quarta-feira, 12 de junho de 2013

As seitas e os falsos milagres


“Cuidai que ninguém vos seduza.”
(S. Mateus XIV, 4)

Introdução

Em suas memoráveis “Controvérsias” – compilações apologéticas destinadas a reconquistar as almas protestantizadas de Chablais – São Francisco de Sales demonstrou com brilhante lógica a falsa autoridade dos patriarcas do protestantismo. Acusados de heresia, alguns adeptos da nova seita defendiam sua rebelião contra a Igreja alegando uma extraordinária missão divina. Contra isso argumentava São Francisco que toda missão imediata, isto é, recebida diretamente de Deus, deve ser confirmada com milagres e profecias.

Assim, para dar provas de sua divina missão, Moisés operou milagres e profecias. Nosso Senhor Jesus Cristo, por virtude própria, também os fez para comprovar a veracidade de sua divina missão. E a Igreja Católica, desde a sua fundação, tem sido acompanhada de verdadeiros milagres e profecias.     

Os pais da reforma, pelo contrário, não apresentaram qualquer prova de sua suposta “missão reformadora”. Neles não encontramos nem milagres e nem profecias. Lutero, que exigia de Thomas Münzer provas milagrosas que confirmassem sua pregação, não realizou nenhum e ainda garantiu que não os faria. Calvino, o tirano de Genebra, deu provas apenas de seu descontrolado fanatismo, perseguindo e matando quem se opusesse ao seu exame “infalível”. Henrique VIII, com sua vida devassa, provou ser um assassino e um adúltero perverso. O protestantismo não apresentou milagre algum na sua origem. E nem poderia, pois Deus jamais concederia milagres para confirmar mentiras, induzindo os homens ao engano e à perdição.      

Apesar desse fracasso inicial, suficiente para desmascarar a fraude dos hereges, seus discípulos inconformados, embora tardiamente, ousaram apresentar de modo abundante “sinais milagrosos” que o passado protestante não realizou. Gerados na ruptura e na insubmissão, os hereges precisavam urgentemente dos milagres para que não desmoronassem num paulatino descrédito. Era preciso aumentar a fileira dos seguidores. A pregação sectária precisava de um atrativo convincente.


Prometer muitos sucessos e uma vida fácil, com certeza de salvação, não seria tão atraente quanto realizar grandiosos eventos “milagrosos”. Não bastava ensinar uma nova “fé”: era preciso dar um show de prodígios. Com absoluta confiança, os profetas da mentira passaram a anunciar com data e hora marcada o próximo espetáculo de milagres.  Nesse frenesi de “prodígios maravilhosos”, somos inevitavelmente surpreendidos por uma imensidão de “milagres” exibidos quase diariamente pela multiplicidade de seitas.

Em qualquer subúrbio, em qualquer esquina, os mesmos fenômenos “inexplicáveis”. Aleijados voltando a caminhar, cegos recuperando a visão, doentes sendo curados, nada escapa à mão milagrosa do “pastor”. Parece-nos que fazer milagres tornou-se tão comum quanto fazer “arroz com feijão”.  Apesar desse surto de “fenômenos inexplicáveis” por todos os lados, a qualquer alma com o mínimo de bom senso custa aceitar que em todas essas seitas ocorrem verdadeiros milagres. E essa recusa se fundamenta, principalmente, na oposição de credos que dividem as seitas.  

Se Deus fosse o autor de todos esses “milagres”, estaria em evidente contradição, visto que favoreceria doutrinas contraditórias. Ora, como Deus não pode ratificar o erro e tampouco levar as almas a acreditarem nesse erro, podemos concluir indubitavelmente que esses “milagres” são falsos.

Mas, mesmo diante desse raciocínio lógico, muitos teimam e se perdem por confiar em aparências fantásticas, e não na verdade que desmascara as obras fraudulentas do demônio e de seus asseclas. Colocam o sentimento e a impressão pessoal acima da doutrina. Ignoram a contradição, a falta de unidade e as mais evidentes mentiras, focando apenas o maravilhoso manancial de “cura e libertação”.

Aparentemente, esses caçadores de milagres acreditam que Nosso Senhor teria dito “Ide e realizai milagres”, e não “Ide e ensinai a todos”. Em outras palavras, a religião de Cristo seria essencialmente uma máquina de fazer milagres, quando, na verdade, o milagre é algo excepcional, concedido especialmente para conversão dos incrédulos.  

Neste tempo em que o encanto dos falsos milagres seduz as almas para o abismo das seitas, é preciso desmascarar os hereges milagreiros e prevenir os católicos abandonados na ignorância por um clero que, preocupado unicamente com as coisas da terra, se recusa a ensinar as verdades do Céu.  
  
Pode um herege fazer milagres?
  
Conforme explica Santo Tomás em sua Suma Teológica, milagre é tudo aquilo que se realiza fora de toda a ordem natural (Parte I, q.110, art. 4). A ressurreição, por exemplo, é um evento milagroso que ultrapassa a ordem de toda a natureza criada.

Embora Deus seja o único Autor capaz dessa espécie de milagres, existem outros efeitos igualmente admiráveis, apesar de inferiores, que não recebem o título de verdadeiros milagres. São, por vezes, fenômenos naturais ou produções diabólicas. A concepção desse princípio, referido pelo Aquinate, é indispensável no processo de averiguação dos milagres divinos.  

Conhecendo a astúcia do demônio, Nosso Senhor estabeleceu alguns critérios pelos quais a Igreja distingue Sua ação extraordinária no mundo das meras invenções do diabo. Neste intento, a fé em Cristo constitui o primeiro e principal elemento, mister para admissão de um verdadeiro milagre.

Pouco antes de ascender aos Céus, Nosso Senhor revelou os sinais que acompanhariam os convertidos:

“Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados” (S. Marcos XVI, 16-19).

Cristo estabelece uma ligação entre os milagres e a Fé. O Evangelho, disse Ele, será anunciado a toda criatura pelos Apóstolos. Aos que acreditarem, Deus concederá o poder de fazer milagres.

Dessas claras palavras, proferidas pelo Verbo Encarnado, podemos inferir que sem fé verdadeira é impossível fazer milagres.

Comentando esse trecho do Evangelho de São Marcos, ensina São Jerônimo:

“Uma e outra coisa é necessária aos que servem ao Senhor: que as obras se provem com as palavras, e as palavras, com as obras” (apud Santo Tomás. Catena Áurea, Comentário ao Evangelho de São Marcos XVI, 16-19).

Fé e obras se confirmam mutuamente. Não pode existir contradição entre uma e outra. No caso dos milagres a relação é idêntica: o milagre é confirmado pela Fé, enquanto esta é confirmada pelos milagres. Neste sentido, Deus não pode validar a palavra enganosa dos hereges concedendo-lhes obras milagrosas.

Uma árvore ruim não pode produzir bons frutos (S. Mateus VII, 17-18).

Esses frutos, explica Santo Agostinho, são as ações do homem. Enquanto este persistir em sua maldade, não poderá fazer obras boas (Santo Agostinho, De Sermone Domini, 2, 24).

