quinta-feira, 5 de março de 2015

Papa Francisco na mira do terror: comandante da polícia vaticana reconhece ameaça do Estado Islâmico


No mês passado, logo após a decapitaçãodos 21 cristãos coptas egípcios que tinham sido sequestrados na Líbia, os terroristas do Estado Islâmico divulgaram um vídeo em que, além de veicular as cenas brutais do covarde assassinato massivo, ainda destacavam a sua aproximação da fronteira italiana, em clara ameaça contra o Vaticano.

O grupo italiano de comunicações Mediaset publicou neste domingo em seu site algumas declarações do comandante das forças vaticanas de segurança, Domenico Giani, 52, sobre esta ameaça contra a sede do catolicismo. Giani confirma que o perigo é real, mas afirma que, até o momento, não há indícios concretos de que esteja em andamento algum plano terrorista para atacar o papa Francisco e o Vaticano.

À frente da Gendarmaria Vaticana há nove anos, Giani foi entrevistado pela revista “Polizia Moderna”, editada pela corporação. Ele observa que “o nível de atenção é constantemente alto”, já que, além das atuais ameaças do Estado Islâmico, existe o risco permanente de atentados isolados que podem ser cometidos por fanáticos ou pessoas mentalmente desequilibradas.

Giani informa que cerca de vinte gendarmes, os policiais do corpo de segurança do Vaticano, são especialmente treinados em ações antiterrorismo e que alguns deles acompanham o papa em suas viagens ao exterior. O comandante destaca ainda as boas relações entre a Santa Sé e vários países muçulmanos, que compartilham informações relevantes no tocante à segurança e ao monitoramento de riscos. O relacionamento da Gendarmaria Vaticana com a polícia italiana também é elogiado por Domenico Giani.
 

Homilética: 3º Domingo da Quaresma - Ano B: "O decálogo e os vendilhões do Templo".


A liturgia do terceiro domingo nos apresenta, na primeira leitura, o trecho de Êxodo 20,1-17, o Decálogo. Não pronunciarás o nome do Senhor Teu Deus em vão; lembra-te de santificar o dia de sábado; honra teu pai e tua mãe; não matarás; não cometerás adultério; não furtarás; não levantarás falso testemunho; não cobiçarás as coisas do teu próximo; não desejarás a mulher do teu próximo. Um pormenor chama imediatamente a nossa atenção: a enunciação dos Dez Mandamentos é introduzida por uma significativa referência à libertação do povo de Israel. O texto diz: “Eu sou o Senhor teu Deus, que ti fiz sair da terra do Egito, da casa da servidão” (Ex 20, 2). Por conseguinte, o Decálogo deseja ser uma confirmação da liberdade conquistada. Com efeito, se considerarmos profundamente, os Mandamentos são o instrumento que o Senhor nos concede para defender a nossa liberdade, tanto dos interiores condicionamentos das paixões, como dos abusos exteriores dos mal-intencionados. Os “não” dos Mandamentos são outros tantos “sim” ao crescimento de uma liberdade autêntica.  O Decálogo é testemunho de um amor de predileção.

Estes dez mandamentos foram a base da vida moral, antes do povo hebreu e depois do povo cristão. Não contém toda a lei; sua forma negativa (“não fazer”) indica que se trata de alguns limites que delimitam um âmbito moral, antes que descrevê-lo positivamente; dentro devem ser colocados “toda a lei e os profetas” e de maneira especial o mandamento do amor que os resume a todos (Mt 22,40). É precisamente este caráter “negativo” que assegura aos dez mandamentos sua perene, imutável atualidade.

O Decálogo é uma escolha de vida que Deus propõe ao homem: Olha que hoje ponho diante de ti a vida com o bem, e a morte com o mal; observes seus mandamentos, suas leis e seus preceitos […] para que vivas e te multipliques […] se não obedeceres e se te deixares seduzir eu te declaro neste dia: perecereis (Dt 30,15 ss). O Decálogo é para o homem, não contra ele; não quer amarrar ou limitar sua liberdade, mas antes soltá-la. Aquilo que proíbe não é, com efeito, algo arbitrário que desagrada a Deus não se sabe por que, mas é o que compromete antes de tudo o próprio homem e sua possibilidade de ter relações equilibradas com os outros, de ser, em outras palavras, autenticamente homem.

