terça-feira, 19 de março de 2019

Arquidiocese de Juiz de Fora enviará padres a Brumadinho (MG)


Nos meses de março e abril, a Arquidiocese de Juiz de Fora enviará sacerdotes para o município de Brumadinho (MG). A cidade foi atingida no mês de janeiro por rejeitos de mineração após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. O desastre deixou 206 mortos e 102 desaparecidos, além da devastação ambiental e prejuízos materiais.

A iniciativa, nomeada “Missão Solidariedade Brumadinho”, já tem previsto o envio de quatro grupos de padres. O primeiro deles viaja para a cidade da região metropolitana de Belo Horizonte nesta quarta-feira, 20, e lá permanece até o dia 22. A equipe missionária é composta pelo vigário geral da Arquidiocese, Monsenhor Luiz Carlos de Paula, pelo vigário episcopal para o Mundo da Caridade, Padre José de Anchieta Moura Lima, e pelos padres Luiz Eduardo de Ávila e Felipe de Castro Costa.

A ida do segundo grupo, que contará com a presença do arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, está prevista para o dia 29 de março. Com ele, estarão o vigário episcopal para Educação, Comunicação e Cultura, Padre Antônio Camilo de Paiva, e o diácono permanente Clesson Francisco Millen, que é psiquiatra.

Presidência da CNBB envia nota de solidariedade à diocese de Mogi das Cruzes


NOTA DE SOLIDARIEDADE DA CNBB
À DIOCESE DE MOGI DAS CRUZES
Brasília-DF, 19 de março de 2019

Prezado Irmão, dom Pedro Luiz Stringhini,

No 7º dia do trágico fato ocorrido na escola estadual Raul Brasil, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo que resultou na morte de cinco alunos, duas funcionárias, um comerciante e dos próprios autores do atentado, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), depois de refletir e rezar, envia um abraço fraterno de solidariedade ao senhor, às famílias das vítimas, à comunidade escolar atingida por essa violência e a todas as comunidades da Diocese de Mogi das Cruzes.

A Escola, no dizer do Papa Francisco, é o lugar da prática esperança e da não violência: “Com efeito, a educação é fazer nascer, é fazer crescer, coloca-se na dinâmica do dar a vida. E a vida que nasce é a fonte mais borbulhante de esperança: uma vida orientada para a busca da beleza, da bondade, da verdade e da comunhão com os outros em vista de um crescimento comum. Estou convicto de que os jovens de hoje têm sobretudo necessidade desta vida que constrói futuro” (Plenária da Congregação Católica, fev, 2017).

A violência praticada em qualquer parte e com qualquer filho ou filha de Deus é um pecado que clama aos céus, mas quando se dá no ambiente escolar, colhendo vidas de adolescentes inocentes, aterrorizando crianças e tornando protagonistas outros jovens marcados pelo desejo de matar forma-se um quadro que deve levar-nos a uma profunda reflexão sobre a cultura da morte que tanto se expande em nossos tempos. Uma cultura que se manifesta nos discursos de ódio, sobretudo nas redes sociais, no recurso fácil às armas e na banalização da vida humana.

Desajustados tentaram ser amados. Não conseguiram, então tentam ser temidos



É famosíssimo o extrato de Maquiavel, no mais famoso speculum principis do Ocidente, o libreto O Príncipe: é desejável ser amado e temido, mas, caso seja necessário escolher apenas um deles, é mais seguro ser temido do que amado, pois as pessoas temem mais ofender quem se faz temer do que quem se faz amar (Livro XVII). Apesar do choque da exposição, é uma constatação óbvia, que qualquer malandro, ladrão, psicopata, bicheiro, traficante, gigolô e desajustado de menor potencial ofensivo já traz em seu DNA.

Maquiavel foi talvez o principal pensador a definir o que é isso que chamamos hoje de modernidade, inclusive em termos científicos, através de uma manobra simples e drástica: a separação, na ciência política, da prática e da moral. As áreas de estudo passaram a caminhar cada vez mais apartadas, e o que antes era feito como um ato de maldade, falha da carne e queda da graça passou a ser mera descrição “científica”. Os efeitos chocantes foram imediatíssimos.

Os maiores revolucionários do mundo beberam muito da fonte maquiavélica: Napoleão Bonaparte escreveu notas sobre todo O Príncipe, que são consideradas definitivas até hoje. Marx o tinha como um dos seus filósofos preferidos e leitura de cabeceira. Lenin, fidelíssimo a uma lição maquiavélica de tomada de poder de outro príncipe (não deixar seus descendentes vivos), mandou fuzilar toda a família Romanov, incluindo cinco filhos (leninistas pululam com a maior normalidade em qualquer curso de História ou Ciências Sociais hoje). Toda a “filosofia” de Antonio Gramsci, o guru intelectual do PT, é um copy/paste de Maquiavel, falando do Príncipe moderno: o Partido.

