terça-feira, 30 de setembro de 2014

Corte inaugura “direito à blasfêmia” na França




Em fevereiro do ano passado, algumas ativistas do movimento feminista Femen, famosas por suas exibições internacionais desnudas, decidiram “comemorar” a renúncia do Papa Bento XVI invadindo a Catedral de Notre Dame, em Paris, com inscrições no corpo que diziam: “ Pope no more - Papa não mais” e “Pope Game Over”. Além dos transtornos causados pela invasão do templo e pelo ultraje ao sentimento religioso dos católicos presentes, as militantes teriam danificado três sinos da igreja com bastões de madeira, segundo informações das agências internacionais.

Notícias recentes reportam que as feministas foram “absolvidas por ato na Notre Dame”. A Justiça penal da França não só decidiu “inocentar nove ativistas do movimento feminista Femen”, como “condenou três vigias da catedral que haviam tentado interromper a ação das militantes a multas que vão de 300 euros a 1 mil euros (...) por violência contra as militantes”!

Não, você não leu errado. É isso mesmo. As ativistas invadiram Notre Dame e saíram… impunes. Ao contrário, os vigias “malvados”, que não deixaram que as militantes “expressassem o seu pensamento”, foram condenados pelo tribunal a pagar multas.

Mas, o absurdo não para por aí. A Justiça francesa “considerou que não havia provas suficientes de que as ativistas haviam danificado o sino” da igreja! Ou seja, não tem problema nenhum em invadir a catedral, gritar e insultar a religião católica… contanto que os sinos da igreja permaneçam intactos. Está liberado entrar em templos religiosos e fazer o escarcéu… contanto que não se danifique nenhum móvel ou objeto do local. “Se alguém jura pelo Santuário, não vale; mas se alguém jura pelo ouro do Santuário, então vale!” (Mt 23, 16), decretam os fariseus do século XXI.

Hospital do Vaticano faz descoberta pioneira com células-tronco




A descoberta científica do hospital do Vaticano promete salvar a vida de milhões de crianças no mundo inteiro. A notícia foi divulgada pelo hospital pediátrico da Santa Sé, “Bambino Gesù” (“Menino Jesus”), com sede em Roma. Segundo a direção do hospital, os resultados foram apresentados à revista científica internacional “Blood”, e poderiam ser “um marco na cura de muitas doenças no sangue”.



O hospital anunciou, em uma coletiva de imprensa, que a manipulação de células-tronco, em ausência de um doador compatível, permite o transplante de um pai ou mãe ao seu filho. A descoberta é importante para curar crianças com problemas de imunodeficiência, doenças genéticas, leucemia e tumores no sangue.



“Estamos orgulhosos de apresentar este sucesso dos pesquisadores do Hospital ‘Bambino Gesù’, conscientes de que o protocolo dos nossos laboratórios é um marco na terapia de muitas doenças no sangue”, confirmou o professor Bruno Dallapiccola, diretor científico do hospital da Santa Sé.



Para a aplicação no campo da leucemia, a técnica aplicada pela equipe do professor Franco Locatelli, responsável pela Onco-hematologia e Medicina Transfusional do hospital, foi apresentada no último mês de dezembro em New Orleans, durante o congresso da Sociedade Americana de Hematologia (ASH).

Homilia do Papa na Jornada dos Idosos no Vaticano



 HOMILIA  
Jornada dos Idosos – 
“A benção da vida longa”  
Basílica Vaticana  
Domingo, 28 de setembro de 2014



O Evangelho que acabamos de ouvir é acolhido hoje por nós como o Evangelho do encontro entre os jovens e os idosos: um encontro cheio de alegria, cheio de fé e cheio de esperança.



Maria é jovem, muito jovem. Isabel é idosa, mas manifestou-se nela a misericórdia de Deus e há seis meses que ela e o marido Zacarias estão à espera de um filho.



Maria, também nesta circunstância, nos indica o caminho: ir encontrar a parente Isabel, estar com ela naturalmente para a ajudar mas também e sobretudo para aprender dela, que é idosa, a sabedoria da vida.



A primeira Leitura faz ecoar, através de várias expressões, o quarto mandamento: «Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias sobre a terra que o Senhor, teu Deus, te dá» (Ex 20, 12). Não há futuro para um povo sem este encontro entre as gerações, sem os filhos receberem, com gratidão, das mãos dos pais o testemunho da vida. E, dentro desta gratidão a quem te transmitiu a vida, entra também a gratidão ao Pai que está nos céus.



Às vezes há gerações de jovens que, por complexas razões históricas e culturais, vivem de forma mais intensa a necessidade de se tornar autónomos dos pais, a necessidade quase de «libertar-se» do legado da geração anterior. Parece um momento de adolescência rebelde. Mas, se depois não se recupera o encontro, se não se volta a encontrar um equilíbrio novo, fecundo entre as gerações, o resultado é um grave empobrecimento para o povo, e a liberdade que prevalece na sociedade é uma liberdade falsa, que se transforma quase sempre em autoritarismo.

As heresias sionistas e a negação do Calvário como Sacrifício absoluto.