Alguns espíritos ecumênicos, esforçando-se para incluir as seitas entre os meios de salvação, afirmam a possibilidade de milagres em qualquer religião citando o seguinte trecho do Evangelho de São Marcos:

“João disse-lhe: Mestre, vimos alguém, que não nos segue, expulsar demônios em teu nome, e lho proibimos. Jesus, porém, disse-lhe: Não lho proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu nome e em seguida possa falar mal de mim. Pois quem não é contra nós, é a nosso favor” (S. Marcos, IX, 38-40). 

Distorcendo a correta interpretação desta passagem, argumentam os indiferentistas em defesa do ecumenismo pós-conciliar, respeitador e favorecedor de todas as heresias. No entanto, o escrito sagrado, se examinado atentamente, não permite essa conclusão modernista.

Ao corrigir o Apóstolo São João, que havia proibido alguém de expulsar demônios porque não os seguia, Nosso Senhor fornece duas importantes informações:

1)    Ninguém que faça um prodígio pode em seguida falar mal de mim;

2)    Quem não é contra nós (Cristo e os Apóstolos), é a nosso favor.


Considerando esses dois princípios, a idéia ecumênica dos milagres não se sustenta. Ora, os hereges sempre acusam a Igreja Católica, recusando aceitar sua doutrina e suas legítimas autoridades. Desprezando a Igreja e seus representantes, rejeitam a Nosso Senhor como Ele mesmo asseverou: “Quem vos ouve, a mim ouve, e quem vos despreza a Mim despreza” (São Lucas X, 16).

Com isso Deus fornece mais uma luz para que os homens não caiam na sedução de certos “festivais de prodígios”. Sabendo que o “milagre” se realiza entre os que atacam e recusam submeter-se à Igreja de Cristo, pregando uma doutrina contrária ao que ela sempre ensinou, não podem concluir senão pela falsidade ou diabolicidade do prodígio.

Na Catena Áurea de Santo Tomás encontramos várias interpretações dos padres e doutores da Igreja que esclarecem os versículos do Evangelho segundo São Marcos (IX, 38-40).

O primeiro deles apresenta a seguinte explicação:

“Muitos dos crentes haviam recebido certos poderes ainda que não estivessem com Cristo, como o de expulsar os demônios, mas nem todos os haviam recebido por ordem, posto que uns haviam-no recebido de uma vida simples…” (Pseudo-Crisóstomo apud Santo Tomás. Catena Áurea: Comentário ao Evangelho de São Marcos, IX, 38-40).

Ainda sobre o mesmo texto:  

“E acrescenta para manifestar que nada deve opor-se ao bem: ‘Ninguém que faça milagres em meu nome poderá, portanto, falar mal de mim’. E o diz àqueles que cairiam em heresia, como Simão, Menandro e Cherinto, os que por outra parte, não operavam milagres em nome de Cristo, senão que os simulavam com certos enganos. Estes ainda que não nos seguem – disse – não poderão dizer verdadeiramente nada importante contra nós, posto que, fazendo milagres, honram meu nome” (Op. Cit.).

Para concluir, as palavras de Santo Agostinho:

“Manifesta assim que aquele de quem havia tratado São João não havia se separado da companhia dos discípulos como para reprovar-lhe como aos hereges, mas como muitas vezes se separa os que, não se atrevendo a receber os Sacramentos de Cristo, se mostram benévolos com os cristãos sem outro objetivo que o de honrar seu nome” (Op. Cit.)

O conjunto dos comentários supra-expostos descarta a interpretação modernista dos milagres. Aquele que expulsava demônios, sem estar com os apóstolos, não era contra Cristo, como os hereges. Pelo contrário, acreditavam sinceramente em Cristo, falando e agindo em seu Nome, mesmo sem pertencerem ao grupo dos apóstolos. Portanto, o exorcista censurado por São João, de fato, seguia Nosso Senhor, embora não andasse com seus discípulos.

Enquanto o exorcista do Evangelho honrava o nome de Cristo e nada poderia dizer contra Ele e seus discípulos, Deus lhe concedia o dom de fazer milagres. Mas, como os hereges blasfemam contra Nosso Senhor, atacando sua Santa Igreja e ao mesmo tempo chamando seu divino fundador de mentiroso, não fazem senão falsos milagres, que afastam as almas da verdadeira religião.

“Por isto – diz São Gregório Magno – a Igreja despreza os ‘milagres’ dos hereges, porque não reconhece neles coisa alguma de santidade” (São Gregório Magno, Moralia, 20, 9).

Se o exorcista defendido por Cristo como sendo seu favorável fazia verdadeiros milagres, outros, embora recorressem ao Nome de Nosso Senhor, não lograram o mesmo êxito, porque não eram convertidos.

O mencionado evento consta nos Atos dos Apóstolos. Vejamo-lo a seguir:

“Alguns judeus exorcistas que percorriam vários lugares inventaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que se achavam possessos dos espíritos malignos, com as palavras: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega. Assim procediam os sete filhos de um judeu chamado Cevas, sumo sacerdote. Mas o espírito maligno replicou-lhes: Conheço Jesus e sei quem é Paulo. Mas vós, quem sois? Nisto o homem possuído do espírito maligno, saltando sobre eles, apoderou-se de dois deles e subjugou-os de tal maneira, que tiveram que fugir daquela casa feridos e com as roupas estraçalhadas” (Atos XIX, 12-18).

Evidentemente, esses judeus não obtiveram sucesso em seu exorcismo porque não seguiam sinceramente Nosso Senhor. O mesmo se pode dizer dos hereges, inimigos ferozes da verdadeira fé, sem a qual é impossível agradar a Deus (Hebreus XI, 6). Separados de Cristo e excluídos da Igreja, nada podem fazer de sobrenatural, a não ser com auxílio das forças diabólicas.   

A própria finalidade dos milagres suplanta o “show prodigioso” dos hereges.

Segundo expõe Santo Tomás, o milagre visa:

1) Confirmar a verdade predicada;
2) Demonstrar a santidade de alguém.

Quanto à primeira espécie de milagres, ensina o Aquinate que qualquer um que ensina a verdadeira fé e invoca o nome de Cristo, pode fazê-los; Quanto à segunda espécie, somente os santos podem realizá-los para dar provas de sua santidade (Parte II-II, q.178 art. 2).

A primeira finalidade dos milagres (confirmar a verdade ensinada) pode ser constatada no seguinte trecho do Evangelho de São Marcos:

“Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com os milagres que a acompanhavam” (S. Marcos XVI, 20).

A segunda (demonstrar a santidade de alguém) verifica-se neste outro trecho:

“Deus fazia milagres extraordinários por intermédio de Paulo, de modo que lenços e outros panos que tinham tocado o seu corpo eram levados aos enfermos; e afastavam-se deles as doenças e retiravam-se os espíritos malignos” (Atos dos Apóstolos XIX, 11-12).

Acerca desse trecho, ratificador da santidade de São Paulo, escreve Teofilato:

“Mas devemos ter presente que a palavra se confirma com a obra, como nos Apóstolos, cujas palavras confirmavam os milagres que os acompanhavam” (Cf. Catena Aurea).

