domingo, 9 de julho de 2017

A Igreja e o poder de julgar


Salmo 44(45)

=2 Transborda um poema do meu coração; †
vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção; *
minha língua é qual pena de um ágil escriba.

=3 Sois tão belo, o mais belo entre os filhos dos homens! †
Vossos lábios espalham a graça, o encanto, *
porque Deus, para sempre, vos deu sua bênção.

–4 Levai vossa espada de glória no flanco, *
herói valoroso, no vosso esplendor;
–5 saí para a luta no caro de guerra *
em defesa da fé, da justiça e verdade!

= Vossa mão vos ensine valentes proezas, †
6 vossas flechas agudas abatam os povos *
e firam no seu coração o inimigo!

=7 Vosso trono, ó Deus, é eterno, é sem fim; †
vosso cetro real é sinal de justiça: *
8 Vós amais a justiça e odiais a maldade.

= É por isso que Deus vos ungiu com seu óleo, †
deu-vos mais alegria que aos vossos amigos. *
9 Vossas vestes exalam preciosos perfumes.

– De ebúrneos palácios os sons vos deleitam. *
10 As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
– e à vossa direita se encontra a rainha *
com veste esplendente de ouro de Ofir.

1. A divina fundação da Igreja e o fundamento de seu poder

Quase todos os dias lemos nas redes sociais e na internet em geral pessoas de todos os credos citando as palavras de Jesus no Evangelho de São Mateus: “Não julgueis…” (cf. Mt 7,1) opondo o julgamento da ação de outrem ao amor e levando a crer que o julgamento é oposto ao amor cristão no mesmo mandamento de Jesus: “amarás o próximo como a si mesmo” (cf. Mc 12,31). Em primeiro lugar é preciso dizer o óbvio: Jesus, a sabedoria encarnada, não iria dar aos seus discípulos um mandamento que anulasse outro dado por ele mesmo. Assim, julgar não se opõe a amar. Esclarecido o princípio de não contradição nos mandamentos de Nosso Senhor, demos um passo adiante.

A Igreja não se cansa de afirmar: Jesus Cristo é a luz dos povos. A Igreja é seu Corpo (cf. Cl 1,18). “A cabeça deste corpo é Cristo. Ele é a imagem do Deus invisível e n ‘Ele foram criadas todas as coisas. Ele existe antes de todas as coisas e todas n’Ele subsistem. Ele é a cabeça do corpo que a Igreja é. É o princípio, o primogênito de entre os mortos, de modo que em todas as coisas tenha o primado (cf. Col. 1, 15-18). Pela grandeza do Seu poder domina em todas as coisas celestes e terrestres e, devido à Sua supereminente perfeição e acção, enche todo o corpo das riquezas da Sua glória (cf. Ef. 1, 18-23)” (Constituição Dogmática Lumen Gentium, n. 7).

“Porque aprouve a Deus fazer habitar Nele toda a plenitude e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas” (Col1,19). Santo Agostinho (354-430), meditando o Mistério Cristo-Igreja, se referia a Ele como o “Christus totus”, o “Cristo total”, a Igreja una com Cristo. E dizia aos fiéis:

“Alegremo-nos, portanto, e demos graças por nos termos tornado não somente cristãos, mas o próprio Cristo. Compreendeis, irmãos, a graça que Deus nos concedeu ao dar-nos Cristo como Cabeça? Admirai e rejubilai, nós nos tornamos Cristo. Com efeito, uma vez que Ele é a Cabeça e nós somos os membros, o homem inteiro é constituído por Ele e por nós. A plenitude de Cristo é, portanto, a Cabeça e os membros; que significa isto: a Cabeça e os membros? Cristo e a Igreja” (CIC nº 795).

A condição para se participar na vida do Corpo é estar ligado à Cabeça “da qual todo o corpo, pela união das junturas e articulações, se alimenta e cresce com o crescimento dado por Deus” (Col 2,19). Desta verdade podemos ver também a importância de estarmos ligados e submissos ao Papa, que é a Cabeça visível do corpo de Cristo. São Gregório Magno (540-604), assim exprimiu esse mistério: “Nosso Redentor mostrou-se como uma só pessoa com a Santa Igreja que Ele assumiu”. São Tomás de Aquino disse o mesmo: “Cabeça e membros são como que uma só pessoa mística”. Santo Inácio de Antioquia († 110), bispo e mártir do primeiro século, dizia que: “Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica”. (Prof. Felipe Aquino. Link aqui.)