A heresia sionista da perpetuação da lei mosaica não é uma agressão à fé com nocividade limitada, é uma tentativa de ruptura que agride um grande núcleo de nossa fé, o Sacrifício Eucarístico.

Podemos observar isso na defesa judaizante do professor Olavo de Carvalho:

“Se Deus, ao instituir o sacrifício da missa, quisesse abolir no mesmo instante o antigo sacrifício mosaico, ele o teria feito de maneira explícita e inequívoca” (Olavo de Carvalho, Visão Judaica, n. 25, agosto de 2004).

O que ele não sabe é que Deus aboliu o Sacrifício anual de animais (Mosaico) de maneira explícita e inequívoca, pois o único previsto para a Nova Aliança é o sacrifício Pascal de nosso Senhor. 2Co 3,14”Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do VELHO TESTAMENTO, o qual FOI POR CRISTO ABOLIDO”

Cristo nossa páscoa foi imolado (1Co 5,7), sendo esse mesmo Sacrifício atualizado diariamente (Jr 33,17-18) em todas as nações (Ml 1,11).

O Sacrifício Mosaico está abolido pelo próprio Deus e de nada serve para expiação, pois Jesus realizou o sacrifício UMA VEZ POR TODAS (Hb 9,24-26).

Sabemos que nada de impuro entra no céu(Ap 21,27), portanto não pode haver condicionantes salvíficas no sacrifício mosaico.

Hebreus 10,4: “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados”.

Tolkien e a Comunhão heróica



 
Uma pergunta comum que brota espontaneamente naqueles que começam a descobrir o sentido da Liturgia e mergulhar em seu verdadeiro espírito é: "o que fazer quando os abusos litúrgicos são tamanhos e a bagunça tão generalizada que a Santa Missa fica quase que desfigurada e a vontade maior é chorar e sair correndo dali?".

É bem verdade que, em último caso, o fiel pode discretamente sair da celebração (e procurar outra mais adequada caso o dia seja de preceito). E por "último caso" entenda-se aqui uma situação verdadeiramente excepcional, em que permanecer na missa levaria o fiel a pecar (e.g. contra a caridade no que diz respeito ao celebrante ou alguém que o auxilia), pois aplicar isto corriqueiramente pode demonstrar duas coisas da parte do fiel:

Um mau entendimento de que a liturgia na terra é perfeita, o que não é verdade, pois enquanto a liturgia celeste é perfeita em essência e forma, a terrestre é imperfeita em sua forma); 

Uma vaidade florescente, em contraposição à humildade que diminui, por se considerar uma espécie de Sr. Liturgista. Parafraseando Tomás de Kempis na Imitação de Cristo: "Que te aproveita discutires sabiamente sobre a Sagrada Liturgia e o Santíssimo Sacramento, se não és humilde, desagradando, assim, ao mesmo Nosso Senhor presente no Santíssimo Sacramento?"[1]

Mensagem da CNBB sobre as eleições 2014



 PENSANDO O BRASIL:

DESAFIOS DIANTE DAS ELEIÇÕES 2014

DESAFIOS DA REALIDADE SOCIOPOLÍTICA



1. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entende que é responsabilidade de todo cidadão, participar, conscientemente, da escolha de seus representantes. Para os cristãos tal escolha deve ser iluminada pela fé e pelo amor cristãos, os quais exigem a universalização do acesso às condições necessárias para a vida digna de filhos de Deus. Afinal, “ninguém pode exigir-nos que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos. Uma fé autêntica – que nunca é cómoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela”1

.

2. Nossa fé requer que “todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Ao contrário disso, constatamos que irmãos nossos têm sido maltratados e muitos, inclusive, perderam e continuam perdendo a vida à espera de serviços públicos. Enquanto isso, outros se corrompem e enriquecem com recursos que deveriam ser destinados a políticas que atendam às necessidades do povo. Os meses que antecedem as eleições constituem um momento privilegiado para a reflexão sobre tais situações injustas que se alastram no País. É uma oportunidade para anunciar qual é o plano de Deus para seus filhos. Somos chamados a empenhar-nos em viver o evangelho do Reino na esperança de vê-lo antecipado na terra, ainda que sob o signo da Cruz. Isso exige que trabalhemos pela superação dos sofrimentos atrozes vividos por aqueles que são sistematicamente excluídos e que não se veem respeitados em sua dignidade de pessoa humana.



3. As eleições que ocorrerão em outubro deste ano se revestem de um significado especial para o País. Os cristãos comprometidos com a vivência de sua fé e todos os homens e mulheres de boa vontade são chamados a ações mais efetivas. Nesta eleição, pessoas que já tiveram condenação judicial em segunda instância estarão impedidas de se apresentarem como candidatas. Esse fato – resultado da chamada “Lei da Ficha Limpa” (Lei 135/210) – um fruto da mobilização e da participação política dos brasileiros que, no exercício de sua cidadania, fizeram valer seu desejo de não serem representados por quem não encarne os valores da ética e do compromisso com a sociedade. Essa lei criou a possibilidade de uma efetiva renovação, já que vários políticos – acostumados a usar cargos eletivos como profissão e a se beneficiarem do exercício de suas funções para proveito próprio e não como serviço ao público – estarão, agora, forçados a deixar a disputa eleitoral. Esta é uma importante conquista para a democracia brasileira.