Quando estava diante de Pilatos, Nosso Senhor declarou que veio ao mundo para dar testemunho da verdade (S. João XVIII, 37-38). Os milagres, diz Santo Tomás, são testemunhos daquilo para o qual se realizam. (Parte I-II, q.178 art.2, 2). Ora, Deus não pode dar testemunho contra Si mesmo. Portanto, não pode a Verdade Eterna testemunhar com milagres a mentira das seitas.  

Orientando-se por essas inconfundíveis verdades, dificilmente alguém seria atraído pela propaganda “milagrosa” dos hereges. Os erros contra a fé bastariam para menosprezar esses falsos milagreiros de subúrbio, por mais numerosos e fantásticos que possam parecer seus espetáculos.

Caso Deus Sapientíssimo concedesse milagres aos hereges, muitos seriam enganados por uma falsa santidade e por uma falsa doutrina. E Deus, decreta a divina Escritura, não pode e não quer nos enganar (Números XXIII, 19).
  
O demônio e seus prodígios

Alguns, por ignorância ou por orgulho, recebem positivamente os “maravilhosos” prodígios exibidos pelas seitas. Na maioria dos casos, são impelidos a este erro grosseiro não porque recusam a ideia de que os verdadeiros milagres só acontecem na Igreja Católica, mas porque não encontram outra explicação para o que veem de extraordinário nas reuniões dos hereges. Encantados pelos efeitos “inexplicáveis”, deixam-se arrastar para o abismo da heresia.  

Com razão advertiram os Apóstolos contra as seduções do demônio. O alerta é enfático. São Paulo, referindo-se à segunda vinda de Nosso Senhor, previne os cristãos quanto à origem dos efeitos fantásticos que serão produzidos pelo ímpio:

“A manifestação do ímpio será acompanhada, graças ao poder de Satanás, de toda a sorte de portentos, sinais e prodígios enganadores” (II Tessalonicenses 2,9).

Falando sobre os sinais que precederão seu glorioso retorno, Nosso Senhor acautela contra os prodígios enganadores:    

“Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão sinais e portentos para seduzir, se possível for, até os escolhidos” (São Marcos XIII, 22).

O poder dos ímpios será de origem diabólica. Seus prodígios, por mais fantásticos, não serão propriamente milagres, cuja finalidade é dar testemunho da verdade.

É da astúcia do diabo camuflar a mentira sob aparência de verdade. E ele se esforça para aproximar suas produções, tanto quanto possível, dos milagres divinos. Entretanto, como o anjo das trevas também é criatura finita, com poderes limitados, não pode fazer nada que ultrapasse a ordem da natureza criada, por exemplo, ressuscitar um morto.

Comentando o referido trecho do Evangelho de São Marcos, Santo Agostinho ensina que, enquanto os bons cristãos operam milagres pela pública justiça, os magos e hereges o fazem por contratos ocultos, auxiliados pelas potestades infernais. Concluindo, afirma o santo Doutor não ser absurdo crer que, por intervenção dos poderes inferiores dos anjos rebeldes, seja possível realizar verdadeiros prodígios (Cf. Catena Áurea, Comentário ao Evangelho de São Marcos XIII, 22).

Tratando das manifestações do Anticristo, Santo Agostinho escreve:

“Então ficará Satanás em liberdade, e implantará pelo Anticristo todo seu poder de um modo maravilhoso, ainda que falso. Ocorre que, com freqüência, se duvida da razão que teve o Apóstolo para chamá-los milagres e prodígios falsos. Pode ser que, ofuscados os sentidos, vejam uma aparição que faz o que não pode fazer, ou que, sendo verdadeiros prodígios, enganem aos que creem que só Deus pode fazê-los, não conhecendo o poder do diabo, e menos naquele tempo em que o terá maior que nunca” (op. cit.).

Este poder do príncipe das trevas é detalhadamente descrito no livro de Jó.

O texto sagrado diz que, para comprovar a fidelidade do justo chamado Jó, Deus permite ao demônio destruir os bens deste servo. Para executar o que lhe foi previamente concedido, o demônio fez cair fogo do céu, consumindo as ovelhas e os escravos de Jó. Além disso, produziu um furacão, fazendo desabar a casa sobre os filhos deste justo.

Nota-se com isso que, sob a concessão divina, o demônio tem poder sobre os fenômenos da natureza, podendo provocá-los para atingir seus fins, sempre malévolos.

Sobre isso, Santo Agostinho – e nele apoia-se Santo Tomás – afirma que o demônio pode manipular elementos da natureza, e com seu poder, produzir certos efeitos.

Na última tentativa de abalar a fidelidade de Jó a Deus, o demônio lança sobre ele uma terrível maldição: “Satanás retirou-se da presença do Senhor e feriu Jó com uma lepra maligna, desde a planta dos pés até o alto da cabeça” (Jó II, 7).

Vemos, portanto, que certas doenças também podem ser produzidas pelo demônio. E se ele pode causá-las, também pode retirá-las, sempre visando a perdição das almas.

Santo Tomás faz uma pertinente distinção:

“Alguns milagres não são verdadeiros, mas fatos fantásticos, pelos quais o homem é enganado, de tal modo que pareça ver o que não é. Outros são fatos verdadeiros, mas não são propriamente milagres, e que se devem às causas naturais. Estas duas classes podem ser realizadas pelo demônio” (Parte II-II, q.178, art.2).

Assim sendo, no que diz respeito às curas exibidas aos montes nas reuniões dos hereges, estas podem advir da imaginação e de fraude humana; podem ser “fatos fantásticos” destinados a iludir, ou ainda verdadeiros prodígios produzidos por meio de fenômenos naturais, forjados pelo pai da mentira.

São Francisco de Sales, relatando certas curas entre os não cristãos, não estranha a hipótese de que, com auxílio do diabo, Vespasiano tenha de fato curado um cego e um coxo, cujas deficiências não eram absolutamente incuráveis (Las Controvérsias. Madrid: Casa editorial San Francisco de Sales, 1898, p.199).

Em resposta a uma objeção, Santo Tomás argumenta que os poderes espirituais podem fazer aquelas coisas que se fazem visivelmente neste mundo, utilizando por movimento os germes dos corpos (Parte I, q.110, art.4, 3). Santo Agostinho é do mesmo parecer, dizendo que os demônios podem utilizar certos germes que se encontram nos elementos materiais (Parte I, q. 114, art.4, 2).

Ainda sobre os poderes do demônio, escreve Santo Tomás:

“[...] todas as mudanças das coisas corporais que podem realizar-se por qualquer virtude natural, entre os quais estão os germes mencionados, podem realizar-se pela operação dos demônios utilizando tais germes. Exemplo: Ao converter certas coisas em serpentes ou rãs, as quais podem engendrar-se na putrefação. Mas as mudanças das coisas materiais que não podem realizar-se por virtude da natureza, de nenhum modo podem realizar-se na realidade pela ação dos demônios, como que o corpo humano se converta em corpo de besta ou que um corpo morto ressuscite. E se assim alguma vez parece fazer-se isso por virtude dos demônios, não é assim na realidade, mas só na aparência” (op. cit.).

