O Papa Francisco encontrou-se hoje em Havana, de
forma privada, com Fidel Castro, antigo líder cubano, na residência deste,
anunciou o porta-voz do Vaticano.
O padre Federico Lombardi disse aos jornalistas que
a visita decorreu depois da Missa a que o Papa presidiu, na Praça da Revolução,
de manhã.
“Foi um encontro muito familiar, muito informal, de
mais ou menos meia hora, 40 minutos”, assinalou o diretor da sala de imprensa
da Santa Sé, acrescentando que Francisco foi recebido pela esposa de Fidel
Castro, juntamente com filhos e netos.
O Papa foi acompanhado por uma delegação de “muito
poucas pessoas”.
Segundo o porta-voz do Vaticano, os temas da
conversa foram "a salvaguarda do ambiente e os grandes problemas do
mundo contemporâneo".
Francisco ofereceu “alguns livros” a Fidel Castro,
respondendo ao pedido que este tinha feito a Bento XVI em 2012.
As obras são do italiano Alessandro Ponzato, perito
em Sagrada Escritura, e o do padre Llorente, jesuíta que foi professor de Fidel
Castro.
O Papa deixou ainda cópias da sua exortação
apostólica ‘A Alegria do Evangelho’ e a sua encíclica ‘Laudato Si'.
Já Fidel Castro ofereceu o livro-entrevista ‘Fidel
y la Religion’, do brasileiro frei Betto, cuja dedicatória manifestava
“admiração e respeito do povo cubano”.
Por parte do Vaticano, não haverá transmissão de
imagens, “por respeito à formalidade e privacidade do encontro”, justificou o
padre Lombardi.
Já este sábado, ao chegar à ilha, Francisco tinha
manifestado “sentimentos de especial consideração e respeito” pelo
comandante-chefe cubano, substituído em 2008 pelo seu irmão Raúl Castro.
Em 2015 celebra-se o 80.º aniversário do
estabelecimento das relações diplomáticas entre a República de Cuba e a Santa
Sé, que nunca foram interrompidas, reforçadas pelas viagens ao país de São João
Paulo II (1998) e Bento XVI (2012).