Termina o ano da Igreja, chamado de “Ano
Litúrgico”, com a Festa de Cristo, Rei do Universo. Jesus nasce com o título de
“Rei”, que viria reinar com estabilidade e seu reinado não teria fim. Seu
nascimento foi interpretado como a presença humana da Palavra Divina, Deus
tomando a forma de homem para redimir das fraquezas terrenas a humanidade
mergulhada nas limitações de sua natureza.
Jesus nasce como Rei, mas diferente dos reis de seu
tempo, porque não era conivente com um poder de pompa, de riqueza e de mando,
mas investido das características de Pastor, de quem veio dar a vida pelos mais
necessitados. Sua preocupação era totalmente voltada para a integridade e
dignidade das pessoas. Por isto foi e agiu contra aqueles que praticam atitudes
de exploração das pessoas.
O Ano Litúrgico começa com o Advento, tempo de
preparação para o Natal, para o nascimento do Rei Jesus. Termina proclamando-O
Rei do Universo, como Aquele que venceu os “espinhos” da vida, passou pela
morte, ressuscitou e vive para sempre. Sua presença despertou esperança para
quem vive no “túnel” da vida e sem perspectivas para uma condição melhor.
O verdadeiro pastor não é aproveitador da situação
social das ovelhas, não as abandona nos momentos difíceis e nem se torna pastor
de si mesmo. Ele age com justiça e não tolera exploração de umas sobre as
outras, porque todas as ovelhas têm direito de condições de vida digna e
saudável.
Duas virtudes são fundamentais para pastores e ovelhas.
Uma é a prudência no desempenho dos talentos que cada pessoa naturalmente
possui, não fazendo uso deles como desvio de sua finalidade, realizando o mal.
A outra é a insensatez, falta de prudência, agindo de forma irresponsável.
No reinado de Jesus Cristo têm precedência o amor,
a paz, a justiça e a fraternidade, e não há lugar para o egoísmo. Em quem
depositamos nossa esperança no contexto cultural de hoje? No poder, nas
tecnologias, ou no encontro com o Deus que está presente na vida dos excluídos!
Dom Paulo
Mendes Peixoto
Arcebispo de
Uberaba (MG)
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