terça-feira, 3 de março de 2015

Comunicado da CNBB sobre as manifestações sociais


COMUNICADO DA CNBB SOBRE 
AS MANIFESTAÇÕES SOCIAIS

Diante de informações divergentes veiculadas em redes sociais a respeito de seu posicionamento quanto às manifestações sociais anunciadas para os dias 13 e 15 do corrente mês, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – sente-se no dever de vir a público para reafirmar que não toma partido em relação às propostas dos responsáveis pela convocação e realização das referidas mobilizações.

Vós também quereis ir embora?


O Censo de 2010 indica uma perda contínua e acentuada de católicos em nosso país. Em média, somos ainda 61% da população e, a julgar pela realidade que vemos à nossa volta, essa porcentagem tende a cair mais. Mencionar isso no começo dessa reflexão é importante, pois o evangelho que acabamos de ouvir nos coloca diante de um momento crítico da vida de Jesus: a perda de discípulos. Não apenas a perda de pessoas (as multidões e os judeus, que estavam com ele no início do capítulo 6 de São João e que depois o deixaram), mas a perda de discípulos!

Enquanto algumas análises feitas pela nossa Igreja procuram atenuar o impacto da perda de católicos – quem sabe para não abalar a fé dos que permanecem na Igreja –, o evangelho não tem nenhum problema em admitir que “muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele” (Jo 6,66). “Muitos discípulos”, não alguns, não meia dúzia; muitos. O motivo? “Muitos dos discípulos de Jesus que o escutaram, disseram: ‘Essa palavra é dura. Quem consegue escutá-la?’” (Jo 6,60). Eis, então, o motivo: a palavra de Jesus é dura!

A geração de hoje é uma geração que se melindra facilmente, uma geração que não aceita ouvir “não”, “não pode”, “não deve”, “é contrário à vontade de Deus”.  A geração de hoje tem audição seletiva: ouve o que quer ouvir, ouve apenas aquilo que gosta de ouvir. A respeito dela a Escritura diz: “Virá um tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, segundo os seus próprios desejos... se rodearão de mestres. Desviarão os ouvidos da verdade, orientando-os para as fábulas” (2Tm 4,3-4).   

segunda-feira, 2 de março de 2015

O Crescimento do Islamismo no mundo


O mundo está mudando. A cultura global, a herança de nossas crianças, será tremendamente diferente do que temos hoje. Você vai testemunhar agora um relatório sobre as mudanças demográficas do mundo feito em 2009 e publicado em vídeo no youtube. Esse estudo faz uma projeção sobre as gerações vindouras e apresenta fatos sobre o crescimento do Islamismo no mundo:


Para que uma cultura seja mantida por mais de 25 anos é requerida uma taxa de fertilidade de 2,11 de crianças por família.

Qualquer número menor que esse a cultura entrará em declínio.

Historicamente nenhuma cultura sobreviveu com uma taxa de 1,9. Uma taxa de 1,3 é impossível de reverter, por que são necessários 80 a 100 anos para corrigir esse problema, e não há poder econômico que sustente a cultura por esse tempo.

Em outras palavras, se dois casais tem um filho só, então se terá a metade de filhos que havia de pais, se esses filhos têm apenas um filho haverá apenas ¼ de pessoas de netos do que havia de avós.

Se nascesse apenas 1 milhão de pessoas em 2006, seria muito difícil ter 2 milhões de adultos na força de trabalho em 2026, enquanto a população encolhe, o mesmo acontece com as culturas.

Posso comungar de joelhos?


“Ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos abismos” (Filipenses 2, 10).

Os fiéis têm direito de comungar de joelhos e na boca? A resposta é positiva. Quem quiser comungar na boca e/ou de joelhos, pode fazê-lo.

“Os fiéis comungam de joelhos ou em pé, segundo estabeleça a conferência dos bispos, com a confirmação da Sé Apostólica”, diz a instrução “Redemptoris Sacramentum”, sobre algumas coisas que devem ser observadas ou evitadas acerca da Santíssima Eucaristia, no número 90.

E acrescenta: “Assim, não é lícito negar a Sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de ele querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé” (RS, 91).

A Instrução Geral do Missal Romano indica, no número 160, que, “quando comungam de pé, recomenda-se fazer, antes de receber o sacramento, a devida reverência”.

É um gesto simples, mas muito significativo, pois expressa devidamente que a pessoa é consciente de estar diante do Senhor, presente no pão eucarístico. 

No que diz respeito a comungar na mão ou na boca, “todo fiel tem sempre direito de escolher se deseja receber a sagrada comunhão na boca” (RS, 92) ou na mão.

O que não está permitido é tomar a Hóstia diretamente da âmbula. E tampouco recebê-la na mão quando se comunga sob as duas espécies. Os dedos não podem ser usados como pinças para pegar a hóstia da mão de quem a distribui.

domingo, 1 de março de 2015

O caminho de Jesus sempre nos leva à felicidade, diz Papa no Angelus


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 22 de fevereiro de 2015

Irmãos e irmãs, bom dia.

