segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O "templo" de Macedo e o dia em que Marta decidiu expropriar o Cristo Redentor!


Todos vimos autoridades federais, estaduais e municipais ao lado do autoproclamado bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus, na inauguração do dito “Templo de Salomão”, em São Paulo. A obra não tinha sido liberada pelo Corpo de Bombeiros (exigência legal), e há severas suspeitas de irregularidades na concessão do alvará da Prefeitura. Mas, em tempos de eleição, os políticos gostam de se aproximar da religião. Mormente quando se trata de mais um empreendimento de Edir Macedo, que, a cada dia, força mais a semelhança com uma caricatura de profeta. E não venham me patrulhar. Os evangélicos sabem o respeito que tenho por eles. Sou um duro crítico da forma preconceituosa como são tratados pela imprensa. Mas não gosto quando uma igreja decide ser dona de um partido político e quando um líder religioso decide ser “governo” — pouco importando quem esteja no poder.

Muito bem! No caso do Templo de Salomão, as autoridades não quiseram saber em que estágio estava o cumprimento da lei. Também o Cristo Redentor, no Rio, foi peça de uma patranha política — esta de outra natureza. Leiam a coluna de Merval Pereira, publicada no Globo. Volto em seguida.
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Cúria quase perde Cristo

Chega de Brasília uma informação que pode ser considerada bizarra, mas que também pode ter implicações mais graves. No impasse acerca do filme de José Padilha sobre o Rio, que a Cúria Metropolitana vetou inicialmente por considerar que a figura do Cristo Redentor havia sido desrespeitada, mas depois liberou, a ministra da Cultura Marta Suplicy fez chegar ao cardeal Dom Orani Tempesta uma ameaça de, através de um decreto presidencial que já estaria pronto, retirar da Igreja Católica a tutela sobre a imagem que está implantada no Parque Nacional da Tijuca, sob o controle da União.

O monumento foi erigido em área cedida pela União à Arquidiocese do Rio na década de 1930, mas o acesso à estátua é realizado pelo Parque Nacional da Tijuca, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Recentemente, a imagem do Cristo Redentor foi eleita, em votação pela internet no mundo todo, uma das modernas Sete Maravilhas do Mundo. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que também atuou para liberar o filme, disse que chegou a conversar com Dom Orani tentando mostrar que a imagem do Cristo Redentor é um ícone da cidade do Rio, e que como tal também deveria ser tratada e não apenas como um santuário religioso. Mas garante que em nenhum momento soube de qualquer tentativa de retirar da Igreja Católica os direitos sobre a imagem.

Os direitos de uso comercial do Cristo no Corcovado pertencem desde 1980 à Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, e em outubro de 2006, para comemorar seus 75 anos, a estátua foi transformada num santuário católico. Há também, na base do monumento, uma capela católica devotada a Nossa Senhora Aparecida.

A Arquidiocese do Rio de Janeiro não autorizou o uso da imagem do Cristo no filme Inútil paisagem, dirigido por José Padilha, por considerá-lo inicialmente desrespeitoso. Ele é um dos dez curtas que compõem o longa-metragem Rio, eu te amo, da franquia Cities of love.
Em uma sequência do curta, o personagem interpretado por Wagner Moura, durante um voo de asa-delta, conversa com a estátua do Cristo reclamando da vida, dos seus dissabores e da violência da cidade que ele deveria proteger.

O filme foi enviado para a apreciação da arquidiocese em março, tendo sido vetado. Segundo a assessoria de imprensa da Arquidiocese do Rio na ocasião, há cenas no filme em questão que foram consideradas ofensivas à imagem do Cristo e, consequentemente, à casa dos católicos. É uma prática absolutamente normal da Arquidiocese a não autorização de qualquer produto audiovisual que avance nesse caminho .

Dias depois, diante da reação negativa à decisão, considerada uma censura artística, o Vicariato para a Comunicação Social e a Assessoria de Imprensa da Arquidiocese anunciaram em nota a reversão da medida, pois haviam chegado à conclusão de que o episódio não visou interesse religioso no trato à imagem do Cristo Redentor, e portanto não houve desrespeito ao Cristo ou à religião católica .

O excesso de zelo dos encarregados pela imagem do Cristo, sem levar em conta o lado icônico não religioso da estátua que representa a cidade do Rio de Janeiro no mundo, pode levar a uma excessiva intervenção governamental que seria muito bem recebida em setores da sociedade contrários a esse controle da Igreja Católica sobre o monumento.

Dom Orani e Marta Suplicy desmentem rebuliço sobre a posse do Redentor


Na semana passada, o jornalista Merval Pereira, de O Globo, noticiou que a Ministra da Cultura, Marta Suplicy, teria ameaçado o Cardeal Dom Orani Tempesta de retirar da Igreja a tutela sobre a imagem do Cristo Redentor, por meio de um decreto presidencial que já estaria pronto para ser assinado pela presidente Dilma. Entretanto, neste sábado (2), Merval admitiu que ambas as autoridades lhe telefonaram negando o ocorrido.