O Senhor Jesus fundou sua Igreja sobre o alicerce dos Apóstolos  (cf. Ap 21,14; Mt 16,18-19) e a Pedro, o primeiro (cf. Mt 10,1), ele deu o poder de ligar e desligar: “também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu – κἀγὼ δέ σοι λέγω ὅτι σὺ εἶ Πέτρος, καὶ ἐπὶ ταύτῃ τῇ πέτρᾳ οἰκοδομήσω μου τὴν ἐκκλησίαν, καὶ πύλαι ᾅδου* οὐ κατισχύσουσιν αὐτῆς” (Mt 16,18-19). Em Jo 20,22-23 o Senhor Jesus confirma aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados ou de reter a absolvição e no capítulo seguinte dá a Pedro o poder de apascentar as ovelhas do seu rebanho (cf. Jo 21,15-19). Esta é a tarefa de Pedro: confirmar os seus irmãos na fé em Cristo (cf. Lc 22,31-32), por isso ele é o primeiro e o fundamento do ministério apostólico fundado pelo próprio Cristo.

Nesta Igreja de Cristo, o Romano Pontífice, como sucessor de Pedro, a quem o mesmo Cristo mandou que apascentasse as suas ovelhas e os seus cordeiros, está revestido, por instituição divina, de poder supremo, pleno, imediato e universal, em ordem à cura das almas. Por isso, tendo sido enviado como pastor de todos os fiéis para promover o bem comum da Igreja universal e o de cada uma das igrejas particulares, ele tem a supremacia do poder ordinário sobre todas as igrejas.

Por outro lado, porém, também os Bispos, constituídos pelo Espírito Santo, sucedem aos Apóstolos como pastores das almas, e, juntamente com o Sumo Pontífice e sob a sua autoridade, foram enviados a perpetuar a obra de Cristo, pastor eterno. Na verdade, Cristo deu aos Apóstolos e aos seus sucessores o mandato e o poder de ensinar todas as gentes, de santificar os homens na verdade e de os apascentar. Por isso, foram os Bispos constituídos, pelo Espírito Santo que lhes foi dado, verdadeiros e autênticos mestres, pontífices e pastores. (Decreto Christus Dominus, n. 2)

Nossa Senhora de Itatí


Em 1615, dois missionários espanhóis (Irmão Alonso de Buenaventura e Irmão Luis de Bolanos), chegaram em Itatí, pequena aldeia às margens do rio Paraná onde fundaram uma missão; levavam consigo uma estátua da Virgem Santa e para ela construíram um pequeno oratório com seixos do rio.

Mas, alguns dias depois, o oratório foi saqueado pelos índios e a efígie de Maria desapareceu. Após o sumiço, dias mais tarde, duas crianças indígenas, da tribo dos Guaranis, quando desciam o rio Paraná, numa piroga, perceberam a estátua, entre as águas, sobre uma pedra do rio. Ela se apresentava bem mais bela do que antes, cingida por radiante luz. Os dois avisaram aos sacerdotes da missão; toda a aldeia veio, em procissão, acolher a Virgem, milagrosamente reencontrada.

Um santuário de verdade foi erigido para Nossa Senhora de Itatí e, pouco tempo depois, aconteceu um prodígio, que renovou-se inúmeras vezes, envolvendo a efígie de Nossa Senhora: eram transformações em seu rosto. A primeira ocorreu no Sábado Santo, em 1624.

Padre Gamarra, que oficiava naquele dia, dera o seu testemunho: o rosto da Virgem recebera um esplendor jamais visto até aquele dia, enquanto o Sacerdote entoava a antífona do "Regina Coeli". O Padre chamou, então, os indígenas da aldeia e todos sentiram e o mesmo encantamento: esta manifestação se estendeu até a primeira quinta-feira após a Páscoa, ocasião em que a face da imagem retomou o seu estado habitual. As transformações fascinantes do rosto da Virgem de Itatí foram presenciadas por, pelo menos, sessenta pessoas, sendo confirmadas por testemunhos e consignadas nos Anais do Santuário.

A Virgem de Itatí foi coroada no dia 16 de julho de 1900, por favor obtido do Papa Leão XIII. Em 1910, Nossa Senhora de Itatí foi aclamada como a Santa Padroeira da nova diocese criada, a Diocese de Corrientes. Atualmente, um magnífico santuário se ergue em Itatí, nesta pobre região para onde afluem numerosos peregrinos, muitos chegando de longe, a pé, alguns muito pobres, igualmente, mas ligados de forma filial e singela à Mãezinha do Céu. A festa de Nossa Senhora de Itatí é celebrada no dia 9 de julho.



