quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O ENEM e o controle ideológico da população


Um exame que foi pensado como mero indicador de qualidade acadêmica transformou-se num forte instrumento de controle, inclusive ideológico, de acesso ao ensino superior. E já está sendo usado para consolidar a ideologia de gênero

Nunca houve, na história do Brasil, um instrumento potencialmente tão completo, em termos de dominação ideológica do país, como o ENEM. De fato, ele é, hoje, basicamente a única porta de acesso a todo o ensino superior e a toda a estrutura de pós-graduação no país – vale dizer, quem não estiver preparado para demonstrar não somente qualidade acadêmica, mas também afinação com os pressupostos ideológicos que regem os elaboradores e corretores do exame está condenado a não obter vaga nas universidades, ou ao menos privar-se das universidades de maior qualidade e dos cursos mais procurados.

Não se trata de discutir se o ENEM é ou não um instrumento pedagógico tecnicamente bom. Possivelmente ele é, e isto não diz nada em seu favor: são exatamente os instrumentos bons os que são mais aptos de produzir danos enormes quando mal utilizados. Uma faca extremamente afiada é um instrumento soberbo para um bom churrasco, mas é também uma arma letal nas mãos de um assassino. Há uma confusão básica – também no campo da educação – entre ética e técnica, como se o avanço técnico da ciência pudesse influir diretamente, ou mesmo determinar, as fronteiras da ética.

Neste ponto, há que se frisar: nenhum governo autoritário do Brasil jamais dispôs de um instrumento tão completo, abrangente e eficaz, no plano do controle ideológico, como é o ENEM. Para o bem ou para o mal. Trata-se, como disse, de condicionar o acesso a todo o ensino superior à porta única de entrada que é este exame. E que, é claro, submete-se (potencialmente ao menos, senão em ato) a um grande controle ideológico sob o ângulo de certos consensos acadêmicos e midiáticos que estão bem estabelecidos, hoje, no nosso país e no mundo.

Dou um exemplo: há uma grande discussão, hoje, sobre a verdadeira noção de “identidade sexual”. Tradicionalmente, sempre se entendeu que a “identidade sexual” do ser humano é binária: somos homens e mulheres, e as exceções clínicas, raríssimas, somente confirmavam a regra. Há, é claro, (e tradicionalmente se entendia assim) o campo das tendências, inclinações, desejos e opções sexuais, mas estes não faziam parte da própria identidade sexual, da substância da pessoa humana, senão do campo dos condicionamentos e das escolhas, das opções e vivências culturais e pessoais, na riqueza da sexualidade humana. Compreendia-se que havia homens e mulheres, e que havia diversas maneiras e modos de se viver na prática a sexualidade, sem que tais maneiras e modos passassem a integrar a própria noção de identidade sexual. É assim que a Declaração Universal de Direitos Humanos, já nos seus “consideranda”, fala em “dignidade e valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres”, ou em vedação de “distinção de sexo”, já no seu artigo 2º. É assim, também, que no seu art. 16, reconhece-se que “Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução”. Para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, portanto, a questão de uma “identidade sexual” diversa do sexo das pessoas nem sequer se colocava. Éramos, e sempre fomos, homens e mulheres. Ponto. Todo o resto estava no campo dos condicionamentos, das escolhas, das tendências e desvios, alguns publicamente reprimidos, como a pedofilia, alguns simplesmente tolerados, como a promiscuidade, outros estimulados, em função do seu interesse para todos, como a formação de famílias complementares e fecundas. E as coisas foram assim até pelo menos os anos setenta.

Sínodo: Algumas propostas eram um “cavalo de Troia” para minar a doutrina, diz Cardeal.


"Alguns pensavam que o recente Sínodo, mais em particular o ‘Sínodo paralelo’, o que poderíamos chamar de ‘Sínodo da mídia’, teria, na prática, dado a autorização para os católicos divorciados e recasados civilmente – que, pelo que parece, alguns consideram como as únicas famílias que fracassaram, as únicas famílias que estão em dificuldade – de se aproximarem da Santa Comunhão. Claramente o texto do Sínodo que foi aprovado não faz nenhuma menção à comunhão aos divorciados recasados civilmente. Alguns ficaram felizes com este resultado, e não nos surpreendeu que o Sínodo Paralelo dos meios de comunicação tenham proclamado rapidamente que a Igreja abriu-se a tal possibilidade quando o texto não fala nada sobre isso”.

