domingo, 25 de outubro de 2015

Sínodo: Papa Francisco foi 'eleito' novamente


Esta é uma nova fumaça branca. A Igreja reunida em Roma não deu ao Papa Francisco um voto de desconfiança mas, pelo contrário, o "elegeu" pela segunda vez. E nem trancafiou a vontade reformista de Jorge Mario Bergoglio: a questão dos sacramentos aos divorciados recasados será avaliada caso a caso. Caberá aos bispos e aos padres, aos que servem desde abaixo a Igreja, e não a quem está lá no alto, isto é, aos teólogos que comandam a Cúria.

O sínodo aprovou a relação final com a maioria qualificada (os dois terços), mas reduziu os consensos para o parágrafo 85, o mais delicado, que passou um voto do limite dos 177 (178 sim e 80 não). Porque o ponto 85 absorve as mediações entre conservadores e progressistas sobre os divorciados, as aberturas e as exceções, com uma linguagem felpuda: "Mesmo mantendo a norma geral, é necessário reconhecer que a responsabilidade de determinadas ações ou decisões, não é a mesma em todos os casos. O discernimento pastoral, sempre tendo em conta a consciência retamente formada das pessoas, deve dar conta destas situações".

Para anular as pressões do grupo de reacionários, as sentinelas do Papa Francisco na assembleia - o cardela Lorenzo Baldisseri e o arcebispo Bruno Forte - trabalharam para aliviar as divisões. Isto impediu, inclusive, que o texto fosse rejeitado. Pelo contrário, o texto obteve a unanimidade na comissão e na aula sempre teve 66 por cento dos consensos.

Não era o momento para forçar a Igreja mais reacionária, dispersa nos cinco continentes e representada na Cúria pelos cardeais Robert Sarah e Gerhard Müller. Não havia a exigência de forçar sobre os divorciados, porque Bergoglio já interveio sobre o tema com o duplo motu proprio de setembro que agiliza o processo de nulidade. Na prática, não muda muito. Em teoria, a Igreja confirma a linha de Bergoglio. Que, no entanto, não é nada terno. No discurso de clausura disse: "O Sínodo nos fez entender melhor que os verdadeiros defensores da doutrina não são aqueles que defendem a letra mas o espírito, não as ideias mas a pessoa humana, não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão".

Uma mensagem explícita para Sarah e os colegas. Nada de revolucionário sobre os homossexuais, somente a repetição de um conceito: "Devem ser respeitados na sua dignidade para evitar qualquer tipo de injusta discriminação".

Mas sobre as uniões civis, a Igreja continua inflexível. "Acerca dos projetos de equiparação ao matrimônio, não existe nenhum fundamento para assimilar ou estabelecer analogias, ainda que remotas, entre as uniões homossexuais e o desígnio de Deus sobre o matrimônio e a família". É reafirmada a tolerância zero contra os pedófilos. 

Por que chamar de amor o que não é amor?


Falar de amor é muito fácil. Todo mundo acha que o conhece, alguns creem que ele é ilusório e muitos julgam dá-lo da maneira mais perfeita. Mas o frequente sofrimento que ele causa na maioria das pessoas deveria levá-las a perguntar-se se o que costumam conceber como "amor" realmente o é.

Quais são as "fontes" nas quais se bebe e se aprende o que significa amar? Em geral, as pessoas se inspiram nas poesia, na música e nos próprios hormônios, que fervem na adolescência e tentam incinerar o corpo com o impulso sexual descontrolado, arrastando a vida em uma perigosa espiral que, quanto mais se quer sair dela, mais ela arrasta ao fundo do abismo do vazio.

Infelizmente, a experiência do amor tem sido conduzida pelos impulsos, deixando de lado sua essência, que é a doação, a oblação. Ao conceber o amor como instinto, muitos deixam que a natureza se encarregue de educá-lo – algo que ela nunca fará e que acabará nos levando de maneira irremediável a viver a vida inteira dependendo da paixão, do sexo, da afetividade, que são apenas faíscas do amor.

E, assim, ao invés de amar, as pessoas vão remendando a vida.