Bem, leiam o artigo do Merval – “Mentir é pecado” – e tirem suas próprias conclusões. Afinal, a tal ameaça existiu ou não? A dúvida paira no ar.

Tudo começou quando a Arquidiocese do Rio não autorizou o uso da imagem do Cristo no curta “Inútil paisagem”, dirigido por José Padilha. Em uma das cenas, a personagem de Wagner Moura blasfema, acusa o Cristo de indiferença quanto aos problemas da cidade e ao sofrimento humano, e acaba por lhe mandar uma “banana”. Depois, a Arquidiocese acabou voltando atrás e liberou o uso da imagem para o filme.

Em uma coluna no Jornal O Globo (veja aqui), o professor João Ricardo Moderno argumentou muito bem ao dizer que estão negando à Igreja o direito de legítima defesa do divino. “Qual líder autorizaria crime contra sentimento religioso e vilipêndio de seu objeto de culto?”, questiona ele.

A Arquidiocese do Rio faz o devido gerenciamento da imagem do Cristo, justamente para evitar abusos. O Cristo Redentor é um ícone da cidade, muito representativo para todos os cariocas, mas antes de tudo ele é patrimônio da Igreja, e é um santuário. O choro dos anticatólicos é livre! É ridícula a ideia de que qualquer um pode chegar e fazer o que bem entender com a imagem.

A cena do tal filme, além de desrespeitosa, é totalmente desprovida de originalidade: essa história de xingar Deus pela Sua suposta apatia diante dos males do mundo é um recurso fácil e bocó, um clichê utilizado em grande parte das “produções culturais” atuais. É filosofia rasteira digna de adolescente revoltado e retardado.

Mossul: surgem sinais de reação armada contra o Estado Islâmico


Tudo tem limite. 

E parece que todos os limites já foram ultrapassados para a população muçulmana de Mossul, que sofre há quase dois meses a ocupação da cidade e de outras localidades do norte do Iraque por parte do grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIL), mais recentemente chamado apenas de Estado Islâmico (EI) e autoproclamado como califado.
 
Após a destruição de monumentos históricos pelo grupo, começou a tomar forma o primeiro movimento local de resistência armada contra os jihadistas na fronteira entre a Síria e o Iraque. As informações são da agência de notícias Fides e de vários outros meios de comunicação.
 
De acordo com testemunhas locais, pelo menos cinco militantes do EI foram mortos na semana passada em atos planejados por grupos de jovens que se organizaram em resistência armada. Esses jovens formaram as chamadas Brigadas de Mossul, que pretendem combater o autoproclamado califado islâmico.
 
Em 24 de julho, os extremistas sunitas destruíram um venerado santuário que, segundo a tradição, continha o túmulo do profeta Jonas. Esse parece ter sido o estopim do “basta”. Os radicais islâmicos ameaçam continuar destruindo locais religiosos que consideram “expressões de idolatria”.
 
A repórter Loveday Morris, do Washington Post, informou que a indignação com a destruição de antigos santuários religiosos de Mossul provocou "os primeiros sinais de resistência" contra o Estado islâmico.
 
"Um grupo militante recém-formado, que se autodenomina ‘Batalhões de Mossul’ ou ‘Brigadas de Mossul’, afirma ter matado nove membros do extremista Estado Islâmico nos últimos dias, com o uso tanto de facas quanto de franco-atiradores, em retaliação à destruição dos locais religiosos", escreveu Morris na última quarta-feira. A repórter observa, no entanto, que as mortes não puderam ser verificadas de forma independente e não foram reconhecidas pelo Estado Islâmico.
 
"Há grupos não organizados lutando agora contra o EI", contou ao New York Times o residente Mosul Khalis Jumah. "Se nós tivéssemos poder e recursos, já poderíamos ter chutado o EI para fora de Mossul".

Polêmica pelas palavras do Papa Francisco aos evangélicos


No último dia 28 de julho, o Papa Francisco pediu perdão pela incompreensão de alguns católicos com relação aos irmãos evangélicos. "Talvez alguns se surpreendam com o fato de o Papa se encontrar com os evangélicos", disse o Santo Padre, antecipando a polêmica gerada a partir deste acontecimento.
Para entender os gestos e palavras de reconciliação do Papa Francisco, Roberta Gisotti, da Rádio Vaticano, entrevistou o Pe. Hugo Guillermo Ortiz, jesuíta argentino. Os 400 milhões de pentecostais "representam uma realidade eclesial" pouco conhecida e presente no continente americano, confirmou Gisotti, introduzindo a entrevista.
Os evangélicos são pessoas que buscam Jesus Cristo
"É uma realidade muito difundida na América Latina, também na Argentina. Eu trabalhei, trabalhamos junto a Bergoglio, desde 1979, nesses bairros onde as pessoas se reuniam, buscavam o encontro com Jesus por meio da Palavra, com muita honestidade. Dão testemunho daquilo que a Palavra de Deus fez na oração pessoal", observou Ortiz.

