quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Alegria do Advento


Iniciamos mais um Ano Litúrgico, preparando-nos para o nascimento de Jesus Cristo no tempo do Natal. Nascimento que só tem sentido quando as pessoas conseguem abrir seus corações e deixarem acontecer o encontro íntimo com Aquele que vem como enviado do Pai. Assim se cumpre a realização da promessa de libertação projetada nos anúncios do Antigo Testamento.

Jesus foi prometido e proclamado como rei justo no meio de um mundo marcado pelas práticas de injustiça e de degradação da identidade da pessoa humana. O que vemos, na prática, e em todos os tempos, é o sofrimento condicionado pelos desvios do projeto querido pelo Criador. A injustiça, generalizada como está, diminui as condições necessárias para uma vida feliz e humana.

A vontade de Deus é a realização do direito e da justiça, isto é, de uma vida conforme as prescrições dos mandamentos e das indicações das bem-aventuranças do Evangelho. Não fomos criados para a destruição, indiscriminada, dos bens da natureza. “Dominai a terra” (Gn 9,7) significa construir, possibilitando o necessário para as pessoas terem uma vida saudável e digna.

A consistência do mundo depende do cuidado e de como ele é usado. Certas práticas causam medo e angústia nas pessoas, porque fragilizam a qualidade de vida e minam a alegria e as expectativas de um futuro promissor. A preparação para o Natal estimula uma concreta esperança, capaz de elevar o espírito abatido. 

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Palavra de Vida: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para Ele”.


Essas palavras são dirigidas a mim. O Senhor vem, e devo estar pronto para acolhê-lo. A cada dia eu lhe peço: “Vem, Senhor Jesus”. E Ele responde: “Sim, eu venho em breve” (cf. Ap 22,17.20). Ele está à porta e bate, pede para entrar em casa (cf. Ap 3,20). Não posso deixá-lo fora da minha vida.

O convite a acolher o Senhor que vem é de João Batista. Era dirigido aos judeus de seu tempo. Ele os convidava a confessar os próprios pecados e a converter-se, a mudar de vida. Ele tinha a certeza de que a vinda do Messias era iminente. Será que o povo, que também o esperava havia séculos, o reconheceria, escutaria as suas palavras, haveria de segui-lo? João sabia que, para acolhê-lo, era necessário preparar-se. Daí o convite urgente:

“Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para Ele.”

Essas palavras são dirigidas a mim, porque Jesus continua vindo ao meu encontro todos os dias. Cada dia Ele bate à minha porta. E também para mim, como para os judeus do tempo de João Batista, não é fácil reconhecê-lo. Naquele tempo, contrariando todas as expectativas, Ele se apresentou como um humilde carpinteiro proveniente de Nazaré, um povoado pouco conhecido. Hoje Ele se apresenta no perfil de um migrante, de um desempregado, do patrão, da colega de escola, dos familiares e até mesmo de pessoas nas quais o semblante do Senhor nem sempre se mostra em toda a sua luminosidade; pelo contrário, às vezes parece estar escondido. A sua voz delicada, que convida a perdoar, a oferecer confiança e amizade, a não se conformar com opções contrárias ao Evangelho, é muitas vezes abafada por outras vozes que incitam ao ódio, à prática de tirar vantagem, à corrupção.

Daí a metáfora dos caminhos tortuosos e acidentados, que lembram os obstáculos que se contrapõem à vinda de Deus na nossa vida de cada dia. Não vale a pena enumerar a mesquinhez, o egoísmo, os pecados que se aninham no coração e nos tornam cegos à sua presença e surdos à sua voz. Cada um de nós, se for sincero, sabe quais são as barreiras que lhe impedem o encontro com Jesus, com a sua Palavra, com as pessoas com as quais Ele se identifica. Eis então o convite que a Palavra de Vida dirige hoje exatamente a mim:

“Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para Ele.” 

