segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O Batismo: Fonte de Misericórdia


Ensina o evangelista Lucas que, ao iniciar sua vida pública, Jesus se fez batizar no Rio Jordão, por João, o Precursor. Ao descer Jesus às águas, algo sobrenatural se manifestou de forma inequívoca. O Espírito Santo desceu sobre ele em forma de pomba e ouviu-se a voz do Pai que proclamou: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem querer” (cf Lc 3, 22). 

Somos acostumados a ver o batismo como ato purificador, simbólico e eficaz. João batizava levando as pessoas a tomarem um bom banho nas águas do Jordão, após o qual se sentiam rejuvenescidas de seus cansaços e fortalecidas para tomarem novo caminho. O costume de batizar para significar tempo novo, limpeza da alma, purificação dos pecados não foi inventado por João Batista e nem por Jesus. Havia em seu tempo, comunidades como a de Qunran, cujos membros se batizavam todos os dias, buscando não somente a limpeza do corpo, mas o restabelecimento de pureza espiritual. 

Porém, algo novo se dá no relato dos evangelistas sobre o batismo de Jesus. Ao mesmo tempo em que os evangelhos mostram que o Menino, nascido de Maria, em Belém, é o Filho de Deus feito homem, o Verbo Eterno que se fez carne, afirmam também que foi batizado por alguém que era pecador, embora fosse o Precursor. A narrativa da voz que veio do alto confirma a realidade divina de Cristo, destacando-o como Filho amado do Pai, sobre o qual estava o Espírito Santo. 

A exegese católica, a ortodoxa e a protestante coincide na mesma crença, afirmando que a filiação divina de Cristo não é igual a filiação dos demais seres humanos, uma vez que Jesus é filho de Deus por natureza e nós o somos por adoção. Tal realidade nos é conferida por misericórdia do Pai, quando somos batizados, ocasião em que somos perdoados de todos os pecados cometidos até então. Portanto, o batismo de Cristo não tem caráter purificador para si mesmo, uma vez que não tinha pecados, mas se deu também por pura misericórdia do Pai que o faz descer às águas batismais carregando sobre si os pecados da humanidade e para nos indicar o caminho da graça a seguir no desenrolar da vida. Na cruz, ele vai levar às últimas consequências este gesto de misericórdia com o banho de seu sangue com o qual nos salvou. 

Ataques extremistas: o temor de um "11 de setembro europeu"


Mais do que ataques isolados, como o que teve por alvo uma delegacia de Paris nesta quinta-feira, o que serviços antiterroristas da Europa temem em 2016 são atentados extremistas múltiplos e coordenados em vários países do continente.

O episódio do 13 de novembro em Paris (130 mortos) demonstrou que várias equipes de homens-bomba decididos, equipados com kalachnikovs e explosivos artesanais, podem causar danos terríveis e traumatizar um país antes de serem neutralizados. Multiplicados em escala continental, o efeito seria ainda mais devastador.

“Acho que, lamentavelmente, em 2015 ainda não vimos o pior”, afirma à AFP, pedindo anonimato, um oficial da luta antiterrorista.

“Chegaremos a um tipo de 11 de setembro europeu: ataques simultâneos em vários países, vários lugares. Algo muito bem coordenado. Sabemos que os terroristas trabalham para isso”, afirma.

“Assistimos atualmente nas regiões controladas pelo Daesh (acrônimo árabe do grupo Estado Islâmico) ao recrutamento de grupos, de jovens europeus, e a seu treinamento, com o objetivo de enviá-los para atacar seus países de origem”, acrescenta.

“Eles têm os documentos falsos necessários, o domínio da língua, dos lugares, armas. Detivemos muitos, mas é preciso reconhecer que estamos acuados pelo número. Alguns passarão, alguns já passaram”, disse.

Os extremistas recém-detidos de volta das “terras da jihad” fazem aumentar a preocupação.

“Os perfis mudam. Vemos que regressam ultrarradicais, bem treinados. Alguns são impulsionados pelos bombardeios russos que, ante a menor suspeita de presença extremista em um povo, atacam todo o setor. Mas outros voltam para realizar missões na Europa”, afirma o oficial.