"Em Gaza, não há vencedores"


No decorrer de sua longa jornada nos Estados Unidos, que durou do 8 ao 28 de julho, o Patriarca Latino de Jerusalém, mons. Fouad Twal manifestou sua preocupação com a situação na Faixa de Gaza, onde "os cristãos e os muçulmanos inocentes são mortos a cada dia".

Segundo informa o site do Patriarcado, no passado 24 de julho, Twal reuniu-se com o staff da Casa Branca Denis McDonough, e o Conselheiro Presidente, John Podesta, para discutir da situação dos cristãos na Terra Santa, no quadro alarmante da guerra em Gaza, por outro lado degenerada durantes as semanas de ausência do patriarca.

"Não há vencedores nesta guerra em Gaza. No final disso só haverá morte e destruição”, declarou monsenhor Twal, acrescentando que" a única solução é chegar a um acordo em que os direitos dos palestinos sejam reconhecidos, porque a paz é construída sobre a justiça".

Canal de televisão árabe mostra apoio aos cristãos iraquianos


Um canal de televisão libanês está usando em seu logotipo a letra árabe “nun”, equivalente ao “n” do alfabeto latino, em aparente demonstração de solidariedade para com os cristãos perseguidos no Iraque. A letra é a inicial da antiga palavra árabe “nassarah”, um termo usado no alcorão para se referir aos cristãos.
 
Dima Sadeq, uma das principais apresentadoras do canal LBCI, apareceu na tela usando uma camiseta com a letra “nun” estampada. "De Mossul a Beirute, todos nós somos ‘nun’", disse ela pouco antes de uma recente edição do noticiário noturno da LBCI.

Homossexualidade e ordenação sacerdotal (II)


A “Instrução sobre os critérios de discernimento vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao Seminário e às ordens sacras”, da Santa Sé, cuja análise iniciamos na semana passada demonstra, no Capítulo 3, o seguinte: a vocação sacerdotal é um chamado de Deus que requer a livre resposta do homem. Contudo, não se pode esquecer que esse chamado se dá por meio da Igreja, na Igreja e para o serviço da Igreja. Desse modo, não basta querer ser padre, é preciso adequar-se às condições propostas pela Igreja para se chegar à ordenação sacerdotal.

Leve-se em conta na formação os aspectos humano, espiritual, intelectual e pastoral do candidato ao sacerdócio, destacando-se a formação humana capaz de fazer com que seja percebida no candidato às sagradas ordens a sua maturidade afetiva.

São chamados, pois, a grande responsabilidade quanto ao que será ordenado o Bispo (no caso dos seminaristas diocesanos) ou o Superior Geral (no caso dos religiosos), o reitor do seminário ou formador de casa religiosa, o diretor espiritual dos formandos, o confessor, e o próprio candidato ao presbiterato.

A Instrução parece enfatizar bem a missão do diretor espiritual que, apesar do segredo da direção, deve tratar com o formando temas como a castidade sacerdotal (celibato), a maturidade afetiva específica do padre e a necessidade de notar no seu dirigido as qualidades primordiais exigidas de quem almeja ser ministro de Deus.

Pela via negativa, o mesmo diretor deve analisar bem as qualidades do candidato em sua personalidade, observando se ele não apresenta “distúrbios sexuais incompatíveis com o sacerdócio”. Caso ele pratique atos ou ao menos tenha fortes tendências homossexuais, o diretor espiritual (e também o confessor) deve desestimulá-lo de seguir o caminho do sacerdócio ministerial.

Da parte do candidato, “primeiro responsável pela sua formação”, espera-se firmemente que aja com clareza e lealdade ante seus formadores, não lhes escondendo a própria homossexualidade que, segundo o Documento, o impede de ser sacerdote.

"Serei preso se não bombardear Gaza"


Israel pode continuar esta ocupação, mas não em meu nome”. Essas foram as fortes palavras de Udi Segal, um jovem de 19 anos, enquanto conta sua história pessoal ao ilFattoQuotidiano.it. O jovem israelense é considerado desertor do Exército por seu país. Hoje, especialmente pela internet, ele é visto como um grande testemunho no caminho em busca da paz.


Udi, depois que se posicionou, já espera ser preso no complexo militar de Prison Six, pelas autoridades do país. A acusação é a de ter se recusado a integrar o Exército nesta convocação perante a guerra na Faixa de Gaza.

A oposição dos soldados


Ele não é o único, até agora são pelo menos 50 soldados do Israel Defense Force que se recusaram a participar da operação militar. Eles explicaram porque se recusam em uma cartapublicada no Washington Post: “Nós nos opomos ao Exército israelense e à lei do serviço militar obrigatório porque repudiamos esta operação militar”. 


O rapaz de 19 anos pensa como os outros que escreveram a carta. O apoio dos cidadãos israelenses à política do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ainda é maciça. "Mas existem muitas pessoas que estão cansadas desta guerra. Só entre meus colegas conheço pelo menos 120 ou 130 jovens que tomaram a mesma decisão que eu”, afirma o jovem.