Por sua natureza angélica, o demônio consegue fazer coisas que ultrapassam o poder e a previsão dos homens. Assim como certos truques, pela habilidade de quem os realiza, escapam ao alcance dos sentidos causando admiração, o demônio, com muito mais facilidade, executa ações que excedem o poder e o conhecimento humano, induzindo a crer que constituem verdadeiras manifestações milagrosas. Embora pareçam milagres para os homens, as obras prodigiosas dos demônios não chegam a essa categoria.

Ademais, se os anjos decaídos podem operar certas coisas dentro da ordem da criação, produzindo fenômenos naturais, manipulando ou movendo certos elementos contidos nos corpos, podem também alterar a imaginação e mesmo os sentidos das pessoas, levando-as a perceber algo como real, quando na verdade não é. (Parte I, q.114, art.4).

Essa ilusão demoníaca também pode ocorrer quando, a partir do ar, o demônio forma um corpo de qualquer forma e figura para aparecer visivelmente disfarçado. E o anjo das trevas não só pode assumir uma falsa aparência, como pode ocultar qualquer objeto corpóreo sob qualquer forma corpórea, de tal modo que não seja visto (Op. cit.).

Ora, São Paulo advertiu os cristãos de Corinto sobre o disfarce do diabo de “anjo da luz”. Aquele que é treva se apresenta em forma disfarçada de luz, ocultando a si mesmo e aos objetos.   

Assim compreendemos porque Nosso Senhor preveniu os homens contra os embustes do demônio. Ele conhece bem esta criatura rebelada que, possuindo natureza superior à dos homens, os enganaria com sua astúcia. Por isso instituiu a Igreja, que pela luz da Fé, confirma a verdade e destrói as manobras mentirosas do diabo.   

Apesar dos grandes poderes do diabo, suas falcatruas, embora prodigiosas, não resistem ao brilho da verdade. Quem sabe, se o demônio não estivesse tão esquecido nos seminários, nas Igrejas e até nos sermões clericais, o povo não seria tão facilmente enganado pelas seduções milagreiras dos hereges, algumas vezes auxiliados pelos anjos malignos.

A religião relativizada, somada à extinção – ou corrupção – da instrução religiosa nas paróquias, favoreceu essa busca por espetáculos sobrenaturais, onde quer que aconteçam. Um simples “prodígio” já é suficiente para arrastar multidões. Por desejo insaciável de milagres, desprezam as palavras que Nosso Senhor dirigiu ao apóstolo incrédulo, porque exigiu provas de sua divindade: “Felizes aqueles que crêem sem ter visto” (S. João XX, 29).

É verdade que para a rápida difusão e adesão ao Evangelho de Cristo, os milagres foram abundantes nos primeiros séculos. Segundo explica São Gregório Magno, isso foi necessário no começo da Igreja porque era preciso regar a semente da Fé com milagres. Porém, observa este santo Papa e doutor da Igreja que, na medida em que a “árvore” da fé está devidamente enraizada, tal como as plantas, deixa-se de regá-la com a “água” dos milagres (Cf. Catena Áurea: Comentário ao Evangelho de São Marcos XVI, 16-19).  

Sobre isso explica Santo Agostinho:

“A Igreja católica, estando uma vez difundida e estabelecida por toda a terra, aqueles milagres não foram mais consentidos ao nosso tempo.Isso para que o nosso espírito não exija sempre coisas visíveis, e que o gênero humano não se arrefeça pelo costume de se apoiar nesses bens, com cuja novidade se tinha inflamado” (A Verdadeira Religião. 2ª ed. São Paulo: Edições Paulinas, 1987, p.80, grifo nosso).

Embora haja em Deus uma sapientíssima razão para esse arrefecimento dos milagres em relação aos primeiros séculos, eles nunca deixaram de existir na Igreja Católica, seja para confirmar sua doutrina e divindade, seja para confirmar a santidade de alguns de seus membros.

Acontece que, paralelamente, o diabo nunca deixou de tentar falsificar as obras de Deus. Ele não só quer enganar com seus plágios mal feitos, mas também vulgarizar os milagres divinos com seus prodígios, de modo a produzir, concomitantemente, fanatismo e desprezo.

Como sempre, quer enganar os católicos propondo falsos dilemas: ou se aceita tudo como milagre ou os nega completamente. Os dois extremos são falsos e cooperam para distorcer ou negar as maravilhas de Deus a fim de confundir as almas.

O diabo, por mais poderoso que seja em relação aos homens, sempre deixa falha em suas obras. Seus prodígios, ainda que fantásticos, nunca conseguem copiar perfeitamente os milagres divinos. Somente Deus perfeito pode produzir milagres perfeitos. Os anjos decaídos, apesar dos poderes que possuem, estão privados de perfeição. Ademais, enquanto criaturas que são, situam-se infinitamente abaixo de Deus.

Daí que, mesmo tratando-se de um anjo, é possível distinguir os sinais das obras do demônio se comparados aos das obras de Deus.

Em sua Apologética Cristã, o Padre W. Devivier faz algumas importantes ponderações:

“Sejam quais forem as faculdades naturais de que ele [o demônio] dispõe e de que na sua queda não ficou despojado, é certo que este inimigo de Deus nada pode fazer sem a permissão do soberano Senhor de todas as criaturas. Ora nunca a verdade, bondade e santidade de Deus poderão permitir que este anjo rebelde imite as divinas obras a ponto de invencivelmente induzir o homem ao erro e o levar deste modo à eterna perdição. Dizemos invencivelmente, porque havendo Deus feito o homem racional, não o dispensa do uso da razão para se garantir contra as ilusões” (Pe. W. Devivier S.J. Apologética Cristã. São Paulo: Editora-Proprietaria, 1924, p. 151).  

Na distinção de fatos miraculosos e prodígios diabólicos, deve-se levar em contra três pontos, segundo orienta Santo Tomás: a pessoa que opera o milagre, a intenção pela qual opera e a maneira como opera. Assim, as qualidades pouco recomendáveis dos indivíduos de que se serve o diabo, a doutrina imoral que sustentam e os procedimentos pouco dignos que os acompanham, são alguns sinais da intervenção diabólica (op. cit.).

As obras de Nosso Senhor possuem efeitos diametralmente opostos, pois que sempre apresentam os sinais do poder divino, da simplicidade e da bondade. Nelas não encontramos extravagância, nem ostentação ou intenção de espantar, além de estarem sempre relacionadas com os ensinamentos dogmáticos e morais (op. cit., p. 152).

De todos esses sinais reveladores da autoria divina nos milagres, a verdade é a arma mais eficaz contra as falsificações do diabo. Jamais o pai da mentira fará um prodígio para confirmar uma verdade de Deus. Seu invencível desejo é precipitar as almas no inferno, induzindo-as ao pecado e aos erros contra a fé. Podemos dizer então que, onde reina a verdade, não pode haver prodígio diabólico destinado a confirmá-la. E, onde reina a mentira, não podem existir os milagres que ratificam a ortodoxia e a autoridade.

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Grande parte do clero infelizmente aposentou a verdade. Depois do Vaticano II, voltou-se para as coisas da terra, desprezando e até negando os tesouros do Céu.

