domingo, 1 de novembro de 2015

Feministas picham Igreja Catedral, em São Paulo, defendendo o ‘direito’ de matar bebês.


Cartão-postal da cidade de São Paulo, a Catedral da Sé, na região central, amanheceu tomada por pichações favoráveis ao aborto, após ato realizado contra o Projeto de Lei 5.069/2013. 

Após manifestação, realizada nesta sexta-feira (30), no centro da capital de São Paulo, contra projeto de lei que, entre outras medidas, dificulta o chamado “aborto legal” e restringe a venda de medicamentos abortivos no país, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo amanheceu neste sábado (31), com portas e paredes pichadas. Em nota, os padres que administram a Catedral lamentam e repudiam os atos de vandalismo contra a igreja, que é um “monumento arquitetônico-artístico de referência para a cidade de São Paulo”.


Frases como “se o papa fosse mulher, o aborto seria legal” e “tire seus rosários dos meus ovários” estavam entre as pichações. No início da noite de anteontem, a manifestação contra o projeto começou na Avenida Paulista e terminou por volta das 21h30 na Praça da Sé. A Polícia Militar informou que 3.000 pessoas participaram do ato, enquanto a organização do evento estimou 15.000.

Dia dos falecidos


Na liturgia católica, o primeiro de novembro é comemorado como “Dia de todos os Santos”. A ideia se volta para as pessoas falecidas, que deixaram marcas no testemunho de vida autêntica, principalmente de humildade e registradas na memória de quem com elas conviveram. Mais do que isto, a santidade deve começar na vida terrena, também antes da morte.

Não sei se se pode falar de morte feliz. Pelo menos olhamos para os falecidos, que praticaram as bem-aventuranças propostas pelo Evangelho, com olhos positivos. Conforme as promessas da Palavra de Deus, o bem praticado na terra será recompensado no céu. Quem faz o caminho de seguimento de Jesus Cristo não ficará desamparado na outra vida.

Falar sobre “Dia de Finados”, ou dos falecidos, significa tocar no sentimento que atinge a todas as pessoas. Não é apenas o sofrimento pela perda de um ente querido, mas também deixa transparecer a realidade de um mistério escondido por traz da vida terrena. O ser humano tem uma dimensão de eternidade, e foi criado para plenificar a identidade do Criador. 

O idioma da liturgia romana


“A Língua Latina é a língua própria da Igreja Romana.”[i]

A língua oficial para a celebração da Santa Missa e de todos os atos litúrgicos, no rito romano, em ambas as formas, tradicional (tridentina, extraordinária, pré-conciliar, de São Pio V e do Beato João XXIII) e moderna (renovada, ordinária, pós-conciliar, de Paulo VI e de João Paulo II), é o latim. “O Latim exprime de maneira palmar e sensível a unidade e a universalidade da Igreja.”[ii] O Concílio Vaticano II, ao contrário do que muitos pensam, não aboliu o uso do idioma latino, antes o incentivou. “Salvo o direito particular, seja conservado o uso da Língua Latina nos Ritos latinos.”[iii]

Já antes do Concílio, o Beato João XXIII, que o convocou, ensinara:

“Que o antigo uso da Língua Latina seja mantido, e onde houver caído quase em abandono, seja absolutamente restabelecido. – Ninguém por afã de novidade escreva contra o uso da Língua Latina nos sagrados ritos da Liturgia.”[iv]

O latim permanece idioma oficial do culto no rito romano, mesmo após a reforma empreendida por Paulo VI e João Paulo II, por ocasião do Vaticano II. O rito romano moderno, sobre o qual tratamos nesta obra, é celebrado, pois, em latim, sua língua própria. Não houve uma proibição do latim, mas sim a permissão para que a Missa seja oferecida em vernáculo, i.e., nas línguas nacionais dos vários países. Pode-se, além disso, dizer determinadas partes da Missa em latim e outras em vernáculo.

Portanto, a regra é que a Missa e os demais atos litúrgicos (Ofício, sacramentos, sacramentais), no rito romano em sua forma ordinária, deva ser celebrada em latim, permitindo-se que seja oferecida em vernáculo. 

sábado, 31 de outubro de 2015

CONACAT: Sínodo inspira Congresso Católico digital no Brasil


A partir de uma visão católica, dar respostas práticas a problemas comuns da vida em família. Esse é o objetivo do 2° Congresso Nacional Católico Digital (Conacat) que, este ano, aborda o tema “Sempre Família”, inspirado pelo Sínodo das Famílias convocado pelo Papa Francisco.

