sábado, 16 de janeiro de 2016

Belém: Quatrocentos anos de evangelização


Santa Maria de Belém do Grão Pará, quatrocentos anos de fundação comemorados no dia 12 de janeiro de 2016. Quatrocentos anos do início da Evangelização da Amazônia. Assim a Arquidiocese de Belém eleva seu coração e sua voz, em preparação ao XVII Congresso Eucarístico Nacional, o presente que deseja oferecer à nossa cidade: "Jesus Eucaristia, fonte de vida para todos, coração dos corações! Nós te acolhemos presente entre nós. Ao recebermos teu Corpo e teu Sangue, mostra-nos a força redentora de teu sacrifício. Tu és partilha de vida e salvação para a vida do mundo. Abre nossos corações para compartilhar com todos os nossos bens. Ensina-nos a testemunhar, amar e servir e proteger a vida, aprendendo a lição do Altar. Em ti todas as coisas foram criadas e nossas terras amazônicas são obra do amor do Pai. Reconhecemos estes sinais de amor, presença e providência em nossa história, e desejamos irradiar na comunhão com Deus e com todos, a missão que nos confiaste. Senhor Jesus, há quatro séculos a Boa Nova do Evangelho aportou em nossas terras, para aqui plantar raízes. Os teus missionários se alegraram, ao verem as Sementes do Verbo de Deus, que o Espírito Santo havia espalhado, precedendo seus passos, e anunciaram corajosamente a tua Palavra. A partir do Forte do Presépio, sob a proteção de Nossa Senhora da Graça, chamando-a Santa Maria de Belém ou Senhora de Nazaré, a Amazônia recebeu a mensagem da salvação. Renova hoje, Senhor, com a força da Eucaristia, o vigor missionário em nossos povos, e brotem entre nós santas vocações para o serviço do Evangelho. Cristo Senhor, ao reconhecer-te no partir do Pão, faze arder nossos corações, para que do Altar da Eucaristia nasça um novo ardor missionário em nossa Pátria. Ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo sejam dadas, hoje e sempre, toda a honra e toda a glória! Amém."

A evangelização nasce do alto, é dom de Deus que nos anuncia o Cristo Senhor e Salvador, sentido e rumo para nossas lides nesta terra, rumo à eternidade. A evangelização é o que existe de melhor, nascida do coração da Trindade Santa, passando pelos caminhos da história humana, marcada por alegrias e esperanças, dores e angústias. Os instrumentos escolhidos por Deus são os corações, boca, olhos, mãos e sentidos das pessoas que acolhem a Boa Notícia e a transmitem. 

Não tinham natureza angélica os que trouxeram o Evangelho para a Amazônia. Com as gerações que o fizeram, dando sangue, suor e lágrimas, pedimos perdão a Deus pelos atrasos, fracassos e erros de abordagem com os quais atuaram. Ao mesmo tempo damos graças porque os acertos foram muito maiores. Os valores do Evangelho estão presentes em nossa cultura, as devoções, e devoções são provas de amor, suscitaram confiança imensa na Providência de Deus, cultivaram famílias piedosas, edificaram as igrejas, formaram gerações de sacerdotes, comprometeram-se com a educação de crianças e jovens, deram nomes a pessoas, logradouros, bairros. Por todo lado algum santo se tornou protetor, um título de Nossa Senhora se implantou e, mais do que tudo, o perene louvor a Deus se consolidou. Quatrocentos anos de Missa e de pregação da Palavra, quatrocentos anos de Batizados, Matrimônios, Sacramento da Penitência, Sepultura Cristã, quatrocentos anos de Oração! Quatrocentos anos de presença fiel da Igreja junto à sociedade, como sal e luz e fermento!  

São Berardo e companheiros, mártires


Em 1219, São Francisco enviou esses missionários para a Espanha, que estava tomada por mouros. Passaram por Portugal a pé, com dificuldades. Dependendo da Divina Providência, chegaram a Sevilha. Ali começaram a pregar, principalmente como testemunho de vida. Eram 3 sacerdotes e dois irmãos religiosos que incomodaram muitas pessoas ao anunciar o Evangelho.

Acompanhado pelo testemunho, teve quem abrisse o coração para Cristo e as conversões começaram a acontecer. Pregaram até para o rei mouro, porque, também ele merecia conhecer a beleza do Santo Evangelho. Porém, anunciar o Evangelho naquele tempo, como nos dias de hoje, envolve riscos e eles foram presos por isso. Por influência do rei mouro, eles foram deportados para Marrocos e, ao chegarem lá, continuaram evangelizando; uma pregação sobre o reino de Deus, sobre o único amor que pode converter.