Domingo passado a liturgia nos apresentou Jesus tentado por Satanás no deserto, mas vitorioso sobre a tentação. À luz desse Evangelho, tomamos novamente consciência de nossa condição de pecadores, mas também da vitória sobre o mal oferecida àqueles que seguem o caminho da conversão e, como Jesus, querem fazer a vontade do Pai. Neste segundo domingo da Quaresma, a Igreja nos indica a meta deste caminho de conversão, ou seja, a participação na glória de Cristo, que resplandece no rosto do Servo obediente, que morreu e ressuscitou por nós.

O Evangelho narra o evento da Transfiguração, o cume do ministério público de Jesus. Ele está a caminho de Jerusalém, onde se cumprem as profecias do "Servo de Deus" e se consumirá o seu sacrifício redentor. As multidões não compreendem isso: diante da perspectiva de um Messias que contrasta com suas expectativas terrenas, o abandonam. Eles achavam que o Messias seria um libertador do domínio romano, um libertador da pátria e esta perspectiva de Jesus não agrada, e eles o deixam. Também os Apóstolos não entendem as palavras com que Jesus anuncia o êxito da sua missão na paixão gloriosa paixão, não entendem! Jesus, então, toma a decisão de mostrar a Pedro, Tiago e João, uma antecipação de sua glória, que acontecerá após a ressurreição, para confirmá-los na fé e encorajá-los a segui-lo no caminho da prova, no caminho da Cruz. E assim, em um monte alto, imerso na oração, se transfigura diante deles: o seu rosto e toda a sua pessoa irradia uma luz fulgurosa. Os três discípulos se assustam, enquanto uma nuvem os encobre e soa do alto- como no Batismo no Jordão - a voz do Pai: "Este é meu Filho muito amado; ouvi-o" (Mc 9,7). Jesus é o Filho que se fez Servo, enviado ao mundo para realizar através da Cruz o projeto de salvação, para salvar a todos nós. A sua plena adesão à vontade do Pai torna sua humanidade transparente à glória de Deus, que é Amor.

Jesus revela-se como o ícone perfeito do Pai, o esplendor da sua glória. É o cumprimento da revelação; por isso, ao lado dele transfigurado aparecem Moisés e Elias, representando a Lei e os Profetas, como se quisesse dizer que tudo termina e começa em Jesus, na sua paixão e na sua glória.

A mensagem para os discípulos e para nós é esta: "Escutai-o!". Escutem Jesus, Ele é o Salvador: sigam-no. Ouvir Cristo, de fato, consiste em assumir a lógica do seu mistério pascal, colocar-se em caminho com Ele para fazer da própria existência um dom de amor aos outros, em dócil obediência à vontade de Deus, com atitude de despojamento das coisas mundanas e de liberdade interior. Em outras palavras, estar preparado para "perder a própria vida" (cf. Mc 8,35), doando-a a fim que todos os homens sejam salvos: assim, nos encontraremos na felicidade eterna. O caminho de Jesus sempre nos leva à felicidade, não se esqueça! O caminho de Jesus sempre nos leva à felicidade. Haverá sempre uma cruz no meio das provas mas no final sempre nos leva à felicidade. Jesus não nos engana, nos prometeu a felicidade e nos dará se seguirmos em seus caminhos.

Com Pedro, Tiago e João subamos também nós hoje ao Monte da Transfiguração e paremos para contemplar o rosto de Jesus, para colher a mensagem e traduzi-la em nossas vidas, para que nós também possamos ser transfigurados pelo amor. Na realidade, o amor é capaz de transfigurar tudo. O amor transfigura tudo! Vocês acreditam nisso? Sustente-nos neste caminho a Virgem Maria, que agora invocamos com a oração do Angelus.

Quem pode abrir ou fechar o sacrário?


Antes de refletir sobre este tema, recordemos a essência da Eucaristia. Nosso Senhor Jesus Cristo nos deixou o tesouro da Eucaristia na Última Ceia, na Quinta-Feira Santa. A Igreja cuida com imenso carinho e esmero desse tesouro.

Mas a Igreja não é uma abstração, uma ideia: a Igreja somos todos nós, batizados. Os bispos e padres existem para santificar, reger, ensinar e também cuidar do tesouro da Eucaristia; estas são suas principais responsabilidades. E os fiéis são chamados à corresponsabilidade na vida eclesial e a desempenhar um serviço inclusive litúrgico.

Mas desempenhar um ofício na liturgia não é necessário para que um fiel possa participar ativa e frutuosamente da missa. Mais ainda: devemos respeitar a dignidade dos leigos, evitando toda “clericalização”. Ninguém pode pensar que os fiéis que desempenham ofícios litúrgicos são melhores cristãos.

Feitos estes dois esclarecimentos, é preciso dizer que o ministro ordenado (o padre), que é ministro ordinário da comunhão, é a única pessoa que normalmente pode e deve abrir o Sacrário para verificar as Hóstias sagradas, para trazer ou levar a reserva, fazer a exposição do Santíssimo etc.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Primeira pregação da Quaresma 2015: 'A alegria do Evangelho enche o coração e a vida'.