Não deixa margem para dúvidas o cardeal George Pell, prefeito da Secretaria para a Economia, que falou hoje para a abertura do ano acadêmico 2015-2016 do Pontifício Instituto João Paulo II para estudos sobre Matrimônio e Família. Na sua palestra inaugural com o tema "Fé, família e finanças hoje", o cardeal australiano voltou ao sínodo que concluiu domingo passado esclarecendo algumas discussões que ocorreram na Sala.

"Em algum momento - disse, por exemplo, o purpurado – foi proposto por alguns Padres uma solução de ‘foro interno’. Era, talvez, um cavalo de Troia usado para propor um ataque à belíssima doutrina da Igreja sobre consciência? Quando uma visão defeituosa de consciência poderia ser usada para desconstruir a doutrina católica sobre casamento, família e sexualidade...".

Esta questão de "foro interno" - recordou também o prefeito de finanças do Vaticano - "foi criada, mais ou menos, da mesma forma depois da Humanae Vitae". A consciência - explicou - "não é um egoísmo clarividente, nem o desejo de ser coerentes consigo mesmos”, mas sim “um severo conselheiro”, embora se “nestes séculos foi esmagada por uma falsificação: o direito de agir segundo o prazer próprio; o direito de falar, escrever, segundo o próprio julgamento e o próprio humor dar nenhum pensamento a Deus”.

Falando de "práticas eucarísticas contrárias à disciplina da Igreja", o cardeal sublinhou que "a Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambiguidades e redução. No recente texto do Sínodo da família, apesar das declarações dos meios de comunicação em sentido contrário, a questão da comunhão aos divorciados recasados não foi nem sequer mencionada. A herança de João Paulo II permanece intacta. E nos damos conta de que há uma relação simbiótica entre a família humana e a família eclesial. Porque a Eucaristia alimenta a vida espiritual de ambos”.

Portanto "valorizar e proteger a prática é de vital importância”. “Precisamos – evidenciou Pell – de um claro ensinamento sobre a família e a Eucaristia para ajudar a dissipar as sombras de práticas e de doutrinas não aceitáveis para que a Eucaristia continue a resplandecer no seu mistério radiante".

À margem do Dies Academicus, ZENIT fez algumas perguntas ao cardeal.

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Homilética: Finados (2 de Novembro): Comemoração de Todos os Fiéis Falecidos: "Outra visão da morte"


Neste dia 2 de novembro celebramos o dia de Finados, momento de fazer memória aos parentes e amigos já falecidos, em uma manifestação pública de afeto. Para os cristãos, este é também o momento de olhar para o futuro e ter o conforto de saber que o nosso destino está em Deus e que a morte nada mais é do que o nascimento para a vida eterna. A Igreja nos convida neste dia a comemorar todos os fiéis defuntos, a voltar o nosso olhar a tantos rostos que nos precederam e que concluíram o caminho terreno. Para nós cristãos a morte é iluminada pela ressurreição de Cristo e para renovar a nossa fé na vida eterna.

A liturgia do dia de Finados poderia ser chamada também de liturgia da esperança, pois, a vitória sobre a morte é o critério da esperança do cristão.  Diante da morte a resposta do cristão deve ser: “A vida não é tirada, mas transformada”.  E esta resposta baseia-se na fé na Ressurreição de Jesus. Somos unidos com Ele na vida e na morte.  Somente quem pode reconhecer uma grande esperança na morte, pode também viver uma vida a partir da esperança. O homem tem necessidade de eternidade e esse desejo de eternidade foi o que Jesus veio trazer quando disse: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11,25-26).


A Palavra de vida e de esperança é um profundo conforto para nós, face ao mistério da morte, especialmente quando atinge as pessoas que nos são mais queridas. Embora nos tenhamos entristecido porque tivemos que nos separar delas, e ainda nos amargura a sua falta, a fé nos enche de íntimo alívio perante o pensamento de que, como aconteceu para o Senhor Jesus e sempre graças a Ele, a morte já não tem qualquer poder sobre eles (cf. Rm 6,9). Passando, nesta vida, através do Coração misericordioso de Cristo, eles entraram “num lugar de descanso” (Sb 4,7).

A liturgia da Comemoração dos Fiéis Defuntos convida-nos a descobrir que o projeto de Deus para o homem é um projeto de vida. No horizonte final do homem não está a morte, o fracasso, o nada, mas está a comunhão com Deus, a realização plena do homem, a felicidade definitiva, a vida eterna.