Suspeitos de ameaçar o Papa Francisco são presos na Itália e no Kosovo


A polícia italiana está realizando uma operação de contraterrorismo de grande escala nesta terça-feira (1), com a ajuda das forças de segurança do Kosovo, contra cidadãos kosovares suspeitos de ameaçarem o Papa Francisco na Internet.


“Lembrem-se de que não haverá outro Papa depois deste. Será o último”, os acusados teriam publicado na web.



Até agora quatro pessoas foram presas, segundo a imprensa italiana, três suspeitos na Itália. Um quarto, que seria o líder do grupo, teria sido capturado no Kosovo pelas forças de segurança locais. As acusações são, também, de apologia ao terrorismo e incitação ao ódio racial.

CONIC lança concurso para o Cartaz da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2016


Como já é tradição a cada ano, em 2016 será realizada mais uma edição da Semana Nacional de Oração pela Unidade Cristã. Essa grande celebração de diálogo e unidade entre cristãos e cristãs será entre os dias 8 e 15 de maio e terá como tema: “Chamados e chamadas a proclamar os altos feitos do Senhor (1Pe 2,9).”

O material da SOUC 2016 foi preparado pela Letônia em uma Comissão composta, majoritariamente, por católicos, luteranos, ortodoxos e batistas. E para que essa festividade seja ainda mais completa, é preciso que todos participem, a começar pelo Cartaz, que será escolhido por meio de um Concurso.

A seguir, veja o EDITAL do Concurso para o Cartaz da SOUC 2016. Participe!

CONCURSO PARA O CARTAZ DA SEMANA
NACIONAL DE ORAÇÃO PELA UNIDADE CRISTÃ

O CONSELHO NACIONAL DE IGREJAS CRISTÃS DO BRASIL lança CONCURSO para Proposta de Cartaz para a Semana Nacional de Oração pela Unidade Cristã.

Tema da Semana: Chamados e chamadas a proclamar os altos feitos do Senhor (1Pe 2,9).
Período: 08 a 15 de maio de 2016

REGRAS SOBRE A PREMIAÇÃO

A premiação desse concurso é a publicação do cartaz e a divulgação do autor ou autora. Não nenhum tipo de premiação em dinheiro.

O CARTAZ PODERÁ SER ILUSTRADO COM

Foto, desde que esta foto esteja com o direito autoral autorizado, caso não esteja, o mesmo poderá ser excluído da Chamada. Poderá ser ainda, desenho, colagem, montagem, pintura ou outra forma.

SOBRE O FORMATO

70 cm de altura, por 50 de largura ou
50 cm de altura, por 70 cm de largura

O QUE PRECISA ESTAR NO CARTAZ

Semana Nacional de Oração pela Unidade Cristã
Chamados e chamadas a “proclamar os altos feitos do Senhor” (1Pe 2,9).
08 a 15 de maio de 2016

SOBRE A INSCRIÇÂO

Deverá ser realizada com pseudônimo colocado no remetente do envelope que deverá ser lacrado. O cartaz deverá vir acompanhado com as seguintes informações:

A) Nome e endereço dos e das concorrentes;
B) Texto do autor ou da autora explicando a inspiração para o seu cartaz;

SOBRE A AUTORIA

A) Declaração cedendo os direitos autorais em benefício da Semana Nacional de Oração pela Unidade Cristã 2016;

B) Autorização para que a equipe técnica do CONIC possa realizar eventuais alterações;
Poderá ser individual ou em grupo. No entanto, as declarações precisarão ser individuais.

Se a produção do cartaz envolver o uso de imagens ou criação de outra pessoa, será necessário que a utilização esteja devidamente autorizada pelos autores e/ou autoras e, no caso de imagens de pessoas, que estas tenham autorizado a sua veiculação.

SOBRE O PRAZO FINAL

O prazo final para o envio de propostas é 29 de janeiro de 2016.

SOBRE A SELEÇÃO

A seleção definitiva será na sede do CONIC – Brasília, no dia 15 de fevereiro, durante reunião específica para a escolha. A arte, além de integrar o cartaz será a capa do Caderno da SOUC de 2016.