Privadas do nobre alimento da verdade, as almas famintas partiram em busca das novidades, encontrando na mentira o doce atrativo para saciá-las. Abandonadas pelos pastores e vazias da verdade espiritual, não lhes restou alternativa senão apegar-se aos sinais concretos. Diante da fome e da sede de verdade, os prodígios lhes pareceram então como agradável consolo.

E, quando já não se tem mais o pão da verdade, qualquer coisa parece verdadeira e agradável. Até mesmo as seduções do diabo…

Quando os pastores voltarem a ensinar, as trevas serão novamente desmascaradas. E o que hoje se tornou obscuro pela ignorância e pela falta de virtude, tornar-se-á claro pelo sol da verdade. É pelo anúncio da verdade revelada que as almas serão libertas dos erros, das ilusões diabólicas e dos falsos milagres, cumprindo assim o que disse Nosso Senhor:

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (S. João VIII, 32).

 Conclusão: milagres apenas na Igreja Católica

Não discutiremos as objeções racionalistas contra a realidade dos milagres. Como este artigo se direciona àqueles que acreditam em sua possibilidade, limitamo-nos a demonstrar unicamente que, por sua natureza e finalidade, apenas na Igreja de Cristo eles se realizam.

Que Nosso Senhor fez muitos milagres é fato indiscutível. Que Ele prometeu testemunhar sua divina religião com fatos milagrosos, atestam-nos suas próprias palavras. Disso se deduz que, para descobrir os verdadeiros milagres, requer-se antes a identificação da verdadeira religião.

É um erro, portanto, ignorar os princípios em favor dos milagres, tal como acontece em nossos dias.

São vários os caminhos que levam a origem divina da Igreja Católica. A perfeição de sua doutrina, o heroísmo e a fidelidade de seus mártires, sua própria história, repleta de glórias contra os erros e as perseguições, sua sobrenatural caridade, convertendo povos inteiros, mudando costumes e leis, promovendo o progresso e a elevação cultural das nações, todos esses caminhos indicam a santidade e a divindade da religião católica.

Poderíamos provar a ligação existente entre a Igreja e seu divino fundador pelo estudo das fontes cristãs. Examinado a Escritura Sagrada e os textos da Tradição, enxergamos com inevitável clareza que a Igreja Católica é a Igreja de Nosso Senhor. Somente ela recebeu de Cristo os poderes de ensinar, governar e santificar. As seitas não passam de criações humanas, geradas no cisma e no ódio à verdadeira religião.

A ação da Igreja no mundo, transformando as sociedades de modo milagroso, constitui outro terreno também indicador de sua divindade. Sendo fonte inesgotável de virtudes, é a única sociedade perfeita edificada por Nosso Senhor. Do contrário, não poderia ser causa de valores tão sublimes.        

Desses sinais característicos da verdadeira revelação, os santos padres preferiram destacar o valor demonstrativo dos milagres e das profecias, tendo-os por testemunhos irrecusáveis da divindade e santidade da Igreja. Nada se compara aos milagres da Igreja Católica, cuja magnitude ultrapassa os limites da capacidade humana e de toda a ordem da natureza criada.  

Poderíamos aduzir uma infinidade deles. Aqui citaremos apenas três, suficientes para ridicularizar as miseráveis realizações dos hereges. 

A liquefação do sangue de São Januário, presenciada todos os anos com dia e hora prevista pela multidão de fiéis de Nápoles, compõe a lista dos espetaculares milagres, tesouros exclusivos da Igreja Católica.    

Conservado em estado sólido em uma pequena redoma de cristal, o sangue do santo mártir volta ao seu estado líquido, quando exposto diante de sua cabeça, começando a ferver e borbulhar, como se estivesse fresco e recém derramado.

Este estupendo milagre, jamais interrompido, também sofreu os ataques racionalistas, sempre empenhados em negar qualquer realidade milagrosa. Como sempre, apesar dos esforços em contrário, o fenômeno permanece intacto ante a incredulidade dos céticos.

Nem mesmo nos ataques o diabo age com perfeição. Por mais sutis que sejam seus argumentos, sucumbem diante das obras de Deus. Assim, como em outros numerosos casos, nada resiste ao glorioso milagre de São Januário, sublime e desafiador do racionalismo dos ateus.

Como os demais, este milagre visa testemunhar a santidade do mártir e, concomitantemente, a santidade e divindade da Igreja. Não há quem o explique por meios naturais. Por sua grandeza e perfeição inexplicável, apresenta-se definitivamente como mais um selo de Deus em favor de sua única religião verdadeira.        

Outro milagre, também magnífico pelas proporções, aconteceu em Fátima, sob os olhares atentos de 70 mil pessoas. Conforme prometido pela Virgem Maria aos três pastorinhos, no dia 13 de outubro de 1917 o sol literalmente “bailou”, e após girar de modo enlouquecido, caiu em ziguezague em direção à terra. O fato foi testemunhado pela imprensa da época, a saber, o jornal “O Século”.

Esse fenômeno extraordinário foge às leis físicas, emudecendo, pelo eloqüente espetáculo, as vozes ateias do mundo moderno. Não pode o diabo operar prodígio tão estupendo. Por sua natureza finita, ele não pode suspender uma lei de Deus, menos ainda para seu próprio benefício. E, de modo algum, eventos desse porte poderão existir entre os hereges. O nível do milagre católico denota a majestade da Igreja e a certeza de que somente nela Deus manifesta seu poder sobrenatural.

Igualmente surpreendentes são os corpos dos santos preservados da corrupção natural, após muito tempo do falecimento. Assim que morre, o corpo humano entra em estado gradativo de decomposição. No entanto, em casos particulares de intervenção divina, essa lei universal não exerceu influência nos corpos de alguns santos, permanecendo até hoje intactos.

Submetidos ao exame da ciência, não há causa natural ou artificial que explique a incorruptibilidade dos corpos. Por exemplo, o corpo de Santa Catarina de Bolonha, falecida em 1463, portanto, há mais de 500 anos. Exalando perfume, após seu sepultamento, seguido de muitos milagres, seu corpo foi examinado e sua incorruptibilidade devidamente confirmada.

Muitos outros corpos de santos foram maravilhosamente preservados da corrupção, indubitavelmente por intervenção divina.  

Nada se compara a esses feitos milagrosos. Enquanto as seitas rivalizam entre si, oferecendo curas e poções milagrosas, nenhuma delas ousa sequer reproduzir os fascinantes milagres da Igreja católica. Ou as seitas se contentam com seus falsos e ridículos prodígios, ou são obrigadas a reverenciar os verdadeiros milagres que testemunham, sem possibilidade de contestação, a santidade e divindade da Igreja Católica.

Os frutos das trevas não se comparam aos frutos da luz (Efésios V, 9).

