sábado, 24 de outubro de 2015

I Congresso católico online sobre afetividade e sexualidade


O Congresso Virtual é uma das inúmeras iniciativas da Campanha Amor Autêntico que visa difundir entre os jovens a beleza da sexualidade humana à luz da Teologia do Corpo de São João Paulo II. Entrevista com Fernando Gomes, responsável pelo Ministério Jovem da RCC no Brasil e organizador do evento.

Nos dias 26 de Outubro a 01 de Novembro acontecerá o I Congresso Católico Online sobre Afetividade e Sexualidade, com o tema: Congresso Virtual Amor Autêntico. A iniciativa é liderada pelo jovem missionário Fernando Gomes, que já foi membro da Coordenação da Pastoral Juvenil Nacional ligada à CNBB e hoje é responsável pelo Ministério Jovem da RCC no Brasil.

O Congresso Virtual é uma das inúmeras iniciativas da Campanha Amor Autêntico que visa difundir entre os jovens a beleza da sexualidade humana à luz da Teologia do Corpo de São João Paulo II. O evento tratará de temas como namoro, sexualidade, afetividade, vida de solteiro, castidade, preparação para o casamento, dentro de uma perspectiva católica. E contará com a participação de diversos pregadores de renome do Brasil e do exterior. Dentre eles, estarão o Prof. Felipe Aquino, Pe Paulo Ricardo, Lucimar Maziero, Diego Fernandes, Nilton Jr, Fernando Gomes, Prof. Felipe Nery, Celina e Gerson Abarca, Dra Roberta Castro, Gleyvison Cunha, Tiago Borges, e o casal Pablo e Sandra de Madri na Espanha e do líder juvenil Francisco Javier, da Costa Rica.

A novidade do evento, além do conteúdo, é que o mesmo é totalmente online e gratuito. Para se inscrever basta clicar nesse link:  Congresso Virtual Amor Autêntico  e digitar o seu email pessoal e já estará inscrito. E os cadastrados receberão por email as informações de como acessar o Congresso e o cronograma das palestras com os temas, pregadores e horários.


Fernando Gomes, organizador do evento, concedeu uma entrevista a ZENIT explicando os detalhes dessa iniciativa.   

O fiel que discorda do magistério Papal não pode sair por aí criticando o Papa levianamente... saiba o porquê!


Em vista das muitas perguntas que chegam continuamente à nossa redação - dessa vez a respeito do Papa Francisco, sua recente encíclica e as acusações públicas ao Papa - entrevistamos brevemente o vice-reitor do Pontifício Ateneu Santo Anselmo de Roma, Stefano Visintin, osb, que respondeu com muita amabilidade as nossas questões. Acompanhe a seguir essa breve entrevista:

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ZENIT: Ultimamente ouvimos muitas críticas sobre o Papa Francisco, principalmente acusando-o de comunista. O que você acha disso, à luz da Pastor Aeternus? Ou seja, tudo o que diz e pensa o Papa entra no dogma da infalibilidade papal?

P. Stefano: Claro que não. Entra no dogma apenas o que a) é relativo à fé e moral; b) é dito "ex cathedra", isto é, quando explicitamente se fala que é um dogma; c) está (obviamente), em substância, contido na Sagrada Escritura e na Tradição.

Quanto às acusações de "comunismo", deve-se lembrar que desde Leão XIII (Rerum Novarum, 1891), a Igreja tem uma sua "Doutrina Social". O Papa segue esta, que não é nem "comunista" nem "capitalista".

ZENIT: O Papa é ou não "primus inter pares”? De onde surgiu essa expressão?

P. Stefano: A expressão nasceu no período da Roma antiga e tem mais o sentido de primado de honra. Neste sentido não se aplica ao Papa que tem jurisdição sobre a Igreja Católica Romana. Mais especificamente: Há apenas um sujeito do supremo poder da Igreja: o colégio episcopal estruturado sob o Papa como sua cabeça; mas há duas maneiras em que tal supremo colégio pode atuar: um “ato propriamente colegial” e o ato do Papa como cabeça do colégio.