Graças a Deus, devido aos sinais, principalmente àquele tão concreto de Deus, que é a conversão e a mudança da mentalidade, as pessoas começaram a seguir Cristo e a querer o batismo. Mas isso incomodou também o rei mouro que, influenciado por fanáticos, prendeu os cinco franciscanos, depois os açoitou e decapitou.

Os santos mártires que, em 1220, foram mortos por causa da verdade, hoje, intercedem por nós.

São Francisco, ao saber da morte dos seus filhos espirituais, exultou de alegria, pois eles tinham morrido por amor a Jesus Cristo.


São Berardo e companheiros mártires, rogai por nós!

Tudo tem seu tempo



  
O capítulo terceiro do Livro do Eclesiastes começa por dizer que “há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de lamentar e tempo de dançar”. Mais adiante, o autor afirma: “compreendi que nada de bom existe senão alegrar-se e fazer o bem durante a vida. Pois todo aquele que come e bebe, e vê o fruto do seu trabalho, isso é dom de Deus” (3,12-13).

O mês de janeiro, para muitos brasileiros, é tempo de curtir férias e fazer festa. Tempo de recarregar as baterias para os próximos 11 meses, que costumam ser de mais intenso trabalho. Por isso, não devemos ter escrúpulos em gozar as férias, fazer festa e aproveitar as coisas boas que Deus nos dá. Tudo isto, evidentemente, sem prejudicar a nossa saúde ou colocar em risco a vida das outras pessoas. Nada daquilo que fazemos deverá causar prejuízo ao próximo e nem ao meio ambiente.

Junto com as férias, tem as festas. No início do ano são poucas as pessoas que não fazem festa. Mesmo quem quer ficar afastado sente-se envolvido pelo ribombar dos foguetes e fogos de artifício. Além disso, existem algumas festas que envolvem toda a comunidade.  Lembro as festas dos Santos Reis em Arroio do Meio e Coqueiro Baixo e a Festa de São Paulo Apóstolo, em Ilópolis. Mas lembro, sobretudo, a Festa de São Sebastião Mártir em Venâncio Aires. 

Popularmente conhecida como a “Festa do Bastião”, a Festa de São Sebastião Mártir é a maior festa religiosa que acontece na nossa região. Com os seus 140 anos, penso que também é a festa religiosa mais antiga que temos.  

Milagres


Uns acreditam em milagres. Há também os incrédulos, apesar de receberem de presente a existência, sua continuidade e tantas coisas boas em si e a seu redor. Muitos vão atrás de religiões e lideranças religiosas em busca de curas e outros milagres. Não faltam  fundadores de religiões que abusam da fé das pessoas para lhes arrancar dinheiro com a promessa de prodígios e soluções de problemas delas.  As carências de muitos os fazem buscar a qualquer custo a melhoria de condições de saúde e de vida. Acreditando em superação de seus males através de bênçãos e ritos de líderes para a melhoria de condições materiais e solução de problemas pessoais, familiares e sociais. A chamada “Teologia da Prosperidade” reina com força nessas circunstâncias. Há quem deixe de tomar remédio receitado por médicos, instados por lideranças que prometem milagre sem precisar de terapia da medicina.

Jesus realizou milagres de verdade, mostrando, não só seu poder para isso, mas a força de sua pessoa divina, para motivar a fé das pessoas e lhes indicar o caminho que leva à vida de sentido e até à vida eterna feliz. Curou males físicos, psíquicos e espirituais. Ressuscitou mortos. Multiplicou alimentos. Mostrou que vale a pena cada um colaborar com o bem do semelhante, mesmo com o sacrifício pessoal. Ele não quis simplesmente chamar atenção para a função de taumaturgo ou realizador de milagres. Se os fez, a finalidade era para as pessoas perceberem que não ficariam apenas na cura física, mas deveriam mudar de vida para experimentarem a cura espiritual e segui-Lo no tocante à conduta ética e moral aceitável. Assim poderiam alcançar a finalidade da vida de acordo com o projeto divino. Até admoestou que não adianta ter tudo na vida se a pessoa perder a vida eterna feliz! Ele mostra seu poder divino de dar condição a todos de alcançarem esse objetivo. 