A falsa noção de amor pode custar caro: a superficialidade de um prazer que preenche por instantes, mas que esvazia cada vez mais a alma sedenta. Porque o amor não foi feito para quem quer viver na periferia da pele, para quem nunca quis ir além do seu próprio hedonismo nem para quem se considera como o umbigo do universo. 

sábado, 24 de outubro de 2015

A crise da família começa pelo afastamento de Deus, diz Arcebispo


Em sua coluna semanal intitulada “Proclamem a beleza do plano de Deus para a família”, o Arcebispo de Los Angeles (Estados Unidos), Dom José Gómez, explicou a importância do Sínodo sobre a família que acontece em Roma. Segundo ele, a crise da família se origina no afastamento de Deus.

Em seu texto, Dom Gómez considera que a atual crise familiar tem um sentido antropológico, porque “nossa cultura perdeu o sentido do significado da pessoa humana e da criação. Esta perda tem sua origem no afastamento de Deus”.

“Frente à crise generalizada da família, acho que nossa sociedade precisa escutar uma vez mais a bela verdade a respeito da pessoa humana e do plano amoroso de Deus para a criação e para a história; um plano que está centrado na família”, indicou.

Nesse sentido, explicou que os bispos que participam do Sínodo da Família “estamos aqui porque o Papa Francisco nos pediu que o assessoremos em alguns dos assuntos cruciais que os casais e as famílias enfrentam hoje”, disse o Prelado acerca da sua participação junto a aproximadamente 300 bispos provenientes de todos os continentes, de sacerdotes, religiosos e leigos.

Indicou que esta discussão começou a partir do documento de trabalho Instrumentum

Laboris. “Nosso trabalho consiste em proporcionar compreensão e conselhos acerca do texto”, explicou Dom Gómez.

O Arcebispo de Los Angeles disse que este documento reconhece que existe “uma ‘pedagogia divina’ na história da salvação que se desenvolve nas Sagradas Escrituras”. Acrescentou que a Igreja deve recuperar essa “pedagogia divina” para “fortalecer o matrimônio e a família em nosso tempo”.

Em sua coluna, recordou as palavras que o Santo Padre pronunciou nos Estados Unidos: “Deus confiou à família seu plano amoroso para a criação”.

Este “plano do Criador para sua criação e para a história da humanidade” é revelado na Palavra de Deus e esta “é o ponto de partida para compreender a autêntica vocação e missão da família”, explicou o Prelado.

Por isso, é urgente que a Igreja ofereça “uma nova catequese evangélica sobre a criação, como um elemento essencial da nova evangelização. Devemos proclamar a beleza do plano de amor de Deus para a criação, para a pessoa humana e para a família humana”. 

Cardeal Marx promove dar Comunhão a divorciados recasados


Depois de anos de uma série de afirmações diretas e indiretas sobre o tema, o Cardeal alemão Reinhard Marx se pronunciou a favor de admitir ao sacramento da Comunhão os divorciados recasados, uma postura contrária à doutrina católica.

Em sua intervenção, no dia 14 de outubro, ante os bispos provenientes de distintas partes do mundo para participar do Sínodo da Família, o Cardeal Marx afirmou que “devemos considerar seriamente a possibilidade – olhando cada caso individualmente e não de modo geral – de admitir aos divorciados em nova união os sacramentos da Penitência e da Santa Comunhão”.

Isto deve ser permitido, prosseguiu, “quando a vida compartilhada em um matrimônio canonicamente válido fracassou definitivamente e o matrimônio não pode ser anulado, as responsabilidades deste matrimônio se resolveram, existe um arrependimento pela falta que é a ruptura do vínculo matrimonial e exista a vontade de viver o segundo matrimônio civil na fé, educando os filhos na fé”.

A intervenção do Cardeal Marx aconteceu depois de alguns anos de uma série de pedidos dos bispos alemães a fim de mudar as normas da Igreja a respeito, apesar de nos últimos 50 anos os Papas terem rejeitado esta proposta por ser contrária à doutrina da Igreja, a qual estabelece que o matrimônio é indissolúvel e que este vínculo somente termina com a morte de um dos esposos.