ZENIT: O Papa deve ser ouvido e lido apenas quando fala infalivelmente ou também nos seus atos de magistério ordinário?

P. Stefano: O Papa e os Bispos devem ser ouvidos no exercício ordinário do seu magistério, que é o habitual, e que ocupará provavelmente toda a sua vida. A tarefa deles é dar uma orientação à vida dos fieis nas circunstâncias ordinárias, a fim de permitir uma melhor compreensão da revelação e das suas implicações morais. As intervenções "infalíveis" são um acontecimento raro. 

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Ataques periódicos e concentrados para deslegitimar o papa


Premissas necessárias para que nos entendamos bem desde o início: o nosso raciocínio é baseado em fatos demonstráveis. No entanto, é sempre uma hipótese e, portanto, é uma "verdade" pessoal que pode ser rejeitada ou criticada.

1) A primeira deve ser reiterada não só em honra da verdade, mas por afeto e solidariedade: o Papa Francisco, que goza de uma "frágil saúde de ferro", está bem e porta com alegria e leveza as fraquezas da sua idade e não poupa esforços e empenho no seu serviço à Igreja e ao mundo.

2) A segunda deve ser destacada por necessidade do raciocínio que segue: em 30 meses, Jorge Mario Bergoglio se tornou o líder moral e religioso mais importante do mundo, e as suas palavras não são apenas ouvidas, mas a cada dia chegam a "plateias" inesperadas, ultrapassando todo tipo de barreira religiosa, linguística, cultural, política e cultural. A sua liderança, sem dúvida, é a que tem maior autoridade, é a mais sólida e convincente no mundo de hoje, e isso não acontecia no panorama internacional há muitos anos.

3) Com base nessa realidade da qual Francisco é protagonista, reconhecida pelos seus piores detratores, há apenas a verdade da sua palavra e a sua coerência de vida. Francisco fala como um profeta (encarnando a missão profética da Igreja) sem se importar com os cálculos diplomáticos, com os jogos de poder muitas vezes obscuros, com as conveniências do momento, e faz isso usando a denúncia, mas também a esperança, trazendo de volta para hoje – dos subterrâneos das bibliotecas – Jesus e o seu Evangelho.

4) Obviamente, tudo isso fez com que ele se tornasse o líder mais amado, reconhecido como pastor e guia, e, portanto, ouvido por milhões e milhões de pessoas, dentro e fora da Igreja, mas, ao mesmo tempo, aconteceu outra coisa, natural e evidente: pouco a pouco, as fileiras dos seus adversários foi crescendo em número, agressividade e consistência. São as forças, diversas e compósitas, que vão desde os piedosos "ateus devotos" a algumas corporações, aos conservadores e reacionários, aos corruptos de todas as camadas, aos bem-pensantes por conveniência carreirista, aos pusilânimes que são sempre "moderados" (quando se trata dos seus interesses), aos nostálgicos mal educados a uma fé que deveria sempre embasar o poder. 

Arcebispo pede ao Sínodo falar abertamente sobre o ataque do demônio contra a família


Em sua intervenção durante o Sínodo sobre a Família, o Arcebispo de Hajdúdorog (Hungria), Dom Péter Fülöp Kocsis, exortou aos bispos a denunciar abertamente o “feroz e enorme ataque” do diabo contra a família.

O Sínodo Ordinário sobre a Família acontece no Vaticano entre o dia 4 e 25 de outubro, com a participação de bispos, sacerdotes e leigos do mundo inteiro.

Dom Péter Fülöp Kocsis assinalou que “devemos dizer abertamente que em nosso mundo malcriado, a família e o homem de boa vontade, com boas intenções, estão sendo atacados, estão sofrendo um feroz e enorme ataque. E este está sendo realizado pelo demônio”.

“Devemos chamar estas forças diabólicas pelo seu nome, estas forças têm um papel que cumprir com estes fenômenos, pois desta forma podemos encontrar algumas indicações inclusive para a busca de possíveis soluções”, disse. 