4. Desta vez os cidadãos brasileiros vão às urnas depois das significativas manifestações de junho e julho de 2013, quando milhares de pessoas ocuparam as ruas exigindo melhores serviços de transporte, de saúde, de educação, além de outras tantas demandas por políticas públicas realmente comprometidas com os interesses populares. Destaca-se no “discurso das ruas”, também, a insatisfação com a maneira como políticos eleitos vêm exercendo o poder, distanciados das necessidades da população, fazendo da política um 1 Papa Francisco. Evangelii Gaudium. Brasília: Ed. CNBB, 2013, n. 183.balcão de negócios, onde se barganha bens da coletividade como se fossem particulares. O direito de representar os eleitores, que um candidato conquista nas urnas, tem de ser assumido pelo político como um dever de servir. Ao contrário disso, uma lógica perversa tem pautado a atuação de inúmeros eleitos, desvirtuando a finalidade da própria política que, ao invés de tratar do bem comum, se converte em espaço de conchavos e negociações espúrias. O protesto das ruas pode ser compreendido como um clamor contra o poder que se torna fim em si mesmo e que deixa, portanto, de ser verdadeira representação popular.



5. A mudança dessas situações de injustiça e desigualdade requer a intervenção dos cristãos na política, como eleitores ou como candidatos. Problemas políticos exigem ação política; uma cidadania ativa. Os cristãos devem contribuir oferecendo à sociedade sua proposta de construção de um mundo mais justo e igualitário. Está cada vez mais claro que “não basta fazer o diagnóstico da atual crise; impõe-se também uma tomada de decisão sobre os meios mais justos e eficientes para a sua superação, e esta é uma decisão política”2

No Angelus, Papa pede orações pelo Sínodo sobre famílias



 ANGELUS  
Praça São Pedro – 
Vaticano  
Domingo, 28 de setembro de 2014



Antes de concluir esta celebração, desejo saudar todos os peregrinos, especialmente vocês idosos, vindos de tantos países. Obrigado de coração!



Dirijo uma cordial saudação aos participantes do congresso-peregrinação “Cantar a fé”, promovida em ocasião do trigésimo aniversário do coro das dioceses de Roma. Obrigado pela vossa presença e obrigado por terem animado com o canto esta celebração. Continuem a desenvolver com alegria e generosidade o serviço litúrgico nas vossas comunidades!



Ontem, em Madri, foi proclamado beato o Bispo Álvaro del Portillo; o seu exemplar testemunho cristão e sacerdotal possa suscitar em muitos o desejo de aderir sempre mais a Cristo e ao Evangelho.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A Reforma Protestante: divisões, causas e consequências.

 
Razões políticas na Reforma

A Reforma protestante foi iniciada por Martinho Lutero, embora tenha sido motivada primeiramente por razões religiosas, também foi impulsionada por razões políticas e sociais os conflitos políticos entre autoridades da Igreja Romana e governantes das monarquias européias, tais governantes desejavam para si o poder espiritual e ideológico da Igreja e do Papa, muitas vezes para assegurar o direito divino dos reis.

Práticas como a usura eram condenadas pela ética católica romana, assim a burguesia capitalista que desejava altos lucros econômicos sentiria-se mais "confortável" se pudesse seguir uma nova ética religiosa, adequada ao espírito capitalista, necessidade que foi atendida pela ética protestante e conceito de Lutero de que a fé sem as obras justifica (Sola fide).

Algumas causas econômicas para a aceitação da Reforma foram o desejo da nobreza e dos príncipes de se apossar das riquezas da igreja romana e de ver-se livre da tributação papal que, apesar de defender a simplicidade, era a instituição mais rica do mundo, não por falcatruas, mas por doações de nobres, aristocratas, senhores feudais e até imperadores, quando se convertiam a Cristo.

Também na Alemanha, a pequena nobreza estava ameaçada de extinção em vista do colapso da economia senhorial. Muitos desses pequenos nobres desejavam às terras da igreja. Somente com a Reforma, estas classes puderam expropriar as terras da Igreja Católica.

Durante a Reforma na Alemanha, autoridades de várias regiões do Sacro Império Romano-Germânico pressionadas pela população e pelos luteranos, expulsavam e mesmo assassinavam sacerdotes católicos das igrejas, substituindo-os por religiosos com formação luterana.

Lutero era radicalmente contra a revolta camponesa iniciada em 1524 pelos anabatistas liderados por Thomas Münzer,que provocou a Guerra dos Camponeses. Münzer comandou massas camponesas contra a nobreza imperial, pois propunha uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem propriedade privada.

Lutero por sua vez defendia que a existência de "senhores e servos" era vontade divina,motivo pelo qual eles romperam.Lutero escreveu posteriormente:

"Contras as hordas de camponeses (...), quem puder que bata, mate ou fira, secreta ou abertamente, relembrando que não há nada mais peçonhento, prejudicial e demoníaco que um rebelde".