“Antes, voltavam principalmente pessoas que haviam se equivocado, que não haviam se dado conta do que é a guerra”. Agora são outros, com outros objetivos”. 

Cristãos coptas, caldeus, católicos e muçulmanos: um Natal em janeiro e entre amigos


Nem todo o mundo cristão segue o mesmo calendário. Enquanto algumas tradições seguem o calendário gregoriano, outras seguem o juliano. Assim, nem todos os cristãos celebram o Nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro.

Veja como foram as celebrações de Natal em algumas dessas tradições neste começo de janeiro e como os seus fiéis conviveram entre si e com seus vizinhos não cristãos.

Cairo, Egito: cristãos coptas

O presidente Abdel Fattah al-Sisi participou da vigília de Natal celebrada na noite de 6 de janeiro pelo patriarca copta ortodoxo Tawadros II, na catedral de São Marcos, no Cairo. Al-Sisi pediu desculpas pelo atraso na reconstrução de igrejas destruídas por fanáticos islâmicos, em especial durante os protestos de agosto de 2013, quando vândalos ligados à Irmandade Muçulmana e a grupos salafistas atacaram cerca de 50 lugares cristãos.

É a segunda vez em toda a história que um presidente egípcio participa da solenidade litúrgica do nascimento de Jesus. A primeira foi no ano passado, com o mesmo al-Sisi presente nas celebrações da Igreja copta.

Bagdá, Iraque: cristãos caldeus

O patriarca caldeu Mar Louis Raphael Sako relatou à agência AsiaNews que as celebrações de Natal na capital iraquiana foram compartilhadas com os muçulmanos, que foram a maioria da população da cidade e do país. A Igreja caldeia tem 30 paróquias em Bagdá e mais 35 igrejas afiliadas à comunidade encabeçada pelo patriarca, que celebrou a missa de Natal “em sete igrejas diferentes” e encontrou as igrejas repletas “de gente de muita fé e muita esperança”.

“Muitas famílias muçulmanas participaram da missa de meia-noite. Muita gente simples, que nos deu flores e nos ofereceu suas saudações”. Nem tudo foi “doçura social”, no entanto: o patriarca de Bagdá foi bastante firme contra as hipocrisias e falsas promessas politiqueiras e recusou qualquer presente de “líderes religiosos e políticos” até que seja resolvida a cruel situação de crise que martiriza o país, em particular desde que famigerado grupo Estado Islâmico invadiu a cidade de Mossul e a planície de Nínive, em 2014. O episódio sanguinário assassinou ou expulsou famílias cristãs e yazidis; os sobreviventes continuam sendo alvo de violência, expropriações, sequestros, islamização forçada dos filhos e postura hostil de algumas vertentes do islã. “Precisamos de mudança real e concreta no Iraque: uma nova cultura, não só discursos e declarações de fachada”, declarou o patriarca. 

São Teodósio


Teodósio, cujo nome significa "um presente de Deus", nasceu na Capadócia em 423, de pais ricos, nobres e cristãos. Recebeu uma boa e sólida formação dentro dos preceitos da fé católica. Um dia, lendo a história de Abraão, identificou-se com ele e decidiu sair de sua terra em busca de Deus. Peregrinou para a terra santa.

Dotado de dons especiais como da profecia, prodígio, cura e conselho, Teodósio entrou então para um convento. Mas sentia que aquela não era a sua obra, preferia a vida solitária da comunidade monástica do deserto, como era usual naquela época.

Foi habitar numa caverna. Ali entregou-se à duras penitências e orações, passando a pregar com um senso de humildade que contagiava a todos que por lá passavam. Logo começou a receber discípulos e outros monges formando uma nova comunidade religiosa.

Construiu também três hospitais e ergueu quatro igrejas, mas por causa de perseguições religiosas foi exilado pelo imperador Anastácio.

Teodósio morreu com cento e cinco anos, em 529. Seu enterro foi acompanhado pelo Arcebispo de Jerusalém e inúmeras graças e prodígios foram alcançados pelo seu nome. 

ORAÇÃO


Deus, nosso Pai, educai-nos para o amor, para o perdão, para a paz. Saibamos vos agradecer pelas maravilhas que operais em nós. Dai-nos a fé que remove montanhas e a esperança que nos faz atravessar vales tenebrosos sem vacilar. Amém.