No Evangelho, Jesus deixa claro que o objetivo final da sua missão é dar aos homens o “pão” que conduz à vida eterna. Para aceder a essa vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projeto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e beber o sangue” de Jesus) é, ao longo da nossa caminhada pela terra, um momento privilegiado de encontro e de compromisso com essa vida nova e definitiva que Jesus veio oferecer.

Na segunda leitura, Paulo garante aos cristãos de Tessalônica que Cristo virá de novo, um dia, para concluir a história humana e para inaugurar a realidade do mundo definitivo; todo aquele que tiver aderido a Jesus e se tiver identificado com Ele irá ao encontro do Senhor e permanecerá com Ele para sempre.

Na primeira leitura, Isaías anuncia e descreve o “banquete” que Deus, um dia, vai oferecer a todos os Povos. Com imagens muito sugestivas, o profeta sugere que o fim último da caminhada do homem é o “sentar-se à mesa” de Deus, o partilhar a vida de Deus, o fazer parte da família de Deus. Dessa comunhão com Deus resultará, para o homem, a felicidade total, a vida definitiva.

Jesus Cristo ilumina o mistério da dor e nos ensina a olhar a morte além da angústia e do medo. Ele venceu o lado angustiante da morte, através da sua Ressurreição, pela qual foi possível abrir a porta da esperança para a eternidade. Cristo transformou a morte, que anteriormente era vista como um túnel escuro e sem saída, em uma passagem luminosa, um caminho para a Páscoa.

Cristo morreu e ressuscitou e nos abriu a passagem para a casa do Pai, o Reino da vida e da paz. Quem segue Jesus nesta vida é recebido onde Ele nos precedeu. Portanto, enquanto visitamos os cemitérios, recordemo-nos que ali, nos túmulos, repousam só os despojos dos nossos entes queridos na expectativa da ressurreição final. As suas almas, como diz a Sagrada Escritura, já “estão nas mãos de Deus” (Sb 3,1). Portanto, o modo mais justo e eficaz de os honrarmos é rezar por eles, oferecendo atos de fé, de esperança e de caridade em união ao Sacrifício Eucarístico (cf. BENTO PP XVI, Angelus, 1 de novembro de 2009).

O dia de finados é sempre excelente ocasião, não somente para rezar pelos nossos irmãos já falecidos, mas também para alagarmos nosso conceito de vida, pensarmos no modo como estamos vivendo, bem como reforçarmos a nossa esperança de um dia estarmos todos diante do Pai. Portanto, a nossa oração pelos defuntos é útil e também necessária, enquanto ela não só os pode ajudar, mas ao mesmo tempo torna eficaz a sua intercessão em nosso benefício (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 958).

Cada Santa Missa possui um valor infinito e é o que temos de mais valioso para oferecer pelas almas.  Também podemos oferecer por elas as indulgências que lucramos na terra: as nossas orações; a melhor maneira de demonstrarmos o nosso amor pelos nossos parentes e amigos e por todos os que nos precederam e esperam o seu encontro definitivo com Deus.


Nas nossas orações, peçamos para que também nós, peregrinos na terra, mantenhamos sempre orientados os olhos e o coração para a meta derradeira pela qual aspiramos, a casa do Pai, o Céu. E que o  Senhor nos conceda, no final da nossa peregrinação terrestre, uma morte santa e que possamos estar entre os seus escolhidos para que Ele possa dizer neste dia a cada um de nós: “Vinde, benditos de meu Pai, recebei como herança o reino que para vós está preparado desde a criação do mundo” (Mt 25,34). Assim seja.

Ideologia de Gênero no ENEM cria polêmica.


O Ministério da Cultura não desiste mesmo de querer impor à sociedade brasileira, sobretudo aos jovens, a Ideologia de Gênero, que quer colocar em nossa cabeça a “fórceps” que não existe sexo, num desrespeito ao que já foi aprovado pelas autoridades do governo.

O Plano Nacional de Educação foi aprovado pelo Congresso Nacional, excluindo dele a Ideologia de Gênero; e a Lei foi sancionada pela Presidente da República. Ora, o assunto, ao menos em nível governamental, deveria cessar. Há uma definição clara e legal sobre a matéria.

Mas os ideólogos que defendem essa cultura, vencidos no campo legal, insistem em usar os meios controlados pelo governo para insistir nesta tecla.