E pelos frutos, diz Nosso Senhor, se conhece a árvore…


In Corde Jesu, semper
Eder Silva

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Perda de Fiéis


Faço parte de uma Igreja no qual, milhões de fiéis nos últimos trinta anos, foram ser fiéis a outros pregadores. Já eram fiéis a Jesus sendo fiéis aos nossos ensinamentos, mas agora dizem ser mais fiéis a Jesus sendo fiéis a outras doutrinas. A liberdade do coração humano pode ser questionada, mas é um fato. Todos os dias alguém deixa alguém e vai erguer outro lar, um político deixa seu partido de vai para outro, funcionários trocam de firma por mais dinheiro e chances, artistas mudam de emissora, cantores de gravadora, jogadores de time, religiosos de ordem ou congregação e crentes de igreja ou até de religião. E há religiosos que ficam ateus e ateus que se tornam religiosos. É volúvel o coração humano. Muitos que acham ou acharam depois confessam que não tinham achado… As histórias de Gedeão, Sansão e Salomão falam de heróis que perderam o rumo e de devotos que terminaram seus dias matando e adorando os deuses. Salomão assusta. É de se admirar que alguém ainda imite Salomão e Gedeão e os aponte como modelo. Sábios como qual Salomão: o do templo, o poeta, o que matava ou o idólatra? Fiéis como qual Gideão? O que matava, esfolava, roubava e que terminou seus dias vendo um filho bastardo matar seus outros 69 filhos? O pai violento em nome de Deus que quebrou estátuas dos outros e empatou a fé a ferro, a fogo e a mentiras passou seu terrorismo aos filhos.


Sou membro de uma Igreja que até recentemente era a que mais perdia fieis para outras. Agora as outras que levavam nossos fieis estão provando do mesmo veneno. Seus fiéis estão indo para outras igrejas congêneres.



Agora quem mais muda de igreja não são os católicos e, sim, os convertidos de ontem que se convertem outra vez para Jesus, mas numa nova congregação. É duro ter que dizê-lo, mas  o ditado popular o lembra: Infiel uma vez, infiel duas ou três. Fidelidade não parece ser o forte de nossos dias. Tem valido mais o projeto pessoal e a vantagem pessoal de quem muda. Se o faz é por achar que ganha alguma coisa com a mudança. Senão, não o faria. Se aparecer alguém com melhor oferta, mudará! É o pragmatismo levado ao púlpito e ao altar.



Se isto o assusta ou preocupa? Não. Quem foi embora deve saber por que foi, quem pensa em voltar deve saber por que está voltando e quem se acha mais de Deus que os outros deve saber por que diz o que diz. Se não sabe, está brincando de crer!



Pe. Zezinho, scj

domingo, 9 de junho de 2013

Mensagem do Papa por ocasião do Congresso Eucarístico Nacional da Alemanha


Mensagem do Papa Francisco por ocasião do Congresso Eucarístico Nacional da Alemanha 
(Colônia, 5 a 9 de junho de 2013)
Domingo, 9 de junho de 2013

Aos venerados Irmãos,

o Cardeal Joachim Meisner
Arcebispo de Colônia

Dom Robert Zollitsch
Presidente da Conferência Episcopal Alemã,

Com o tema “Senhor, a quem iremos? (Jo 6, 69), reúnem-se nestes dias os católicos da Alemanha e os fiéis de países vizinhos em ocasião do Congresso Eucarístico Nacional em Colônia. O evento se insere na longa tradição da adoração da Eucaristia presente naquela cidade, uma entre as primeiras a celebrar, a partir do século XIII, a Festa de Corpus Christi, com procissões do Santíssimo Sacramento, e sede de um Congresso Eucarístico Mundial em 1909. Portanto envio com prazer a Roma o Cardeal Paul Josef Cordes como meu Enviado Especial para manifestar a minha viva comunhão espiritual com os católicos alemães, e para exprimir a comunhão universal da Igreja. O Pai Celeste doe a todos os participantes abundantes frutos de graça da adoração do Cristo eucarístico.

“Senhor, a quem iremos?”. Com esta pergunta, diante da incompreensão de muitos ouvintes de Jesus, que queriam se aproveitar egoístamente Dele, São Pedro se faz porta-voz dos seguidores fiéis. Os discípulos não param na satisfação mundana daqueles que foram saciados (cfr GV 6, 26) e que, todavia, trabalham pela comida que perece (cfr Jo 6, 27). Certamente, também Pedro conhece a fome; por longo tempo não encontrou comida que o pudesse saciar. Depois entrou em contato com o homem de Nazaré. Seguiu-o. Agora ele conhece o seu Mestre não somente por ouvir dizer. Nas relações diárias com Ele cresceu uma confiança sem reservas. Esta é a fé em Jesus; e não sem razão Pedro espera do Senhor a desejada vida em abundância (cfr Jô 10, 10).


“Senhor, a quem iremos?”. Também nós, membros da Igreja de hoje, colocamos a nós esta pergunta. Mesmo se essa é talvez mais titubeante na nossa boca que nos lábios de Pedro, a nossa resposta, como aquela do Apóstolo, pode ser somente a pessoa de Jesus. Certo, Ele viveu há dois mil anos. Porém nós podemos encontrá-Lo no nosso tempo quando escutamos a sua Palavra e estamos próximos a Ele, de modo único, na Eucaristia. O Concílio Vaticano a chama “ação sagrada por excelência, e nenhuma outra ação da Igreja se iguala à sua eficácia no mesmo título e com a mesma intensidade” (Const. Sacrosanctum Concilium, 7). Que a Santa Missa não caia para nós na rotina superficial! Que atinjamos sempre mais a sua profundidade! É propriamente essa a nos inserir na imensa obra de salvação de Cristo, a aguçar a nossa visão espiritual para o seu amor: para a sua “profecia em ação” com a qual, no Cenáculo, deu início à doação de Si na Cruz; para a sua vitória irrevogável sobre o pecado e sobre a morte, que proclamamos com orgulho e de modo festivo. “É preciso aprender a viver a Santa Missa”, disse um dia o Beato João Paulo II aos jovens em um Seminário romano que o interrogavam sobre a contemplação profunda com a qual celebrava (Visita ao Pontifício Colégio Alemão Húngaro, 18 de outubro de 1981). “Aprender a viver a Santa Missa”! Nisto nos ajuda, nos introduz, a pausa em adoração diante do Senhor eucarístico no tabernáculo e o receber o Sacramento da Reconciliação.

“Senhor, a quem iremos?”. Tal pergunta colocam, enfim, alguns contemporâneos, que – lucidamente ou com obscuro pressentimento – ainda estão em busca do Pai de Jesus Cristo. A eles, o Redentor quer vir ao encontro através de nós, que, graças ao Batismo, transformamo-nos seus irmãos e irmãs e que, na Eucaristia, recebemos a força de levar juntos com Ele a sua missão de salvação. Com a nossa vida e com as nossas palavras devemos anunciar a eles aquilo que reconhecemos junto a Pedro e aos Apóstolos: “Senhor, tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6, 68). O nosso testemunho vai inflamá-los assim como nós fomos inflamados por Cristo. Nós todos, bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e leigos temos o compromisso de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus.

Encontrar Cristo, confiar em Cristo, anunciar Cristo – são os pilares da nossa fé que se concentram, sempre de novo, no ponto focal da Eucaristia. A celebração do Congresso Eucarístico, durante este Ano da Fé, anuncia com renovada alegria e certeza: o Senhor da Igreja vive nela. Com a minha cordial saudação, concedo de coração a todos vós a Benção Apostólica.



