Cerca de 200 pessoas, entre policiais e sujeitos armados com facas, barras de ferro e paus, atacaram o mosteiro beneditino localizado na província vietnamita de Thua Thien Hue, destruindo também uma cruz e uma imagem de Jesus.
Pe. Anthony Nguyen Van Duc, superior do mosteiro beneditino de Thien Na, na província de Thuan Thien Hue, denunciou que o ataque ocorreu em 28 e 29 de junho, quando os monges também foram agredidos.
Em um comunicado, o sacerdote condenou o ocorrido e assinalou que desejam alcançar justiça “de forma pacífica e proteger a propriedade da Igreja até nosso último suspiro”.
Pe. Duc recordou que os beneditinos têm a propriedade do mosteiro e seus 107 hectares de floresta de pinheiros e terras de cultivo desde 1940. “Nunca transferimos a posse da propriedade a nenhuma pessoa ou organização”, expressou.
Entretanto, UCANews recordou que, desde 1975, o governo comunista “tomou” 57 hectares das terras do mosteiro e as entregou a uma companhia florestal.
No ano 2000, o regime confiscou o restante das terras e as deu a uma companhia de turismo, mas permitiu que os beneditinos permanecessem com seis hectares, incluindo o mosteiro.
“Para piorar a situação, autoridades locais confiscaram previamente a terra dos beneditinos e a outorgou a outros funcionários que, por sua vez, venderam-na a outros para a construção de casas e templos budistas”, indicou UCANews.
Esta é a terceira vez que as autoridades são acusadas de profanar a cruz desde 2015. O símbolo católico tinha sido restaurado no último dia 26 de junho.
A cruz dos beneditinos havia sido destruída também em junho de 2016.
O superior denunciou que no último ataque, os assaltantes golpearam os monges que tentaram proteger a cruz, inclusive um policial bateu várias vezes na cabeça do Pe. Anthony Vo Van Giao com um pedaço de madeira.
Relatou ainda que um grupo de mulheres insultava os religiosos, enquanto vários policiais e amotinadores ameaçavam agredir os monges e os visitantes. Além disso, roubaram uma motocicleta que pertencia ao mosteiro.
Por sua parte, Pe. Peter Khoa Cao Duc Loi disse a UCANews que no dia 30 de junho, Nguyen Tai Tue, chefe do comitê provincial de relações religiosas, visitou o mosteiro com quatro policiais e entregou bolos e leite aos seis monges feridos.
O sacerdote relatou que o funcionário do regime comunista disse: “Lamentamos o incidente que ocorreu, o qual saiu do controle”. Além disso, culpou ambas as partes, “que não controlaram seu temperamento”.
O funcionário prometeu solucionar a disputa entre o governo e os monges, enquanto um grupo de trabalhadores cortam pinheiros para construir uma estrada de cinco metros de largura para separar o mosteiro do resto das terras confiscadas.
“A polícia ainda nos vigia e nos visita toda hora, dia e noite”, denunciou o sacerdote. Entretanto, assegurou que os beneditinos estão consertando a estátua quebrada e irão reinstalá-la no lugar que lhe corresponde para proteger sua propriedade.
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ACI Digital
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