CONSIDERAÇÔES FINAIS

O cartaz deverá ser enviado em arte final, isto e, totalmente finalizada na forma exata em que deverá ser publicada e no tamanho descrito no item “Sobre o formato”. Ao enviar pelo correio observar para que o mesmo venha em segurança, bem acondicionado e dentro do prazo. A proposta deverá ser enviada para o seguinte endereço:

CHAMADA PÚBLICA - CARTAZ SOUC 2016
SCS Qd. 01 Bloco E, Edifício Ceará, Sala 713
CEP.: 70.303-900 

Pedagogia Litúrgica para o mês de Dezembro de 2015: "Feliz e santo Natal! Paz e alegria!"


Em meio as correrias de Dezembro, a Liturgia manda-nos um convite para serenar nossos corações iniciando nossa preparação para o encontro com o Senhor, seja pela vigilância, nos dois primeiros Domingos do Advento, seja pela alegria da proximidade do Natal, nos dois outros Domingos do Advento. Um convite especial, digamos, por um motivo importante: o início do Ano Santo da Misericórdia, no dia 8 de dezembro. Além disso, a Liturgia nos presenteia com a grande celebração da Salvação, festejando a alegria do Santo Natal de Jesus Cristo.

Preparai o caminho para o encontro com Senhor, no final dos tempos

Com as mesmas luzes do 1º Domingo do Advento, que foi celebrado no último Domingo de Novembro, O 2º Domingo do Advento favorece a preparação espiritual da abertura do Ano Santo da Misericórdia, no dia 8 de dezembro, dois dias depois deste Domingo. Como o povo que recebeu a missão de testemunhar a misericórdia divina, pela libertação, a celebração do 2º Domingo do Advento envia os celebrantes a participar da mesma missão: testemunhar e concretizar a misericórdia divina no meio da sociedade de nossos dias. Testemunhar que Deus é misericordioso e concretizar a misericórdia sendo misericordiosos como Deus é misericordioso.

Com este 2º Domingo do Advento as “celebrações vigilantes”, iniciadas com as últimas celebrações do Tempo Comum, cedem espaço ao contexto da preparação próxima do Natal, no 3º e 4º Domingos do Advento.
  
Alegrai-vos sempre no Senhor; Ele está perto.

No 3º Domingo do Advento, a alegria toma conta da celebração para fortalecer os corações vacilantes para encorajar diante das dificuldades que a vida nos leva a deparar. Trata-se, pois, de uma alegria que revigora a alma dos celebrantes pela paz e pela força que somente Deus pode dar. Neste sentido, vale a pena perceber que João Batista não pede práticas ascéticas, nem ritos especiais ou orações poderosas; pede apenas uma mudança de coração que consiste em evitar a corrupção, não ser injusto, e o afastamento da violência. Este é o melhor modo de se preparar para o Natal e crescer na fidelidade do discipulado.

Quem viveu isto de modo intenso e exemplar foi a Virgem Maria, a “Bendita entre as mulheres”. A alegria espiritual, a alegria interior é percebida no coração de Maria de modo claro. A intenção que Lucas deixa transparecer, no Evangelho do 4º Domingo do Advento, é evidenciar como Isabel e Maria, mulheres pobres e mulheres que viviam no meio do povo, estão unidas pelo mesmo desígnio divino. A visita de Maria evidencia a força da fé, proclamada pela acolhedora Isabel: “bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. É aqui que nos deparamos com um grande segredo da espiritualidade do Natal: tornar-se um bem-aventurado crendo que o Senhor visita o seu povo na mais completa pobreza, como evidenciado no quadro da visitação de Nossa Senhora à sua prima Isabel. Pobreza que, aqui, não significa miséria, mas que rima com simplicidade, com humildade e com ternura. Virtudes de um coração alegre e cheio de paz por não estar apegado aos bens materiais.  

Itália: Escola proíbe comemorações natalícias. Decisão está gerando grande polêmica.