Mãe e Senhora, Nossa Senhora de Itatí. Mais do que ninguém conhece nossas misérias e necessidades, sabemos que há muito a fazer, e cada um tem a sua própria tarefa, neste momento, em nosso tempo. Santíssima Mãe, interceda para que nós recebamos a força necessária para cooperar com a grande tarefa de mudar este nosso mundo, pondo todos um grão de areia. "Mulher, eis o teu filho!" Com estas palavras, ao encomendar-te o apóstolo João, e, com ele, todos os filhos da Igreja, estamos aqui reunidos em torno de vós, porque nós queremos dizer-te, Senhora, que aqui vibra o entusiasmo da juventude, aqui se eleva a súplica ao doente, por aqui passaram sacerdotes e religiosos, artistas e jornalistas, trabalhadores e pessoas de ciência, crianças e adultos, e nós vamos, em nome de todos eles, buscar refúgio em sua proteção maternal e implorar confiantes de sua intercessão junto aos desafios ocultos do futuro. 

Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá, padroeira da Colômbia


Segundo a tradição, entre os primeiros conquistadores do Novo Reino de Granada encontrava-se Antônio de Santana, grande devoto da Virgem do Rosário e administrador dos povoados de Suta e Chiquinquirá. Conforme a legislação da época, um dos primeiros deveres dos "encomederos" era a de construir uma casa com múltiplas dependências para acolher a própria família e também a administração dos colonos, dos escravos e dos índios das circunvizinhanças. Tal propriedade foi construída e evidentemente nela havia uma capela para os ofícios religiosos. Desejando colocar ali uma imagem da Mãe de Deus, mandou pintar uma imagem de Nossa Senhora do Rosário em uma manta de algodão.

A manta era mais larga que comprida. Para que não ficassem vazios os lados da Mãe de Deus, mandou pintar Santo André, oApóstolo, e Santo Antônio de Pádua, um de cada lado. Logo que recebeu a imagem, colocou-a numa moldura e a expôs no altar da capela. Os anos se passaram e a falta de cuidados e a umidade deterioraram a manta, que se rasgou em várias partes. A pintura estava quase apagada.

Quando Dom Antonio faleceu, sua viúva se transferiu para Chiquinquirá, levando consigo o quadro, que foi colocado em uma capela. Dez anos depois veio àquele lugar uma piedosa mulher chamada Maria Ramos, cunhada do falecido Santana, que limpou o quadro e o colocou num lugar de melhor destaque na capela. Numa sexta-feira, dia 26 de dezembro de 1586, Maria Ramos se preparava para sair da capela, quando uma índia cristã despertou sua atenção para a imagem, que aparecia cercada de brilhantes resplendores.

Maria Ramos prestou atenção à ocorrência e foi grande seu assombro ao se dar conta da grande transformação que se dera na pintura, cujas cores, antes tão manchadas, agora apareciam vivas e claras, tão fortemente que resplandeciam por toda a capela. Maria Ramos e a índia começaram a clamar jubilosas até que chega Juana de Santana. As três mulheres se ajoelharam e louvaram a Deus por tão grande maravilha. E o prodígio se espalhou, tendo início os milagres. Mediante um decreto de 18 de julho de 1829, a Santa Sé proclamou a Virgem do Rosário de Chiquinquirá Padroeira da Colômbia.


Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá, abençoai vossas filhas e filhos. Ensinai-nos a meditar e a viver a Palavra de Vosso Filho Jesus todos os dias, e que Vosso bendito nome, Mãe querida, seja lembrado com carinho e devoção em todos os lugares. Por Jesus, nosso Senhor. Amém.

sábado, 8 de julho de 2017

Posso comungar tendo o vício da masturbação e da pornografia?


O sexto mandamento do Senhor trata dos pecados contra a castidade, que "significa a integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual." (CIC 2337) Ainda segundo o Catecismo, "todos os batizados são chamados a viver a castidade", cada um dentro do seu estado de vida, evidentemente. (CIC 2348).

O prazer sexual não é algo condenável, como muitos argumentam, desde que seja vivido dentro de suas finalidades: procriação e união. Isso quer dizer que aos casais, unidos em matrimônio e abertos à vida, é perfeitamente natural obter os prazeres oriundos da relação sexual.

Quando o prazer sexual é dissociado de seu objetivo primeiro, sendo buscado por si mesmo, ele se torna moralmente desordenado. A masturbação e a pornografia inserem-se nesse contexto. São, portanto, ofensas à castidade.

