O ex-católico é aquele que, durante toda sua vida
religiosa, jamais entendeu a Igreja, jamais leu o Catecismo, enfim, jamais se
prestou a compreender a busca da fé e a história do catolicismo. Ao absorver
inconscientemente uma pesada propaganda anticatólica nas escolas, universidade,
imprensa e até mesmo em círculos religiosos não-católicos, o ex-católico
torna-se o um feroz crítico e algoz da antiga fé. Mas quem não odiaria a
Igreja, quando os lugares de excelência da formação das idéias ou acólitos de
outras religiões repetem as “lendas negras” de sempre: Cruzadas, inquisição,
pedofilia, apoio ao nazismo, atraso cultural, científico e civilizador? Quem
não odiaria a Igreja, quando por vezes há um clero relapso nos assuntos da fé?
Despreparado para defender os pontos essenciais da Igreja, acaba por
enfastiar-se da missa, participando de forma mecânica dos cultos. Vai mais
além, segue tudo aquilo por “tradição”, como se fizesse favores ou fosse
condescendente com uma igreja corrompida, fora de seu tempo, anacrônica e
obscurantista.
O ex-católico pode surgir de várias maneiras: é uma
pessoa emotivista, que reduz a fé como mero capricho do sentimentalismo. Aí se
explicam as milhares de seitas protestantes espalhadas por todo o país, quando
ele não vira um “carismático” católico. Rejeitando a autoridade da Igreja,
resta ele próprio ser “autoridade” sacrossanta da bíblia. Cada fiel interpreta
a bíblia ao seu bel prazer, como se fossem fiéis interpretes do Espírito Santo.
Se o ex-católico rompeu com a Tradição, resta o seu ego substituí-la. E
aí vemos o Espírito Santo enlouquecido nas igrejas protestantes, criando
verdades contraditórias sob o signo de uma “doutrina bíblica”. Onde há unidade
e coerência milenar no Catolicismo, o protestantismo só se renova pelas brigas
e pelas divisões. Tantas disparidades não passam incólume ao juízo mais
elementar. O caminho real do protestantismo é o anti-intelectualismo ou o
niilismo. Ou o acólito vira um fanático protestante cego numa crença
irrefletida ou então ele se torna um protestante liberal cético e agnóstico.
Por: Leonardo
Bruno de Oliveira
Disponível
em: Blog do Padre Luis Fernando
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