Os resultados são conhecidos – embora, como Maquiavel, Marx, Lenin e Gramsci sejam do cânone acadêmico, o exercício mais comum das Universidades seja fugir às suas conseqüências mais inescapáveis, e tratar como “extremista” qualquer posição que torça o nariz para suas idéias.

Não é preciso ser propriamente um leitor de Maquiavel para ser maquiavélico, neste sentido. Qualquer desajustado tentou esta “jornada do herói”. tentou ser amado, just like everybody else does. Tentou ser, afinal, admirado. Ter algum prestígio. Ser reconhecido como um líder. Ser o 01. Habitar os pensamentos de alguém além de si próprio. Ser lembrado.

Quando não se é aceito, um outro sentimento vem junto. Não é um amor que se transforma em ódio, como é comumente dito: é um amor não-correspondido que exige obediência e não aceita a vergonha. No dizer de Dante, um “amor, que ao amado não perdoa o não amar”.

Se não é amado, admirado, nem mesmo acolhido, aceito, ou nem sequer tolerado, ele ainda quererá o mesmo: ser lembrado. Ter algum prestígio. Ser reconhecido como um líder. Ser o 01. Habitar os pensamentos de alguém além de si próprio. Ser lembrado. Se não pelo amor, pela dor.

Erra muito feio quem fala simplesmente em “ódio”, como se fosse pura aversão monomaníaca que gerasse  massacres. É uma vontade de glória, ainda que para mentes doentias. A glória é ser cantado em hinos até muito tempo depois de sua morte. É fazer com que os menestréis do futuro contem a sua história. Se não podem como heróis, tentarão como vilões. É a dúvida de Aquiles na Ilíada: morrer jovem e glorioso na guerra ou velho e esquecido no oblívio? Aquiles tinha uma vida já invejável. A decisão se torna bem mais fácil quando sua vida é de um adolescente solitário e desajustado.

O terrorismo é hediondo, seja racista ou islâmico

Os terroristas, racistas ou islâmicos, usam os mesmos métodos com o mesmo objetivo: separar as sociedades ocidentais em comunidades definidas pela hostilidade mútua.


Não, o terrorismo racista não é pior do que o terrorismo islamista ou do que o terrorismo da extrema-esquerda. Todos os terrorismos são hediondos, embora haja muita gente para quem parece ser mais fácil condenar uns do que outros. Mas o terrorismo é sempre o que vimos na Nova Zelândia a semana passada ou em Paris em 2015: assassinos cobardes a matar pessoas indefesas. Dostoievsky, em Os Possessos, ou Conrad, em O Agente Secreto, descreveram estas personagens e os respectivos novelos de delírio e de manipulação política, e desde então ninguém inventou mais nada. Racistas, islamistas ou, como ainda era costume nos anos 70, marxistas-leninistas, são sempre os mesmos autodidactas que leram um livro ou que, nos dias que correm, viram uns vídeo da internet, e se convenceram de que tinham percebido tudo, ao ponto de ter o direito de precipitar o apocalipse. O terrorismo, antes de ser usado em estratégias políticas, começa sempre por ser um exercício de narcisismo para falhados.

Não por acaso, o ataque racista da Nova Zelândia  lembra os ataques islamistas de Paris. Racistas e islamistas podem distinguir-se em muita coisa, que os seus métodos são os mesmos, e o objectivo também é comum: separar as sociedades ocidentais em comunidades definidas pelo medo e pela hostilidade, como preparação para uma guerra civil. Racista, islamista ou esquerdista, o terrorismo, chamem-lhe “jihad” ou “luta armada”,  é fundamentalmente só um.

Que fazer? Três coisas, pelo menos.

Em primeiro lugar, nunca tratar os terroristas como representantes de quem quer que seja, como se a violência fosse a origem de um mandato, segundo o mau hábito adquirido nas “lutas de libertação” do pós-guerra. Não, os terroristas islâmicos não representam o Islão, mas os terroristas racistas também não representam o nacionalismo ocidental. Numa sociedade livre e plural, o terrorismo não tem razão de ser, a não ser precisamente a da falta de representatividade e de argumentos de quem a ele recorre. Por isso, ao terrorismo resiste-se, antes de mais, com vigilância e repressão. Não deve haver nenhuma dúvida a esse respeito. Foi assim que se destruiu o terrorismo da extrema-esquerda nos anos 70: enfrentando os seus protagonistas, até estarem presos ou mortos. É assim que o terrorismo islâmico tem recuado, depois da derrota do ISIS na Síria. É assim que se deve lidar com racistas como o assassino de Christchurch. Os terroristas não se convencem: vencem-se.