Diz S. Paulo: Nós pregamos Cristo crucificado […] força de Deus e sabedoria de Deus (1Cor 1,23). Faz-nos compreender que agora tudo –inclusive a Lei- toma sentido a partir de Jesus Cristo. Nós não estamos mais sozinhos diante a lei; entre nós e o Decálogo existe no meio Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. Ele é a “sabedoria de Deus” para nós, isto é, a nossa lei.

A cena do Evangelho de hoje poderia assustar os meramente pacifistas: Jesus pega no chicote e expulsa os vendedores do Templo: “Tirai isso daqui e não façais da casa de meu Pai uma casa de negociantes” (Jo 2,16). Trata-se do Filho que zela pelas coisas que são do seu Pai. Também nós, se formos bons filhos de Deus, cuidaremos direitinho das coisas do nosso Pai do céu seguindo o exemplo do nosso irmão e Senhor Jesus.

Jesus Cristo falou e agiu com firmeza. Ele foi até mesmo santamente violento: chicote, gritos e quem sabe até alguma chibatada em algum dos vendilhões. Como é possível que aquele que disse de si mesmo que é manso e humilde de coração (cf. Mt 11,29) agora atue dessa maneira? A cólera de Deus, diferente da nossa ira, é sempre santa. Jesus se irrita fortemente para por a salvo os direitos de Deus, a glória que só a ele lhe convém, e o bem das nossas almas. Mais ainda, aquele que é manso, pediu que fossemos violentos se quisermos alcançar o reino dos céus: “Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam” (Mt 11,12). É interessante também que a mansidão de Jesus e a violência que ele nos aconselha encontram-se no mesmo capítulo do Evangelho segundo Mateus! Qual é o tipo de violência que se nos pede? Deus pede de cada um de nós que travemos uma guerra contra os nossos apetites desordenados, as nossas ideias insensatas e a dureza dos nossos corações. Quiçá não seja infrequente que sintamos a força da soberba, da inveja, da luxúria e dos demais pecados capitais. Eles gritam em nós reclamando os campos perdidos e pedindo revanche pelas batalhas nas quais foram derrotados.

Estamos em guerra! Constantemente o inimigo se nos apresenta disposto a vencer-nos e arruinar-nos para, dessa maneira, tentar atingir o próprio Deus. Nesses quarenta dias quaresmais estamos com Jesus acompanhando-o no seu grande jejum, procurando completar na nossa carne que falta à Paixão de Cristo (cf. Cl 1.24). As forças do mal não nos deixarão em paz, mas é exatamente essa luta que nos fará livres. Não estamos sozinhos, é Deus quem nos fortalece!

Eu dissera no começo que alguém poderia se assustar com a expressão “violência de Jesus” e creio não equivocar-me. Isso é assim porque estamos, paulatinamente, adocicando o cristianismo e dele apresentando uma versão light. E como não parece suficiente o gosto do cristianismo tal como ele é, fazemos como a Coca-Cola, pedimo-lo com gelo e limão! Isto é, acrescentamos à religião cristã as nossas manias e más ideias a tal ponto que conseguimos desfigurar essa realidade humano-divino que Cristo fundou para a nossa salvação, a Igreja.

Nessa hora, diante do perigo de que os negociantes – os amigos de gelo e limão no cristianismo, os falsificadores da verdade – mentem e enganem sobre a pessoa e obra de Cristo, também nós precisamos de chicotes, um contra nós mesmos (nossos pecados) e um contra a mentira, o engano e a traição dos valores cristãos, perenes como o Evangelho.

Alimentos puros e impuros?


Que pensar das proibições alimentares apresentadas no Livro do Levítico (carnes impuras, carne de porco...)? O que a Igreja católica diz sobre isto? O que mudou com a vinda de Jesus? O que permaneceu e o que foi abolido das leis antigas? Este texto tem alguma relação com At 15,26-29? (Washington) 