Os abutres do Vaticano


Em um mundo cada vez menor, o cumprimento do processo iniciado com João XXIII é a condição sine qua non para que a Igreja Católica seja fator de paz e não de divisão. O Papa Francisco sabe disso e age em conformidade. Mas muitos, dentro da Igreja, ou não sabem disso ou não o desejam. Entre inimigos internos e inimigos externos, há até alguns que não hesitam em se transformar em abutres e a cercar sinistramente o corpo do papa.

Há um ditado de Jesus desde sempre inquietante, que nestas horas assume uma dimensão ainda mais sinistra. "Onde estiver o corpo, aí se reunirão os abutres" (Lucas 17, 37). O ditado também se encontra em Mateus 24, 28, e em ambos os Evangelhos a frase está totalmente fora de contexto, aparece como uma espécie de marreta errática caída do céu, completamente independente daquilo que vem antes e daquilo que vem depois. Não se sabe a ocasião concreta que levou Jesus a pronunciar essas palavras, mas, na sua força icônica, elas fotografam uma experiência concreta da vida natural, naqueles tempos diante dos olhos de todos.

Nos nossos dias, porém, mudadas as formas, também não falta a presença dos abutres. Especialmente quando o que está em jogo é o corpo do papa. E ainda mais quando se trata do corpo "deste" papa. O fato de que o Papa Francisco é, no mínimo, incômodo para uma parte nada pequena dos poderes políticos, econômicos, financeiros e, obviamente, eclesiásticos é uma simples questão de fato, bem documentada em um livro recente de um jornalista do Avvenire, Nello Scavo, intitulado I nemici di Francesco [Os inimigos de Francisco], subtítulo: "Quem quer desacreditar o papa, quem quer calá-lo, quem o quer morto".

Mas agora a notícia do tumor no cérebro, divulgada pelo jornal Quotidiano Nazionale, falando de "uma mancha, um pequeno tumor no cérebro", destina-se a aumentar drasticamente o voo ameaçador dos abutres. O porta-voz papal, padre Lombardi, logo desmentiu secamente a notícia. E o jornal L'Osservatore Romano falou de "poeirama levantada com intenção manipuladora".

O certo é que seria difícil hoje esconder por muito tempo uma notícia sobre a saúde do pontífice: o corpo do papa, ao contrário dos séculos passados, quando era velado à vista de muitos e vivia em uma dimensão sagrada que levava a pensá-lo como quase divino, totalmente desprovido das deficiências dos reles mortais, agora é cotidianamente exposto ao olhar das telecâmeras de todo o mundo.

Isso aconteceu cerca de 15 anos atrás com João Paulo II, cujo mal de Parkinson, antes sistematicamente negado pelo porta-voz vaticano, depois se tornou evidente aos olhos de todos. A saúde do corpo de um papa nunca foi apenas uma questão privada, e hoje o é menos do que nunca. O verdadeiro ponto, porém, não diz respeito à saúde de Jorge Mario Bergoglio, mas aos abutres. O que chama a atenção, de fato, é que a notícia foi publicada apenas ontem (a dez meses de distância da hipotética visita especializada) e, principalmente, a poucas horas do encerramento do estratégico Sínodo sobre a família.

Uma combinação casual? Obviamente não; ao contrário, o levantar voo de um bando de abutres. Naturalmente, não me refiro aos jornalistas que, de posse da notícia, fizeram apenas o seu trabalho, assim como teria feito qualquer outro jornalista do mundo; ao contrário, refiro-me àqueles que, justamente agora, vazaram a notícia no momento talvez mais delicado do pontificado de Francisco. 

Igreja e Sínodo são sinônimos, afirma Papa Francisco


COMEMORAÇÃO DO CINQUENTENÁRIO 
DA INSTITUIÇÃO DO SÍNODO DOS BISPOS

DISCURSO DO SANTO PADRE FRANCISCO

Sala Paulo VI
Sábado, 17 de Outubro de 2015


Beatitudes, Eminências, Excelências, Irmãos e Irmãs!

A comemoração do cinquentenário da instituição do Sínodo dos Bispos, em pleno andamento da Assembleia Geral Ordinária, é para todos nós motivo de alegria, louvor e agradecimento ao Senhor. Desde o Concílio Vaticano II até à actual Assembleia, temos vindo a experimentar de forma cada vez mais intensa a necessidade e a beleza de «caminhar juntos».