Em um vídeo muito divulgado na internet, o Procurador Regional da República em Brasília, Dr. Guilherme Scheib, afirma que:

“O governo federal e alguns governos locais cometem graves ilegalidades contra a família e a infância, ao propor e implantar em escolas públicas e particulares a ideologia de gênero. Diversas denúncias revelam a prática de ministrar aulas para crianças sobre sexo anal, bissexualidade, sexo com animais, prostituição e até masturbação. Além de apresentar temas sexuais complexos ao entendimento de crianças e adolescentes, procura-se relativizar abusivamente na mente das crianças os conceitos morais de masculinidade e feminilidade”. 

E o Procurador apresenta até um “Modelo de notificação extrajudicial” que se for necessário pode a ser entregue ao diretor da escola de seu filho.

Agora, a questão volta no ENEM (24-25 de outubro de 2015). Uma questão da prova de Ciências Humanas do Enem 2015 chamou a atenção porque colocou em uma das questões a ousada afirmação da feminista Simone de Beauvoir (†1986), uma das ativistas da Ideologia de Gênero:

“Ninguém nasce mulher, torna-se mulher. Nenhum destino biológico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino”. (Simone Beauvoir, O segundo sexo, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980).

Ela deixa claro que “o objetivo final do movimento feminista é eliminar a diferenciação entre os sexos. A meta é a ectogênese, ou seja, a possibilidade de ter filhos fora de um corpo feminino”. Por isso, já se trabalha na construção de um útero artificial. 

Ipads e Smartphones não podem substituir Missal na Liturgia


O Padre Antônio Spadaro, conhecido popularmente como o “ciberteólogo” do Vaticano, explicou por que os distintos dispositivos móveis como Ipad, Smartphones e tablets não podem substituir o Missal Romano nem os tradicionais livros na liturgia católica.

O sacerdote, membro do Pontifício Conselho das Comunicações, comentou em seu blog a decisão da Conferência Episcopal da Nova Zelândia de negar-se ao pedido de vários sacerdotes do país que solicitaram usar estes dispositivos móveis nas liturgias que celebram. 

Através da edição de julho da revista italiana ‘Jesus’, e no seu blog “CyberTeologia”, o Padre Spadaro explica como muda o conceito do livro sagrado nos tempos do iPad, e considera que graças aos aplicativos que permitem rezar a oração do Breviário, ou o Missal, como o iBreviary, pode-se difundir o uso dos livros litúrgicos no mundo digital. 

Porém, recordou que “a página do Evangelho, permanece como parte integrante da ação ritual da comunidade cristã”. 

O presbítero explicou que “é inimaginável que se leve em procissão um iPad ou um computador portátil, ou que em uma liturgia um monitor seja solenemente incensado e beijado”, e portanto, “a liturgia, é o baluarte de resistência da relação texto-página contra a volatilização do texto desencarnado de uma página de tinta; o contexto no qual, a página permanece como o ‘corpo’ de um texto”. 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Você mataria este menino sabendo que ele é Adolf Hitler?

New York Times: uma pergunta cruel e uma ideia distorcida sobre o livre arbítrio

Se, por absurdo, você pudesse encontrar Adolf Hitler quando ele ainda era criança, você o mataria?

Esta foi a pergunta que o jornal The New York Times fez aos seus leitores, embalado pelo recente frenesi em torno ao filme “De Volta para o Futuro” e seu enredo de viagens no tempo. O resultado da pesquisa foi anunciado via Twitter: 42% responderam que matariam o garoto de olhos sonhadores que viria a se tornar o Führer nazista. 30% não o matariam e 28% não souberam o que decidir.

É importante recordar que as pesquisas via Twitter não têm valor científico, mas este caso, em concreto, sugere uma possível concepção geral de que cada pessoa está de alguma forma “predestinada” a fazer o que faz – e que nada poderia alterar o seu “destino”, exceto, talvez, soluções radicais como o assassinato. A maioria dos participantes da enquete se declarou disposta a matar um inocente (o menino Adolf) para punir um criminoso (o adulto Hitler).

O caso indica a nossa ilusão de ler em todo ser humano “digitalizado” um prenúncio do gênio ou da abjeção. Chamamos isso de “metadados” – e ainda não sabemos até que ponto o Google já nos classificou e arquivou em sua memória mais profunda e inacessível com base neles. Quando os metadados indicam que algo ou alguém é mau, tendemos a acatar essa catalogação sem muito senso crítico: podemos até reagir como se nos fosse indicado o próprio signo do diabo e dispensamos maiores aprofundamentos antes de condenar o “acusado” à fogueira (assim como é comum condenarem sumariamente a Igreja à fogueira por “ter queimado milhões de pessoas na Idade Média”, embora os historiadores mais sérios desmintam as lendas sensacionalistas propagadas pelo laicismo mais raivoso a respeito da Inquisição). 