O que é a segunda comunhão?


Em algumas paróquias, depois da celebração da Primeira Comunhão, na qual as crianças recebem a Eucaristia pela primeira vez, solenizou-se, no domingo seguinte, a Segunda Comunhão.

É uma maneira de fazer as pessoas entenderem que a participação na missa, na qual se recebe o Corpo de Cristo, pode e deve se tornar um hábito, repetir-se pelo menos todo domingo.

Nossa vida cristã, de fato, se alimenta dos sacramentos, em particular da Eucaristia, da escuta da Palavra, da oração e das obras de caridade. Não podemos achar que somos cristãos se descuidamos dos meios de graça que o Senhor coloca à nossa disposição.

Nossa fé não é uma teoria, um conjunto de ideias, e sim, antes de tudo, uma vida concreta, amor aos outros, diálogo com Deus. 

domingo, 10 de janeiro de 2016

Festejar o nosso Batismo significa reafirmar a nossa adesão a Jesus, diz Papa


FESTA DO BATISMO DO SENHOR

PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça de São Pedro
Domingo, 10 de janeiro de 2016


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Neste domingo depois da Epifania, celebramos o Batismo de Jesus e recordamos com gratidão o nosso Batismo. Neste contexto, esta manhã batizei 26 recém-nascidos: rezemos por eles!

O Evangelho apresenta Jesus, nas águas do Rio Jordão, no centro de uma revelação divina. Escreve São Lucas: depois de receber o Batismo, o céu se abriu e desceu sobre Ele o Espírito Santo em forma corporal, como pomba. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho; eu, hoje, te gerei” (Lc 3,21-22). Jesus é consagrado e manifestado pelo Pai como o Messias salvador e libertador.

Neste evento - testemunhado por todos os quatro Evangelhos – ocorreu a passagem do Batismo de João Batista, com base no símbolo da água, ao Batismo de Jesus com o Espírito Santo e com o fogo (Lc 3,16). De fato, no Batismo cristão, o Espírito Santo é o artífice principal: “É Ele que queima e destrói o pecado original, restituindo ao batizado a beleza da graça divina; é Aquele que nos liberta do domínio das trevas, isto é, do pecado, e nos transfere para o reino da luz, ou seja, do amor, da verdade e da paz. Pensemos a qual dignidade nos eleva o Batismo! "Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato” (1 Jo 3,1), exclama o apóstolo João. Esta realidade estupenda de seremos filhos de Deus comporta a responsabilidade de seguir Jesus e reproduzir em nós mesmos os seus traços: mansidão, humildade e ternura. E isso não é fácil, especialmente se nos circunda tanta intolerância, soberba e dureza. Mas é possível com a força que nos vem do Espírito Santo!

O Espírito Santo, recebido pela primeira vez no dia do nosso Batismo, abre o nosso coração para a verdade, toda a verdade. O Espírito conduz a nossa vida no difícil, mas alegre caminho da caridade e da solidariedade para com os nossos irmãos. O Espírito nos dá a ternura do perdão divino e nos permeia com a força invencível da misericórdia do Pai. Não nos esqueçamos de que o Espírito Santo é uma presença viva e vivificante naquele que O aceita, reza em nós e nos enche de alegria espiritual.

Hoje, Festa do Batismo de Jesus, pensemos no dia do nosso Batismo. Todos nós fomos batizados, sejamos gratos por este dom. E eu pergunto: Quem sabe a data de seu batismo? Certamente não todos. Então, eu os convido a procurar a data, perguntando, por exemplo, para seus pais, seus avós, seus padrinhos ou na paróquia. É muito importante saber, porque é uma data para comemorar: é a data do nosso renascimento como filhos de Deus. Por isso, a lição de casa para esta semana: procurar a data do meu Batismo. Comemorar esse dia significa reafirmamos a nossa adesão a Jesus, com o compromisso de viver como cristãos, membros da Igreja e de uma nova humanidade, onde todos são irmãos.