Brenton Tarrant, terrorista do ataque à Nova Zelândia, não tinha nada de “direita”

Radical propunha ambientalismo eco-fascista, anti-imperialismo e antissemitismo

O autor do atentado na Nova Zelândia – Brenton Tarrant – já é classificado, como de praxe, pela grande mídia e pelos precoces analistas de esquerda como espécime exemplar de direitista.

Contudo, para variar, estão sendo desonestos.

Brenton estava vinculado ao pensamento eurasiano-duguinista da Quarta Teoria Política (QTP). Assunto exótico, excêntrico e onde impera a total ignorância dos analistas da grande mídia. Leitores conservadores brasileiros puderam ter insights a respeito da linha de pensamento a partir da leitura do debate entre Olavo de Carvalho e Alexander Dugin – ideológo de Vladimir Putin e importante teórico da “QTP” que tem por objetivo aberto reunir o que há de “melhor” no comunismo, no fascismo e no liberalismo. Foi um confronto emblemático acerca do que creem conservadores ocidentais e do que creem os adeptos do “‘conservadorismo’ revolucionário” de Dugin, Brenton e companhia.

Tudo isso pode ser observado no manifesto do sujeito, divulgado e analisado pelo site Politz, do qual pinça-se importantes trechos aqui.

Capa do manifesto. Seus eixos: anti-imperialismo, ambientalismo, mercados “responsáveis”, comunidades livres de vício, lei e ordem, autonomia étnica, proteção a herança e cultural e direitos dos trabalhadores.
 
Como se pode facilmente perceber, mesmo entre analistas de esquerda de calibre mais elevado, há total desconhecimento sobre temas caríssimos para tipos como Brenton, como a própria QTP, eurasianismo e duguinismo, além de paganismo e neopaganismo do leste e norte europeu (muito importantes para esses grupos), arqueofuturismo, eco-fascismo e outros. Porém, o desejo de politizar mais uma tragédia e de alimentar a narrativa maniqueísta que identifica a mesma esquerda proponente do terrorismo urbano (guerrilha) e simpática a grupos como Hamas e Hezbollah com o bem e qualquer forma de direitismo com o mal prevalece.

Para surpresa de muitos esquerdistas autoproclamados iluminados, eles devem por a cabeça no travesseiro essa noite e refletir sobre a quantidade incrível de semelhanças entre essas linhas de pensamento excêntricas, Brenton e eles próprios: ambientalismo radical, anti-imperialismo (o eurasianismo, obviamente, é anti-Ocidental e antiamericano), anticonservadorismo (sim, sim), antissemitismo e mais.

A culpa não é da arma, é da destruição de família


Após o assassinato de crianças em Suzano, pululam explicações simplistas. O real problema permanece: os mesmos que querem controlar as armas também querem destruir a família
Tão logo se teve notícia do horrendo assassinato em massa numa escola em Suzano (SP), ocorreu a segunda tristeza quase inevitável em uma sociedade que perdeu a noção de luto e sagrado: a politização e tentativa de lucro político sobre a tragédia. Após a primeira eleição descaradamente ideológica do país, com a segurança determinando o vencedor, a principal tentativa de dividendos políticos sobre o massacre envolveu a liberação das armas.



As principais tentativas de auferir lucrinhos pessoais e políticos vieram da esquerda, que promoveu o estatuto do desarmamento e as políticas de foco na “ressocialização” que determinaram o estado da segurança brasileira nos últimos anos. Mas também nosso vice-presidente culpou… videogames.



 

O debate é manjado, e quase tudo o que poderia ser dito já foi dito (e deveria ser dito em outra hora, não durante o luto). Armas são instrumentos. E, afinal, são praticamente proibidas no Brasil atual: seria como alguém advogar que devemos proibir o crack para melhorar a situação da Cracolândia. Uma sandice que ninguém na esquerda diria – mas que é repetida como um estudo científico irrefutável a cada frase no debate sobre armas.



É claro que a culpa primordial de um assassinato é do assassino – ou melhor, seria claro, não vivêssemos tempos em que a ideologia surpassa a realidade. Qualquer feminista diz isso no caso de um estupro – mas imediatamente inverte o discurso no caso de um assassinato: aí, a única binaridade que consegue entender é a da luta de classes, colocada no lugar de “homem x mulher” (pensados sempre como entidades arquetípicas coletivas).



