As paróquias católicas da Grande Ilha de São Luís realizaram nesse domingo, 2, a “Caminhada Silenciosa pela Paz”. Este evento partiu de uma convocação dos bispos católicos por meio de uma carta aberta publicada desde o último dia 22 que convidaram a população a refletir sobre a onda de violência que está ocorrendo na capital.
Mesmo com a forte chuva que caiu na tarde de ontem, os fieis da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e os moradores do bairro da Cohab marcaram a presença na caminhada que teve como ponto de concentração em frente ao Centro de Ensino Médio Cidade de São Luís, localizado na Avenida 4.
O frei e pároco dessa igreja, Domingos Marques, falou que esse movimento seria feito de forma silenciosa à luz de vela para expressar o compromisso com a justiça e paz. A data coincidiu justamente no dia de Nossa Senhora das Candeias em que os devotos acendem velas, principalmente, no interior do Estado. “O silêncio, na maioria das vezes, tem o significado maior do que um grito, pois, desta forma que os bispos querem que a caminhada seja feita, ou seja, silenciosa”, declarou.
Em relação à vela, o religioso disse que representa a luz de Cristo para iluminar as trevas e, no entanto, essa escuridão tem como significado a violência, a existência do tráfico, da falta de uma saúde de qualidade, ausência de uma boa educação e dentre outras problemáticas em que há na capital.
Por volta das 17h e logo após a benção, os participantes com as velas acessas, flores, com cartazes, bandeirinhas, balões e vestidos de branco saíram pelas ruas do bairro em silêncio apenas ao som das músicas que tratam sobre paz até a sede da paróquia. Neste local, cantaram o “Canto de Glória” e, em seguida, foi proferido o sermão tratando sobre a Apresentação do Senhor na igreja. No momento da despedida, os fieis trocaram as flores, pois, para eles representam o amor, a pureza e a bondade.
Lurdes Nascimento, de 61 anos, relatou que mora no Cruzeiro do Anil, onde ocorre diariamente ações criminosas, inclusive, o tráfico de drogas. “O Estado precisa combater a venda de drogas, pois, por meio dela que surge os outros problemas. Estou aqui para reivindicar isso”.
Já a professora Raimunda Chaves, de 66 anos, participou de toda a caminhada e estava de branco. Segundo ela, aquela era uma forma de chamar a atenção das autoridades para combater a onda de violência na cidade. “Na Cohab até alguns anos atrás não era tão violento a nossa localidade, mas, com o surgimento das invasões nas proximidades, o cenário mudou. No momento, os assaltos, os homicídios e o tráfico de drogas fazem parte do nosso dia a dia”, afirmou.
O coordenador estadual da Pastoral Universitária, Walber Nascimento, de 38 anos, comentou que as 37 paróquias com as do interior do Estado vão se reunir para criar um comitê gestor para traçar formas de combater a violência no Maranhão. De acordo com ele, isso será feito ainda este ano para que até o final de 2014 possa ter resultados de cunho positivo.
Ainda na tarde de ontem, a direção da igreja Nossa Senhora de Nazaré, no Cohatrac; Sagrada Família, no Maiobão, realizaram a sua caminhada e percorreram pelas ruas da comunidade, enquanto, a caminhada da Igreja São Pantaleão ocorreu pela manhã.
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Fonte: O Imparcial
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