O evento digital, organizado pelo jornalista católico maranhense, Wagner Moura, acontecerá de 9 a 13 de novembro e reúne em sua segunda edição mais de 25 voluntários, leigos de vários estados brasileiros e do exterior, além de contar com a participação do padre dehoniano, João Carlos Almeida (padre Joãozinho), do provincial da Ordem Mercedária no Brasil, frei Rogério Soares, e da missionária e cantora da Comunidade Católica Shalom, Suely Façanha.

Evangelizar por meio da internet

“Os Pontifícios Conselhos para a Cultura e para as Comunicações há bastante tempo orientam a evangelização do continente digital – forma como conceituam o ambiente da internet. O tema, particularmente, atraiu-me ainda mais após a formação que tive ao representar os países de língua portuguesa no Vatican Blog Meeting, encontro internacional promovido por esses pontifícios conselhos, no Vaticano, em 2011”, afirma o organizador do Conacat, Wagner Moura.

Para participar do Conacat os interessados precisam fazer, gratuitamente, uma inscrição simbólica no site Católico em Rede, apenas inserindo seu e-mail de contato. É pelo e-mail que os participantes serão avisados sobre a programação completa que, este ano, contará ainda com a participação de jovens autores de romances católicos como Elisa Hulshof, André Krupp e Tássila Maia. 

Terra de Maria nos Cinemas


O documentário espanhol de 2013 que foi sucesso em 25 países só chegou este ano ao Brasil mas também causou um grande frisson nas salas de cinema, passando da terceira semana de exibição (o requisito da programação era a procura).

Sinopse: Era uma vez… Deus. E viveram felizes para sempre. Adeus, Pai Nosso. Até nunca, seres celestiais. Se não os vemos, não acreditamos. Decidimos viver assim, como se não existissem. Contudo… milhões de pessoas continuam a falar de Jesus Cristo, a quem chamam “Irmão”. E com a Virgem Maria, a quem chamam “Mãe”. Acreditam que somos filhos de Deus e, por isso, chamam-no de “Pai”. O Advogado do Diabo recebe uma nova missão: investigar, sem medo, esses que ainda confiam nas receitas do céu. São uns enganadores ou foram enganados? Se as suas crenças forem falsas, a nossa vida continuará igual. Mas… e se não for um conto de fadas?

Terra de Maria não vem para comprovar cientificamente as aparições de Nossa Senhora, mas para confirmar no coração dos fiéis que a conversão por intermédio da Virgem é sentida e vivida por milhões de pessoas todos os dias. Como afirmou o próprio diretor do filme, o jornalista Juan Manuel Cotelo, “é dificil definir o gênero do filme, pois mistura documentário com ficção, humor com religiosidade, drama com mistério… você chora, ri e pensa na mesma medida.” A parte ficcional do longa tem como maior objetivo dar movimento à história, quebrando a sequência dos vários testemunhos presentes.

Abordando a vida de várias pessoas em 10 países diferentes, cada um conta informalmente sua história e como teve a experiência de conversão diretamente ligada à Virgem Maria. Aborto, prostituição, doenças e grandes mazelas sociais marcam muitos dos depoimentos de católicos e não-católicos que, por muito tempo, viveram longe de Cristo mas que foram alcançados por Sua imensa misericórdia.



Ouvimos na fala do sacerdote, do médico, da modelo, da ex-dançarina, do missionário, entre outros, o quão importante é a intercessão de Nossa Senhora, que os atraiu muitas vezes sem que eles ainda estivessem sequer buscando a Deus. Terra de Maria não pretende explicar a devoção mariana por uma ótica teológica, mas visa apresentar a Mãe de Deus de forma simples para quem não a conhece, por meio da vida transformada de muitos. “Para mim a chave é fugir da artificialidade (…). Contemos a realidade da fé, sem acessórios, nos centremos na beleza das coisas, com certeza há gente boa em todo lugar”, conta o cineasta. A parte cômica fica por conta das entrevistas curiosas do “advogado do Diabo”, que trabalha para uma agência de espiões que quer descobrir quem é esta Virgem que liga os crentes à Deus… que fé é esta que ainda atrai tantos? Que revolução é esta que mesmo nos dias de hoje não perde a força?

