O serviço assistencial da Conferência Episcopal Mexicana (CEM) avisou que não cobrirá as despesas de saúde dos sacerdotes doentes de covid-19 que decidiram não se vacinar.
Em um comunicado divulgado em 30 de agosto deste ano, a Obra de Clérigos em Ajuda Solidária A. R. (OCEAS), obra interna da CEM que assiste solidariamente os sacerdotes das dioceses mexicanas, avisou que, para a assistência dos gastos “nos casos de covid-19 é necessário: estar vacinados” e “ter mantido as medidas de proteção pessoal”.
Além disso, os sacerdotes que requerem a ajuda econômica da OCEAS para sua assistência médica devem “notificar de forma antecipada ao seu representante diocesano” e “assistir à avaliação das unidades médicas nas datas indicadas através da Linha de Atendimento Telefônica (LATE 55 4160 2780) dentro das primeiras 24 horas para casos ambulatórios”.
OCEAS afirmou em sua página que “é uma obra interna da Conferência Episcopal Mexicana, que participa com cada bispo em sua diocese para realizar o trabalho de Assistência Social Sacerdotal”.
Seu trabalho consiste em atender “os clérigos em suas necessidades de saúde, descanso, velhice ou invalidez para que possam cumprir a missão que Deus lhes confiou segundo a etapa da vida em que se encontrem”.
Em seu comunicado de 30 de agosto, OCEAS revelou que “as últimas três semanas foram realmente complicadas para a comunidade de nossas diferentes dioceses”, pois “vimos partir nossos irmãos sacerdotes por falta de notificação oportuna”.
OCEAS observou que “98% dos casos de covid que terminaram em morte apresentam três características particulares: 1. Não foram vacinados quando correspondiam. 2. Notificação tardia (saturação inferior a 80). 3. Afetação superior a 60% da superfície pulmonar”.
Depois de garantir que continuarão “amparando os gastos gerados pela assistência médica dos beneficiários sob os critérios de solidariedade e busca do bem comum”, o organismo do episcopado mexicano indicou os casos nos quais “não serão suscetíveis de benefício adicional”.
O primeiro caso é “quando o beneficiário tiver se submetido a riscos desnecessários, como participação em centros de entretenimento fechados ou reuniões, convenções e atividades não essenciais ou fora do âmbito de sua atividade pastoral”.
O segundo critério de exclusão é para os sacerdotes que, depois de testar positivo para a covid-19, apesar de terem sido notificados de que apresentam fatores de risco que complicariam o seu caso, se recusem a “ser avaliados em unidade hospitalar, rechaçando a possibilidade de atenção oportuna”.
Um terceiro caso no qual os sacerdotes não poderão receber assistência adicional, de acordo com a OCEAS, é quando “de forma deliberada” colocarem “em risco sua vida e a de sua comunidade, ao omitir o uso de coberturas por uma decisão pessoal que afeta os sacerdotes em nível nacional e o povo de Deus”.
O último caso mencionado pelo qual os sacerdotes não poderão receber quantias adicionais para a atenção de covid-19 é “quando o beneficiário decidir não se vacinar pondo em risco sua vida e a de sua comunidade”.
A mensagem, assinada por dom Ramón Castro Castro, bispo de Cuernavaca, tesoureiro da CEM e presidente da OCEAS, termina dizendo que “as medidas anteriores nos permitirão colocar mais cuidado em nossa saúde e na de nossa comunidade”.
“Não desejamos mais mortes de nossos sacerdotes que podem ser evitadas. Sua vida é preciosa para nós e insubstituível para a comunidade que os segue”, finalizou.
Em 14 de setembro, mais de 3,5 milhões de casos de covid-19 foram confirmados no México, com mais de 269 mil mortes.
O relatório mais recente do Centro Católico Multimedial revela que, com a pandemia, morreram pelo menos 6 bispos e 245 sacerdotes no México por causa do coronavírus.
Atualmente, sete vacinas estão autorizadas para uso de emergência no México: Pfizer/BioNTech, AstraZeneca, Sputnik V, CoronaVac, Cansino, Covaxin e Johnson & Johnson.
A Secretaria de Saúde informou que, em 13 de setembro, mais de 39 milhões de pessoas receberam as doses completas da vacina contra a covid-19. O governo espera concluir o plano de vacinação de mais de 107 milhões de pessoas até dezembro de 2021.
David Ramos
Por ACI Digital
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