Este
capítulo da coleta de assinaturas para uma proposta de “reforma política”
redigida por uma “coalizão” com entidades de esquerda, sindicais, corporativas
e eclesiais parece ter sido encerrado no último dia 20 de maio. Houve a entrega
do projeto de reforma política apoiado por esta Coalizão ao Congresso Nacional,
com cerca de 630.000 assinaturas, entre presenciais e eletrônicas.
Não quero
discutir mais os defeitos e a linha ideológica do projeto. Já o fiz diversas
vezes em outros artigos publicados aqui mesmo, como este , este, este e este. Como já foi dito, não se nega nem
a necessidade de fazer-se, no Brasil, uma reforma política urgentemente, nem a
necessidade de repensar a forma de financiamento de campanha. Mas incomoda aos
católicos a adoção, por parte de uma instituição eclesial, de um determinado
modelo em preferência a todos os outros, sem claras razões de fé e moral, a
apontar pendores estritamente ideológicos em matéria opinável. Mas a meditação
agora é outra.
Como foi
possível reunir tão poucas assinaturas?
Trata-se
de pensar como foi possível que uma coalizão que existe há mais de três anos, e
que é composta por entidades como a OAB e a CNBB, não tenha conseguido chegar
senão a pouco mais de um terço do número mínimo de assinaturas necessárias
para que a proposta se transformasse em projeto de lei de iniciativa popular. É
interessante proceder a esta reflexão, até por um imperativo bíblico: sempre
foi critério, para reconhecer uma eventual profecia ruim, examinar os
respectivos frutos.
Nem falo
aqui dos descaminhos da esquerda bolivariana em toda a América Latina. Estes
são por demais visíveis: falência dos respectivos países em que se instalou,
aumento da violência e da miséria, destruição dos respectivos regimes
democráticos e instauração de ditaduras que se proclamam “populares e
libertadoras”, mas cujos frutos estão bem claros para quem os quiser enxergar.
Devemos lutar para que esta situação jamais se instale no Brasil.