Documentário quer expor “hipocrisia” de padres e pastores que pregam contra a homossexualidade


"O Sacerdote, ou é um Santo, ou é um demônio. Ou santifica, ou arruína" 
– São Pio

Enquanto os líderes da Igreja Católica debatiam no Sínodo dos Bispos para defender a família, o inimigo preparava um contra-ataque que pode gerar polêmicas e grande confusão em meio aos cristãos. Trata-se de um documentário para expor líderes religiosos que possuem uma vida homossexual ativa.

O documentário, produzido e dirigido por Dener Giovanini, vai mostrar gravações de 150 religiosos, incluindo pastores protestantes, padres, bispos e seminaristas, praticando sexo virtual com um ator contratado. “O documentário está em fase de finalização e tem data prevista de lançamento mundial daqui a três meses e irá revelar a prática por trás do discurso de ódio contra os homossexuais”, diz o site.

O diretor Dener Giovanini decidiu divulgar o filme nesse momento por conta da realização do Sínodo dos Bispos que está debatendo exatamente os temas família e sexualidade. “Apesar do filme ainda não estar totalmente finalizado, tomei a decisão de falar publicamente sobre ele porque uma das maiores religiões do mundo está definindo agora a forma como conduzirá esse assunto no futuro”, afirma Giovanini.

"Temos umas 500 horas de gravações com centenas de religiosos católicos, evangélicos, protestantes e anglicanos praticando sexo virtual na frente da webcam, assim como os arquivos de suas conversas com o nosso ator nas redes sociais", disse Giovanini.

Os produtores do filme começarão agora a contatar possíveis empresas interessadas a distribuir o filme ao redor do mundo. “Temos consciência do potencial explosivo que temos em mãos. Já fizemos muitas cópias de segurança e inclusive enviamos algumas para fora do Brasil”, afirma o diretor.

Giovanini aponta que espera causar grande repercussão na Igreja Católica, por causa de imagens com religiosos do próprio Vaticano, em cenas que ele classifica como “chocantes”.

Não sabemos se as imagens que irão mostrar no documentário que promete escandalizar muitas pessoas são verdadeiras ou falsas, porém, sendo ou não, de fato, podem causar grandes escândalos, principalmente entre os mais fracos na fé.

Como cristãos, devemos ter em mente que os bispos e padres não falam em seu próprio nome, mas em nome de Cristo. Por isso, ainda que alguém não pratique o evangelho, se a mensagem for de Jesus Cristo, ela sempre irá censurar comportamentos que vão contra a ótica do evangelho, seja o comportamento daquele que anuncia a mensagem que não é sua (cf. Jo 7,16) ou daquele que a escuta. Ainda assim, é importante lembrar que o mensageiro da Palavra é o primeiro ouvinte por isso, ele deve não obstante as falhas, adequar-se à mensagem que anuncia e dar testemunho com a vida, é por isso que o apóstolo diz: “Sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1,22).

Divórcio e Recasamento


As estatísticas de divórcio nas sociedades ocidentais modernas são catastróficas. Eles mostram que o casamento não é mais considerado como uma realidade independente, que transcende a individualidade dos cônjuges, uma realidade que, pelo menos, não pode ser dissolvida pela vontade individual de um dos parceiros. Mas ele pode ser dissolvido pelo consentimento de ambas as partes, ou por vontade de um Sínodo ou de um Papa? A resposta deve ser negativa, pois, como o próprio Jesus declara explicitamente, o homem não pode separar o que o próprio Deus uniu. Tal é o ensinamento da Igreja Católica.

A compreensão cristã do que seja uma boa vida afirma a sua validade para todos os seres humanos. No entanto, mesmo os discípulos de Jesus ficaram chocados com as palavras de seu Mestre: “Não seria melhor”, questionaram eles, “nunca se casar?”. O espanto dos discípulos ressalta o contraste entre o modo de vida cristão e o modo de vida dominante no mundo. Quer se queira quer não, a Igreja no Ocidente está a caminho de se tornar uma contracultura, e seu futuro agora depende principalmente se é capaz, como o sal da terra, de manter o seu sabor e não ser pisada pelos homens.

A beleza do ensinamento da Igreja pode brilhar somente quando ele não está diluído. A tentação de diluir a doutrina é reforçada nos dias de hoje por um fato perturbador: os católicos estão se divorciando quase tão frequentemente quanto os não-católicos. Algo está claramente errado. Não faz sentido pensar que todos os católicos divorciados e novamente casados ​​no civil começaram seus primeiros casamentos firmemente convencidos de sua indissolubilidade, e, em seguida, mudaram de ideia ao longo do caminho. É mais razoável supor que eles entraram no matrimônio sem se dar conta claramente do que estavam fazendo. E o que eles fizeram, em primeiro lugar, se resume em: dar um passo definitivo, sem retorno (ou seja, até a morte), de modo que a própria ideia de um segundo casamento simplesmente não deveria existir para eles.