É notoriamente brilhante a definição de Theodore Dalrymple: 



A única causa inquestionável da violência, tanto política como criminosa, é a decisão pessoal de a cometer. (Excluo aqueles casos raros nos quais está em jogo uma malformação neurológica ou distúrbio fisiológico). Deste modo, qualquer estudo sobre a violência que não leve em conta os estados de espírito é incompleto e, na minha opinião, seriamente insuficiente. É Hamlet sem o Príncipe.



Ainda assim, muitos componentes podem ser colocados como adicionais à decisão de um indivíduo de puxar o gatilho em termos psicológicos, de segurança pública, políticas policiais ou mera sociologia criminológica. São elementos que podem ajudar a entender o histórico, o ambiente, as circunstâncias e, não raro, a loucura que leva um ser humano a matar outro – e nunca, como é o vezo da classe falante atual, serem considerados os elementos determinantes, excluindo o monólogo interno e o “ser ou não ser”.

Bispos alemães anunciam "processo sinodal" para debater celibato e moral sexual


O Arcebispo de Munique e Freising, Cardeal Reinhard Marx anunciou que a Igreja Católica na Alemanha está embarcando em um "processo sinodal" para abordar e debater o que denomina como sendo as três questões principais decorrentes da crise do abuso clerical.

O também presidente da Conferência Episcopal Alemã se refere às três questões como: celibato sacerdotal, ensinamentos da Igreja sobre moral sexual e redução do poder clerical.

Ao concluir a sessão plenária dos bispos alemães no dia 14 de março, o Cardeal Marx disse em uma coletiva de imprensa que os bispos decidiram por unanimidade "empreender um processo sinodal vinculante como Igreja na Alemanha, que permitirá um debate estruturado e se desenvolverá dentro de um período estabelecido".

"As investigações sobre os abusos e, consequentemente, a necessidade de realizar novas reformas mostram que: a Igreja na Alemanha está vivendo uma reviravolta", sustentou.

Neste contexto, o Cardeal Marx disse que o ensinamento da Igreja sobre a moral sexual ainda não levou em consideração as descobertas recentes e significativas da teologia e das humanidades e que o significado da sexualidade para a pessoa ainda não recebeu atenção suficiente da Igreja.  

Os bispos "sentem que muitas vezes somos incapazes de falar sobre questões de comportamento sexual atual", indicou o Purpurado.

O Arcebispo de Munique também disse que os bispos alemães apreciam o celibato sacerdotal como uma "expressão do vínculo religioso com Deus" e não querem simplesmente renunciar a ele; no entanto, há também a necessidade de compreender até que ponto essa norma faz parte "do testemunho dos sacerdotes em nossa Igreja".

Sobre o abuso clerical de poder, o Purpurado disse que constitui uma traição à confiança das pessoas que precisam de estabilidade e orientação religiosa. Portanto, o "processo sinodal" estaria encarregado de identificar quais medidas deveriam ser tomadas para alcançar "a necessária redução do poder (clerical)".

quinta-feira, 14 de março de 2019

Imagem da Virgem é "abandonada" em festa tradicional Argentina


Os participantes da Festa da Vendimia (“colheita de uvas”, em português) em Mendoza (Argentina) ficaram indignados com o governo provincial que não deu importância nenhuma à imagem da Virgem padroeira desta celebração: Nossa Senhora da Carrodilla.

A Festa Nacional da Vendimia teve sua origem em 1936 e é o festival mais popular na região de Cuyo e de toda a Argentina.

Todos os anos a celebração começa com a “Bênção dos Frutos” em memória dos agricultores que nas primeiras colheitas de uva agradeciam a Nossa Senhora da Carrodilla, protetora dos vinhedos, pela boa colheita obtida.

Tradicionalmente, a imagem de Nossa Senhora da Carrodilla vai à frente do "Carrossel" (desfile de carros alegóricos) pelas ruas da cidade, acompanhada pelo encarregado da Federação Gaúcha que vai ao palco para pedir permissão ao governador para começar com o desfile das carruagens.

No entanto, na festa deste ano, realizada no sábado, 9 de março, a figura da Virgem passou para segundo plano.


"Este ano, o atual governador, para ser mais 'inclusivo' e politicamente correto, resolveu que a Virgem fosse ao final de todo o carrossel, atrás do rei 'gay', sozinha e sem nenhuma visibilidade", denunciou Pe. Javier Olivera Ravasi em seu blog.