Nesta feliz circunstância, desejo saudar cordialmente o Senhor Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário-Geral, juntamente com o Subsecretário D. Fabio Fabene, os oficiais, os consultores e restantes colaboradores da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, pessoas que, nos bastidores, trabalham todos os dias pela noite dentro. Juntamente com eles, saúdo e agradeço pela sua presença os padres sinodais, os outros participantes na Assembleia em curso e ainda quantos estão presentes nesta Aula.

Neste momento, queremos recordar também aqueles que, ao longo de cinquenta anos, trabalharam ao serviço do Sínodo, começando pelos sucessivos Secretários-Gerais: os Cardeais Władysław Rubin, Jozef Tomko, Jan Pieter Schotte e o Arcebispo Nikola Eterović. Aproveito esta ocasião para expressar do fundo do coração a minha gratidão a quantos, vivos ou mortos, contribuíram com generoso e competente empenho para o desenrolar da actividade sinodal.

Desde o início do meu ministério como Bispo de Roma, pretendi valorizar o Sínodo, que constitui um dos legados mais preciosos da última sessão conciliar.[1] Segundo o Beato Paulo VI, o Sínodo dos Bispos devia repropor a imagem do Concílio Ecuménico e reflectir o seu espírito e o seu método.[2] O mesmo Pontífice previa que o organismo sinodal, «com o passar do tempo, poderia ser aperfeiçoado».[3] Fazia-lhe eco, vinte anos depois, São João Paulo II ao afirmar que «talvez este instrumento possa tornar-se ainda melhor. Talvez a responsabilidade colegial possa expressar-se no Sínodo de uma forma ainda mais plena».[4] Por fim, em 2006, Bento XVI aprovava algumas variações no Ordo Synodi Episcoporum, à luz também das disposições do Código de Direito Canónico e do Código dos Cânones das Igrejas Orientais, entretanto promulgados.[5]

Devemos continuar por esta estrada. O mundo, em que vivemos e que somos chamados a amar e servir mesmo nas suas contradições, exige da Igreja o reforço das sinergias em todas as áreas da sua missão. O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio. 

Homem não é homem, mulher não é mulher: o que seu filho anda aprendendo na escola?


A ideologia de gênero tem se infiltrado tanto na rede pública de ensino quanto nas escolas particulares. De acordo com essa ideologia, a identidade sexual é um conceito subjetivo e independente do sexo biológico, o que permitiria “reprogramar” a identidade sexual de uma criança, por exemplo.

Diante da falta de critérios científicos objetivos com que essa ideologia tem procurado impor-se, é fundamental que os pais fiquem muito atentos ao tipo de informação que a escola está dando aos filhos sobre a identidade sexual.

7 dicas para você monitorar se a ideologia de gênero está contaminando as aulas do seu filho:

1. Acompanhe com atenção os conteúdos ensinados na escola do seu filho. Saiba com clareza quais são as matérias que ele tem e peça que a escola lhe forneça o programa ou planejamento de conteúdo de cada uma.

2. Converse todos os dias com seu filho sobre “o que estudaram hoje na escola”. Este hábito é sempre positivo: além de certificar-se dos conteúdos transmitidos, você terá uma visão mais real do quanto o seu filho está entendendo e aprendendo das matérias, bem como das dificuldades que possa estar enfrentando. Participe também das tarefas de casa, ainda que não se sinta em condições de ajudá-lo: o seu interesse e acompanhamento são sempre um incentivo imenso para o aprendizado e comprometimento do seu filho.

3. Fique especialmente atento ao programa de biologia ou ciências: quando chegar a hora de abordar o corpo humano e o sistema reprodutivo, saiba quais são as noções de sexualidade que os professores estão transmitindo. Essa é também uma oportunidade crucial de conversar com seu filho sobre a sexualidade.

4. Preste atenção também às atividades extracurriculares, que, em muitas escolas, incluem importantes iniciativas de combate ao bullying e à discriminação, mas que também podem envolver concepções sobre a orientação sexual que são mais determinadas por ideologias do que pela ciência objetiva. É de fundamental importância que se combata todo tipo de discriminação, mas os argumentos empregados não podem ser manipulados.