A Virgem Maria, primeira discípula de seu Filho Jesus, ajude-nos a viver com alegria e zelo apostólico o nosso Batismo, recebendo a cada dia o dom do Espírito Santo, que nos faz filhos de Deus.

Depois do Angelus

O verdadeiro amor não é o das novelas, diz Papa


O Papa Francisco dedicou sua homilia de hoje (8) em Santa Marta a falar sobre o verdadeiro amor.

“Esta palavra – ‘amor’ – é usada tantas vezes e, quando usada, não se sabe o que significa exatamente.”

Mas o que é o amor? – perguntou Francisco. “Às vezes pensamos no amor das novelas, não, aquilo não parece amor. Ou o amor pode parecer um entusiasmo por uma pessoa e depois… se apaga. De onde vem o verdadeiro amor? Quem ama foi gerado por Deus, porque Deus é amor. Não diz: ‘Todo amor é Deus’, não: Deus é amor”.

João destaca uma característica do amor de Deus: ama “por primeiro”. A prova disso é a narração no Evangelho da multiplicação dos pães, proposta pela liturgia: Jesus olha para a multidão e sente “compaixão”, o que – explicou Francisco – “não é a mesma coisa que sentir pena”. Porque o amor que Jesus nutre pelas pessoas que o circundam “o leva a ‘sofrer com elas, a se envolver na vida das pessoas – prosseguiu o Papa. E este amor de Deus é exemplificado de inúmeras formas, e Francisco cita Zaqueu, Natanael e o filho pródigo:

“Quando temos alguma coisa no coração e queremos pedir perdão ao Senhor, é Ele que nos espera para nos dar o perdão. Este Ano da Misericórdia recorda um pouco isso também: que nós sabemos que o Senhor está nos aguardando, a cada um de nós. Por que? Para nos abraçar. Nada de mais. Para dizer: filho, filha, te amo. Deixei que crucificassem meu Filho para ti; este é o preço do meu amor; este é o presente de amor”. 

Líder satânico promete inaugurar um templo de adoração a Lúcifer na Colômbia


No final de 2015, uma notícia gerou alarde no departamento* colombiano de Quindío: foi anunciado que já está pronto na região um templo dedicado à adoração de Lúcifer; o local, no entanto, não pôde ser inaugurado na data prevista, 27 de dezembro, devido a problemas legais.

As imagens do templo veiculadas pela mídia do país mostram um salão com bancos vermelhos e um cenário adornado com mantos da mesma cor, em cujo centro há uma imagem dourada do diabo, sentado ao lado de um púlpito com a cruz invertida. Chama a atenção, logo de cara, a paródia aos espaços cristãos de celebração, além do uso predominante das cores preta e vermelha.

A fachada do templo tem três vitrais com imagens de cruzes invertidas e uma porta de aço com aldravas nas quais aparece talhado o rosto do diabo. Na parte traseira da edificação, mais um vitral com a estrela de cinco pontas e a figura de um bode no centro.

Reação da Igreja

Dom Pablo Emiro Salas manifestou a sua rejeição à ideia de um templo satânico dentro do território abrangido pela diocese de Armenia, da qual é bispo desde 2014. Várias paróquias católicas já celebraram vigílias de oração pedindo a proteção de Deus. Comunidades evangélicas também incluíram esta intenção em seus cultos.

Preocupação civil

A mídia colombiana relatou a preocupação dos vizinhos com a abertura do “templo” – ou “capela”, como também vem sendo chamado devido às proporções pequenas do edifício. As autoridades observam a novidade com atenção. Um delegado local, Ricardo Suárez, afirmou que “o país respeita a liberdade de culto”, mas observou que essa liberdade é regulada pela legislação e ressaltou que as autoridades deverão exigir que o local cumpra todas as leis pertinentes.

A quem os adeptos adoram?

O promotor da capela satânica é Víctor Damián Rozo, que, em declarações à rádio Blu, procurou apresentar diferenças entre Satanás e Lúcifer: “Nós não adoramos Satanás nem fazemos sacrifícios. Nós veneramos Lúcifer, que, para nós, é deus. Isso não tem absolutamente nada a ver com o diabo, como alguns creem”.