No voo de retorno da Filadélfia para Roma no fim de setembro, o Papa Francisco disse aos jornalistas que dar a Comunhão aos divorciados em nova união era uma solução “simplista” ao problema.

Além disso, o Santo Padre anunciou recentemente uma reforma do processo das causas de nulidade que gerarão maior brevidade e menor custo dos mesmos. 

I Congresso católico online sobre afetividade e sexualidade


O Congresso Virtual é uma das inúmeras iniciativas da Campanha Amor Autêntico que visa difundir entre os jovens a beleza da sexualidade humana à luz da Teologia do Corpo de São João Paulo II. Entrevista com Fernando Gomes, responsável pelo Ministério Jovem da RCC no Brasil e organizador do evento.

Nos dias 26 de Outubro a 01 de Novembro acontecerá o I Congresso Católico Online sobre Afetividade e Sexualidade, com o tema: Congresso Virtual Amor Autêntico. A iniciativa é liderada pelo jovem missionário Fernando Gomes, que já foi membro da Coordenação da Pastoral Juvenil Nacional ligada à CNBB e hoje é responsável pelo Ministério Jovem da RCC no Brasil.

O Congresso Virtual é uma das inúmeras iniciativas da Campanha Amor Autêntico que visa difundir entre os jovens a beleza da sexualidade humana à luz da Teologia do Corpo de São João Paulo II. O evento tratará de temas como namoro, sexualidade, afetividade, vida de solteiro, castidade, preparação para o casamento, dentro de uma perspectiva católica. E contará com a participação de diversos pregadores de renome do Brasil e do exterior. Dentre eles, estarão o Prof. Felipe Aquino, Pe Paulo Ricardo, Lucimar Maziero, Diego Fernandes, Nilton Jr, Fernando Gomes, Prof. Felipe Nery, Celina e Gerson Abarca, Dra Roberta Castro, Gleyvison Cunha, Tiago Borges, e o casal Pablo e Sandra de Madri na Espanha e do líder juvenil Francisco Javier, da Costa Rica.

A novidade do evento, além do conteúdo, é que o mesmo é totalmente online e gratuito. Para se inscrever basta clicar nesse link:  Congresso Virtual Amor Autêntico  e digitar o seu email pessoal e já estará inscrito. E os cadastrados receberão por email as informações de como acessar o Congresso e o cronograma das palestras com os temas, pregadores e horários.


Fernando Gomes, organizador do evento, concedeu uma entrevista a ZENIT explicando os detalhes dessa iniciativa.   

O fiel que discorda do magistério Papal não pode sair por aí criticando o Papa levianamente... saiba o porquê!


Em vista das muitas perguntas que chegam continuamente à nossa redação - dessa vez a respeito do Papa Francisco, sua recente encíclica e as acusações públicas ao Papa - entrevistamos brevemente o vice-reitor do Pontifício Ateneu Santo Anselmo de Roma, Stefano Visintin, osb, que respondeu com muita amabilidade as nossas questões. Acompanhe a seguir essa breve entrevista:

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ZENIT: Ultimamente ouvimos muitas críticas sobre o Papa Francisco, principalmente acusando-o de comunista. O que você acha disso, à luz da Pastor Aeternus? Ou seja, tudo o que diz e pensa o Papa entra no dogma da infalibilidade papal?

P. Stefano: Claro que não. Entra no dogma apenas o que a) é relativo à fé e moral; b) é dito "ex cathedra", isto é, quando explicitamente se fala que é um dogma; c) está (obviamente), em substância, contido na Sagrada Escritura e na Tradição.

Quanto às acusações de "comunismo", deve-se lembrar que desde Leão XIII (Rerum Novarum, 1891), a Igreja tem uma sua "Doutrina Social". O Papa segue esta, que não é nem "comunista" nem "capitalista".

ZENIT: O Papa é ou não "primus inter pares”? De onde surgiu essa expressão?

P. Stefano: A expressão nasceu no período da Roma antiga e tem mais o sentido de primado de honra. Neste sentido não se aplica ao Papa que tem jurisdição sobre a Igreja Católica Romana. Mais especificamente: Há apenas um sujeito do supremo poder da Igreja: o colégio episcopal estruturado sob o Papa como sua cabeça; mas há duas maneiras em que tal supremo colégio pode atuar: um “ato propriamente colegial” e o ato do Papa como cabeça do colégio.