A masturbação pode ser definida como "a excitação voluntária dos órgãos genitais, a fim de conseguir um prazer venéreo. Na linha da tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmaram sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseca e gravemente desordenado" (CIC 2352) A pornografia, por sua vez: "consiste em retirar os atos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de maneira deliberada. Ela ofende a castidade porque desnatura o ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes público), porque cada um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito. Mergulha uns e outros na ilusão de um mundo artificial. É uma falta grave." (CIC 2354)

O mundo moderno está mergulhado no hedonismo, ou seja, o homem deve buscar de maneira incessante o próprio prazer, pois este seria o bem supremo. Nessa busca hedonista, a pessoa é empurrada para as mais bizarras práticas. Há um bombardeio da mídia, da internet para que cada vez mais o ser humano consuma pornografia e entregue-se a todo tipo de prazer sexual.

Cada vez mais o homem é levado a crer que a castidade é algo impossível de ser vivido, inatingível. Homens, mulheres, jovens e até crianças não acreditam mais na amizade entre a Criação e Deus. Por isso, entregam-se ao prazer desenfreado – aprendem até mesmo na escola – e são estimulados a práticas cada vez mais degradantes, indignas e vazias de satisfação sexual. Na verdade, não existe satisfação, mas tão-somente um desespero, uma busca insana por algo que jamais será encontrado.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Espanha: Tentam prender sacerdote por criticar “orgulho gay”


A Generalitat da Catalunha, na Espanha, abriu um processo que busca uma sanção penal contra o Pe. Custodia Ballester por dizer, no marco das celebrações do “orgulho gay” no país, que a prática homossexual “é um pecado gravíssimo”.

Em uma homilia proferida em sua paróquia da Imaculada Conceição de L’Hospitalet de Llobregat, no dia 24 de junho, lamentou que “esquecemos que a homossexualidade é um pecado gravíssimo, porque é contra a natureza do ser humano, que é chamado a se unir a sua mulher e ser os dois uma só carne”.

Nessa ocasião, Pe. Ballester criticou os eventos de celebração do orgulho gay em Madri e Barcelona, nos quais os homossexuais mostram “suas ‘vergonhas’ publicamente”.

“Esses que mostram suas ‘vergonhas’ estão fazendo errado”, disse e assegurou: “Já tenho muitos pecados para ter também o de não falar a verdade”.

As palavras do Pe. Ballester lhe custaram diversas críticas, entre elas as da prefeita de L’Hospitalet de Llobregat, Núria Marín, do Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC), que classificou a homilia de “intolerável” no Twitter.

“Não queremos LGBTIfobia em L’Hospitalet”, assinalou, em referência ao coletivo de lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais, e assegurou que atitudes como a do sacerdote espanhol “fomentam comportamentos de ódio”.

Vietnã: 200 policiais e delinquentes atacam mosteiro beneditino


Cerca de 200 pessoas, entre policiais e sujeitos armados com facas, barras de ferro e paus, atacaram o mosteiro beneditino localizado na província vietnamita de Thua Thien Hue, destruindo também uma cruz e uma imagem de Jesus.

Pe. Anthony Nguyen Van Duc, superior do mosteiro beneditino de Thien Na, na província de Thuan Thien Hue, denunciou que o ataque ocorreu em 28 e 29 de junho, quando os monges também foram agredidos.

Em um comunicado, o sacerdote condenou o ocorrido e assinalou que desejam alcançar justiça “de forma pacífica e proteger a propriedade da Igreja até nosso último suspiro”.

Pe. Duc recordou que os beneditinos têm a propriedade do mosteiro e seus 107 hectares de floresta de pinheiros e terras de cultivo desde 1940. “Nunca transferimos a posse da propriedade a nenhuma pessoa ou organização”, expressou.

Entretanto, UCANews recordou que, desde 1975, o governo comunista “tomou” 57 hectares das terras do mosteiro e as entregou a uma companhia florestal.

No ano 2000, o regime confiscou o restante das terras e as deu a uma companhia de turismo, mas permitiu que os beneditinos permanecessem com seis hectares, incluindo o mosteiro.

“Para piorar a situação, autoridades locais confiscaram previamente a terra dos beneditinos e a outorgou a outros funcionários que, por sua vez, venderam-na a outros para a construção de casas e templos budistas”, indicou UCANews.

Esta é a terceira vez que as autoridades são acusadas de profanar a cruz desde 2015. O símbolo católico tinha sido restaurado no último dia 26 de junho.

Bebê Charlie: Hospital do Vaticano e Donald Trump se oferecem para cuidar do bebê mas Hospital de Londres nega transferência.


O Hospital Pediátrico Bambino Gesù (Menino Jesus), administrado pelo Vaticano, publicou uma nota, no último dia 3, dizendo que sua equipe está pronta para acolher o bebê inglês Charlie Gard, condenado à morte pela Corte Europeia. 