Do Vaticano, em 30 de maio de 2013, Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo,



Franciscus


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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Nota sobre a "Pílula do dia seguinte"


Segundo a notícia veiculada recentemente pelo Liberal (02.05.13) a FDA (Administração de alimentos e medicamentos) dos Estados Unidos, autorizou no dia 30 de abril a venda sem necessidade de receita da pílula do dia seguinte para as adolescentes a partir dos 15 anos. Esta decisão responde a um pedido da fabricante Teva Pharmaceuticals Industries para a venda livre da pílula a todos as mulheres em idade reprodutiva. Portanto, por um interesse puramente comercial.

O fato de ter sido aprovada nos EUA não justifica não oferece garantia humanista nem ética nenhuma da pílula em questão. Notícias semelhantes a partir das autoridades brasileiras estão suscitando receio, apreensão e revolta. Desde o ponto de vista ético, da saúde e da inviolabilidade da vida humana , a pílula do dia seguinte levanta questionamentos graves com relação a inviolabilidade da vida humana,às  atitudes a serem tomadas pelos pais e à própria saúde espiritual e biológica das adolescentes.


A par dos meios contraceptivos propriamente ditos, que impedem a concepção resultante do ato sexual, existem outros meios técnicos que atuam depois da fecundação, quando o embrião já está constituído, antes ou depois da implantação no útero. Estas técnicas são interceptivas, se interceptam o embrião antes da sua implantação no útero materno e contra-gestativas, se provocam a eliminação do embrião apenas implantado. [DP 43]

Como se sabe, o aborto “é a morte deliberada e direta, independentemente da forma como é realizada, de um ser humano na fase inicial da sua existência, que vai da concepção ao nascimento”  ( João Paulo II, Evangelium Vitae 58). Portanto, tanto as técnicas interceptivas como as contra-gestativas provocam de modo direto a morte de um ser humano que deve ser “respeitado e tratado como pessoa desde a sua concepção e por isso, desde esse momento devem-lhe ser reconhecidos os direitos da pessoa, entre os quais o primeiro de todos: o direito inviolável de cada ser humano inocente a vida” (DV 1). Um verdadeiro ser humano inocente. Ele nunca pode ser um agressor.Ele é tão frágil, tão indefeso, sem a defesa dos gemidos ou do choro do recém nascido, totalmente entregue à proteção e aos cuidados de uma mãe, quem precisamente algumas vezes decide sua eliminação e até a provoca.

Os meios interceptivos mais conhecidos são o DIU e a chamada “pílula do dia seguinte”. Os resultados experimentais demonstram  que o efeito de impedir a implantação está certamente presente mesmo se não signifique que os interceptivos provoquem um aborto sempre que se os tome, até porque nem sempre, depois da relação sexual, se dá a fecundação. Esta pílula contém altas doses de hormônios que impedem a ovulação. Ela dificulta o encontro do espermatozóide com o óvulo. Quando o espermatozóide se uniu ao óvulo e ainda não se fixou no útero (A nidação ainda não ocorreu) a pílula altera a camada interna do útero , no endométrio. Isso impede a fixação do óvulo fecundado (Zigoto-embrião) que será eliminado, abortado.

Sabemos que a partir do momento em que o óvulo é fecundado , inaugura-se uma nova vida que não é do pai ou da mãe  e sim  um novo ser humano. A esta evidência de sempre a ciência genética moderna oferece preciosas confirmações. Esta doutrina permanece valida e consolidada pelas recentes aquisições da biologia humana que reconhece no zigoto (Célula resultante da fusão dos núcleos dos dois gametas), já está constituída a identidade biológica de um novo individuo humano (EV 60).      

Por outra parte, a contra-gestação que provoca a eliminação do embrião apenas implantado acontece principalmente pela pílula RU 486 ou Mifepristone, as prostaglandinas e o Methotrexate.  Contra-gestação que se pratica habitualmente dentro de uma ou duas semanas depois da constatação do atraso menstrual. O objetivo declarado é fazer vir a menstruação, mas na realidade, trata-se do aborto de um embrião apenas anidado.

Segundo Jennider Wider, especialista em saúde feminina da Cosmo Radio (Metropolitan) a pílula do dia seguinte tem efeitos colaterais: náuseas, vômitos, dor de cabeça, cansaço, sensibilidade mamária (Em 24horas). Wider lembra que essa pílula e uma verdadeira “bomba” hormonal. O seu uso exagerado pode trazer graves conseqüências para o organismo das mulheres. Por exemplo, a alta dose de hormônios pode desregular o ciclo menstrual. Sobrecarrega o fígado onde o hormônio é metabolizado. Por sua vez, o excesso de hormônios pode é metabolizado. Por sua vez, o excesso de hormônios pode levar a queda dos cabelos e a diminuição da libido.

Todos os autores consultados, também os que prescindem de toda consideração ética, chamam a atenção sobre a necessidade de não utilizar a pílula pós-coital ou do dia seguinte como recurso rotineiro. Nunca como método de controle de natalidade. Meninas de relações sexuais com certa regularidade, devem procurar orientação necessária segundo as condições de seu organismo e faixa de idade.
        
Quem entre nós pode garantir às nossas adolescentes estes serviços? Que tipo de atendimento realista pode proporcionar um sistema de saúde como o nosso no Brasil? Onde encontrar no interior da nossa Amazônia posto de saúde competente e responsável para informar e orientar as adolescentes ou a qualquer mulher?
        
Que ideologia, que desumanidade está por detrás destas abominações? Quem está querendo invadir a área dos direitos fundamentais dos pais, da família em mais outro setor tão sensível e fragilizado como é a vida humana e o das nossas adolescentes? É o “pensamento único” do nosso governo em muitos aspectos desatualizado, e reacionário e portanto, tirânico ?
        
E a desinformação por sistema? “Todo mundo pensa que pílula não falha. Falha, sim, mesmo que a mulher tenha tomado direitinho” (J. Mendes Aldrighi, Médico, Professor de Ginecologia do Dep. de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de São Paulo.”.)” A eficácia da pílula se tomada corretamente( Nas 24horas após relação sexual é de 90% “(Wider).
        
A vida humana é sagrada e inviolável em cada momento da sua existência, inclusive na fase inicial que precede o nascimento. Desde o seio materno o homem pertence a Deus que tudo perscruta  e conhece, que o plasma com suas mãos, que vê quando ainda é um pequeno embrião informe e que nele entrevê o adulto de amanhã. “Quando está ainda no seio materno –como testemunham numerosos textos bíblicos – já o homem é objeto muito pessoal da amorosa e paterna providência de Deus” (EV 61).

Conhecer, defender, promover o evangelho da vida que é o mesmo evangelho do amor, é a única garantia de futuro, de esperança no presente desespero e da verdadeira paz!


Marajó, 07 de maio de 2013

Dom José Luis Azcona

Bispo do Marajó

Papa fala do Coração de Jesus como o símbolo real da misericórdia de Deus.


ANGELUS
Praça São Pedro
Domingo, 9 de junho de 2013

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O mês de junho é tradicionalmente dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, máxima expressão humana do amor divino. Na sexta-feira passada, de fato, celebramos a solenidade do Coração de Cristo, e esta festa dá o tom de todo o mês. A piedade popular valoriza muito os símbolos, e o Coração de Jesus é o símbolo por excelência da misericórdia de Deus; mas não é um símbolo imaginário, é um símbolo real, que representa o centro, a fonte da qual surgiu a salvação para toda a humanidade.