Apesar do jogo de linguagem com os diversos nomes dados pela fé cristã ao diabo, ainda fica claro de quem ele se declara seguidor: “Simplesmente adoramos Lúcifer, que é o nosso ‘anjo de luz’, aquele que se rebelou contra o grande ditador, que é Deus”. Víctor Damián Rozo também explica que os rituais previstos em seu templo consistem no “agradecimento ao anjo de luz pelos favores recebidos”.

O líder do templo satânico da Colômbia afirma ainda que “as autoridades já tentaram muitas vezes nos fechar, mas todos os nossos papéis estão em ordem e eles não podem fazer nada”. Não só isso: ele aproveita suas aparições na mídia para fazer um provocativo proselitismo, sugerindo que as autoridades “deveriam tentar adorar Lúcifer para ver como ele muda a sua vida”.

Quem é Víctor Damián Rozo Villarreal?

Existem 13 páginas e 14 perfis pessoais de Víctor no Facebook. Nem todos estão atualizados, mas todos apresentam a mesma estética ocultista e mensagens semelhantes. Se contarmos os seus blogs, a lista ultrapassa 160, abordando temas como feitiços, vodu, pactos com o diabo e magia negra. Víctor também publica vídeos no YouTube e mantém um site com “instruções” para quem quiser fazer um pacto com o diabo.

A finalidade de tal pacto, apresentada entre abundantes erros de ortografia, é “contribuir para o crescimento material de todas as pessoas do mundo por meio de uma assessoria eficaz para fazer um pacto com o diabo, com resultados 100 % efetivos, ficando satisfeitos e comprazidos todo aquele que quiser saber como se faz um pacto com Satanás”.

Pois é: Víctor se esqueceu, aqui, da sua própria diferenciação entre Satanás e Lúcifer…

O líder satânico espera “contar em 2024 com 10 milhões de afilhados ao redor do mundo, que possam dar fé e testemunho de que fazer um pacto com Lúcifer nada mais é do que mudar de doutrina e ter encontrado a felicidade integral ao fazer um pacto com o diabo”.

Ele afirma já ter mais de 4.000 “afilhados”. Sua nova capela, chamada por ele de “Sementes de Luz”, teria hoje 200 “fiéis”.

O pacto com o diabo

Ao explicar melhor o tal pacto que “nada mais é que mudar de doutrina, mudar de deus”, Víctor informa que ele consiste, na prática, em fazer a própria vontade sem normas religiosas nem morais. Quem impede essa postura é a Igreja católica, “a grande rameira” que impõe aos seus membros uma doutrina da qual Víctor quer “libertá-los”. Diz ele: Os católicos “criaram um tabu sobre Lúcifer para fazer você acreditar que ele é mentiroso e mau e levaram você para onde eles queriam. E tudo isso para enriquecer o próprio bolso e para manter o povo submisso ao seu poder”.

A finalidade do pacto satânico, segundo o fundador do templo, é o “êxito financeiro”, apelo certamente chamativo para muita gente. Víctor vai além: “Ele não vai dar só dinheiro; vai dar tudo o que você pedir”.

O que o líder satânico chama de “processo” para a realização do pacto dura 25 dias e, segundo ele, “não tem consequências negativas para quem faz o pacto nem para a sua família”. Não haverá sequer “possessões demoníacas”, promete Víctor. Depois do pacto, será possível “levar uma vida normal. Isto significa que você vai poder assistir a cerimônias religiosas como casamentos, batizados, sem importar a religião. Mas você, no íntimo, vai saber quem é o seu deus”.

Chegamos então ao ponto crucial desta história: Víctor afirma que o adepto do seu templo “não terá que fazer nenhum tipo de sacrifício nem ritual satânico. O sacrifício sou eu que faço”. Ele estabelece para os seus seguidores uma relação pessoal de dependência dele próprio. E é bem claro: “Você vai seguir as minhas instruções ao pé da letra. Eu vou dar as instruções diariamente por e-mail ou por telefone”.

E dá até um exemplo: “Se eu mando uma oração para você fazer às 11h, é nessa hora que você tem que fazer, não antes nem depois, porque temos que estar coordenados. Na hora em que você estiver fazendo a oração, eu vou estar trabalhando no meu altar com a sua fotografia e com os seus dados”.