ZENIT: O Papa deve ser ouvido e lido apenas quando fala infalivelmente ou também nos seus atos de magistério ordinário?

P. Stefano: O Papa e os Bispos devem ser ouvidos no exercício ordinário do seu magistério, que é o habitual, e que ocupará provavelmente toda a sua vida. A tarefa deles é dar uma orientação à vida dos fieis nas circunstâncias ordinárias, a fim de permitir uma melhor compreensão da revelação e das suas implicações morais. As intervenções "infalíveis" são um acontecimento raro. 

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Ataques periódicos e concentrados para deslegitimar o papa


Premissas necessárias para que nos entendamos bem desde o início: o nosso raciocínio é baseado em fatos demonstráveis. No entanto, é sempre uma hipótese e, portanto, é uma "verdade" pessoal que pode ser rejeitada ou criticada.

1) A primeira deve ser reiterada não só em honra da verdade, mas por afeto e solidariedade: o Papa Francisco, que goza de uma "frágil saúde de ferro", está bem e porta com alegria e leveza as fraquezas da sua idade e não poupa esforços e empenho no seu serviço à Igreja e ao mundo.

2) A segunda deve ser destacada por necessidade do raciocínio que segue: em 30 meses, Jorge Mario Bergoglio se tornou o líder moral e religioso mais importante do mundo, e as suas palavras não são apenas ouvidas, mas a cada dia chegam a "plateias" inesperadas, ultrapassando todo tipo de barreira religiosa, linguística, cultural, política e cultural. A sua liderança, sem dúvida, é a que tem maior autoridade, é a mais sólida e convincente no mundo de hoje, e isso não acontecia no panorama internacional há muitos anos.

3) Com base nessa realidade da qual Francisco é protagonista, reconhecida pelos seus piores detratores, há apenas a verdade da sua palavra e a sua coerência de vida. Francisco fala como um profeta (encarnando a missão profética da Igreja) sem se importar com os cálculos diplomáticos, com os jogos de poder muitas vezes obscuros, com as conveniências do momento, e faz isso usando a denúncia, mas também a esperança, trazendo de volta para hoje – dos subterrâneos das bibliotecas – Jesus e o seu Evangelho.

4) Obviamente, tudo isso fez com que ele se tornasse o líder mais amado, reconhecido como pastor e guia, e, portanto, ouvido por milhões e milhões de pessoas, dentro e fora da Igreja, mas, ao mesmo tempo, aconteceu outra coisa, natural e evidente: pouco a pouco, as fileiras dos seus adversários foi crescendo em número, agressividade e consistência. São as forças, diversas e compósitas, que vão desde os piedosos "ateus devotos" a algumas corporações, aos conservadores e reacionários, aos corruptos de todas as camadas, aos bem-pensantes por conveniência carreirista, aos pusilânimes que são sempre "moderados" (quando se trata dos seus interesses), aos nostálgicos mal educados a uma fé que deveria sempre embasar o poder. 

Arcebispo pede ao Sínodo falar abertamente sobre o ataque do demônio contra a família


Em sua intervenção durante o Sínodo sobre a Família, o Arcebispo de Hajdúdorog (Hungria), Dom Péter Fülöp Kocsis, exortou aos bispos a denunciar abertamente o “feroz e enorme ataque” do diabo contra a família.

O Sínodo Ordinário sobre a Família acontece no Vaticano entre o dia 4 e 25 de outubro, com a participação de bispos, sacerdotes e leigos do mundo inteiro.

Dom Péter Fülöp Kocsis assinalou que “devemos dizer abertamente que em nosso mundo malcriado, a família e o homem de boa vontade, com boas intenções, estão sendo atacados, estão sofrendo um feroz e enorme ataque. E este está sendo realizado pelo demônio”.

“Devemos chamar estas forças diabólicas pelo seu nome, estas forças têm um papel que cumprir com estes fenômenos, pois desta forma podemos encontrar algumas indicações inclusive para a busca de possíveis soluções”, disse.