Naturalmente, não podemos colocar em pé de igualdade o título de Maria e o de Cristo. O título dado a Maria não é de origem bíblica e não é aplicado a ela sob o mesmo aspecto com que é aplicado ao Filho, cuja figura e obra muito cedo se apresentaram aos discípulos como legitimamente catalogáveis sob o título honorífico de Rei [1].
Não é possível afirmar nenhuma concorrência entre a posição de Cristo e a de sua mãe. Isso leva a formular expressões e a estabelecer relações que hoje podem parecer exageradas, como quando afirmam a respeito de Maria: “Ao lado do Rei e do Filho, reinas como Rainha para sempre”.
Maria pode ser chamada Rainha porque, enquanto mãe e serva do Senhor mostrou-se digna de sua sublimidade. Por isso, o título de Rainha é somente a transposição da maternidade de Maria para o plano elevado, do sublime, do grandioso, que suscita no homem temor e assombro diante desta maternidade.
Ave, Rainha dos Céus,
Ave, Rainha dos Anjos;
Salve Porta; Salve Raiz da Salvação;
Traze ao mundo a Luz.
Alegra-te, Virgem Gloriosa,
Bela entre todas as mulheres.
Salve, ó toda santa,
Pede a Cristo, Senhor, por nós.
Quando imploramos à Rainha do Céu para que interceda por nós, ela, com o dom da graça que lhe foi concedido, torna-se para nós a serva humilde a quem o Todo-Poderoso dirige o olhar[2].
[1] “Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel” (Jo 1,49).
[2] “Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome. E a sua misericórdia é de geração em geração Sobre os que o temem. Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os soberbos no pensamento de seus corações” (Lc 1,48-51).
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Fonte: Livro - O Culto a Maria Hoje, Edições Paulinas (exceto as citações bíblicas).
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