Com o objetivo de não ofender alunos de outras culturas e religiões, o diretor de um colégio em Itália proibiu o concerto de Natal. Decisão está a gerar polémica e até o primeiro-ministro já falou.

Na Itália já é conhecido como o ‘Caso Rozzano’. O diretor do Colégio Garofani, em Rozzano, no norte de Itália, decidiu cancelar o concerto de Natal, em nome da integração de todos os alunos, e a decisão está a gerar muita polémica.

O diretor Marco Parma decidiu adiar para 21 de janeiro o concerto de Natal e transformá-lo num “concerto de inverno”, excluindo as músicas religiosas. O diretor deste colégio, com cerca de 1.000 crianças do ensino primário ao ensino secundário e onde uma em cada cinco pertence a uma religião não cristã, confirmou ainda que negou a duas mães o pedido de ensinarem às crianças canções de Natal durante as horas de almoço.

“Num ambiente multicultural, isto gera problemas”, explicou o diretor, contando que a sua decisão se prende com experiências menos felizes que ocorreram no ano passado.

“Tivemos um concerto de Natal em que os pais de algumas crianças insistiram que houvesse canções de Natal e as crianças muçulmanas não cantaram. Ficaram lá, totalmente rígidas. Não é bom ver uma criança não cantar ou, pior ainda, ser chamada pelos pais para fora do palco”, justificou Marco Parma, que está a ser alvo de muitos ataques por parte de pais e de outras personalidades.


Matteo Salvini, dirigente da Liga Norte, pediu de imediato a demissão do diretor e até o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, já veio criticar, publicamente, a decisão.

“O Natal é muito mais importante do que um diretor de escola provocador”, afirmou, este domingo, o chefe do Executivo italiano, Matteo Renzi, em declarações ao Corriere della Sera.

Se ele pensa que desta forma está a promover a integração, na minha opinião ele cometeu um grande erro”, acrescentou o primeiro-ministro italiano. “A Itália inteira, laica e cristã, jamais renunciará ao Natal”, finalizou.

A Igreja não precisa da ciência


O padre Lemaître, cientista de fama mundial e criador da teoria do Big Bang, respondendo se a ciência é necessária à Igreja, afirmou:

“Certamente que não; a cruz e o evangelho bastam-lhe. Mas ao cristão nada de humano é alheio. Como poderia a Igreja desinteressar-se da mais nobre das ocupações estritamente humanas: a busca da verdade?”

Nesta colocação simples, mas profunda, o sábio jesuíta põe, como se diz, “os pingos nos is”. Num mundo dominado pela doutrina materialista e pelo seu filho mais “nobre”, o cientificismo, muitos são levados a sacrificar dogmas de fé em nome de uma suposta busca de harmonia entre ciência e fé.

Cristo fundou a Igreja católica para anunciar a boa nova da salvação. Esta é a sua missão. Mas, como bem lembra o padre Lemaître, o bom cristão não pode ficar alheio às coisas do mundo. A ciência é uma forma de resposta ao anseio da busca da verdade, que se revela pela glória do Criador manifestada na criação. Este desejo foi colocado por Deus no coração do homem. Sendo assim, muito interessa à Igreja e aos cristãos a ciência. Entretanto, esta não é necessária à Igreja: é algo mais, um instrumento útil, mas não lhe faz parte da base. Nosso amado papa João Paulo II explicou isso dizendo:

“A ciência pode purificar a religião do erro e da superstição. A religião pode purificar a ciência da idolatria e do falso absolutismo”.

Quão inspiradoras as palavras do papa! Se no passado a ciência ajudou a eliminar qualquer traço de misticismo da religião, hoje é a ciência que precisa da religião para se livrar da “idolatria e do falso absolutismo” do cientificismo. Esta doutrina filosófica se mascara de verdade científica e tenta fazer-nos crer que o universo é regido e organizado unicamente por leis físicas e acaso; que não há propósito na criação. Ora, isso é instrumento da ciência, faz parte das hipóteses que a ciência, como método, assume para poder investigar a natureza. Mantendo-se isto como hipótese de trabalho, como método, não há problema. Entretanto, isto de forma alguma pode ser estendido à doutrina filosófica, como fazem os cientificistas. Eles, numa atitude anticientífica, assumem esta postura e negam qualquer direito de posição contrária. Quem se opõe, e muitos cientistas o fazem, é tachado de ignorante, fanático ou fundamentalista. 