Primeira Pregação de Quaresma - 2015
“A ALEGRIA DO EVANGELHO PREENCHE O CORAÇÃO E A VIDA”
Reflexões sobre a “Evangelii gaudium”, do papa Francisco


Gostaria de aproveitar a ausência do Santo Padre, nesta primeira meditação da Quaresma, para propor uma reflexão sobre a sua exortação apostólica Evangelii Gaudium (EG), que eu não me atreveria a fazer em presença dele. Não será, é claro, um comentário sistemático, e sim uma reflexão em conjunto, procurando assimilar alguns dos seus pontos cruciais.

1. O encontro pessoal com Jesus de Nazaré

Escrita em conclusão do sínodo dos bispos sobre a nova evangelização, a exortação apresenta três polos de interesse interligados: o sujeito, o objeto e o método de evangelização, ou seja, quem deve evangelizar, o que se deve evangelizar e como se deve evangelizar. Sobre o sujeito evangelizador, o papa diz que se trata de todos os batizados:

"Em virtude do batismo recebido, todos os membros do povo de Deus se tornaram discípulos missionários (cf. Mt 28,19). Todo batizado, seja qual for a sua função na Igreja e o nível de instrução da sua fé, é um sujeito ativo da evangelização e seria inadequado pensar num esquema de evangelização realizado por atores qualificados e no qual o resto do povo fiel fosse apenas receptor das suas ações. A nova evangelização tem de envolver um novo protagonismo de cada um dos batizados" (nº 120).

Esta afirmação não é nova. Ela já tinha sido feita pelo beato Paulo VI na Evangelii nuntiandi e por São João Paulo II na Christifideles laici. Bento XVI também insistiu no papel especial de evangelização reservado à família[1]. Antes ainda, o chamado universal a evangelizar tinha sido proclamado pelo decreto Apostolicam actuositatem, do Concílio Vaticano II. Certa vez, ouvi um leigo norte-americano começar assim um discurso de evangelização: "Dois mil e quinhentos bispos, reunidos no Vaticano, me escreveram pedindo para vir anunciar o Evangelho a vocês". Todos, é claro, ficaram curiosos para saber quem era aquele homem. E ele então, cheio de bom humor, explicou que os dois mil e quinhentos bispos eram os que tinham participado do Concílio Vaticano II e escrito o documento sobre o apostolado dos leigos. Ele estava absolutamente certo: aquele documento não era genérico, mas dirigido a todos os batizados e ele o considerava justamente como dirigido a ele em pessoa.

Não é, portanto, neste ponto que se deve procurar a novidade da EG do papa Francisco. Ele apenas reitera o que seus antecessores tinham inculcado repetidamente. A novidade tem de ser buscada em outro lugar, no apelo que ele faz aos leitores no início da carta e que, penso eu, constitui o coração de todo o documento:

"Convido todos os cristãos, de todo lugar e situação, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo, ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de procurá-lo todos os dias com firmeza. Não há motivo para que alguém ache que este convite não é para ele" (EG, nº 3).

Isto quer dizer que o objetivo último da evangelização não é a transmissão de uma doutrina, mas o encontro com uma pessoa, Jesus Cristo. A possibilidade de tal encontro cara a cara depende do fato de que, ressuscitado, Jesus está vivo e quer andar ao lado de cada crente, do mesmo jeito que andou ao lado dos dois discípulos na estrada para Emaús; mais ainda, do mesmo jeito que estava presente no coração de ambos quando eles voltavam para Jerusalém, depois de recebê-lo na partilha do pão. 

Conheça os assírios: cristãos perseguidos pelo Estado Islâmico


Os assírios, atacados por jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI), formam uma antiga comunidade cristã cuja presença na Síria é recente, em função dos massacres que sofreram no Iraque.

Esta comunidade faz parte das muitas que formam o mosaico de cristãos do Oriente e se destaca como sendo os descendentes do antigo império assírio estabelecido na Mesopotâmia, muito antes da introdução do cristianismo e do Islã.

Os assírios são cristãos nestorianos, uma corrente do cristianismo condenada pelo Concílio de Éfeso em 431, devido às diferenças sobre a dupla natureza, divina e humana, de Cristo.

Segundo a tradição, foram os apóstolos Tomé e Judas Tadeu que evangelizaram a Mesopotâmia. Em 37, Judas Tadeu se tornou o primeiro bispo de Seleucia-Ctesiphon, a capital dos partas, perto da atual Bagdá, enquanto Tomé partiu para a Índia.

O que é certo, porém, é que, desde o final do século I, missionários vindos da Palestina ou de Antióquia estabeleceram-se a oeste do Império Parta, próximo das comunidades judaicas da Babilônia e das populações aramaicas da Alta Mesopotâmia.

Esses, que falam aramaico, são considerados os descendentes dos assírios, daí o nome de comunidades "assírias".