhão.  

Os procedimentos canônicos foram feitos por mim como Juiz Instrutor para as "matérias reservadas" e enviados à Congregação para a Doutrina da Fé (no Vaticano), que é o Tribunal Supremo da Sé Apostólica para tratar dessa matéria e de outras particularmente graves.

Esta Congregação respondeu em carta datada de 14 de outubro de 2014, Prot. N. 301/2013- 48363, e ordenou que tornasse formalmente pública a pena e a situação canônica do referido presbítero.

Portanto em obediência à ordem da Sé Apostólica comunico que:

O reverendo Padre Roberto Francisco Daniel está e permanece excomungado segundo o Cân. 1364 § 1.