5. Peça aos professores e à direção da escola todos os esclarecimentos que desejar, em qualquer momento do ano letivo, sobre quaisquer assuntos que puderem inquietá-lo. Nunca se omita. Você é sempre o responsável maior pela educação do seu filho. 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Depois da notícia sobre o tumor papa, L'Osservatore Romano admite complô anti-Bergoglio


A "nostalgia" do papa doente é a única e verdadeira síndrome incurável, talvez não maligna, mas certamente maliciosa, que emerge de uma radiografia multicamadas realizada em profundidade entre as linhas e dobras do "furo jornalístico" que perturbou de madrugada o despertar dos bispos, até voltar a dormir e se apagar na hora da sesta vespertina: que, aliás, nas margens vaticanas do Tibre, continua sendo, em todo o caso, uma necessidade irrenunciável, também em tempos de Sínodo e turbulências epocais.

Não há nenhuma "sombra" no cérebro e na mente de Bergoglio, lúcido e determinado, e também com saúde para levar adiante a própria revolução, mas apenas a nostalgia pelos tempos que passaram por parte de uma camada eclesiástica que, "na sombra" dos papas idosos, estava de fato habituada a governar, em autonomia e por longos períodos, uma das maiores potências do planeta, entre círculos mágicos e eminências pardas.

Um destino do qual Ratzinger, tendo-o vivido e abominado de perto durante a doença e a agonia de João Paulo II, removeu para sempre a Igreja, com a maior reforma constitucional desde o Concílio até hoje.

A renúncia de Bento XVI, várias vezes indicadas pelo sucessor como modelo a seguir, ao que ele mesmo tem a intenção de se adequar, erradicou estruturalmente o "mal de Vatileaks" que ainda volta a aparecer em chave conjuntural, ao menos em função desestabilizadora. Ou, melhor, "manipuladora", parafraseando o L'Osservatore Romano, sem escrúpulos e sem tabus.

Não queremos alimentar conspirações de mau gosto quando se põe em causa a saúde, mas a intervenção explícita e sem precedentes do jornal da Santa Sé as autoriza, de algum modo, as obriga. Não podemos, portanto, nos abster de captar e salientar que, "em frente" à crescente popularidade do pontífice, a "frente" da oposição cresce dia a dia, em medida diretamente proporcional, dentro e fora da Igreja.

Trata-se de um exército variado, que, por enquanto, deixa vir à tona apenas uma parte dos seus efetivos, mas que inclui desde já episcopados inteiros, setores da imprensa, centrais econômicas e financeiras, movimentos católicos e partidos políticos, unidos pelo fato de considerar o pontificado argentino como um acidente de percurso, um parêntese e uma nêmesis, entre uma tentação do demônio e uma distração do Espírito Santo, no pior ou no melhor dos casos.

A carta dos 13 cardeais, número fatídico, sanciona, aliás, como logo escrevemos, a ruptura da maioria que, no dia 13 de março de 2013, elegeu Francisco, candidato da minoria, em nome de uma descontinuidade geopolítica e territorial, certamente não ideológica e doutrinal. Status do qual Bergoglio está perfeitamente consciente e que o levou, na manhã de sábado, ao comemorar o 50º aniversário do Sínodo, a segurar as rédeas, fazendo um discurso aparentemente descentralizador, mas, na realidade, preanunciando uma virada centralizadora.

Foi uma resposta aos adversários, certamente, mas, acima de tudo, para si mesmo, para a fragilidade que ele tinha evidenciado três dias antes, na Audiência da quarta-feira. Pela primeira vez em dois anos e meio, que coincidem temporal e provavelmente com o ponto de viragem de um mandato breve, Francisco traiu o temor de não ser capaz, olhando fixamente para o horizonte, para os desafios que o esperam e que, de repente, devem ter lhe parecido enormes. Assim como Moisés, quando viu de longe a Terra Prometida, no Monte Nebo, sabendo que havia uma guerra para combater, ainda longa, e que caberia a ele alcançá-la.