No judaísmo, pautado pela Lei de Moisés, havia e há, ainda hoje, uma rígida distinção entre alimentos puros e impuros. Ora, para o cristianismo tal distinção não tem mais nenhum valor. O próprio Jesus afirma isto claramente: “‘Nada há no exterior do homem que, penetrando nele, o possa tornar impuro...’ Assim ele declarava puros todos os alimentos” (Mc 7,14.19). Mais tarde, os Atos dos Apóstolos confirmam a mesma idéia (cf. At 10,9-16). Também o texto que você citou, At 15,26-29. E São Paulo, principalmente, insiste que tal distinção foi totalmente superada em Cristo. Somente um exemplo: “Ninguém vos julgue por questões de comida e de bebida, ou a respeito de festas anuais ou de lua nova ou de sábados, que são apenas sombra de coisas que haviam de vir, mas a realidade é o corpo de Cristo. Se morrestes com Cristo para os elementos do mundo, por que é que vos sujeitais, como se ainda vivêsseis no mundo, a proibições como ‘não pegues, não proves, não toques’” (Cl 2,16-17.20-21). Observe que aqui o Apóstolo faz uma afirmação importantíssima: todas as observâncias da Lei de Moisés eram apenas sombra (isto é, profecia, preparação pedagógica) para a Realidade. E qual é a Realidade? É o Cristo ressuscitado, presente no seu Corpo, que é a Igreja. A Realidade não é o povo de Israel, não é a Lei de Moisés, mas o novo povo de Deus, que é a Igreja, Corpo de Cristo: a Realidade é o Corpo de Cristo! São Paulo considera totalmente ultrapassada a guarda do sábado, a distinção entre animais puros e impuros e todas as observâncias judaicas.

E por que isto? Primeiramente, porque Cristo renova todas as coisas, pela sua morte e ressurreição e reconcilia tudo com o Pai: “Eis que eu faço novas todas as coisas” (Ap 21,5). O próprio São João vai dizer: “Vi um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1). Ora, na criação renovada em Cristo, já não há lugar para afirmar que alguma coisa é impura. Isso seria diminuir a obra de Cristo, seria afirmar que algo na criação ficou fora da sua salvação, da força da sua cruz! 

quarta-feira, 4 de março de 2015

Audiência: sem honra para os idosos, não há futuro para os jovens.


PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Quarta-feira, 4 de Março de 2015

Locutor:

Figuras importantes na família são os avós, a reserva sapiencial da vida. Infelizmente uma certa cultura do lucro insiste em fazer aparecer os idosos como um peso, que se deve descartar. Isto não se diz abertamente, mas é assim que se procede. Com o progresso da medicina, foi possível alongar a vida, mas a sociedade não soube “alargar-se” para a acolher e rejubilar com ela. A Igreja não pode nem quer conformar-se com o modelo consumista actual que olha com impaciência, indiferença e desprezo para a velhice. Os idosos são homens e mulheres, pais e mães que percorreram, antes de nós, as mesmas estradas, estiveram na mesma casa, travaram a mesma luta diária por uma vida digna. São homens e mulheres de quem muito recebemos. Temos de despertar o sentimento colectivo de gratidão, apreço, hospitalidade, que faça sentir o idoso como parte activa da sua comunidade. O idoso é cada um de nós daqui a alguns anos; inevitavelmente, embora não pensemos nisso. Todos os idosos são frágeis; mas há alguns que o são de modo particular porque sem ninguém e a braços com a doença: dependem absolutamente dos cuidados e da solicitude dos outros. Mas, por esse motivo, vamos abandoná-los? Uma sociedade, onde a gratuidade e o afecto desinteressado vão desaparecendo – mesmo para com os de fora da família –, é uma sociedade perversa. A Igreja, fiel à Palavra de Deus, não pode tolerar tais degenerações. Uma comunidade cristã, onde deixassem de ser consideradas indispensáveis a proximidade e a gratuidade, com elas perderia a sua alma. Onde não são honrados os idosos, não há futuro para os jovens.

Palavra de Vida: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!”


Viajando pela Galileia, Jesus pergunta aos discípulos o que pensam dele. Pedro, em nome de todos, confessa que Ele é o Cristo, o Messias esperado há séculos. Para evitar toda possibilidade de equívoco, Jesus explica claramente como pretende atuar a sua missão. Libertará, sim, o seu povo, mas pagando em primeira pessoa: deverá sofrer muito, ser rejeitado, ser morto e, três dias depois, ressuscitar. Pedro, como muitos outros, imaginava o Messias como alguém que agiria como poder e força, vencendo os romanos e dando à nação de Israel seu devido lugar no mundo. E recrimina Jesus que, por sua vez, o repreende: “Não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens” (cf 8,31-33).

Jesus retoma o caminho, dessa vez rumo a Jerusalém, onde se cumprirá o seu destino de morte e ressurreição. Agora que seus discípulos sabem que Ele irá para morrer, será que ainda querem segui-lo? As condições que Jesus coloca são claras e exigentes:

“Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!”