Infelizmente, a Igreja Católica não é isenta de culpa. A preparação para o matrimônio cristão, muitas vezes, não consegue dar aos casais de noivos uma imagem clara das implicações de um casamento católico. Se isso fosse feito de forma eficaz, muitos casais, muito provavelmente, decidiriam não se casar na Igreja. Para outros casais, é claro, uma boa preparação para o casamento daria um impulso útil à conversão. Há um apelo imenso na ideia de que a união de um homem e uma mulher está “escrita nas estrelas”, e que nada poderá destruí-la, seja “em tempos bons ou ruins”. Esta convicção é uma fonte maravilhosa e emocionante de força e alegria para os cônjuges que passam por crises conjugais e que procuram dar vida nova ao seu antigo amor.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O Relatório Final do Sínodo sobre a família já é um documento de orientação para toda a Igreja?


O Papa Francisco, em seu discurso de conclusão do Sínodo dos Bispos sobre “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo” afirmou que “certamente não significa que esgotamos todos os temas inerentes à família” e que não “encontramos soluções exaustivas para todas as dificuldades e dúvidas que desafiam e ameaçam a família” na atualidade, mas que, com coragem, dedicação e sem medo de afrontar os desafios postos às famílias e na família, “procuramos iluminá-los com a luz do Evangelho, da tradição e da história bimilenária da Igreja, infundindo neles a alegria da esperança”, sem cair em repetições simplistas.

Com efeito, o Relatório Final do Sínodo foi entregue ao Papa Francisco, como reza o Artigo 41 do Regulamento do Sínodo dos Bispos (Ordo Synodi Episcoporum). Segundo as explicações do próprio regulamento, não há uma regra estabelecida de antemão sobre a elaboração de um documento final do Sínodo. Fato é que, após várias assembleias sinodais, os últimos papas publicaram um documento retomando ou levando em conta o fruto do trabalho do Sínodo. Haja vista que os bispos, ao entregar o Relatório Final da assembleia, fizeram um pedido ao papa para que ele publicasse um documento, é de se esperar que isso aconteça nos próximos meses.

Assim sendo, o texto que foi publicado no fim de semana passado não é um documento normativo nem definitivo. Virá a sê-lo se o papa assim o quiser. Mas poderá também passar por modificações por parte do papa. Por isso, é temerário já agora tirar orientações bem precisas em nível prático para a ação pastoral da Igreja, embora não nos seja impedido de começar – ou continuar – a refletir sobre isso.

No que concerne a situação de alguns de nossos irmãos e irmãs divorciados recasados, com quem caminhamos e conversamos pelo Brasil afora, é necessário redobrar a prudência no que concerne as interpretações do texto publicado, pois o texto sequer menciona o acesso à Eucaristia e ao Sacramento da Confissão.

O título no qual se aborda o assunto fala de “discernimento e integração”, deixando, propositadamente, a questão aberta e a ser cada vez mais discernida, com misericórdia e verdade, não só pelas pessoas implicadas, mas também por toda comunidade eclesial, inclusive levando em conta aspectos culturais, como também mencionado pelo Papa Francisco no seu discurso final. A respeito do acesso à Eucaristia, alguns comentários observaram que o texto não diz nem que “sim” nem que “não”. Isso também é válido para aquelas formas de impedimentos hoje existentes na prática eclesial. Tal responta obliqua e não direta do texto faz-nos voltar ao que o papa disse no discurso final, ou seja, de que o sínodo não ofereceu soluções exaustivas a todas as situações complexas, pois estas são múltiplas e variadas. Anunciar aos quatro cantos um acesso ao Sacramento da Eucaristia para todos os que se encontram nesta situação, não somente vai além do que afirma o texto conclusivo do sínodo – repitamo-lo: ainda não normativo nem definitivo –  mas também não respeita a complexidade da história de vidas envolvidas num divórcio e suas consequências temporais, que, quer se queira ou não, toca a noção de comunhão no sentido mais amplo (comunhão eclesial, eucarística, mas também conjugal e familiar), que pode ter sido, em certos casos, gravemente rompida.