Eles não têm mais vinho


Depois das festas natalinas, inicia-se o Tempo Comum, em que continuamos a viver os principais Mistérios da Salvação na caminhada histórica da Igreja. O Evangelho deste Segundo Domingo do Tempo Comum (Jo 2, 1-11) nos fala das Bodas de Caná. O motivo da escolha desse texto para este domingo – o segundo depois da Epifania – é explicado na frase conclusiva: Jesus, em Caná da Galiléia, deu início aos sinais e manifestou sua glória, e seus discípulos creram Nele (Cf. Jo 2, 11).

Falar de bodas, casamento nos remete a vários trechos bíblicos em que a comparação do povo eleito com Deus se faz como um casamento, às vezes fiel e outros momentos infiel por parte do povo. Mas sempre demonstrando a fidelidade do Senhor que vai em busca da esposa perdida.

O início dos sinais de Jesus, segundo João, é justamente vir ao encontro do povo de Deus para restaurar a alegria da festa do casamento simbolizada no vinho novo, que é melhor que o antigo. Aparece a figura de Maria como mãe preocupada com a situação dos filhos e recomenda o caminho do recomeço da aliança: “fazei tudo o que Ele disser”. 

Corrobora com esse aspecto a primeira leitura deste domingo (Is 62, 1-5) em que se conclui a perícope com a clareza dos esponsais eternos: “assim como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposam; e como a noiva é a alegria do noivo, assim também tu és a alegria do teu Deus”! Esses dois textos do domingo (primeira leitura e o evangelho) se comentam entre si e nos fala do amor de Deus por seu povo, e a necessidade de colocar em prática o que Jesus, o Filho de Deus, nos coloca para que tudo se transforme na vida do povo de Deus.

Merecem ser destacadas as palavras de Maria: “Eles não têm mais vinho”; “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2, 3.5). Em ocasião de festas, era costume que as mulheres amigas da família se encarregassem de preparar tudo. A Virgem Maria, que presta a sua ajuda, percebe o que se passa. Mas Jesus, seu Filho e seu Deus, está ali; acaba de iniciar-se o seu ministério público. E ela sabe melhor que ninguém que o seu Filho é o Messias. E dá-se então um diálogo cheio de ternura e simplicidade entre a Mãe e o Filho, que o Evangelho nos relata: “A Mãe de Jesus disse-lhe: Não têm vinho”. Pede sem pedir, expondo uma necessidade. E desse modo nos ensina a pedir.

“Em Caná, ninguém pede à Santíssima Virgem que interceda junto de seu Filho pelos consternados esposos. Mas o coração de Maria, que não pode deixar de se compadecer dos infelizes, impele a assumir, por iniciativa própria, o ofício de intercessora e a pedir ao Filho o milagre. Se a Senhora procedeu assim sem que lhe tivessem dito nada, que teria feito se lhe tivessem pedido que interviesse?” (Santo Afonso Maria de Ligório). Que não fará quando – tantas vezes ao longo do dia! – lhe dizem “rogai por nós”? Que não iremos conseguir se recorremos a Ela? 

São Marcelo I


Marcelo foi Papa num período conturbado na vida da Igreja. O imperador Diocleciano decretou uma feroz perseguição aos cristãos, condenando milhares a morte. Marcelo era ainda padre quando foi elevado à cátedra de Pedro no ano de 308. Foi o trigésimo papa da Igreja.

O seu pontificado foi uma luta constante para reorganizar a Igreja e lutar pela inclusão daqueles que tinham renegado a fé em Cristo. Com justiça e sabedoria, Marcelo soube tratar o assunto.

Enquanto muitos bispos do Oriente pediam a excomunhão destes cristãos, especialmente para os que faziam parte do clero, ele se mostrou rigoroso mas menos radical. Decidiu que a Igreja iria acolhê-los, depois de um período de penitência.

Outra decisão de Marcelo determinou que nenhum concílio podia ser convocado sem a autorização do Papa.

Marcelo acabou sendo preso pelas forças imperiais e obrigado a trabalhar na sua igreja,transformada em estábulo. Morreu em conseqüência dos maus tratos recebidos, no dia 16 de janeiro de 309.