Todos tinham ficado fascinados por Ele, o Mestre, enquanto lançavam as redes para a pesca ou estavam à mesa dos impostos. Tinham abandonado barcos, redes, a mesa, pai, casa, família, para segui-lo. Viram milagres, ouviram palavras de sabedoria. Seguiram-no animados por alegria e entusiasmo.

No entanto, seguir Jesus significava compartilhar plenamente sua vida e seu destino: o insucesso e a hostilidade, até mesmo a morte, e que tipo de morte! A mais dolorosa, reservada aos assassinos e aos mais atrozes delinquentes. Uma morte que as Escrituras definiam “maldita” (cf Dt 21,23). Até o nome “cruz” aterrorizava. É a primeira vez que essa palavra aparece no Evangelho. Quem sabe que impressão ela deixou naqueles que o escutavam.

Agora que Jesus afirmou claramente sua própria identidade, pode mostrar com igual clareza a identidade do seu discípulo. Se o Mestre ama seu povo até o ponto de morrer por ele, também o discípulo deverá deixar de lado seu próprio modo de pensar, para compartilhar em tudo o caminho do Mestre, a começar pela cruz.

terça-feira, 3 de março de 2015

Comunicado da CNBB sobre as manifestações sociais


COMUNICADO DA CNBB SOBRE 
AS MANIFESTAÇÕES SOCIAIS

Diante de informações divergentes veiculadas em redes sociais a respeito de seu posicionamento quanto às manifestações sociais anunciadas para os dias 13 e 15 do corrente mês, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – sente-se no dever de vir a público para reafirmar que não toma partido em relação às propostas dos responsáveis pela convocação e realização das referidas mobilizações.

Vós também quereis ir embora?


O Censo de 2010 indica uma perda contínua e acentuada de católicos em nosso país. Em média, somos ainda 61% da população e, a julgar pela realidade que vemos à nossa volta, essa porcentagem tende a cair mais. Mencionar isso no começo dessa reflexão é importante, pois o evangelho que acabamos de ouvir nos coloca diante de um momento crítico da vida de Jesus: a perda de discípulos. Não apenas a perda de pessoas (as multidões e os judeus, que estavam com ele no início do capítulo 6 de São João e que depois o deixaram), mas a perda de discípulos!

Enquanto algumas análises feitas pela nossa Igreja procuram atenuar o impacto da perda de católicos – quem sabe para não abalar a fé dos que permanecem na Igreja –, o evangelho não tem nenhum problema em admitir que “muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele” (Jo 6,66). “Muitos discípulos”, não alguns, não meia dúzia; muitos. O motivo? “Muitos dos discípulos de Jesus que o escutaram, disseram: ‘Essa palavra é dura. Quem consegue escutá-la?’” (Jo 6,60). Eis, então, o motivo: a palavra de Jesus é dura!

A geração de hoje é uma geração que se melindra facilmente, uma geração que não aceita ouvir “não”, “não pode”, “não deve”, “é contrário à vontade de Deus”.  A geração de hoje tem audição seletiva: ouve o que quer ouvir, ouve apenas aquilo que gosta de ouvir. A respeito dela a Escritura diz: “Virá um tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, segundo os seus próprios desejos... se rodearão de mestres. Desviarão os ouvidos da verdade, orientando-os para as fábulas” (2Tm 4,3-4).   

segunda-feira, 2 de março de 2015

O Crescimento do Islamismo no mundo


O mundo está mudando. A cultura global, a herança de nossas crianças, será tremendamente diferente do que temos hoje. Você vai testemunhar agora um relatório sobre as mudanças demográficas do mundo feito em 2009 e publicado em vídeo no youtube. Esse estudo faz uma projeção sobre as gerações vindouras e apresenta fatos sobre o crescimento do Islamismo no mundo:


Para que uma cultura seja mantida por mais de 25 anos é requerida uma taxa de fertilidade de 2,11 de crianças por família.

Qualquer número menor que esse a cultura entrará em declínio.

Historicamente nenhuma cultura sobreviveu com uma taxa de 1,9. Uma taxa de 1,3 é impossível de reverter, por que são necessários 80 a 100 anos para corrigir esse problema, e não há poder econômico que sustente a cultura por esse tempo.

Em outras palavras, se dois casais tem um filho só, então se terá a metade de filhos que havia de pais, se esses filhos têm apenas um filho haverá apenas ¼ de pessoas de netos do que havia de avós.

Se nascesse apenas 1 milhão de pessoas em 2006, seria muito difícil ter 2 milhões de adultos na força de trabalho em 2026, enquanto a população encolhe, o mesmo acontece com as culturas.