Candidato à presidência dos EUA compara o aborto à escravidão e pede pelo seu fim


Benjamin “Ben” Carson, pré-candidato presidencial americano – o qual busca a nominação do Partido Republicano – comparou o aborto à escravidão e ainda pediu o seu fim em quase todas suas causas.

O caso judicial Roe e Wade permitiu a legalização do aborto nos Estados Unidos em janeiro de 1973. Desde então, calculam que praticaram cerca de 55 milhões de abortos nesse país.

Na opinião de Carson, “na situação ideal, a mãe não deveria acreditar que o bebê é o seu inimigo e nem deveria tentar abortá-lo”.

Em declarações ao programa ‘Meet the Press’ da rede NBC em 25 de outubro, Carson recordou que “durante a escravidão – e sei que essa é uma das palavras que se supõe que não deveria dizer, mas a estou dizendo –, durante a escravidão muitos dos donos dos escravos pensavam que tinham o direito de fazer o que quisessem com esse escravo, qualquer coisa que escolhessem fazer”.

“E caso os abolicionistas dissessem ‘bom, não acredito na escravidão. Acho que não está bem, mas vocês podem fazer o que quiserem’, onde estaríamos?”, questionou o político americano.

Carson trabalhou como médico neurocirurgião e alcançou a direção do serviço de Neurocirurgia Pediátrica do importante hospital Johns Hopkins em Maryland (Estados Unidos), entre 1984 e 2013.

Em maio deste ano, anunciou sua pré-candidatura à presidência dos Estados Unidos.

Carson assegurou durante o programa da NBC que “definitivamente gostaria que Roe e Wade fossem revogados”.

“Sou uma pessoa razoável e se as pessoas podem vir com uma explicação razoável de por que gostariam de matar um bebê, escutarei”, ironizou. 

Na catequese, Papa convida a seguir no diálogo inter-religioso


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 28 de outubro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Nas audiências gerais sempre há muitas pessoas ou grupos pertencentes a outras religiões; mas hoje essa presença é de tudo particular, para recordar juntos o 50º aniversário da Declaração do Concílio Vaticano II Nostra aetate, sobre as relações da Igreja católica com as religiões não cristãs. Este tema estava fortemente no coração do beato Papa Paulo VI, que já na festa de Pentecostes do ano precedente ao fim do Concílio tinha instituído o Secretariado para os não cristãs, hoje Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso. Exprimo por isso a minha gratidão e as minhas calorosas boas vindas a pessoas e grupos de diversas religiões, que hoje quiseram estar presentes, especialmente aos que vieram de longe.

O Concílio Vaticano II foi um tempo extraordinário de reflexão, diálogo e oração para renovar o olhar da Igreja católica sobre si mesma e sobre o mundo. Uma leitura dos sinais dos tempos em vista de uma atualização orientada por uma dupla fidelidade: fidelidade à tradição eclesial e fidelidade à história dos homens e das mulheres do nosso tempo. De fato, Deus, que se revelou na criação e na história, que falou por meio dos profetas e totalmente no seu Filho feito homem (cfr Eb 1, 1) se dirige ao coração e ao espírito de todo ser humano, que busca a verdade e os meios de praticá-la.

A mensagem da Declaração Nostra aetate é sempre atual. Retomamos brevemente alguns pontos:

– a crescente inter-dependência dos povos (cfr n.1);

– a busca humana de um sentido da vida, do sofrimento, da morte, interrogações que sempre acompanham o nosso caminho (cfr n.1);

– a comum origem e o comum destino da humanidade (cfr n.1);

– a unicidade da família humana (cfr n. 1);

– as religiões como busca de Deus e do Absoluto, dentro das várias etnias e culturas (cfr n. 1);

– o olhar benevolente e atento da Igreja sobre religiões: essa não rejeita nada nelas que é de belo e verdadeiro (cfr n. 2);

– a Igreja olha com estima os crentes de todas as religiões, apreciando o seu empenho espiritual e moral (cfr n. 3);

– a Igreja, aberta ao diálogo com todos, é ao mesmo tempo fiel à verdade em que acredita, a começar por aquela de que a salvação oferecida a todos tem a sua origem em Jesus, único salvador e que o Espírito Santo está em ação, como fonte de paz e amor.