ORAÇÃO


Pai Celeste, doador da vida e da santidade, dignai-me receber o dom da fé e viver a serviço do vosso evangelho. Faça com que eu seja um cristão honesto e solidário e aprenda de são Marcelo o valor da bondade e da acolhida. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

O Aborto: danos e consequências perante Deus e a Igreja


“Não matarás o inocente” (Ex 23,7).[1]


É doutrina firme e segura da Santa Igreja que a vida humana tem início mesmo no momento da concepção.

Aborto é a expulsão do seio materno de um feto não viável, isto é, incapaz de uma vida extra-uterina. Há dois tipos de aborto: o espontâneo e o voluntário. O aborto espontâneo (casual ou natural), é o provocado por causas que não dependem da vontade dos homens. O aborto voluntário (procurado, intencional, artificial), é o causado pela intervenção humana.

O aborto voluntário pode ser direto e indireto. O aborto voluntário direto é aquele que procura a morte do feto, por sua expulsão do seio materno. Pode ser provocado como fim (quando o que se deseja é destruir o feto) e pode ser provocado como meio (para conseguir outro fim, como, por exemplo, a saúde da mãe; é o chamado “aborto terapêutico”). O aborto voluntário indireto é aquele causado como efeito secundário e inevitável – previsto, mas não querido, apenas permitido – de uma ação em si mesma boa (por exemplo, para curar a mãe de uma doença grave, medicando-a com um fármaco que pode ter como efeito secundário a morte do feto).

Não são abortos delituosos o natural e o voluntário indireto. Pelo contrário, o aborto voluntário direto, como fim ou como meio, é um crime hediondo e covarde; perante Deus, um pecado gravíssimo, que jamais pode se justificar. Sua condenação, por parte da Igreja, é firme e contundente: “Com a autoridade que Cristo conferiu a Pedro e a seus sucessores, em comunhão com todos os Bispos – que em várias ocasiões condenaram o aborto e que (...), mesmo dispersos pelo mundo, concordaram unanimemente sobre esta doutrina – declaro que o aborto direto, ou seja, querido como fim ou como meio, é sempre uma desordem moral grave, enquanto eliminação deliberada de um ser humano inocente”.[2] Essa doutrina fundamentada na lei natural e na Palavra de Deus escrita,[3] foi concordemente transmitida pela Tradição da Igreja[4] e ensinada pelo Magistério ordinário e universal.[5]

O cân. 1398 tipifica o delito de aborto provocado, seguido de seu efeito (a morte do embrião ou feto). Foi solicitado à Santa Sé o sentido exato da palavra “aborto”, nos seguintes termos: “Se o aborto de que fala o cân. 1398, se deve entender somente a expulsão do feto imaturo, ou também a morte do feto procurada de qualquer modo e em qualquer tempo, desde o momento da concepção”. Os Padres da Pontifícia Comissão para a Interpretação do Código de Direito Canônico, na reunião plenária do dia 19 de janeiro de 1988, responderam: “Negativo à primeira parte; afirmativo, à segunda”.[6] Essa resposta contempla as novas práticas abortivas, todas elas gravemente delituosas:

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Bíblias queimadas, uma igreja incendiada. As marcas do ódio aos cristãos paquistaneses


No Paquistão, o ódio aos cristãos, que são uma minoria religiosa, parece não ter limites. Durante a semana passada, um grupo de muçulmanos sequestrou uma jovem cristã, outro queimou uma pilha de Bíblias e livros litúrgicos em uma igreja; e, na região do Punjab, queimaram uma igreja protestante.

O Paquistão é o terceiro maior país muçulmano do mundo e onde ocorrem muitos atos de discriminação contra as minorias religiosas, especialmente os cristãos.

Jovem cristã sequestrada

No bairro cristão de Kasur, uma jovem de 18 anos que se encontrava sozinha em casa foi raptada por um grupo de muçulmanos. Os pais da jovem apresentaram queixa contra os sequestradores e contataram Sardar Mushtaq Gill, um advogado cristão perito nos casos de violência e sequestro, que decidiu assisti-los gratuitamente.

Gill também é diretor da ONG Lead (Legal Evangelical Development Association – Associação Legal de Desenvolvimento Evangélico), cuja missão é “assinalar o problema das conversões forçadas às autoridades, apoiando uma legislação correta” neste campo.

O advogado disse à agência vaticana Fides que “frequentemente, mulheres de minorias religiosas são levadas e os sequestradores ficam impunes porque não existe uma normativa no campo da conversão forçada”.

Segundo dados das ONGs, a cada ano, são sequestradas no Paquistão cerca de mil meninas cristãs ou hindus.