No domingo, 02, o papa Francisco pronunciou-se oficialmente e de forma enfática sobre o caso do bebê Charlie Gard, pedindo explicitamente para que o hospital no qual o bebê está internado respeite a vontade dos pais. A declaração do papa foi dada por meio do porta-voz oficial do Vaticano, Greg Burke. O texto diz:

“O Santo Padre acompanha com afeto e comoção o caso do pequeno Charlie Gard e expressa sua proximidade aos pais. Ele reza por eles, desejando que não se negligencie a vontade de acompanhar e tratar o próprio bebê até o fim”.

A declaração se dá um dia após um tweet no qual o pontífice fez referência ao caso, embora sem citar o nome do menino:

“Defender a vida humana, sobretudo quando é ferida pela doença,
é um compromisso de amor que Deus confia a cada ser humano”.

As manifestações do pontífice também ocorreram alguns dias depois da Pontifícia Academia para a Vida ter emitido uma nota sobre o caso. A nota foi muito criticada por religiosos e pelo movimento pró-vida de todo o mundo por não tomar posição alguma, limitar-se a fazer mera alusão ao problema e apenas oferecer consolo à dor dos pais. Longe de estar satisfeitas, e sendo solidárias à família de Charlie, organizações pró-vida continuaram a fazer insistentes solicitações para que o próprio Francisco intervisse. O papa atendeu e a postura adotada por Francisco foi a de defesa explícita dos pais de Charlie, muito diferente, portanto, do tíbio texto da Academia para a Vida.

Depois do papa Francisco, foi a vez de Donald Trump sair em defesa do menino Charlie Gard e oferecer o auxílio de seu país. O presidente dos Estados Unidos tweetou nesta segunda-feira, 03:

“Se pudermos ajudar o pequeno #CharlieGard, assim como nossos amigos no Reino Unido e o Papa, nós ficaríamos encantados em fazê-lo”

A "Justiça" negou aos pais do menino o direito de ir para os Estados Unidos buscar um tratamento alternativo para a sua doença, apesar deles conseguirem mais de 1,4 milhão de euros, recolhidos por meio de doações. É o poste mijando no cachorro!

Mas voltando ao hospital pediátrico do Vaticano... A presidente da instituição, Mariella Enoc, pediu ao hospital onde Charlie está internado, em Londres, que informe se existem condições sanitárias para transferir o bebê para o Bambino Gesù.

Não há terapias disponíveis para Charlie no Hospital Bambino Gesù; mas certamente esse seria um local tranquilo para manter o menino até que ele possa ser transferido para os EUA, sem ameaças de desligamento de seus aparelhos.

Mariella chegou a mandar uma mensagem consoladora aos pais de Charlie: "Estamos perto dos pais na oração e, se for esse o seu desejo, dispostos a aceitar seu filho conosco, durante todo o tempo que lhe resta de vida".

No entanto, no último dia 04, Mariella informou no Vaticano, que “O hospital (Great Ormond Street, em Londres) nos disse que, por motivos legais, não pode transferir para nós Charlie Gard. Esta é mais uma notícia triste”.

O Estado tentou até mesmo conceder a cidadania vaticana ao pequeno bebê para tentar transferi-lo para o hospital pediátrico mantido pela Santa Sé, o Bambino Gesù, mas as tentativas foram em vão. Isso porque, mesmo se conseguissem dar a cidadania ao pequeno bebê, o hospital que fica em Roma seria obrigado a cumprir a determinação judicial de tirar os aparelhos da criança. 

A declaração foi à margem da apresentação do Relatório de Saúde e Científico 2016, do ‘hospital do Papa’.

Valor do matrimônio cristão é maior do que uma união civil, assegura Bispo alemão


Na celebração do sacramento do matrimônio é Deus quem se une ao “sim” de duas pessoas e, portanto, tem mais valor do que uma união civil, sublinhou o Bispo de Eichstätt (Alemanha), Dom Gregor Maria Hanke, em uma Missa na Catedral local diante de cerca de mil casais com mais de 50 anos de casados.

“O matrimônio cristão é uma bênção de Deus que homens e mulheres necessitam para se complementar entre si no amor mútuo e experimentar a riqueza da condição humana”, destacou o Bispo no último dia 1º de julho.

Dom Hanke disse aos casais que a Igreja agradece pela sua fidelidade, porque dão testemunho de Deus nos momentos bons e ruins da vida. E, além do amor que existe entre eles como resposta ao amor de Deus, mutuamente carregam a responsabilidade de cuidar do outro.