Nos Evangelhos encontramos diversas referências ao Coração de Jesus, por exemplo na passagem em que o próprio Cristo disse: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas” (Mt 11, 28-29). Fundamental, então, é a passagem da morte de Cristo segundo João. Este evangelista de fato testemunha aquilo que viu no Calvário, que um soldado, quando Jesus já estava morto, abriu-Lhe o lado com uma lança e daquela ferida saíram sangue e água (cfr Jo 19, 33-34). João reconheceu naquele sinal, aparentemente casual, o cumprimento da profecia: do coração de Jesus, Cordeiro imolado na cruz, vem para todos os homens o perdão e a vida.


Mas a misericórdia de Jesus não é somente um sentimento, é uma força que dá vida, que levanta o homem! Isto nos diz também o Evangelho de hoje, no episódio da viúva de Naim (Lc 7,11-17). Jesus, com os seus discípulos, está chegando a Naim, um vilarejo da Galileia, propriamente no momento no qual acontece um funeral: leva-se para a sepultura um rapaz, filho único de uma mulher viúva. O olhar de Jesus se fixa subitamente na mãe em pranto. Diz o evangelista Lucas: “Vendo-a, o Senhor foi tomado de grande compaixão para com ela” (v. 13). Esta “compaixão” é o amor de Deus pelo homem, é a misericórdia, isso é, a atitude de Deus em contato com a miséria humana, com a nossa pobreza, o nosso sofrimento, a nossa angústia. O termo bíblico “compaixão” evoca o útero materno: a mãe, de fato, tem uma reação típica diante da dor dos filhos. Assim nos ama Deus, diz a Escritura.

E qual é o fruto deste amor, desta misericórdia? É a vida! Jesus disse à viúva de Naim: “Não chores!”, e depois chamou o rapaz morto e o despertou como de um sono (cfr VV. 13-15). Pensemos nisto, é belo: a misericórdia de Deus dá vida ao homem, ressuscita-o da morte. O Senhor nos olha sempre com misericórdia; não esqueçamos isto, nos olha sempre com misericórdia, nos espera com misericórdia. Não tenhamos medo de nos aproximarmos Dele! Tem um coração misericordioso! Se mostrarmos a Ele as nossas feridas interiores, os nossos pecados, Ele sempre nos perdoa. É pura misericórdia! Vamos para Jesus!

Voltemo-nos à Virgem Maria: o seu coração imaculado, coração de mãe, partilhou ao máximo a “compaixão” de Deus, especialmente na hora da paixão e da morte de Jesus. Que Maria nos ajude a sermos mansos, humildes e misericordiosos com os nossos irmãos.
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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Por que o Católico não pode ser Espírita?


Cada religião possui seus dogmas, seus artigos de fé. Se duas religiões possuíssem os mesmos pensamentos e dogmas não seriam duas, mas apenas uma. Por isso, uma pessoa não pode participar de duas religiões, pois não cumprirá honestamente nem uma, nem outra.

O católico não pode ser espírita porque:

1. O católico admite a possibilidade do Mistério e aceita Verdades sempre que tem certeza que foram reveladas por Deus. O espírita proclama que não há mistérios e tudo o que a mente humana não pode compreender é falso e deve ser rejeitado.


2. O católico instruído crê que Deus pode e faz milagres. O espírita rejeita a possibilidade de milagres e ensina que Deus também deve obedecer as leis da natureza.

3. O católico crê que a Bíblia foi inspirada por Deus e, portanto, não pode conter erros em questão de fé e moral. O espírita declara que a Bíblia está cheia de erros e contradições e que esta nunca foi inspirada por Deus.

4. O católico crê que Jesus enviou o Espírito Santo aos apóstolos e seus sucessores para que pudessem transmitir fielmente a sua doutrina. O espírita declara que os apóstolos e seus sucessores não entenderam os ensinamentos de Cristo e que tudo quanto transmitiram está errado ou foi falsificado.

5. O católico crê que o papa, sucessor de São Pedro, é infalível em questões de fé e moral. O espírita declara que os papas só espalharam o erro e a incredulidade.

6. O católico crê que Jesus instituiu a Igreja para continuar a sua obra. O espírita declara que até a vinda de Allan Kardec, a obra de Cristo estava inutilizada e perdida.

7. O católico crê que Jesus ensinou toda a Revelação e que não há mais nada para ser revelado. O espírita proclama que o Espiritismo é a terceira revelação, destinada a retificar e até mesmo substituir o Evangelho de Cristo.

8. O católico crê no mistério da Santíssima Trindade. O espírita nega esse augusto mistério.

9. O católico crê que Deus é o Criador de tudo, Ser pessoal, distinto do mundo. O espírita afirma que os homens são partículas de Deus (verdadeiro panteísmo).

10. O católico crê que Deus criou a alma humana no momento de sua união com o corpo. O espírita afirma que nossa alma é resultado de lenta e longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.

11. O católico que o homem é uma composição substancial entre corpo e alma. O espírita afirma que é composto entre perispírito e alma e que o corpo é apena um invólucro temporário, um "alambique para purificar o espírito".

12. O católico obedece a Deus que, sob severas penas, proibiu a evocação dos mortos. O espírita faz desta evocação uma nova religião.

13. O católico crê na existência de anjos e demônios. O espírita afirma que não há anjos, mas espíritos evoluídos e que eram homens; que não há demônios, mas apenas espíritos imperfeitos que alcançarão a perfeição.

14. O católico crê que Jesus é verdadeiramente o Filho Unigênito de Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. O espírita nega esta verdade fundamental da fé cristã e afirma que Cristo era apenas um grande médium e nada mais.

15. O católico crê também que Jesus é verdadeiro homem, com corpo real e alma humana. Grande parte dos espíritas afirma que Cristo tinha apenas um corpo aparente ou fluídico.

16. O católico crê que Maria é a Mãe de Deus, Imaculada e assumpta ao céu. O espírita nega e ridiculariza todos os privilégios de Maria.

17. O católico crê que Jesus veio para nos salvar, por sua Paixão e Morte. O espírita afirma que Jesus não é nosso Redentor, mas apenas veio para ensinar algumas verdades e de modo obscuro; e que cada pessoa precisa remir-se a si mesma.

18. O católico crê que Deus pode perdoar o pecador arrependido. O espírita afirma que Deus não pode perdoar os pecados sem que se proceda rigorosa expiação e reparação feita pelo próprio pecador, sempre em novas reencarnações.

19. O católico crê nos Sete Sacramentos e na graça própria de cada Sacramento. O espírita não aceita nenhum Sacramento, nem mesmo o poder da graça santificante.

20. O católico crê que o homem vive uma só vez sobre a Terra e que desta única existência depende a vida eterna. O espírita afirma que a gente nasce, vive, morre e renasce, e progride continuamente (reencarnação).

21. O católico crê que após esta vida exista o céu e o inferno. O espírita nega, pois crê em novas reencarnações.


Professor Felipe Aquino