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Papa se despede da África e pede sociedade justa e fraterna


Viagem do Papa Francisco à África
Homilia no Estádio Esportivo Barthélémy Boganda, em Bangui (República Centro- Africana)
Segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Ao ouvir a primeira Leitura, podemos ter ficado maravilhados com o entusiasmo e o dinamismo missionário presente no apóstolo Paulo. «Que bem-vindos são os pés dos que anunciam as boas novas!» (Rm 10, 15). Estas palavras são um convite a darmos graças pelo dom da fé que recebemos destes mensageiros que no-la transmitiram. E são também um convite a maravilhar-nos à vista da obra missionária que trouxe, pela primeira vez – não há muito tempo –, a alegria do Evangelho a esta amada terra da África Central. É bom, sobretudo quando os tempos são difíceis, quando não faltam as provações e os sofrimentos, quando o futuro é incerto e nos sentimos cansados e com medo de falir, é bom reunir-se ao redor do Senhor, como fazemos hoje, rejubilando pela sua presença, pela vida nova e a salvação que nos propõe, como outra margem para a qual nos devemos encaminhar.

Esta outra margem é, sem dúvida, a vida eterna, o Céu onde nos esperam. Este olhar voltado para o mundo futuro sempre sustentou a coragem dos cristãos, dos mais pobres, dos mais humildes, na sua peregrinação terrena. Esta vida eterna não é uma ilusão, não é uma fuga do mundo; é uma realidade poderosa que nos chama e compromete a perseverar na fé e no amor.

Mas, a outra margem mais imediata que procuramos alcançar, esta salvação adquirida pela fé de que nos fala São Paulo, é uma realidade que transforma já a nossa vida presente e o mundo em que vivemos: «É que acreditar de coração leva a obter a justiça» (cf. Rm 10, 10). O crente acolhe a própria vida de Cristo, que o torna capaz de amar a Deus e amar os outros duma maneira nova, a ponto de fazer nascer um mundo renovado pelo amor.

Demos graças ao Senhor pela sua presença e pela força que nos dá no dia-a-dia da nossa vida, quando experimentamos o sofrimento físico ou moral, uma pena, um luto; pelos actos de solidariedade e generosidade de que nos torna capazes; pela alegria e o amor que faz brilhar nas nossas famílias, nas nossas comunidades, não obstante a miséria, a violência que às vezes nos circunda ou o medo do amanhã; pela coragem que infunde nas nossas almas de querer criar laços de amizade, de dialogar com aqueles que não são como nós, de perdoar a quem nos fez mal, de nos comprometermos na construção duma sociedade mais justa e fraterna, onde ninguém é abandonado. Em tudo isso, Cristo ressuscitado toma-nos pela mão e leva-nos a segui-Lo. Quero dar graças convosco ao Senhor de misericórdia por tudo aquilo que vos concedeu realizar de bom, de generoso, de corajoso nas vossas famílias e nas vossas comunidades, durante os acontecimentos que há muitos anos se têm verificado no vosso país.

Todavia é verdade também que ainda não chegámos à meta, de certo modo estamos no meio do rio, e devemos decidir-nos com coragem, num renovado compromisso missionário, a passar à outra margem. Cada baptizado deve romper, sem cessar, com aquilo que ainda há nele do homem velho, do homem pecador, sempre pronto a reanimar-se ao apelo do diabo (e como age no nosso mundo e nestes tempos de conflito, de ódio e de guerra!) para o levar ao egoísmo, a fechar-se desconfiado em si mesmo, à violência e ao instinto de destruição, à vingança, ao abandono e à exploração dos mais fracos…