Esta é uma
nova fumaça branca. A Igreja reunida em Roma não deu ao Papa Francisco um voto
de desconfiança mas, pelo contrário, o "elegeu" pela segunda vez. E
nem trancafiou a vontade reformista de Jorge Mario Bergoglio: a questão dos
sacramentos aos divorciados recasados será avaliada caso a caso. Caberá aos
bispos e aos padres, aos que servem desde abaixo a Igreja, e não a quem está lá
no alto, isto é, aos teólogos que comandam a Cúria.
O sínodo aprovou a relação final com a maioria
qualificada (os dois terços), mas reduziu os consensos para o parágrafo 85, o
mais delicado, que passou um voto do limite dos 177 (178 sim e 80 não). Porque
o ponto 85 absorve as mediações entre conservadores e progressistas sobre os
divorciados, as aberturas e as exceções, com uma linguagem felpuda: "Mesmo
mantendo a norma geral, é necessário reconhecer que a responsabilidade de
determinadas ações ou decisões, não é a mesma em todos os casos. O
discernimento pastoral, sempre tendo em conta a consciência retamente formada
das pessoas, deve dar conta destas situações".
Para anular as pressões do grupo de reacionários,
as sentinelas do Papa Francisco na assembleia - o cardela Lorenzo Baldisseri e
o arcebispo Bruno Forte - trabalharam para aliviar as divisões. Isto impediu,
inclusive, que o texto fosse rejeitado. Pelo contrário, o texto obteve a
unanimidade na comissão e na aula sempre teve 66 por cento dos consensos.
Não era o momento para forçar a Igreja mais
reacionária, dispersa nos cinco continentes e representada na Cúria pelos
cardeais Robert Sarah e Gerhard Müller. Não havia a exigência de forçar sobre
os divorciados, porque Bergoglio já interveio sobre o tema com o duplo motu
proprio de setembro que agiliza o processo de nulidade. Na prática, não muda
muito. Em teoria, a Igreja confirma a linha de Bergoglio. Que, no entanto, não
é nada terno. No discurso de clausura disse: "O Sínodo nos fez entender melhor que os verdadeiros defensores da
doutrina não são aqueles que defendem a letra mas o espírito, não as ideias mas
a pessoa humana, não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu
perdão".
Uma mensagem explícita para Sarah e os colegas.
Nada de revolucionário sobre os homossexuais, somente a repetição de um
conceito: "Devem ser respeitados na
sua dignidade para evitar qualquer tipo de injusta discriminação".
Mas sobre as uniões civis, a Igreja continua
inflexível. "Acerca dos projetos de
equiparação ao matrimônio, não existe nenhum fundamento para assimilar ou
estabelecer analogias, ainda que remotas, entre as uniões homossexuais e o
desígnio de Deus sobre o matrimônio e a família". É reafirmada a
tolerância zero contra os pedófilos.
O documento aprovado no Sínodo tem um valor
político para o argentino Bergoglio e os seus opositores internos, relegados a
uma minoria.
Mas não ignorou a tensão que acompanhou estas três
semanas sinodais e não removeu a carta de protesto dos treze cardeais: "O diálogo foi enriquecido por opiniões
diferentes que se expressaram livremente e, às vezes, com métodos não
totalmente benévolos".
O Sínodo ordinário deste ano, que celebra os
cinquenta anos da sua criação por Paulo VI, sancionou a postura bergogliana do
Vaticano: "O primeiro dever da
Igreja não é distribuir condenações e anátemas, mas proclamar a misericórdia de
Deus, de chamar à conversão e de conduzir todos os homens à salvação".
Assim termina o Sìnodo na versão Conclave.
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Por: Carlo
Tecce
Fonte: il
Fatto Quotidiano
Tradução: IHU
On-Line.
Disponível
em: Intituto Humanitas Unisinos
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